ME/400002/160
Escola Secundária Alves Martins
Máquina fotográfica Zeiss, de fole, com estojo de pele. Modelo Ikon.
A
fotografia é um processo de produção de imagens através da fixação da luz
refletida pelos objetos numa superfície impregnada com um produto sensível às
radiações luminosas.
A
criação da fotografia resultou de várias descobertas feitas ao longo dos anos.
Em 1558, Giovanni Baptista Della Porta desenvolveu o conceito de câmara escura,
igualmente conhecido por Leonardo da Vinci.
Em
1604, Angelo Sala descobriu que um dos compostos da prata escurecia ao sol. No
entanto foi Johann Heinrich-Schulze, em 1724, que fez várias experiências a
este nível utilizando ácido nítrico, prata e gesso, chegando à conclusão que
era a prata halogénea convertida em prata metálica que provocava o escurecimento.
A
primeira fotografia que se conhece data de 1826 e é da autoria de Joseph
Nicéphore Niépce. Foi produzida numa placa de estanho coberta com um derivado
do petróleo através de uma câmara, necessitando de oito horas de exposição
solar. Este processo foi designado pelo autor como Heliogravura.
Nièpce
contatou com Daguerre, um outro cientista que se dedicava à fotografia e
formaram uma sociedade. Daguerre desenvolveu um processo com vapor de mercúrio
que permitiu reduzir o tempo de revelação para alguns minutos. Este método
ficou conhecido como Daguerreotipia e
foi apresentado à Academia de Ciências e Belas Artes em França.
William
Fox Talbot também se dedicou ao estudo da fotografia, desenvolvendo um processo
diferente – calotipo – utilizando
folhas de papel com cloreto de prata que eram colocadas em contato com outras
folhas de papel e produziam uma imagem positiva. Este processo é bastante
semelhante ao que se usa atualmente pois produz um negativo que permite
reproduzir várias imagens.
Só a
partir de 1888 é que a fotografia se popularizou, nomeadamente com a empresa Kodak que introduziu a câmara
fotográfica com rolos substituíveis que podia ser utilizado por qualquer um.
ME/402643/51
Escola Secundária Rainha Santa Isabel
Fole de maquina fotográfica do Século XIX
A
utilização da fotografia a partir de meados do século XIX tinha um objetivo
documental, ou seja, a reprodução da realidade em diversas áreas como lugares,
culturas, edifícios, obras de engenharia. Era o retrato da época.
Ao
mesmo tempo desenvolveu-se a fotografia de culturas exóticas e distantes, a
fotografia de guerra ou mesmo do corpo humano. No final do século, a fotografia
torna-se uma obra de arte, divulgando-se através de exposições e de sociedade
fotográficas.
Na
primeira metade do século XX, Alfred Stieglitz foi o responsável pela renovação
da estética fotográfica, tendo criado um grupo designado Photo-Secession em 1902. Após a Primeira Guerra Mundial a
fotografia liberta-se da função ilustrativa e torna-se numa forma de arte,
influenciada pelo Cubismo ou pelo Futurismo, entre outros. Podem
destacar-se os nomes de Alexandre Rodchenko, László Moholoy-Nagy pertencente à Escola Bauhaus ou Man Ray, influenciado
pelo Dadaísmo e Surrealismo.
A
partir dos anos 30, a fotografia teve um papel preponderante como meio de
comunicação de massas, ilustrando jornais e revistas. O fotojornalismo e a
fotografia de moda são as áreas que mais se destacam.
A
partir da segunda metade do século XX, a fotografia assume uma importância
artística considerável. Basta referir os retratos realizados por Andy Warhol,
numa mistura de fotografia e serigrafia, profundamente influenciado pela Pop Art.
A
partir de então, as inovações ao nível da fotografia não pararam de surgir,
quer ao nível da captação da imagem e da qualidade de reprodução, quer ao nível
da rapidez de processamento. A mudança mais drástica dá-se com a introdução da
fotografia digital no final do século XX. A fotografia torna-se assim uma
experiência cada vez mais pessoal, de captação de um momento.
MJS
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