Hildegarda
de Bingen (1098 – 1179) foi uma monja beneditina, Santa e Doutora da Igreja
Católica. Destacou-se como mística, teóloga, compositora, naturalista, médica,
poetisa, dramaturga e escritora. Nasceu no seio de uma família da baixa nobreza
de Bermershiem, sendo a décima filha de Hildebert e Mechtild.
Aos
oito anos foi entregue aos cuidados de uma mestra de um grupo de monjas
beneditinas do Mosteiro de Disibodenberg, onde aprendeu as primeiras letras e
música. Em 1114 ingressou na Ordem, mas pouco se sabe desses primeiros anos que
foram vividos em clausura. Após a morte da sua mestra, em 1136, Hildegarda foi
a escolhida para dirigir os destinos do mosteiro.
Cerca
de 1141 teve uma visão que lhe alargou o conhecimento dos textos das
Escrituras. O papa incentivou-a a assumir esse dom profético, utilizando-o para
a evangelização. Em 1148, devido a outra visão, deixou o mosteiro e foi para o
Mosteiro de Rupersberg, arruinado e num local ermo, a fim de o revitalizar.
Continuou
os seus escritos, datando de 1151 a sua primeira obra Liber scivias Domini
(Livro do conhecimento dos caminhos do Senhor). As suas primeiras composições
musicais e poéticas, bem como as observações científicas da natureza e da
medicina iniciaram-se aqui.
Em
1158 iniciou o Liber vitae meritorum (Livro dos méritos da vida) onde
analisa vícios e virtudes do homem, concluído em 1163. A partir de 1160 fez
várias viagens na Alemanha e em França com o objetivo de pregar. As pregações
de Hildegarda ficaram conhecidas pela crítica aos vícios do clero e pela
condenação de heresias, como os Cátaros.
Em
1163 iniciou a sua obra teológica mais conhecida, só concluída em 1174, Liber
divinorum operum (Livro das obras divinas), onde faz comentários sobre o Evangelho de São João e o sobre o Livro do Génesis.
A
fundação de um novo mosteiro em Eibingen passaram a ocupar o seu tempo a partir
de 1165. Hildegarda faleceu em 1179, sendo considerada atualmente uma das
figuras mais relevantes do século XII. Ultrapassou vários preconceitos
relativamente à mulher, sendo o seu objetivo revelar os mistérios da religião,
do homem, da natureza e do universo.
Ao
nível científico fez várias observações da natureza, sobretudo sobre plantas
medicinais, cuja compilação e estudo permitiram novos tratamentos ao nível da
medicina.
Mística,
teóloga, música, escritora e investigadora, Hildegarda interliga várias
correntes de pensamento, sendo essencial a visão holística da realidade. Focamo-nos
nas suas obras sobre ciência, nomeadamente o Liber subtilitatum dicersarum
naturaram creaturararum (Livro das propriedades – ou subtilezas – das
várias criaturas da natureza), dividido em duas partes: Física e Causas e curas. Este
foi o primeiro livro de Ciências Naturais escrito na época do Sacro Império
Romano Germânico.
A
forma como Hildegarda atingiu este tipo de conhecimentos é-nos desconhecida,
uma vez que a frequência universitária estava vedada às mulheres, mas pensa-se
que terá tido formação no convento. Estava familiarizada com a medicina de
Galeno, Hipócrates, Plínio, o velho ou Isidoro de Sevilha, mas introduziu
muitas terapias novas e o conceito de medicina holística.
Na
primeira parte da sua obra, a Física,
são descritas propriedades dos elementos naturais e a sua utilização medicinal
nas práticas terapêuticas. A segunda parte, Causa
e Cura, seria provavelmente um manual prático para o seu uso pessoal, com
estudos sobre o corpo humano, a sua anatomia e fisiologia.
A sua
terapêutica assentava em 5 pilares fundamentais: nutrir a alma; nutrir o corpo;
viver de forma saudável quer ao nível físico, quer ao nível familiar; reforçar
a imunidade; e fazer uma desintoxicação regularmente através do jejum ou da
ingestão de líquidos. O excesso de alimentação, segundo ela, era prejudicial ao
organismo. Embora atribua a causa de muitas doenças à religião, Hildegarda foi
sem dúvida uma mulher à frente do seu tempo.
ME/400439/29
ME/Escola
Secundária Sebastião e Silva
Modelo de anatomia comparável de inflorescência de camomila (anthemis cotula), usado para o estudo morfológico e descrição sumária bem como na interpretação ecológica dos caracteres observados que, com graus de aprofundamento diferentes, se fazia nas disciplinas de Ciências Naturais.
Imagem
parietal de espécie vegetal/Valeriana
ME/401857/283
Escola
Secundária de Gil Vicente
O
quadro representa a planta da valeriana em 7 imagens. À esquerda, ocupando todo
o quadro a planta com raiz, caule, folhas e flor (a). À direita, em cima, a
flor em corte longitudinal (c), ao lado a flor (b); por baixo, ao centro o
fruto (e) e ainda por baixo, um corte transversal do fruto (f). Na parte
inferior do quadro, à direita, o fruto em corte longitudinal (g) e o fruto (d).
Ao fundo do quadro existe à esquerda, o nome da planta representada, em
espanhol e em latim. Ao centro, estão impressas legendas em espanhol, referindo
os elementos muito aumentados. Ainda ao fundo do quadro, do lado esquerdo, está
a seguinte inscrição: Tablas de Engleder: Botánica - nº13; à direita, está a
inscrição: Libreria de J.F. Schreiber, Esslingen (Alemania).
MJS
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