Lanterna mágica
Aparelho
utilizado em contexto das práticas pedagógicas de diferentes disciplinas para a
projeção de imagens. Trata-se de uma lanterna mágica e pertence à Escola
Secundária Alexandre Herculano, Porto, com o número de inventário ME/404445/95.
A
necessidade de mais estabelecimentos de ensino, no início do século XX, levou à
criação do Liceu Central da 1ª zona, com instalações deficientes e inadequadas.
A 26 de Setembro de 1908 este Liceu passou a designar-se de Liceu Central
Alexandre Herculano, com instalações provisórias na Rua de Santo Ildefonso. O
atual edifício da escola foi construído entre as Ruas do Bonfim e do Heroísmo,
com início das obras em 1916, de acordo com um projeto do arquiteto Marques da
Silva. Concluído em 1921, o edifício incluía 28 salas de aula, laboratórios,
gabinetes e salas de Física e Química, Ciências, Geografia, Desenho e Música,
biblioteca, anfiteatro para espetáculos, cinco pátios de recreio, um pátio de
desporto, três ginásios, piscina, cozinha e refeitórios, sanitários, gabinetes
médicos, sala de professores, gabinete do médico escolar e três “habitações”
para o reitor, para o chefe de secretaria e para o tarefeiro (cf. Relatório
anual do Liceu de 1934/35). No início da década de sessenta, foram
acrescentadas oito salas de aulas devido ao aumento da população escolar e uma
capela. Desde a sua criação até 1933 a frequência é mista; entre 1933 e 1953/54
voltou a ser mista para os cursos complementares, o que se entendeu, em 1975 ao
curso geral.
A Lanterna
Mágica é um aparelho utilizado para projeção de imagens sobre vidro, pintadas
em cores translúcidas. É constituída por uma caixa metálica (câmara escura) com
uma pequena chaminé no topo, por onde sai o fumo produzido pela fonte luminosa,
vela ou lamparina, introduzida no interior. Para além disso possui um refletor,
um condensador e uma objetiva com lente convergente, que permite amplificar a
imagem projetada num alvo branco, e um suporte onde são colocadas as lâminas de
vidro pintadas.
Este foi o
primeiro aparelho concebido para projeções coletivas, cuja criação se atribui
ao astrónomo holandês Christiaan Huygens, em 1659. Posteriormente, a sua
utilização por parte do dinamarquês Thomas Walgenstein visou a realização de
espetáculos, enquanto o padre jesuíta alemão Athanasius Kircher aproveitou as
potencialidades pedagógicas do instrumento.
A partir de
1700, a lanterna mágica passou a ser utilizada com frequência nos gabinetes de
ótica e em contexto das práticas pedagógicas.
No final do
Séc. XVIII, este aparelho permitiu a realização de um novo espetáculo
denominado Fantasmagoria, inventado por Étienne-Gaspard Robert, físico belga,
que aperfeiçoou a lanterna. Começou a ser produzida em grande escala a partir
do século XIX, sendo utilizada em contexto familiar. As placas de vidro
necessárias às projeções tornam-se, verdadeiras obras-primas.
Não se sabe
quando foi introduzida a lanterna mágica em Portugal, embora exista um registo
de um espetáculo público a 22 de abril de 1800, em Lisboa.
A
possibilidade de projeção para uma grande audiência tornou este instrumento uma
mais-valia ao nível do contexto pedagógico, permitindo a todos os alunos a
visualização coletiva de diferentes matérias.
Bibliografia e informação adicional:
http://www.cinemateca.pt/CinematecaSite/media/Documentos/Microsoft-Word---CupidosSite.pdf
http://www.ernestoleibovich.com.br/lanternamagica.htm
http://www.spedromar.net/disciplinas/cinema/cinema-ficha03.pdf
Para consultar a história da Escola Secundária
Alexandre Herculano, Porto:
MJS
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