O
vidro é um material sólido e amorfo, geralmente transparente e quebradiço. A
produção do vidro resulta da junção das seguintes matérias primas: sílica,
óxido de cálcio e óxido de sódio. Esta mistura é levada ao forno e cozida a
1200 ou 1400º C. Após perder a água, juntam-se aditivos e corantes. A partir daqui
a temperatura baixa para 800 ou 400ºC e o vidro fica pastoso e pronto a ser
moldado.
Consoante
o processo de fabrico e a utilização os vidros podem ser classificados em:
vidro laminado, vidro prensado, vidro oco soprado, vidro para ótica, vidro
orgânico ou vidro solúvel.
O
fabrico do vidro é conhecido desde 5000 a. C. Era utilizado para
impermeabilizar o interior de alguns objetos e obtido a partir de uma mistura
de soda natural ou das cinzas de algumas plantas ricas em alcalis, juntando-se
calcário e areia de quartzo. Formava-se assim uma espécie de verniz que, depois
de arrefecer se tornava sólido.
Progressivamente
foram-se conhecendo as propriedades deste material, nomeadamente a
maleabilidade, o ponto de fusão e as técnicas de moldagem. Na síria e
Mesopotâmia encontravam-se os maiores centros de produção de objetos em vidro.
A técnica foi difundida pelo mediterrâneo através de comerciantes, nomeadamente
os Fenícios que inventaram a técnica do sopro no século I a. C.
O
Império romano permitiu a expansão desta técnica por toda a Europa, criando
objetos em vidro transparente ou colorido, decorados com figuras mitológicas,
históricas ou figuras naturalistas. O mosaico colorido teve o seu apogeu nesta
época.
Após
a queda do Império Romano houve um declínio no fabrico do vidro, embora as
técnicas mão se tenham perdido. A aplicação de vidro em janelas, sobretudo em
igrejas góticas, tornou-se uma prática frequente nos séculos XII e XIV. A este tipo
de vidros chama-se vitral, constituídos por membranas translúcidas e coloridas.
O
Renascimento colocou a cidade de Veneza no centro da produção artística até ao
século XVII. A indústria concentrava-se na ilha de Murano, onde se produzia um
vidro que permitia elaborar formas escultóricas requintadas. Murano foi o local
escolhido para evitar o perigo de fogo e para preservar o segredo das técnicas
utilizadas. A cidade de Nevers, em França também adquiriu grande prestígio.
Na
época barroca, Praga, Nuremberga e Potsdam destacaram-se no fabrico deste
material. Já no século XVIII, Inglaterra recuperou algumas das tradições
romanas, surgindo as primeiras experiências de produção em série.
Durante
o período da Arte Nova, o vidro tem um desenvolvimento exponencial, elevado a
um nível artístico e criativo com Louis Tiffany, Émille Gallé ou René Lalique.
Em
Portugal, a indústria vidraceira foi impulsionada por D. João V com a criação
da Real Fábrica de Coina, posteriormente deslocada para a Marinha Grande. Com a
nomeação de Guilherme Stephens para diretor em 1769, a Real Fábrica de Vidros
da Marinha Grande tornou-se uma das maiores e mais qualificadas da Europa,
sendo uma das primeiras a produzir objetos em cristal.
MJS
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