2022/11/03

Invenções que mudaram o mundo: o papel

 

Quadro didático da fabricação do papel

ME/401778/356

Escola Secundária de Fonseca Benevides

Quadro de madeira com vidro protetor com mostruário de produtos utilizados para a fabricação do papel, organizados verticalmente, onde a fila de baixo apresenta vários exemplares do produto final. Legendado em Alemão.


O papel é um tipo de material produzido a partir de fibras de origem vegetal, utilizado para escrever, desenhar, imprimir, embalar, etc. Estas fibras devem ter uma elevada concentração de celulose que se encontra na polpa de madeira das árvores, sobretudo o pinheiro e o eucalipto. Anteriormente eram utilizados outros materiais como o algodão, o linho e o cânhamo.

Desde o início da humanidade que o homem recorre a vários materiais para representar objetos ou cenas da vida quotidiana nas mais diversas superfícies desde a pedra, até aos ossos de animais. A necessidade de representar graficamente ideias mais complexas e o aparecimento da escrita fez com que fossem criados suportes mais adequados e que permitissem a sua mobilidade: tábuas de argila, tecidos, papiro, pergaminho e por último o papel.

A palavra papel vem de papyrus, a planta de onde se extraíam as fibras utilizadas para fabricar este suporte no antigo Egipto. Sabemos que o papel feito de fibras vegetais foi fabricado pela primeira vez cerca de 3600 a. C. na China. T’sai-Lun inventou uma pasta derivada das fibras de bambu e da amoreira para produzir este material.


(Imagem que retrata várias épocas e técnicas de fabrico do "papel" retirada da internet: fabrico de papiro no Egipto, papel de fibras de bambu na China, pergaminho na época medieval e ainda uma fábrica)

No século III o fabrico do papel alarga-se a outros países como a Índia e a zona do Norte de África. Os árabes forneciam papel à Europa através da Península Ibérica. Posteriormente instalaram-se fábricas de papel em Valência, bastante conhecidas pela qualidade do material que produziam.

Houve, no entanto, alguma oposição à implantação do papel. Alguns monarcas ibéricos e alemães decretaram que os documentos oficiais deveriam ser sempre produzidos em pergaminho ou papiro. No entanto, a sua produção era insuficiente para as necessidades e, como tal, as fábricas de papel espalharam-se pela Europa. Em Portugal, a produção de papel iniciou-se em Leiria em 1411, na Batalha em 1514, em Alcobaça em 1537 e em Alenquer em 1565.

Os portugueses inovaram a indústria com uma invenção: a utilização da pasta de madeira criada na fábrica de Vizela fundada por Moreira de Sá em 1802. Durante as invasões francesas a fábrica foi destruída e esta invenção acabou por não ser divulgada internacionalmente. Esta descoberta proporcionou a revolução jornalística, anos mais tarde. Durante o século XIX iniciou-se o processo de branqueamento papel utilizando o cloro.

Com o advento da “era dos computadores” preconizou-se a diminuição do uso do papel que ficaria obsoleto. Ao contrário do esperado, o consumo de papel aumenta a cada ano que passa. Atualmente são produzidos papeis com fibras de algodão, destinados a trabalhos artísticos, desenhos e gravuras que exigem maior qualidade.

 

MJS


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