2021/12/02

Biblioteca do Museu Nacional de Música

(Imagem do interior do Museu Nacional de Música com um piano, um órgão e violinos ao fundo. Retirada da internet)

O Museu Nacional da Música é detentor de uma das maiores coleções instrumentais da Europa, possuindo acervos fonográfico e iconográfico, espólio documental e biblioteconómico.

Aberto ao público desde 1994, tem como missão “salvaguardar, conservar, estudar, valorizar, divulgar e desenvolver os seus bens culturais, promovendo o património musicológico, fonográfico e organológico português, tendo em vista o incentivo à qualificação e divulgação da cultura musical portuguesa. Esta missão traduz-se num conjunto de atribuições onde se inclui a salvaguarda e estudo das coleções, incorporação de novos espécimes, realização de exposições temporárias, edição de publicações, realização de visitas educativas, recitais, conferências e outros eventos.”

A origem do Museu data de 1911 com a nomeação de Michel’angelo Lambertini para a recolha de instrumentos musicais, partituras e peças de iconografia. A falta de incentivo governamental fez com que recorresse ao colecionador António Carvalho Monteiro para impedir a saída do país da coleção Keil. Ambos iniciam uma parceria e Carvalho Monteiro cede um espaço para a acomodação de parte das coleções.

Após a morte destes mecenas, o projeto fica adiado até 1931, quando Tomás Borba toma conhecimento do espólio e adquire o remanescente. O acervo é transferido para o Conservatório Nacional. Posteriormente, algumas peças do rei D. Luís provenientes do Palácio da Ajuda, vieram integrar a coleção, que foi sendo aumentada através de aquisições em leilões.

(Imagem de alguns violinos no interior do Museu Nacional de Música, retirada da internet)

Em 1946 reabre o Conservatório e o Museu, que teve bastante reconhecimento durantes esta período. Na década de 70, a expansão do Conservatório para as áreas da Dança, Cinema e Educação pela Arte, obrigou à ocupação do espaço do museu, transferido para o Palácio Pimenta. As 658 peças permanecem aqui até à intervenção de João de Freitas Branco que as relocaliza na Biblioteca Nacional, onde Santiago Kastner inicia a sua inventariação. Em 1993 o Museu tem um espaço definitivo localizado no Alto dos Moinhos.

No que respeita ao acervo bibliográfico, existe um centro de documentação especializado em obras de referência sobre organologia, história, teoria e estudo da música.

Existe informação documental sobre instrumentos de todo o mundo, músicos e estilos musicais. São cerca de 3000 obras que incluem teses, tratados, métodos instrumentais, catálogos de museus, periódicos (Arte Musical, Early Music, Le Monde la Musique, Ritmo ou World of Music), trabalhos sobre os instrumentos das coleções do museu e sobre construtores de instrumentos de música.

No Museu também podem ser consultados vários fundos documentais de figuras como Alfredo Keil; do seu colaborador Luís Filgueiras, de Michel'angelo Lambertini, Josefina Andersen, Pedro Prado, Tomás Alcaide, Júlio Cardona e do seu pai Ferreira da Silva, Ella Eleanore Amzel, do maestro José de Sousa e do músico Virgílio Augusto Freitas. Destes fundos fazem parte vários tipos de documentos, como partituras, programas de concertos, correspondência, etc.

De acordo com a notícia avançada pelo Jornal Público, foi apresentado em abril deste ano, um projeto que tem como objetivo a transferência do Museu para o Palácio Nacional de Mafra, um espaço mais adequado à magnitude desta coleção. A abertura está prevista para 2023.

 

 

MJS

  

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