O Museu Nacional da Música é detentor de uma das maiores coleções instrumentais da Europa, possuindo acervos fonográfico e iconográfico, espólio documental e biblioteconómico.
Aberto ao público desde 1994,
tem como missão “salvaguardar, conservar, estudar, valorizar, divulgar e
desenvolver os seus bens culturais, promovendo o património musicológico,
fonográfico e organológico português, tendo em vista o incentivo à qualificação
e divulgação da cultura musical portuguesa. Esta missão traduz-se num conjunto
de atribuições onde se inclui a salvaguarda e estudo das coleções, incorporação
de novos espécimes, realização de exposições temporárias, edição de
publicações, realização de visitas educativas, recitais, conferências e outros
eventos.”
A origem do Museu data de 1911
com a nomeação de Michel’angelo Lambertini para a recolha de instrumentos
musicais, partituras e peças de iconografia. A falta de incentivo governamental
fez com que recorresse ao colecionador António Carvalho Monteiro para impedir a
saída do país da coleção Keil. Ambos iniciam uma parceria e Carvalho Monteiro
cede um espaço para a acomodação de parte das coleções.
Após a morte destes mecenas, o
projeto fica adiado até 1931, quando Tomás Borba toma conhecimento do espólio e
adquire o remanescente. O acervo é transferido para o Conservatório Nacional.
Posteriormente, algumas peças do rei D. Luís provenientes do Palácio da Ajuda,
vieram integrar a coleção, que foi sendo aumentada através de aquisições em
leilões.
Em 1946 reabre o Conservatório
e o Museu, que teve bastante reconhecimento durantes esta período. Na década de
70, a expansão do Conservatório para as áreas da Dança, Cinema e Educação pela
Arte, obrigou à ocupação do espaço do museu, transferido para o Palácio
Pimenta. As 658 peças permanecem aqui até à intervenção de João de Freitas
Branco que as relocaliza na Biblioteca Nacional, onde Santiago Kastner inicia a
sua inventariação. Em 1993 o Museu tem um espaço definitivo localizado no Alto
dos Moinhos.
No que respeita ao acervo
bibliográfico, existe um centro de documentação especializado em obras de
referência sobre organologia, história, teoria e estudo da música.
Existe informação documental
sobre instrumentos de todo o mundo, músicos e estilos musicais. São cerca de
3000 obras que incluem teses, tratados, métodos instrumentais, catálogos de
museus, periódicos (Arte Musical, Early Music, Le Monde la
Musique, Ritmo ou World of Music), trabalhos sobre os
instrumentos das coleções do museu e sobre construtores de instrumentos de
música.
No Museu também podem ser
consultados vários fundos documentais de figuras como Alfredo Keil; do seu
colaborador Luís Filgueiras, de Michel'angelo Lambertini, Josefina Andersen,
Pedro Prado, Tomás Alcaide, Júlio Cardona e do seu pai Ferreira da Silva, Ella
Eleanore Amzel, do maestro José de Sousa e do músico Virgílio Augusto Freitas.
Destes fundos fazem parte vários tipos de documentos, como partituras,
programas de concertos, correspondência, etc.
De acordo com a notícia
avançada pelo Jornal Público, foi apresentado em abril deste ano, um projeto
que tem como objetivo a transferência do Museu para o Palácio Nacional de
Mafra, um espaço mais adequado à magnitude desta coleção. A abertura está
prevista para 2023.
MJS
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