2013/01/16

Peça do mês de janeiro



Jarro
Galo vidrado branco e vermelho (crista), que forma um recipiente com tampa (costas do animal). A cauda tem forma de pega. Está inventariado com o número ME/402618/84 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro.
Situada no centro da cidade das Caldas da Rainha, a Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro teve origem na Escola de Desenho Industrial Rainha D. Leonor, criada em 1884. Em 1919 passou a denominar-se Escola de Artes e Ofícios e mais tarde Escola Industrial e Comercial Rainha D. Leonor. Com a reforma do ensino técnico, a sua designação passou a ser Escola Industrial e Comercial das Caldas da Rainha e em 1973 adotou o nome atual.
Esta peça insere-se na típica cerâmica figurativa das Caldas da Rainha. Embora não se possa datar com precisão a introdução destes “bonecos” de louça, pensa-se que possam ser atribuídos a Maria dos Cacos, cuja oficina remonta ao período 1820-1850. Durante a primeira metade do século XIX, a produção de louça vidrada caldense foi pródiga em objetos inspirados na figura humana e animal, cuja forma é adaptada a funções utilitárias e/ou decorativas: castiçais, paliteiros, apitos, canecas, vasilhas, suspensões decorativas ou peças de jardim. Os animais representados com maior frequência são cães, macacos, leões, touros ou galos. Supõe-se que a oficina de Manuel Mafra, em 1853 teria tomado a de Maria dos Cacos, o que se traduziu numa forte projeção da cerâmica caldense, com a introdução de mais modelos e do aumento da qualidade e criatividade das peças (burros, porcos, gatos, aves, peixes, répteis). Rafael Bordalo Pinheiro instalou-se neste centro cerâmico com a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, em 1884, trazendo várias inovações como o retomar da figuração humana. Estão nesta linha as representações do Zé Povinho e de outras figuras comuns (ama, polícia, sacristão, cura) ou políticas (Visconde Faria, Marquês de Franco, o Barriga). Em todas elas, o humor e a caricatura surge como marca identificadora. Bordalo Pinheiro retomou igualmente a produção dos "paliteiros” e introduziu a representação de figuras regionais, geralmente miniaturais.

Bibliografia e informação adicional:




Para consultar a história da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro:




MJS

Sem comentários: