A
multiplicidade linguística na Europa é fundamental para definir a identidade de
cada cidadão e da sua herança comum, fomentando a união na diversidade.
No
entanto, as competências linguísticas são imprescindíveis para a mobilidade,
cooperação e compreensão mútua além-fronteiras. Assim sendo, a União Europeia
promove a aprendizagem de línguas através da política educativa comum:
- a
nível individual, a aprendizagem de línguas cria oportunidades pessoais e
profissionais,
- a
nível social, promove a sensibilização cultural, a compreensão mútua e a coesão
social,
- a
nível empresarial, os trabalhadores com competências linguísticas e
interculturais são um recurso vital, ajudando as empresas a ter êxito e a
crescer nos mercados mundiais.
São
vários os programas que promovem a diversidade linguística:
- Programa
Erasmus+ que permite desenvolver diversas competências num país diferente,
- O projeto LISTIAC (Linguistically Sensitive Teaching in All Classrooms),
- O Projeto MultiMind, uma plataforma de investigação e formação no âmbito do multilinguismo.
Todos
os anos, a Comissão publica o Monitor da Educação e da Formação que mostra a
evolução dos sistemas de educação e formação dos Estados-Membros da União Europeia.
A recolha de dados sobre o ensino e a aprendizagem são igualmente realizados em
parceria com o Eurostat e a OCDE (Organização de Cooperação e de
Desenvolvimento Económicos).
Através do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) é possível medir a capacidade dos alunos de 15 anos no que respeita à utilização de competências em leitura matemática e ciências.
A Comissão coopera igualmente com o Conselho da Europa e o seu Centro Europeu de Línguas Modernas que promove a inovação no ensino das línguas através do apoio da sala de aula multilingues e da iniciativa RELANG que estabelece equivalências entre exames e níveis de línguas.
O
multilinguismo é uma das oito competências essenciais necessárias para a
realização pessoal, estilos de vida saudáveis e sustentáveis, a
empregabilidade, a cidadania ativa e a inclusão social, tal como foi sublinhado
pelos Estados-Membros da UE na Recomendação do Conselho sobre as competências
essenciais para a aprendizagem ao longo da vida.
No
entanto, demasiados jovens europeus ainda acabam os estudos sem conhecimentos
práticos de uma segunda língua.
O inquérito da UE sobre competências
linguísticas de 2011-12 (realizado em 14
Estados-Membros) revelou que
- 42%
dos alunos de 15 anos testados tinham atingido o nível de «utilizador
independente» (B1/B2 do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas) na
primeira língua estrangeira
- 25%
tinham atingido este nível numa segunda língua estrangeira
- 14%
dos alunos não tinham sequer um conhecimento básico de uma língua estrangeira
Por
estas razões, a UE definiu como prioridade fundamental o objetivo de melhorar o
ensino e a aprendizagem de línguas desde cedo. Em 22 de maio de 2019, os
ministros da Educação da UE adotaram a Recomendação do Conselho relativa a uma abordagem global
do ensino e aprendizagem de línguas.
A importância da aprendizagem de línguas desde cedo é também salientada na Recomendação do Conselho relativa a sistemas de educação e acolhimento na primeira infância de elevada qualidade.
No que respeita ao reforço das competências linguísticas, a estratégia a nível da UE para melhorar a aprendizagem de línguas é definida
na Recomendação do Conselho relativa a uma abordagem global do ensino e
aprendizagem de línguas. Na recomendação, os Estados-Membros acordaram em
trabalhar no sentido de:
- fomentar
a aprendizagem de línguas até ao final da escolaridade obrigatória, ajudando
todos os jovens a adquirir competências em, pelo menos, outra língua europeia
para além da(s) língua(s) da sua escolaridade
- incentivar
a aquisição de uma (terceira) língua adicional a um nível que lhes permita
interagir com um grau de fluência medido em função do Quadro Europeu Comum de Referência
para as Línguas (QECR) do Conselho ou da Europa
- incentivar
o desenvolvimento de abordagens abrangentes para melhorar o ensino e a
aprendizagem das línguas a nível nacional, regional, local e escolar
- introduzir
o conceito de sensibilização para as línguas no domínio da educação e da
formação, que proporciona um quadro inclusivo para a aprendizagem de línguas,
tendo em conta a variedade de competências linguísticas dos alunos
- assegurar
que um maior número de professores de línguas beneficiam de oportunidades de
aprendizagem e estudo no estrangeiro
- identificar
e promover métodos de ensino inovadores, inclusivos e multilingues, utilizando
ferramentas e plataformas a nível da UE, como o portal School Education Gateway e
a plataforma eTwinning
O documento de trabalho dos serviços da Comissão descreve o contexto científico e factual da recomendação.
Em
toda a UE, os alunos migrantes trazem para a sala de aula as suas competências
linguísticas e uma multiplicidade de novas línguas, com potenciais vantagens a
nível individual, mas também a nível das escolas e da sociedade.
Embora
os números variem consideravelmente de país para país – de 1 % na Polónia
a 40 % no Luxemburgo – no conjunto da UE, quase 10 % dos alunos
aprendem numa língua que não é a sua língua materna.
Trata-se
por isso de saber qual a melhor forma de aproveitar o potencial da diversidade linguística da UE. Os
dados disponíveis mostram que os alunos migrantes têm geralmente piores
resultados escolares nas competências de base.
As
escolas devem, portanto, adaptar os métodos de ensino de modo a atender de
forma positiva aos contextos culturais e linguísticos dos alunos, criando as
condições para que possam ter bons resultados escolares.
Os
temas da diversidade linguística nas escolas, das salas de aula multilingues e da sensibilização para
as línguas nas escolas são ainda mais integrados na nova iniciativa Percursos para o sucesso escolar.
Selo
Europeu das Línguas
Dia
Europeu das Línguas
O Dia Europeu das Línguas comemora-se
anualmente a 26 de setembro, constituindo uma oportunidade para:
- sensibilizar
o público para a grande variedade de línguas existente na Europa
- promover
a diversidade linguística e cultural
- incentivar
pessoas de todas as idades a aprender línguas – conhecer várias línguas
facilita os contactos interpessoais e a procura de emprego e contribui para o crescimento das
empresas
O Dia
Europeu das Línguas foi estabelecido pela Comissão Europeia e pelo Conselho da Europa, que representa
800 milhões de europeus de 47 países. A iniciativa conta com a
participação de diversos institutos culturais e linguísticos, associações,
universidades e, em especial, escolas. O Dia Europeu das Línguas foi criado em
2001 – o Ano Europeu das Línguas – e, desde então, tem sido comemorado
anualmente.
No que respeita à diversidade linguística, sabemos que as línguas não só definem a identidade de uma pessoa como fazem parte de um património comum. Podem servir de ponte para chegar a outros povos e culturas, promovendo a compreensão mútua e o desenvolvimento de um sentimento comum de identidade europeia.
A
adoção de políticas e iniciativas eficazes em matéria de multilinguismo pode reforçar
as oportunidades dos cidadãos. As competências linguísticas podem também
melhorar a empregabilidade dos indivíduos, facilitar o acesso a serviços e o
exercício de direitos e contribuir para a solidariedade mediante o reforço do
diálogo intercultural e da coesão social.
Fonte:
https://education.ec.europa.eu/pt-pt
MJS
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