Custódio
Dias Guerreiro nasceu em Lisboa a 1 de março de 1858. Para além do curso de
professor primário, fez estudos preparatórios no Liceu de Lisboa, algumas
disciplinas no Instituto Industrial e Comercial, bem como várias cadeiras de
música no Real Conservatório.
Foi professor
na Escola Primária de Várzea de Góis em 1882, onde viveu durante alguns anos,
intervindo na vida pública. O seu papel no associativismo docente foi marcado
por participações ativas em conferências e na imprensa pedagógica.
Em
1886, na Conferência Pedagógica do Círculo de Arganil aprovou as propostas de
constituição da Federação do Professorado Primário Português, sendo que a luta
associativa pelo professorado, marcou sua vida.
Em
1898 publicou Aspirações e protestos do
professorado primário com as conferências apresentadas aos congressos
pedagógicos de Lisboa e Porto em 1897. Os temas em debate foram, em Lisboa, os
edifícios e o material escolar e no Porto, o combate ao analfabetismo e a
melhoria das condições salariais dos professores.
Dias
Guerreiro insistiu na necessidade de um plano uniforme para as escolas
primárias, tornando-as atraentes e motivadoras para os alunos, de forma a
garantir a frequência escolar. A maneira de conter o crescente analfabetismo da
população portuguesa era a edificação de escolas confortáveis e apelativas.
Em
1898, o governo concedeu à Associação dos Engenheiros Civis Portugueses as
linhas para um concurso público de edifícios de escolas primárias. A ideia do
governo era afastar as escolas dos centros urbanos, mas a associação de
professores preferiu uma solução de compromisso, tendo em conta que as crianças
teriam de percorrer grandes distâncias. Para além disso, de acordo com a
associação, a casa do professor deveria situar-se no edifício da escola.
O
aspeto dos edifícios teria de ser simples, mas não despojado, sem exageros de
decoração, mas não severo. O espaço exterior, no entanto, não tinha sido sequer
objeto de discussão.
De
acordo com as teorias deste educador, deveriam existir dois tipos de construção:
um para escolas até 70 alunos e outro para escolas com mais de 65 alunos. Este
plano deveria ser coordenado por uma comissão de engenheiros.
Em
1899 publicou A Associação e a Escola
onde fez um estudo crítico da luta do movimento associativo dos professores. Devem
referir-se os seus esforços para a constituição de caixas económicas escolares,
na Várzea de Góis, em Coimbra e em várias localidades do norte e centro de
Portugal. Estas caixas económicas eram um auxílio às necessidades dos alunos e
das escolas, assegurando a igualdade de oportunidades.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
MJS
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