António
de Sena Faria de Vasconcelos Cabral Azevedo nasceu em Castelo Branco a 2 de
março de 1880, filho de Luís Cândido de Faria e Vasconcelos, licenciado em
direito e delegado do Procurador Régio e de Maria Rita de Sena Belo de
Vasconcelos.
Foi
aluno do Colégio do Espírito Santo de Braga até 1895 e posteriormente
licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra em 1901 com a tese O Materialismo Histórico e a Reforma
Religiosa do Século XVI.
Em
1902 publicou a obra O Ensino
Ético-Social das Multidões, em que sustentou a teoria de que as sociedades
modernas se encontravam debilitadas, sendo necessária uma nova educação moral e
científica, através da educação.
Desde
cedo se interessou pela vertente pedagógica e educativa como forma de
transformação social. Nesse sentido, frequentou a Universidade Nova de Bruxelas
onde obteve o grau de Doutor em Ciências Sociais em 1904 com a tese Esquisse d’une Théorie de la Sensibilité
Sociale. Entre 1904 e 1914 foi regente de Psicologia e Pedagogia no
Instituto de Altos Estudos.
Faria
de Vasconcelos aderiu ao movimento da Escola Nova, cujo núcleo mais ativo se
situava no Instituto Jean-Jacques Rousseau. Em 1912, o educador fundou a Escola
de Bierges em Bruxelas, cuja experiência foi relatada na obra Une École Nouvelle en Belgique publicada
em 1915. Nesta escola cumpriram-se 28,5 dos 30 princípios da escola nova, de
acordo com o Bureau International des Écoles Nouvelles.
Devido
à eclosão da Primeira Guerra Mundial, o pedagogo mudou-se para Genève em 1914
onde exerceu funções docentes no Instituto jean-Jacques Rousseau. Mais tarde,
realizou um trabalho de destaque em Cuba (1915-1917) e na Bolívia (1917-1920)
que se estendeu a toda a América Latina através da obra Didactica de la Escuela Nueva.
Em
1921 regressou a Portugal e passou a exercer o cargo de professor de Pedagogia
na Escola Normal Superior. Foi cofundador do Grupo Seara Nova, tendo
participado ativamente na revista Seara
Nova, na Educação Popular e n’ A Batalha.
Tornou-se
Assistente da Faculdade de Letras de Lisboa em 1922 e publicou alguns artigos
sob o título Bases para a Solução dos
Problemas da Educação Nacional que estruturaram a reforma da educação de
João Camoesas.
Empenhou-se
na organização da Universidade Popular Portuguesa, fundada em 1919 por Ferreira
de Macedo. Em 1924 publicou a obra Lições
de Psicologia Geral e em 1925 fundou o Instituto de Orientação Profissional
em Lisboa.
Em 1931 envolveu-se na organização do Instituto Dr. Navarro de Paiva em articulação com o Instituto de Reeducação Mental e Pedagógica. O Instituto destinava-se a jovens do sexo masculino entre os 9 aos 16 anos que seriam úteis à sociedade através de uma reeducação e da prática de um ofício adequado.
Seria
interessante relembrar o artigo publicado neste blogue sobre Faria de
Vasconcelos e o seu respetivo espólio bibliográfico e arquivístico, em 2011.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
MJS
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