Nun' Álvares (1360 - 1431)
A cidade
de Castelo Branco[1], em 1852, já dispunha de uma escola, ainda que sem estatuto de liceu,
leccionando gramática latina, filosofia e retórica. Mais tarde, em 1911, por
circunstância várias, as instalações foram transferidas para o palacete do Paço
Episcopal da cidade, e poucos anos mais tarde, em 1918, passou,
definitivamente, a denominar-se Liceu Nacional Central de Nuno Álvares: a 24 de
junho de 1918 é aprontada, em reunião do Conselho Escolar, a figura de Nuno
Álvares como patrono da escola.
Atualmente,
a agregação da Escola Secundária Nuno Álvares com os Agrupamentos de Escolas
Cidade de Castelo Branco e Professor Doutor António Sena Faria de Vasconcelos
deu lugar a uma vasta e diversificada entidade orgânica na área da educação.
Nuno
Álvares Pereira
nasceu em 1360, nos Paços
de Cernache de Bonjardim, concelho da Sertã, na região do
Pinhal Interior, filho de um dos mais ilustres senhores do reino, D. Álvaro Gonçalves
Pereira, Prior da Ordem Militar dos Hospitalares. D. Nuno Álvares teve uma
educação militar, típica dos nobres.
Foi canonizado
no dia (26 de abril de 2009), no Vaticano pelo Papa Bento XVI, depois de ter
sido beatificado, há 90 anos atrás (em 1918), curiosamente pelo Papa que
adoptou o nome Bento XV. O seu processo de canonização tinha sido reaberto no
dia 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, com uma
sessão solene presidida por D. José Policarpo.
Após
a morte da esposa, D. Nuno
Álvares tornou-se Carmelita - escolhe o nome de Irmão Nuno de Santa Maria, recolhendo esmola para os pobres.
Permanece no Convento do Carmo, de 1423 até à data da sua morte, em 1431. Enquanto
militar, evidenciou elevadas qualidades de coragem e determinação,
desempenhando um papel fundamental na crise de 1383-85, onde Portugal jogou a
sua independência contra Castela, apoiando o partido do Mestre de Avis.
Sabe-se
que antes da Batalha de Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385, o novo rei estava
renitente sobre a melhor decisão a tomar, mas a atitude audaz de D. Nuno foi a pedra de
toque para a Batalha em que a táctica do quadrado e a escolha do local da
batalha se mostraram determinantes para a vitória das tropas nacionais. É o
patrono da Escola Secundária de Castelo, Branco, do Exército Português, dos
Escuteiros Portugueses e de algumas paróquias de Portugal.
P. M.
BIBLIOGRAFIA:
AGRUPAMENTO
DE ESCOLAS NUNO ÁLVARES (2018). Regulamento
interno [em linha]. Castelo Branco: A.E.N.A. [consult. 26 de set. de 2019].
Disponível:
https://drive.google.com/file/d/1A9_cbYy9_q8awXL-IqiznTMJEKoY9V1Z/view.>.
DIREÇÃO-GERAL
DO PATRIMÓNIO CULTURAL (s.d.). Liceu Nuno Álvares de Castelo Branco [em linha]. Lisboa: D.G.P.C. [Consult.
24 de jun. de 2019]. Disponível: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/16899766
LOUSADA, Abílio Pires (s.d.). “Nuno Álvares Pereira.
Guerreiro, senhor feudal e santo: os três rostos do condestável, João Gouveia Monteiro” [em linha]. Revista militar; N.º 2568 (maio 2018). [consult. 30 de set. de 2019]. Disponível: https://www.revistamilitar.pt/artigo/1324
Guerreiro, senhor feudal e santo: os três rostos do condestável, João Gouveia Monteiro” [em linha]. Revista militar; N.º 2568 (maio 2018). [consult. 30 de set. de 2019]. Disponível: https://www.revistamilitar.pt/artigo/1324
TERENO,
Paula (2015). Liceu Nacional de Castelo
Branco, Liceu Nuno Álvares, Escola Secundária Nuno Álvares [em linha].
Forte de Sacavém: Sistema de Informação para o Património
Arquitetónico [Consult. 24 de jun. de 2019]. Disponível: http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=9216
UNIÃO
DE FREGUESIA DE CERNACHE DO BONJARDIM, NESPERAL E PALHAIS (s.d.). D. Nuno Álvares Pereira [em linha].
Cernache do Bonjardim: U. F. C. B. N. P. [Consult. 30 de set. de 2019].
Disponível: http://www.jf-cernachebonjardim.pt/turismo-lazer-e-cultura/vultos-ilustres/d-nuno-alvares-pereira/
[1] Situada na Beira Baixa, a cidade de Castelo Branco é sede de
distrito e de um dos maiores concelhos do País, no centro de uma vasta região
planáltica, entre as bacias dos rios Pônsul e Ocresa. Castelo Branco deve o seu
nome à existência de um castro luso-romano, Castra Leuca, no cimo da Colina da
Cardosa, de onde se desenrolou o povoamento desta localidade, então apelidada
albi Castrum. A cidade foi conquistada aos Mouros no século XII, e
posteriormente alguns domínios foram ofertados à Ordem do Templo, encarregando-os
do seu povoamento e defesa, para o que construíram o Castelo da localidade.
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