2024/09/26

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: António da Costa (1824– 1892)

 

(Imagem de António da Costa retirada da internet)
 

António da Costa de Sousa Macedo nasceu a 24 de novembro de 1824 em Lisboa.

Em 1859 foi primeiro-oficial da Direção-Geral da Instrução Pública. Entre 1860-61 foi comissário régio do Teatro Nacional D. Maria II.

Em 1870 foi o primeiro ministro da Instrução Pública, que à epoca incluía não só a educação, mas também a beneficência pública. Neste âmbito, pretendeu uma maior ação interventiva por parte do Estado. António da Costa foi sempre um defensor da educação popular e da educação feminina em escolas públicas. Uma das suas críticas mais prementes foi a falta de orçamento para concretizar o projeto de educação das massas, ou seja, a educação primária. Analisando a situação, o educador referiu-se ao reduzido número de alunos, à irregularidade de frequência escolar e à falta de aproveitamento. Comparativamente com as escolas estrangeiras, o ensino em Portugal encontrava-se muitíssimo atrasado.

Assim sendo, elaborou um projeto de reforma do ensino que preconizava os seguintes aspetos:

- instrução primária obrigatória para todos os portugueses, independentemente do sexo, dos 7 aos 15 anos;

- salário igual para professores de ambos os sexos;

- igual número de escolas normais para os dois géneros;

- reforço do currículo académico e profissional;

- escolas geridas pelos municípios que podia contratar professores e estabelecer contribuições locais para apoio ao ensino.

António da Costa contribuiu para uma nova visão sobre a educação das mulheres, defendendo a sua extensão até à educação profissional e a criação de oportunidades de carreira que lhes permitissem a sobrevivência. As mulheres operárias deveriam promover a “retração social do marido e das crianças”, enquanto as mulheres da classe média se deviam tornar um instrumento de difusão de normas de bem-estar e educação.

Entre os seus escritos mais importantes contam-se A instrução nacional (1870), a História da instrução popular em Portugal (1871) e as Auroras da instrução pela iniciativa particular (1884).

 


Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


MJS


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