Jarro
Galo vidrado branco e vermelho (crista), que forma um recipiente com
tampa (costas do animal). A cauda tem forma de pega. Está inventariado com o
número ME/402618/84 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária
Rafael Bordalo Pinheiro.
Situada no centro da cidade das Caldas da Rainha, a Escola Secundária
Rafael Bordalo Pinheiro teve origem na Escola de Desenho Industrial Rainha D.
Leonor, criada em 1884. Em 1919 passou a denominar-se Escola de Artes e Ofícios
e mais tarde Escola Industrial e Comercial Rainha D. Leonor. Com a reforma do
ensino técnico, a sua designação passou a ser Escola Industrial e Comercial
das Caldas da Rainha e em 1973 adotou o nome atual.
Esta peça insere-se
na típica cerâmica figurativa das Caldas da Rainha. Embora não se possa datar
com precisão a introdução destes “bonecos” de louça, pensa-se que possam ser atribuídos
a Maria dos Cacos, cuja oficina remonta ao período 1820-1850. Durante a primeira
metade do século XIX, a produção de louça vidrada caldense foi pródiga em
objetos inspirados na figura humana e animal, cuja forma é adaptada a funções
utilitárias e/ou decorativas: castiçais, paliteiros, apitos, canecas, vasilhas,
suspensões decorativas ou peças de jardim. Os animais representados com maior
frequência são cães, macacos, leões, touros ou galos. Supõe-se que a oficina
de Manuel Mafra, em 1853 teria tomado a de Maria dos Cacos, o que se traduziu
numa forte projeção da cerâmica caldense, com a introdução de mais modelos e
do aumento da qualidade e criatividade das peças (burros, porcos, gatos,
aves, peixes, répteis). Rafael Bordalo Pinheiro instalou-se neste centro
cerâmico com a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, em 1884, trazendo
várias inovações como o retomar da figuração humana. Estão nesta linha as
representações do Zé Povinho e de outras figuras comuns (ama, polícia,
sacristão, cura) ou políticas (Visconde Faria, Marquês de Franco, o Barriga).
Em todas elas, o humor e a caricatura surge como marca identificadora.
Bordalo Pinheiro retomou igualmente a produção dos "paliteiros” e
introduziu a representação de figuras regionais, geralmente miniaturais.
Bibliografia e informação adicional: Para consultar a história da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro: |
MJS
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