O aparelho de Kipp é um instrumento de funcionamento
contínuo, utilizado nos laboratórios químicos para a produção de pequenos
volumes de gases, geralmente dióxido de carbono. Foi inventado por Petrus
Johannes Kipp (1808-1864), um farmacêutico de Delft, Holanda. A primeira
descrição deste instrumento foi publicada num jornal holandês em 1844.
O aparelho consiste em duas ou três peças de vidro que
encaixam entre si. A peça maior tem a forma de pera com uma larga abertura
esmerilada na parte superior, que termina sob a forma de um tubo cilíndrico,
que permite o encaixe com a parte inferior da segunda peça de vidro. Esta
última assemelha-se a uma esfera e é rematada no topo por uma abertura
cilíndrica. Este instrumento tem ainda duas tubuladuras que servem para regular
o desprendimento de gases.
Para a produção de sulfureto
de hidrogénio (H2S), fragmentos de zinco metálico são colocados no recipiente
esférico médio. Por sua vez, ácido sulfúrico diluído é introduzido no
recipiente superior que comunica com a cavidade inferior do instrumento através
de um tubo. Quando a abertura que se situa no recipiente esférico médio se
encontra aberta (encontra-se inicialmente fechada através de uma válvula), o
ácido cai pelo tubo e entra em contacto com o zinco. Esta mistura reage
produzindo sulfureto de hidrogénio. Quando a válvula é fechada a pressão
aumenta, forçando o ácido a ascender pelo tubo até ao recipiente superior. A
reação e a produção de gás cessa assim que já não houver ácido em contacto com
o metal. Este aparelho não é completamente satisfatório na produção de gás,
pois o ácido remanescente da reação (que contém sulfato de zinco) é misturado
com ácido sulfúrico que ainda não foi utilizado (no recipiente superior),
diluindo-o e fazendo com que a reação se torne mais lenta.
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