A revista A Águia foi uma revista de âmbito literário, artístico, científico, filosófico e de crítica social publicada na cidade do porto entre 1910 e 1932. A revista começou por ser bimensal e depois mensal, o órgão por excelência do movimento da Renascença Portuguesa. Teve 250 edições repartidas por 5 séries.
A publicação foi iniciada em
dezembro de 1910, com a designação de quinzenal ilustrada de literatura e
crítica. Jaime Cortesão foi o orientador d’ A Águia nesta primeira fase. O seu
diretor e proprietária era Álvaro Pinto. A missão d’A Águia era reunir
intelectuais dispersos, publicar inéditos e contribuir para uma política de
renascimento cultural da identidade portuguesa.
Em 1912 foi adquirida pela Renascença Portuguesa, tornando-se o seu
órgão oficial. O seu diretor foi Tércio de Miranda. A chamada Renascença Portuguesa foi um movimento
cultural com um ideal nacionalista, ligado ao neogarretismo e a uma corrente do sebastianismo. O neogarrettismo
foi um movimento que recuperou os ideias defendidos por Almeida Garret
(1799-1854), sobretudo a salvaguarda e promoção do património cultural
português.
Após a implantação da
república, os intelectuais tentaram contribuir positivamente para a construção
de uma nova sociedade. A Primeira República deparou-se com problemas em vários
setores da vida portuguesa
Entre 1912 e 1932 foram
diretores da revista Teixeira de Pascoaes, António Carneiro, Leonardo Coimbra,
Teixeira Rego, Hernâni Cidade, Adolfo Casais Monteiro, Sant’Anna Dionísio,
Aarão de Lacerda e Delfim Santos.
A maioria dos números teve a
orientação de Teixeira de Pascoes, teorizador do saudosismo metafísico, tendo
optado pela publicação de material inédito em Portugal. Numa segunda fase,
Leonardo Coimbra foi o grande mentor.
A influência da revista na
sociedade portuguesa foi enorme, agrupando autores com diversas tendências
literárias como Raul Proença e António Sérgio. Juntamente com Jaime Cortesão,
Raul Brandão e Augusto Casimiro, irão estar presentes nas publicações e
fundação da Seara Nova.
A característica mais marcante
da revista foi o uso frequente de aliterações, onomatopeias e as maiúsculas.
Aqui se incluem nomes como Augusto de Santa-Rita, Ronald de Carvalho, Bento de
Oliveira Cardoso e Castro, Mário Beirão, António Correia de Oliveira, Afonso
Lopes Vieira, Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro.
Os dois princípios
fundamentais d’ A Águia eram: a vida é um movimento em constante transformação,
com dinamismo e ausência de preconceitos; os intelectuais teriam a missão de
criticar o preconceito e transformar o pensamento.
Apesar do sucesso obtido pela
revista e pelo movimento, houve desde o início algumas dissidências internas,
que resultaram noutros movimentos e publicações. Em 1932 A Águia cessou as suas
publicações, já estando com uma atividade editorial muito reduzida desde 1920.
A Biblioteca da
Secretaria-Geral da Educação e Ciência dispõe de um exemplar desta revista, ao
qual poderá aceder através do SIBME.
MJS e EE
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