2012/10/17

Peça do mês de Outubro






Lanterna mágica

Aparelho utilizado em contexto das práticas pedagógicas de diferentes disciplinas para a projeção de imagens. Trata-se de uma lanterna mágica e pertence à Escola Secundária Alexandre Herculano, Porto, com o número de inventário ME/404445/95.

A necessidade de mais estabelecimentos de ensino, no início do século XX, levou à criação do Liceu Central da 1ª zona, com instalações deficientes e inadequadas. A 26 de Setembro de 1908 este Liceu passou a designar-se de Liceu Central Alexandre Herculano, com instalações provisórias na Rua de Santo Ildefonso. O atual edifício da escola foi construído entre as Ruas do Bonfim e do Heroísmo, com início das obras em 1916, de acordo com um projeto do arquiteto Marques da Silva. Concluído em 1921, o edifício incluía 28 salas de aula, laboratórios, gabinetes e salas de Física e Química, Ciências, Geografia, Desenho e Música, biblioteca, anfiteatro para espetáculos, cinco pátios de recreio, um pátio de desporto, três ginásios, piscina, cozinha e refeitórios, sanitários, gabinetes médicos, sala de professores, gabinete do médico escolar e três “habitações” para o reitor, para o chefe de secretaria e para o tarefeiro (cf. Relatório anual do Liceu de 1934/35). No início da década de sessenta, foram acrescentadas oito salas de aulas devido ao aumento da população escolar e uma capela. Desde a sua criação até 1933 a frequência é mista; entre 1933 e 1953/54 voltou a ser mista para os cursos complementares, o que se entendeu, em 1975 ao curso geral.

A Lanterna Mágica é um aparelho utilizado para projeção de imagens sobre vidro, pintadas em cores translúcidas. É constituída por uma caixa metálica (câmara escura) com uma pequena chaminé no topo, por onde sai o fumo produzido pela fonte luminosa, vela ou lamparina, introduzida no interior. Para além disso possui um refletor, um condensador e uma objetiva com lente convergente, que permite amplificar a imagem projetada num alvo branco, e um suporte onde são colocadas as lâminas de vidro pintadas.

Este foi o primeiro aparelho concebido para projeções coletivas, cuja criação se atribui ao astrónomo holandês Christiaan Huygens, em 1659. Posteriormente, a sua utilização por parte do dinamarquês Thomas Walgenstein visou a realização de espetáculos, enquanto o padre jesuíta alemão Athanasius Kircher aproveitou as potencialidades pedagógicas do instrumento.

A partir de 1700, a lanterna mágica passou a ser utilizada com frequência nos gabinetes de ótica e em contexto das práticas pedagógicas.

No final do Séc. XVIII, este aparelho permitiu a realização de um novo espetáculo denominado Fantasmagoria, inventado por Étienne-Gaspard Robert, físico belga, que aperfeiçoou a lanterna. Começou a ser produzida em grande escala a partir do século XIX, sendo utilizada em contexto familiar. As placas de vidro necessárias às projeções tornam-se, verdadeiras obras-primas.

Não se sabe quando foi introduzida a lanterna mágica em Portugal, embora exista um registo de um espetáculo público a 22 de abril de 1800, em Lisboa.

A possibilidade de projeção para uma grande audiência tornou este instrumento uma mais-valia ao nível do contexto pedagógico, permitindo a todos os alunos a visualização coletiva de diferentes matérias.

 

Bibliografia e informação adicional:

 

http://www.cinemateca.pt/CinematecaSite/media/Documentos/Microsoft-Word---CupidosSite.pdf

http://www.ernestoleibovich.com.br/lanternamagica.htm

http://www.spedromar.net/disciplinas/cinema/cinema-ficha03.pdf

 

Para consultar a história da Escola Secundária Alexandre Herculano, Porto:

http://www.esaherculano.com/

 

MJS


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