D. Maria
I (1734 – 1816), “a Piedosa”, era filha primogénita de D. José I e de D.
Mariana Vitória de Áustria. Casou com o seu tio, D. Pedro III, príncipe
consorte, em 1760 e subiu ao trono em 1777.
Ao
nível do comércio externo, D. Maria retomou o comércio da rota do cabo, uma vez
que Inglaterra e França se encontravam envolvidas nos processos
revolucionários. Liberalizou a economia e extinguiu as Companhias do Grão-Pará
e Maranhão e de Pernambuco e Paraíba.
Ao
nível interno, o Marquês de Pombal foi afastado do governo e os presos
políticos foram libertados. Concedeu asilo a vários nobres franceses que
fugiram do Terror da Revolução Francesa.
D.
Maria fundou várias instituições culturais e de assistência pública: a Academia Real das Ciências de Lisboa e a
Academia Real de Marinha (1779), a Casa Pia de Lisboa (1780) e a Real Biblioteca Pública da Corte (1796).
A Casa Pia foi verdadeiramente inovadora, uma vez que se destinava à educação
de crianças órfãs ou financeiramente muito desfavorecidas. Fez igualmente
intervenções em vários edifícios, nomeadamente no palácio de Queluz.
A par
destas instituições, D. Maria mandou edificar a Basílica da Estrela e o Teatro
de S. Carlos em Lisboa. No Porto, construiu o Hospital de Santo António e o
Teatro de São João.
A
partir de 1792, D. Maria foi considerada mentalmente instável e foi o seu filho
que se encarregou dos assuntos de Estado. Em 1799 foi D. João que assumiu o
cargo de regente. Em 1807, em virtude das invasões francesas, D. Maria embarcou
para o Brasil, juntamente com a família real, onde viria a falecer.
No que
respeita às políticas educativas, depois da morte de D. José I muitas escolas
primárias foram encerradas e outras entregues a religiosos. O governo tendeu a
valorizar o ensino da formação profissional qualificada. Devido a este
desinteresse pela instrução elementar, a Junta
das Escolas pediu, em 1801, a criação de 200 escolas. Foram abertas apenas
21. A abertura de escolas particulares foi dificultada pelo governo.
Relativamente
ao ensino artístico, em 1779 os estudos da Real
Escola Náutica do Porto foram ampliados e em 1780 criou-se a Aula de Desenho e Debuxo. Em 1803 foi
incorporada na Academia Real de Marinha e
Comércio, com diretores como Vieira Portuense e Domingos Sequeira. Nos
reinados seguintes, em 1836 com D. Maria II passou para a Academia de Belas
Artes e em 1881, com D. Luís deu origem à atual Escola de Belas Artes.
Em
1780 surgiu a aula de Desenho na Casa Pia.
Neste ano, Volkmar Machado fundou a Academia
do Nu no Palácio de Gregório de Barros e Vasconcelos. Com a morte do
proprietário, passaram para o Palácio de Pina Manique, com professores como
Machado de Castro e Pedro Alexandrino.
Em
1781 J. Carneiro da Silva, incentivou a criação da Aula Régia de Desenho, com Desenho
Histórico ou de Figura e Desenho de
Arquitetura Civil, a cargo de José da Costa e Silva. Tratava-se de um
ensino publico. Aqui os alunos aprendiam aritmética e geometria elementar.
Posteriormente passavam a copiar desenhos de arquitetos e estudavam noções de
perspetiva. Domingos Sequeira estudou aqui.
Em
1802 a Gravura Artística reabriu com
F. Bartolozzi e separou-se da Imprensa
Régia em 1805. No reinado de D. João VI em 1823 passará para a Intendência
das Obras Públicas. Ainda em 1802 tentou renovar-se o ensino da pintura na
escola que se destinava às obras do Palácio da Ajuda.
Apesar
da intervenção do estado, a ação dos mestres foi muito importante. Durante o
século XVIII, André Gonçalves teve vários alunos.
MJS
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