(Imagem do autor retirada de Dicionário de educadores portugueses)
Celestino
Bernardo Feliciano Marques Pereira nasceu a 30 de novembro de 1909 em Panguim,
na Índia, filho do general Alberto Feliciano Marques Pereira e de Emília da Conceição
Prazeres Marques Pereira.
Fez os
seus estudos secundários no Liceu Nacional de 5 de Outubro em Lourenço Marques.
Ingressou posteriormente na Escola Militar, em Lisboa, em Infantaria. Assentou
praça em 1928 como aspirante, tendo recebido vários louvores e distinções. Seguiu-se
a frequência da Escola de Educação Física do Exército, com elevadas
classificações que o levaram a tornar-se aluno ordinário do Instituto Central e
Real de Ginástica de Estocolmo em 1934. Fez várias especializações na Suécia,
Dinamarca e Berlim e foi enviado como observador oficial à Suécia em 1934, à
Dinamarca em 1935, à Noruega em 1936 e à Alemanha em 1938, entre outros.
Na
obra de 1939, A Educação Física na Suécia
e Dinamarca, notou a superioridade física dos jovens nórdicos que se devia
à manutenção de um sistema de educação física muito desenvolvido. Esta situação
contrastava com o panorama nacional. Para Marques Pereira o Estado Novo tinha
ao seu dispor instituições que se prestavam à regeneração da atividade física:
a Mocidade Portuguesa, a Federação Nacional para a Alegria no Trabalho e o
Instituto Nacional de Educação Física.
A
partir de 1945, pretendeu igualmente chegar ao grande público, tendo escolhido
a rádio para a divulgação do seu projeto de dar a conhecer a utilidade e a
vantagem da prática regular de exercício físico.
Em
1946, na obra Por Bem – Alguns Aspetos da
Educação Nacional, refletiu sobre a necessidade de reformar o ensino que
devia ser tratado como um todo, articulando a educação física com a educação
intelectual e moral. Colocou a tónica nos materiais didáticos e na adequada
formação de professores. Neste ano publicou igualmente Lições de jogos para a juventude e Programa de Educação Física para a Juventude em Idade Escolar (10 anos
em diante).
Na década
de 50 participou na organização da Educação Física em Angola e Moçambique,
tendo colaborado em inúmeras conferências. A sua obra de referência foi o Tratado de Educação Física, em 1951, que
serviu para a formação de professores até 1974. A educação física era encarada
não como uma atividade paraescolar, mas sim como uma disciplina fundamental na
formação dos jovens.
Em
1963 doutorou-se no Instituto Superior de Educação Física da Faculdade de
Medicina e Farmácia da Universidade Livre de Bruxelas. A sua tese intitulava-se
Portée Pédagogique de l’ Analyse de l’
Exercice Physique.
Tornou-se
professor de Metodologia e Didática e de Técnica e Análise dos Movimentos de
Ginástica no Instituto Nacional de Educação Física, regeu cursos de ginástica
na Emissora Nacional e foi professor na Universidade Livre de Bruxelas entre
1964 e 1965. Desempenhou inúmeros cargos no governo relacionados com a prática
do exercício físico.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
MJS
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