Almofada de Bilros
Almofada utilizada em contexto das
práticas pedagógicas nas aulas de Lavores. A almofada de renda de bilros,
denominada de rebolo, assenta sobre um suporte de madeira, ajustável, com
conjunto de pequenas peças de madeira torneada, os bilros. A almofada consiste
num cilindro de pano grosso, cheio de algodão.
O modelo pertence à Escola Secundária com 3.º Ciclo Clara de Resende, com o número de inventário ME/346779/13
A renda de bilros é realizada sobre uma almofada cilíndrica de grande
espessura, o rebolo, tal como é possível observar na imagem. Elaborada em pano
grosso, tem no seu interior palha ou algodão, e possui dimensões variáveis,
dependendo do tipo de peça que se pretende realizar. A almofada é colocada num
suporte de madeira ajustável que deve ser colocado à altura da artesã– a
rendilheira.
Para realizar a peça, é colocado um cartão perfurado no rebolo – o pique –
onde está o desenho, feito com pequenos furos, onde são espetados diversos
alfinetes à medida que o trabalho vai sendo desenvolvido. Para dispor os fios,
a rendilheira utiliza os bilros, uma pequena peça com forma de pera ou esfera,
em madeira ou outro material, através de um movimento alternado e rotativo, com
o auxílio dos alfinetes, em que os fios são cruzados sucessivamente. O número
de bilros utilizados também pode variar, dependendo da complexidade do desenho
executado. A temática presente nestes desenhos diz respeito aos elementos
naturais estilizados, como a fauna e a flora locais.
A origem da renda de bilros não é
consensual, mas as primeiras referências a esta arte, em Portugal, datam do
reinado de D. Sebastião. Testemunha da arte popular, a renda de bilros é
executada em várias regiões, com particular relevo para a zona litoral do país,
nomeadamente Peniche e Vila do Conde, devido à sua originalidade, qualidade e
perfeição.
A renda de bilros de Peniche pode ser
dividida em duas categorias, as rendas eruditas (desenho e técnica) e as rendas
populares (renda antiga). As rendas desta localidade destacam-se pela técnica
de urdidura e pelo facto de não se distinguir o direito do avesso das peças
executadas. Em meados do século XIX, pensa-se que existiriam cerca de mil
rendilheiras e oito oficinas em Peniche. Numa tentativa de impulsionar a
produção nacional foi criada em 1887 a Escola Industrial D. Maria Pia com uma
secção de rendeira, permitindo o apuramento das técnicas utilizadas e
aumentando a qualidade do trabalho produzido.
Em Vila do Conde existe atualmente uma
escola que dá continuidade a esta arte e o “Museu das Rendas”, onde podem ser
admirados os trabalhos realizados com esta técnica, conhecendo um pouco mais da
história, das diferentes formas de execução e dos instrumentos utilizados.
MJS
Bibliografia e informação
adicional:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Renda_de_bilros
http://terrasdeportugal.wikidot.com/rendas-de-bilros-de-peniche
http://garatujando.blogs.sapo.pt/arquivo/621873.html
http://www.geira.pt/museus/atrio/index.asp?id=5
Para consultar a história da Escola
Secundária/3 Clara de Resende:
http://www.clararesende.pt/Historial.html
Sem comentários:
Enviar um comentário