2025/03/03

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Custódio Dias Guerreiro (1858 – 19 ?)

 

(Imagem de Custódio Dias Guerreiro retirada de internet)
 


Custódio Dias Guerreiro nasceu em Lisboa a 1 de março de 1858. Para além do curso de professor primário, fez estudos preparatórios no Liceu de Lisboa, algumas disciplinas no Instituto Industrial e Comercial, bem como várias cadeiras de música no Real Conservatório.

Foi professor na Escola Primária de Várzea de Góis em 1882, onde viveu durante alguns anos, intervindo na vida pública. O seu papel no associativismo docente foi marcado por participações ativas em conferências e na imprensa pedagógica.

Em 1886, na Conferência Pedagógica do Círculo de Arganil aprovou as propostas de constituição da Federação do Professorado Primário Português, sendo que a luta associativa pelo professorado, marcou sua vida.

Em 1898 publicou Aspirações e protestos do professorado primário com as conferências apresentadas aos congressos pedagógicos de Lisboa e Porto em 1897. Os temas em debate foram, em Lisboa, os edifícios e o material escolar e no Porto, o combate ao analfabetismo e a melhoria das condições salariais dos professores.

Dias Guerreiro insistiu na necessidade de um plano uniforme para as escolas primárias, tornando-as atraentes e motivadoras para os alunos, de forma a garantir a frequência escolar. A maneira de conter o crescente analfabetismo da população portuguesa era a edificação de escolas confortáveis e apelativas.

Em 1898, o governo concedeu à Associação dos Engenheiros Civis Portugueses as linhas para um concurso público de edifícios de escolas primárias. A ideia do governo era afastar as escolas dos centros urbanos, mas a associação de professores preferiu uma solução de compromisso, tendo em conta que as crianças teriam de percorrer grandes distâncias. Para além disso, de acordo com a associação, a casa do professor deveria situar-se no edifício da escola.

O aspeto dos edifícios teria de ser simples, mas não despojado, sem exageros de decoração, mas não severo. O espaço exterior, no entanto, não tinha sido sequer objeto de discussão.

De acordo com as teorias deste educador, deveriam existir dois tipos de construção: um para escolas até 70 alunos e outro para escolas com mais de 65 alunos. Este plano deveria ser coordenado por uma comissão de engenheiros.

Em 1899 publicou A Associação e a Escola onde fez um estudo crítico da luta do movimento associativo dos professores. Devem referir-se os seus esforços para a constituição de caixas económicas escolares, na Várzea de Góis, em Coimbra e em várias localidades do norte e centro de Portugal. Estas caixas económicas eram um auxílio às necessidades dos alunos e das escolas, assegurando a igualdade de oportunidades.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


MJS


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