2025/12/04

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Leonardo Coimbra (1883 – 1936)

 

(Imagem do autor retirada da internet)


Leonardo José Coimbra nasceu a 30 de dezembro de 1883 na Lixa, em Felgueiras, filho de António Inácio Coimbra, médico e de Bernardina Teixeira Leite Coimbra.

Entre 1893 e 1897 fez os estudos secundários no Colégio de Nossa Senhora do Carmo, em Penafiel. Frequentou várias instituições do ensino superior: a Universidade de Coimbra (1898-1903), a Escola Naval (1903-1905), a Escola Politécnica do Porto (1905-1909) e o Curso Superior de Letras (1909-1910).

Iniciou o seu percurso profissional como docente no Liceu Rodrigues de Freitas, Porto (1910-1911). Em 1911 foi nomeado Reitor do Colégio dos Órfãos, em Braga, cargo que desempenhou por pouco tempo devido a divergências com a direção.

Em 1912 participou no movimento da Renascença Portuguesa e concorreu à Faculdade de Letras de Lisboa com a tese O Criacionismo (Esboço de um sistema filosófico), embora tenha desistido. Entre 1912 e 1913 lecionou no Liceu Eça de Queirós, Póvoa de Varzim. Em 1913 filiou-se no Partido Republicano Português e aderiu à Maçonaria.

Entre 1914 e 1915 regressou ao Liceu Rodrigues de Freitas e em 1915 lecionou no Liceu Gil Vicente em Lisboa.

Em 1919 foi eleito deputado por Penafiel e Ministro da Instrução Pública, tendo procedido a uma reforma do ensino primário, à alteração do currículo de Filosofia na Faculdade de Letras, à reforma da Biblioteca Nacional, do Conservatório Nacional e do Teatro Nacional. Criou a Faculdade de Letras do Porto, da qual foi diretor até 1931 e onde lecionou.

Entre 1923 e 1924 foi novamente Ministro da Instrução Pública, tendo abandonado o cargo devido à polémica gerada pela intenção de reconhecer a liberdade de ensino religioso em escolas particulares.

Entre 1931 e 1936, após a extinção da Faculdade de Letras, regressou ao Liceu Rodrigues de Freitas.

O seu pensamento educativo foi sistematizado na tese de 1926, O Problema da Educação Nacional. Para este pensador era através da educação que o homem se tornava livre, por ser o criador dos seus valores morais. Nas suas palavras: “educar é cultivar as liberdades criadoras da cultura nacional-humana.”

Quanto à organização do sistema de ensino, Leonardo Coimbra defendeu uma intervenção moderada do Estado, deixando abertura à escolha das diferentes doutrinas e promovendo uma educação integral. Para o autor a cultura era democracia e envolvia valores como a igualdade, a liberdade e a fraternidade.

O ensino deveria dividir-se em três estruturas: a assistência infantil, ministrada nos jardins-escola e jardins de infância; a escola primária que deve incluir todos os indivíduos e fornecer um tipo de ensino científico, estético e filosófico, permitindo a progressão para o 2.º ciclo liceal; e o ensino universitário.

 

 MJS

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.

 

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