(Imagem da fachada do Liceu Nun' Álvares)
A rede nacional de liceus foi criada em 1852,
determinando que todas as capitais de distrito fossem contempladas com um
estabelecimento semelhante. À data, Castelo Branco já possuía uma escola sem
estatuto de liceu, lecionando gramática latina, filosofia e retórica. Em 1911, as
instalações da escola foram transferidas para o palacete do Paço Episcopal da
cidade, e poucos anos mais tarde, em 1918, passou a denominar-se Liceu Nacional
Central de Nuno Álvares.
Em 1941 teve início a construção de um edifício
projectado de raiz para receber a instituição de ensino albicastrense,
concluído em 1944 e inaugurado no ano lectivo seguinte. Logo após, em 1947, foi
nomeado o corpo docente para o Liceu de Castelo Branco: António José de Sousa
professor das cadeiras de história e de oratória, José Joaquim Magro, enquanto
regente de gramática latina e de latinidade, e, por último José Marques Leite,
para lecionar filosofia e aritmética.
Em 1852 o liceu funcionou em duas salas
do primeiro andar da ala nascente do edifício do antigo hospital da
Misericórdia de Castelo Branco. No topo da mesma ala estava instalada a
Escola de Ensino Mútuo, cuja sala, por ser maior, era por vezes ocupada para
a realização de exames. A 16 de junho de 1863 a precariedade das instalações
anteriores, agravadas por um desmoronamento ocorrido em 1859, conduziram à
obtenção de uma autorização do Ministério do Reino para se proceder ao
aluguer de uma casa senhorial no Largo da Sé.
Entre 1864-1865 as novas instalações
permitem lecionar novas disciplinas introduzidas no currículo escolar:
línguas (francês e inglês) e artes, aritmética e geometria.
No ano lectivo de 1883/1884 são
inscritas as primeiras alunas externas. Em 1910, após a reforma do ensino de
1894-1895, protagonizada por Jaime Moniz, o liceu ganha prestígio. À data da
implantação da República tinha já 212 alunos inscritos, no ano seguinte, com
a extinção do Colégio de São Fiel.
Em 1911 o liceu é, definitivamente, instalado
no antigo Paço Episcopal. Em 1914/1915, após a realização de obras de
adaptação, o liceu passa a dispor de 11 salas de aula, uma sala de desenho,
um museu de história natural, laboratório de físico-química, biblioteca,
reitoria, secretaria, salas para pessoal docente e discente, arrecadações,
salas de apoio aos laboratórios.
Em 1938 é aprovado o programa de
construção, ampliação e melhoramentos dos edifícios liceais e respetivos
encargos (Decreto-lei n.º 28604/1938, DG, 1.ª série, n.º 91). No referido plano
é prevista a construção de raiz, em terreno a negociar com a Câmara Municipal
de Castelo Branco, de um liceu misto com capacidade para 16 turmas,
destinando-se para o efeito a quantia de 4.300.000$00.
Tendo em linha de conta o Decreto-lei
n.º 28604/1938, DG, I série, n.º 91, a Junta das Construções do Ensino
Técnico e Secundário (JCETS) prevê a construção e raiz de um liceu misto com
capacidade para 16 turmas (cerca de 560 alunos). Dois anos mais tarde, em
1949, é apresentado o projeto, de um edifício em dois pisos, tendo apenas
numa pequena parte um outro piso inferior, e abrange dois pátios separados
pelas instalações de educação física da autoria do arquiteto José Costa e
Silva e dos engenheiros Artur Bonneville Franco e António Carvalho Lopes
Monteiro, todos pertencentes ao quadro técnico da JCETS.
Em janeiro de 1941, inicia-se a obra,
adjudicada 4.239.200$00, nos terrenos cedidos para o efeito pela autarquia,
em zona de expansão urbana, com a fachada principal sobre a avenida que liga
a estação de caminho de ferro à Praça Nova, e constitui o principal
arruamento da cidade. Nos anos seguintes a obra decorre morosamente, para o
que contribuem as dificuldades em garantir mão de obra, bem como a aquisição
e o transporte dos materiais. Em 1946 as obras são dadas por concluídas e
feita a mudança das instalações, teve por custo final 6.759.729$51,
ultrapassando a dotação inicialmente atribuída para a sua construção!
No ano lectivo de 1944-1945, a
frequência do liceu desce para 431 alunos, dificuldades económicas e o
crescimento do ensino particular (mais reputado) são razões apontadas para o
decréscimo. Desta feita, no ano lectivo de 1950-1951, ultrapassada a
capacidade prevista no projeto inicial do liceu, o reitor, Joaquim Sérvulo
Correia, solicita a abertura de mais oito salas conseguidas por prolongamento
das alas laterais.
Em 1978 a escola passa a designar-se
Escola Secundária Nun'Álvares (Decreto-lei n.º 80/78, publicado no DR, 1.ª
série, n.º 97, que termina com a distinção entre liceus e escolas técnicas,
uniformizando as designações do ensino secundário). A 24 de agosto de 2006 o
edifício está em vias de classificação, nos termos do Regime Transitório
previsto no n.º 1 do Artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 173/2006, DR, 1.ª série,
n.º 16, tendo esta caducado, visto o procedimento não ter sido concluído no
prazo fixado pelo Artigo 24.º da Lei n.º 107/2001, DR, 1.º série A, n.º 209
de 08 setembro 2001.
Atualmente, em 2013 foi criado o mega
Agrupamento de Escolas Nuno Álvares, que congrega a até então escola não
agrupada Secundária Nuno Álvares e os antigos agrupamentos Faria de
Vasconcelos e Cidade de Castelo Branco, sendo assim a escola sede de um
agrupamento vertical composto pelas escolas básicas do 1.º ciclo com jardim
de infância da Boa Esperança, de Escalos de Baixo e Malpica do Tejo, as
escolas básicas do 1.º ciclo do Cansado, da Horta Alva, da Mata e de Nossa
Senhora da Piedade, Escola Básica dos 1.º e 2.º Ciclo e Jardim de Infância
Faria de Vasconcelos, Escola Básica dos 1.º, 2.º e 3.º Ciclo e Jardim de
Infância Cidade de Castelo Branco.
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