Guião: revista para graduados foi uma publicação periódica irregular, editada pela
Organização Nacional Mocidade Portuguesa, cujos diretores eram: A. Castelo
Branco (Diretor principal), Carlos G. Vicente (Diretor artístico) e F. Elmano
Alves (Chefe de redação). O formato inicial era 24x16 cm, com bastantes
imagens, quer através de fotografias, quer através de ilustrações várias.
Os números 12 (mar./abr.
1951) e o número 22 (jan. 1953) apresentam o índice geral de conteúdos, sendo
que cada número apresenta a parte antecedente (esta publicação periódica
encontra-se na Biblioteca Histórica da Secretaria Geral do Ministério da
Educação e Ciência, sob a cota M.P. PP 7).
De início o Guião apareceu como uma publicação de
cariz pedagógico e, mais tarde, ampliando conteúdos e públicos, o próprio
formato e o título sofreram algumas mutações consideráveis. Com o formato 24x16,
o Guião ostentou algumas variações a
nível do subtítulo, entre os anos de 1949 e 1953:
1.
Guião: revista para graduados (n. 1, mai. 1949) – (n. 5,
jan.-fev. 1950)
a.
Guião: revista para graduados da M.P. (n. 6, mar./abr.
1950) – (n. 20, out./nov. 1952)
b.
Guião (n. 21, dez. 1952) – (n. 22, dez. 1952) – (n. 22, jan.
1953)
A nível mais geral, o
título permanece, mas o subtítulo, o formato e os conteúdos mudam radicalmente,
entre a sua criação e o seu términus (1949-1958):
1. Guião: jornal para rapazes (de 1953 a 1954)
2. Guião (de 1954 a 1955)
3. Guião: cristandade, lusitanidade, ordem social (de 1956 a
1958)
Atendendo ao
público-alvo, este era diretamente o Graduado da Mocidade Portuguesa, cuja
finalidade é, pois, melhorar a obra educativa do “rapazes” da Mocidade
Portuguesa:
“Estão de parabéns os
graduados da Mocidade Portuguesa […]. Com o objetivo de estreitar os laços de
camaradagem […]. A revista desejará reunir em si a colaboração de todos os
Graduados, aceitando todas as sugestões que tenham por fim melhorar a obra
educativa a que nos votámos […]” (Viana, 1949:4)
A Mocidade Portuguesa
apresenta a revista Guião como manual
de procedimentos para uniformizar a ideologia de dirigentes, ou seja, a revista
deverá ser (i) um utensílio didático para graduados, (ii) um modelo pedagógico
– educar rapazes e, (iii) uma forma de facilitar tramites administrativos entre
membros.
“[…] a Revista [Guião:
revista para graduados] deverá ser uma conserva entre Graduados dos 4 cantos de
Portugal. Conversa alta – bem entendido – e produtiva. Ao ler o Guião, o
Graduado sentir-se-á atraído para os ideais da Mocidade, nele encontrará
matéria nova e útil para educar os rapazes e, sempre que estiver a braços com
dificuldades, não tem mais que escrever uma carta para a Redacção […]”(Guião, N.
1, 1949:2)
O Guião, composto e impresso nas oficinas
gráficas da Imprensa Barreiro, iniciou a sua publicação a 28 maio de 1949 e,
como verificamos, destinava-se à formação técnica e ideológica dos graduados da
Mocidade Portuguesa e, a seu modo, vinha preencher um plano intermédio – por um
lado figura-se um boletim para dirigentes e, por outro, é uma revista de ideais
para a juventude (Cf. Nóvoa, 1993:494).
Enquanto veículo para
assegurar a formação de graduados, o conteúdo deste periódico reparte-se por
quatro grandes núcleos pedagógicos:
1.
Preparação ideológica-doutrinária:
Exaltação
nacional e temáticas daí resultantes, quer no âmbito da Mocidade Portuguesa,
quer na disseminação de informações dos comandantes, entrevistas e opiniões
para a definição de uma mentalidade cooperativa da Mocidade Portuguesa.
2. Normas de condutas de dirigentes
Estabelecimento de
parâmetros de comando nos diversos graus hierárquicos e, consequente apoio, a
várias atividades, tais como acampamentos, desfiles, alinhamentos, etc.
3. Normalização de atividade desenvolvidas
As atividades desenvolvidas
em diversos núcleos de atuação e em acampamentos da Mocidade Portuguesa são
normalizadas.
4. Formação religiosa
A
religião subjacente à Mocidade é a Católica Apostólica Romana. Esta serve de
inspiração para todas as práticas a desenvolver, como por exemplo, realização
de eucaristias nos acampamentos, participação em cerimónias e leitura instrutivas
afins.
(Imagem do anúncio do lançamento do "Guião: grande jornal para rapazes!")
Fonte: Guião, n.º 22 (1953?)
Em Guião, número 22 (jan. 1953), foi
apresentada sua interrupção, não obstante, contínua com a denominação Guião: grande Jornal para rapazes! i. e.
Guião:
jornal para rapazes. Neste novo título e formato (40x29 cm), os
conteúdos são mais amplos e generalista. São enunciados novos conteúdos que vão
desde (i) ideais da Mocidade Portuguesa, (ii) formação de mentalidades, cristã
e nacionalista, (iii) biografias e conhecimento da história-pátria, (iv)
pedagogia aplicada à da juventude (v) até a artigos e passatempos de
usufruição.
Bibliografia:
CAETANO,
Marcelo. A missão dos dirigentes: reflexões e directivas sobre a
Mocidade Portuguesa. Lisboa: Mocidade Portuguesa, 1952.
GUIÃO:
REVISTA PARA GRADUADOS. Lisboa: Comissariado Nacional da Mocidade Portuguesa,
1949-1958.
NÓVOA,
António, dir. A imprensa de educação e
ensino: repertório analítico (século XIX-XX). Lisboa: Instituto de Inovação
Educacional, 1993.
VIANA,
Luís Ribeiro. “Passo em frente”. in: Guião:
revista para graduados. Lisboa: Comissariado Nacional da Mocidade
Portuguesa, 1949-1958.
P.M.
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