Os chocalhos são igualmente
usados por ranchos folclóricos ou em celebrações específicas como o Entrudo
Chocalheiro do carnaval de Podence. O seu fabrico foi declarado Património
Cultural Imaterial da Humanidade em 2015.
A necessidade de salvaguarda
urgente deve-se não só ao facto da diminuição da atividade pastorícia nesta
área, mas também ao processo de fabrico moroso e complexo do chocalho.
Em tempos mais antigos, cada
animal, consoante o tipo de gado, utilizava um chocalho de tamanho diferente
conforme a época do ano. O animal mais guloso usava um chocalho maior e com som
mais grave para que o seu dono pudesse perceber se andava a comer a pastagem do
vizinho.
Para obtenção de um melhor som
é necessário soldar os bordos e colocar uma folha de latão e bronze, coberta
por barro amassado com palhinha de trigo. Levam-se à forja e são posteriormente
molhados em água fria. Depois de secos o barro é removido. Há, então, que
afinar o som na bigorna através de várias marteladas.
Os nomes dos chocalhos variam
consoante o seu tamanho que vai desde 2 a 50 cm. Cada um tem uma espécie de
brasão, a assinatura do artesão que o produziu e a marca da casa agrícola que o
encomendou.
Em Portugal, atualmente existem cerca de uma dúzia de chocalheiros com um saber e uma arte que não pode cair no esquecimento. Estão localizados no Alentejo, na sua maioria, mas também em Braga, Tomar, Cartaxo e Angra do Heroísmo.
Em Alcáçovas pode-se visitar o
Museu do Chocalho, uma coleção particular com mais de 3.000 peças, recolhidas
ao longe de 60 anos.
Para saber mais visite a Câmara Municipal de Viana do Alentejo.
MJS
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