“Foi Fontes Pereira de Melo,
ministro das Obras Públicas, do Comércio e da Indústria, quem lançou o primeiro
sistema público de ensino industrial, assente na ideia de educação para o
desenvolvimento, onde a nossa matriz, a Escola Industrial
do Porto foi uma das duas primeiras, em confronto com a Academia
Politécnica, cuja referência era o modelo elitista, academista e retórico da
Universidade de Coimbra.” (Politécnico do Porto, s.d.).
Em 1918 o Instituto Industrial e o Instituto Comercial
separam-se formalmente. As designações, tal como as conhecemos atualmente, só
acontecem passado 60 anos. Em 1968
são inauguração as instalações na Rua de S. Tomé.
Maio de 68 nas ruas de Paris.
Com a Revolução Abril, o Instituto Industrial do Porto
altera a designação para Instituto Superior de Engenharia do Porto integrando o
ensino universitário, e em 1976 o mesmo acontece com o Instituto Comercial:
altera a designação para Instituto Superior de Contabilidade e Administração do
Porto e integra o ensino universitário.[1]
“A 31 de dezembro de 1974 o Instituto Industrial do Porto converteu-se em Instituto Superior de Engenharia através do Decreto-Lei n.º 830, entrando imediatamente em vigor esta nova legislação, alteração que vigora desde essa data até à atualidade. Nesse mesmo decreto, determina-se que os Institutos Superiores de Engenharia conferem os graus de bacharelato, licenciatura e doutoramento. Aos alunos diplomados bacharéis e licenciados em Engenharia é atribuído o título de engenheiro técnico e de engenheiro.” (Correia, 2020:84)
Com o verificamos, em 1974, através do Decreto-lei 830/74 de 31 de dezembro converteram-se os Institutos Industriais em Institutos Superiores de Engenharia. No preâmbulo deste Decreto-lei reconhece-se que os Institutos Industriais são escolas com um longo passado que formaram gerações de profissionais que, indiscutivelmente, deram um fundamental contributo para o desenvolvimento da indústria portuguesa.
É, pois, no âmbito deste reconhecimento que os Institutos são inseridos na estrutura do ensino superior, como Escolas independentes dotadas de personalidade jurídica e autonomia administrativa, convertendo-se o Instituto Industrial do Porto no atual Instituto Superior de Engenharia do Porto, habilitado à concessão, entre outros, dos graus de bacharel e de licenciado em engenharia, a que correspondem os títulos profissionais de engenheiro técnico e engenheiro.
Em 1985 é fundado o Instituto Politécnico do Porto integrando inicialmente as recém-criadas Escola Superior de Educação e a Escola Superior de Música. Esta última ganhou, em 1994, a designação Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo com o objetivo de integrar outras formas de arte além da música.
Em 1989 o Instituto Superior de Engenharia do Porto é integrado no subsistema de Ensino Superior Politécnico, passando o seu modelo de formação a integrar dois cursos distintos: o bacharelato, com a duração de três anos, e os Cursos de Estudos Superiores Especializados, com a duração de dois anos e acesso por concurso documental, que, em conjunto com um bacharelato com ele coerente, conferia o diploma de licenciatura.
Em 1998, no âmbito de uma nova reforma do ensino
superior politécnico, o ISEP passa a ministrar as atuais licenciaturas
bietápicas, caracterizadas pela sua estruturação em dois ciclos - o bacharelato
com a duração de três anos - o que possibilita a inserção no mercado de
trabalho, seguido de um segundo ciclo de dois anos - frequentado essencialmente
em regime pós-laboral - para a obtenção da licenciatura.
Em 2006, por força da adesão de Portugal à Declaração de Bolonha, o ISEP disponibilizará um novo Plano de Estudos, constituído por licenciaturas e mestrados nas diversas áreas da Engenharia, assim iniciando um novo ciclo da sua já longa história.
Em 2016, como consequência do reposicionamento
estratégico da instituição, a ESEIG é extinta e o Campus 2 passa a albergar a
Escola Superior de Media Artes e Design e a Escola Superior de Hotelaria e
Turismo. São oito Escolas distribuídas por três campi, onde diariamente
estudam, investigam, ensinam e inovam milhares de pessoas.
BIBLIOGRAFIA:
CORREIA,
Andrez, Bárbara (2020). De oralidade a
memórias preservadas. Técnicas e estratégias digitais de curadoria para a
criação de um projeto: Museu Escolar Oliveira Lopes [em linha]: Porto:
Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Dissertação realizada no âmbito
do Mestrado em Museologia [Consult. 15 de setembro de 2020]. Disponível: https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/74087
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DO
PORTO (2018). Meio século nas atuais
instalações [em
linha]. Porto: ISEP [Consult. 15
de setembro de 2020]. Disponível: https://www.isep.ipp.pt/new/viewnew/5747
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DO
PORTO (s.d.). O ISEP e o mundo [em linha]. Porto: P.
Porto [Consult. 15 de setembro de 2020]. Disponível:
https://www.isep.ipp.pt/ISEP/IsepWorld
POLITÉCNICO DO PORTO (s.d.ª). A história do Instituto Industrial e Comercial do Porto no Palácio da Bolsa [em linha]. Porto: P.Porto [Consult. 15 de setembro de 2020]. Disponível: https://www.ipp.pt/noticias/uma-breve-historia-do-isep-e-iscap-no-palacio-da-bolsa
[1]
Em 1864, sob a égide do Ministro Conselheiro
João Chrysostomo de Abreu e Sousa, efetua-se uma ampla reforma e expansão do
ensino industrial. O ensino superior industrial é, então, dividido em duas
partes: a primeira, incluía formação geral comum a todas as artes, ofícios e
profissões industriais, integrando duas componentes: o ensino teórico,
ministrado na Escola, e o ensino prático, ministrado nas oficinas do Estado ou,
sob acordo, em fábricas particulares; a segunda incluía o ensino especializado
de certas artes e ofícios, e também de diversos serviços públicos tais como
obras públicas, minas e telégrafos.
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