Vila
Viçosa, Vila Ducal Renascentista apresentou a sua candidatura a Património
Mundial da UNESCO.
Localizada
no Alentejo Central, distrito de Évora, Vila Viçosa é uma vila portuguesa, sede
do município que se divide em quatro freguesias: Elvas, Alandroal, Redondo e
Borba.
A
importância desta localidade reside no fato dos Duques de Bragança aqui terem
mantido as suas propriedades e o Paço Ducal até à Proclamação da República.
Foi
ocupada por romanos e árabes até à reconquista levada a cabo por D. Afonso II
em 1217. D. Afonso III em 1270 concede um foral e o nome da região muda de Vale
Viçoso para Vila Viçosa. No século XIV D. Dinis constrói o Castelo de Vila
Viçosa.
Durante
a crise de 1383-85, o comendador -mor da Ordem de Avis, traiu Portugal tomando
o partido de Castela e tomou a Vila, o que fez com que a população fugisse para
Borba. Depois da Batalha de Aljubarrota, a vila foi libertada.
Em
1461, a localidade passou a fazer parte do Ducado de Bragança. Em 1502
inicia-se a construção do Paço Ducal que se tornou a sua sede. D. Manuel I
Concede o foral à região em 1512.
Com o
início da Dinastia de Bragança, em 1640, Vila Viçosa perde a sua importância
tornando-se uma residência de férias. Em 1646, D. João VI ofereceu a coroa de
Portugal a Nossa Senhora da Conceição que se tornou Padroeira de Portugal. Aqui
se encontra o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição.
A
partir da implantação da República, deu-se a decadência da Vila. Só na década
de 1930, com a exploração dos mármores de Estremoz e a abertura do Paço Ducal
ao turismo, Vila Viçosa iniciou um período de desenvolvimento.
O
património cultural de Vila Viçosa é de extrema importância, podendo apontar-se
vários exemplos: a Praça principal, o Paço Ducal, o Palácio Matos Azambuja ou Casa dos Arcos, o Castelo, o Chafariz d'El-Rei,
o Convento da Esperança, o Convento das Chagas de Cristo, o Convento de Santa
Cruz, a Igreja e Convento dos Agostinhos, o Convento dos Capuchos, o Cruzeiro
da Serpente ou da Lapa, as Ermidas de São Bento, São João Batista, São Luís e
São Jerónimo, a Estátua Equestre do Duque de Bragança, a Igreja
de São João Evangelista, o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, entre muitos outros.
O foco
é, no entanto, o Paço Ducal, situado no Terreiro do Paço desta Vila. É uma das
obras primas da arquitetura da Idade Moderna, tendo sido Nicolau de Frias o
arquiteto responsável, iniciando o projeto e Pero Vaz Pereira que concluiu a
obra.
D.
Fernando (1403 – 1461) tornou Vila Viçosa a sede do Ducado de Bragança. Foi, no
entanto, com D. Jaime, o 4º Duque de Bragança, que se iniciou a construção de
um novo palácio – O Paço Ducal. Em 1501 iniciaram-se as obras, entretanto
interrompidas com a expedição a Azamor. Datam desta época o claustro, a zona da
Capela e as salas da Armaria.
D.
Teodósio, o 5º Duque, aproveitou o facto da sua irmã se ter casado com o
infante D. Duarte para ampliar o Palácio devido às festas do matrimónio que aí
ocorreu em 1537. Foi erguida a fachada revestida a mármore. Foram sendo feitos
inúmeros melhoramentos até 1640.
Com a
subida ao trono de D. João VI, o palácio tornou-se uma residência de férias. D.
João V alterou a capela, a cozinha e o pavilhão dos quartos novos. D. Maria I
acrescentou as Salas de Jantar e dos Vidros. D. Carlos e D. Amélia fizeram
igualmente inúmeras obras, passando aqui várias temporadas.
Após a
implantação da República, o Paço continuou na posse da Casa de Bragança, uma
vez que se tratava de um bem familiar. Em 1933 D. Manuel II entregou o Palácio
à Fundação da Casa de Bragança que o transformou num Museu. Inclui inúmeras
obras de arte, pintura, mobiliário, escultura, etc. Deve-se destacar a obra
artística do rei D. Carlos e a Biblioteca.
MJS
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