Leonardo
José Coimbra nasceu a 30 de dezembro de 1883 na Lixa, em Felgueiras, filho de
António Inácio Coimbra, médico e de Bernardina Teixeira Leite Coimbra.
Entre
1893 e 1897 fez os estudos secundários no Colégio de Nossa Senhora do Carmo, em
Penafiel. Frequentou várias instituições do ensino superior: a Universidade de
Coimbra (1898-1903), a Escola Naval (1903-1905), a Escola Politécnica do Porto
(1905-1909) e o Curso Superior de Letras (1909-1910).
Iniciou
o seu percurso profissional como docente no Liceu Rodrigues de Freitas, Porto
(1910-1911). Em 1911 foi nomeado Reitor do Colégio dos Órfãos, em Braga, cargo que
desempenhou por pouco tempo devido a divergências com a direção.
Em
1912 participou no movimento da Renascença Portuguesa e concorreu à Faculdade
de Letras de Lisboa com a tese O
Criacionismo (Esboço de um sistema filosófico), embora tenha desistido.
Entre 1912 e 1913 lecionou no Liceu Eça de Queirós, Póvoa de Varzim. Em 1913 filiou-se
no Partido Republicano Português e aderiu à Maçonaria.
Entre
1914 e 1915 regressou ao Liceu Rodrigues de Freitas e em 1915 lecionou no Liceu
Gil Vicente em Lisboa.
Em 1919
foi eleito deputado por Penafiel e Ministro da Instrução Pública, tendo
procedido a uma reforma do ensino primário, à alteração do currículo de
Filosofia na Faculdade de Letras, à reforma da Biblioteca Nacional, do
Conservatório Nacional e do Teatro Nacional. Criou a Faculdade de Letras do
Porto, da qual foi diretor até 1931 e onde lecionou.
Entre
1923 e 1924 foi novamente Ministro da Instrução Pública, tendo abandonado o
cargo devido à polémica gerada pela intenção de reconhecer a liberdade de
ensino religioso em escolas particulares.
Entre 1931
e 1936, após a extinção da Faculdade de Letras, regressou ao Liceu Rodrigues de
Freitas.
O seu
pensamento educativo foi sistematizado na tese de 1926, O Problema da Educação Nacional. Para este pensador era através da
educação que o homem se tornava livre, por ser o criador dos seus valores
morais. Nas suas palavras: “educar é cultivar as liberdades criadoras da
cultura nacional-humana.”
Quanto
à organização do sistema de ensino, Leonardo Coimbra defendeu uma intervenção
moderada do Estado, deixando abertura à escolha das diferentes doutrinas e
promovendo uma educação integral. Para o autor a cultura era democracia e
envolvia valores como a igualdade, a liberdade e a fraternidade.
O
ensino deveria dividir-se em três estruturas: a assistência infantil,
ministrada nos jardins-escola e jardins de infância; a escola primária que deve
incluir todos os indivíduos e fornecer um tipo de ensino científico, estético e
filosófico, permitindo a progressão para o 2.º ciclo liceal; e o ensino
universitário.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.

Sem comentários:
Enviar um comentário