Francisco
da Fonseca Benevides nasceu a 28 de janeiro de 1835 em Lisboa, filho de Inácio
António da Fonseca Benevides. Em 1851 concluiu o curso da Escola Politécnica de
Lisboa e ingressou na Marinha, onde permaneceu até 1856, e onde completou o
curso da Escola Naval, em 1853.
Em
1854 foi designado professor das cadeiras de Física e de Hidrografia, no
Instituto Industrial de Lisboa, e também das disciplinas de Mecânica e de Artilharia,
na Escola Naval, onde lecionou até 1871.
Participou
em várias exposições industriais, como a Exposição Internacional do Porto
(1856) e Exposição Universal de Paris (1867). Fonseca Benevides foi diretor do
Instituto Industrial e Comercial de Lisboa onde procurou reformar o ensino
tecnológico. Assumiu igualmente o cargo de Chefe da Inspeção do Ensino Industrial
da Circunscrição Sul.
A sua
grande preocupação foi a modernização do ensino industrial e a renovação
tecnológica em Portugal, tendo colaborado em vários projetos de reforma,
sobretudo no de Emídio Navarro, apresentado em 1891. Neste âmbito fundou o
Museu Tecnológico do Instituto Industrial de Lisboa: a sua função seria a
recolha de material pedagógico (estampas de máquinas e instrumentos de medida),
a criação de centros de divulgação científica e a propaganda industrial. O
Museu tinha subjacente o pensamento de que o ensino profissional, encarado como
um sistema de distribuição de competências, estava diretamente relacionado com
o desenvolvimento industrial da nação.
A sua
produção escrita abrangeu várias áreas (a guerra, a física, a música e a
história): Curso de Artilharia da Escola
Naval: descrição do material de guerra (1858); Curso elementar de Física, contendo algumas noções de mecânica, e
aplicações científicas e industriais (1863); O Fogo: obra científica e literária (1866); A Música: memória histórico-descritiva (1866), Noções de Física Moderna com Numerosas Aplicações (1870); Rainhas de Portugal (1878-1879), O Real Teatro de S. Carlos de Lisboa (1894).
Para além disso, escreveu vários artigos para revistas e jornais. Foi agraciado
com os graus de Cavaleiro da Ordem de Cristo (1862), Cavaleiro da Ordem de
Santiago (1866) e Comendador da Ordem de Cristo (1867), tendo ainda sido
admitido como Sócio Correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa, em
1866.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.

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