Painel de azulejos Painel de azulejos emoldurado em base de madeira. Destaca-se, ao centro, uma mulher
de lenço à cabeça que segura no colo uma réplica de um moliceiro, acompanhada
por uma criança. Atrás deles, surge um conjunto de três homens de chapéu de
abas largas, sendo que um deles segura numa viola. Nas laterais, surgem mais
dois músicos (um tocador de gaita de foles e um de tambor), enquanto o
flautista está sentado no chão, virado na direção da mulher. Data do ano de
1953 e foi realizado por alunos da escola, no âmbito das Artes Visuais O
painel pertence à Escola Secundária Dr. Mário Sacramento, Aveiro, com o
número de inventário ME/400970/56. A escola foi criada em 1893 como Escola de
Desenho Industrial de Aveiro, com o objetivo de formar indivíduos que
pudessem trabalhar na indústria de cerâmica, florescente nesta zona. Em 1898 passou
a designar-se como Escola Industrial e em 1914 como Escola Industrial e
Comercial, abrangendo outras áreas do ensino técnico, como é o caso da costura,
talha, carpintaria, serralharia ou eletrotecnia. Após 1974,
a Escola passou a Escola Secundária n.º 1 de Aveiro. Em 2002 adotou como
patrono o Dr. Mário Sacramento, que deu o nome à instituição. Mário Emílio de
Morais Sacramento (1920 —1969), médico, escritor e teorizador do
movimento neorrealista, foi uma figura de grande destaque no panorama
político português devido à sua oposição ao regime do Estado Novo. A
cerâmica desempenhou desde sempre um papel preponderante na região de Aveiro.
Durante o século XVI esta atividade ganhou importância através do
aparecimento das primeiras “fábricas” de olaria. O século XVIII marcou o
desenvolvimento da cerâmica artística decorativa, sendo de destacar a Fábrica
do Côjo, fundada em 1775 por João Rodrigues Branco, que implantou a cerâmica
elaborada com barro branco. A partir de 1860, esta fábrica começou a produzir
azulejos através de uma nova técnica de estampilhagem. Em
1882 foi fundada a Fábrica da Fonte Nova, responsável pela produção de
objetos bastante diversificados, desde a louça comum até peças de azulejaria.
A necessidade constante de pessoal qualificado e artistas esteve, assim, na
origem da Escola de Desenho Industrial de Aveiro. A partir de 1905 esta
fábrica degradou-se e teve de competir com a nova Fábrica dos Santos Mártires,
mais tarde Fábrica Aleluia, criada por antigos operários, que incentivou a
produção do azulejo. A
partir de 1911 foram criadas várias fábricas em Aveiro, assistindo-se a um
novo fôlego a partir da primeira guerra mundial, contribuindo para o sucesso da
região na produção cerâmica nacional.
Bibliografia e informação adicional: http://www.aveiro.eu/page.asp?lg=pt&pid=161 http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2170.pdf http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223394764P3rXB4nf5As64EQ1.pdf http://www.aveiro.co.pt/categoria.aspx?categoria=museus
|
MJS
Sem comentários:
Enviar um comentário