2025/09/08

Muitos Anos de Escolas – Volume II – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário – Anos 40 – Anos 70 – Capítulo IV – A Necessidade de Novos Edifícios e de uma Nova Rede Escolar (Parte I)


IV – A Necessidade de Novos Edifícios e de uma Nova Rede Escolar

1 - O Plano de Educação Popular

2 - Os Novos Edifícios: Tipo Urbano e Tipo Rural

 

Em 1950 o índice de analfabetismo era muito elevado em Portugal. Para fazer face a esse e outros problemas estruturais que atrasavam o país em relação à Europa e ao mundo foi criado o I Plano de Fomento (1953 – 1958) na tentativa de melhorar a produtividade e o nível de vida, diminuindo o desemprego.

No final de 1952 o governo tinha publicado o Plano de Educação Popular que visava abranger todos os cidadãos no sentido de completar o ensino primário. Todas as crianças eram obrigadas a frequentar a escola primária até à aprovação no exame do ensino elementar e, caso os encarregados de educação não cumprissem este dever, eram aplicadas multas e retirava-se o abono de família.


(Imagens de cartazes da Campanha Nacional de Educação de Adultos)


No que respeitava aos jovens e adultos, o estado providenciou cursos noturnos de preparação para os referidos exames. Foi criada a Campanha Nacional da Educação de Adultos para que as medidas pudessem ser implantadas. Esta frequência obrigatória do ensino evidenciou a insuficiência da rede escolar de 1941 e a necessidade de rever o Plano dos Centenários.

Em janeiro de 1956 foi apresentado o primeiro estudo para os novos edifícios escolares com 1 sala de aula e bastante simplificados pelo Arquiteto Fernando Peres. 


(Imagens desenhadas de escolas do Tipo Urbano - 1 Sala - Solução A)

Nesse estudo foram enumerados os seguintes pontos, a ter em consideração:

- escolas do tipo urbano com 2 soluções (localidades com algum grau de desenvolvimento económico) e do tipo rural com duas soluções (localidades menos desenvolvidas e rurais);

- uniformização das dimensões de salas de aula, vestíbulos, alpendres, vãos e blocos sanitários;

- simplificação das coberturas;

- eliminação de fogões de sala;

- redução das cantarias e da espessura das paredes.

O Tipo Urbano manteve os espaços das escolas do Planos dos Centenários com sala de aula de 8 x 6 m, vestíbulo, recreio coberto, bloco sanitário e uma pequena arrecadação. O Tipo Rural tinha a sala de aula igual ao Tipo Urbano, um anexo com 2 compartimentos sanitários e um pequeno abrigo coberto na zona da entrada.


(Imagens do alçado e planta de escolas Tipo Rural com 2 salas/ 1 sexo/ Solução A e 2 salas/ 2 sexos/ Solução A)


Estes projetos tiveram desde logo uma melhoria substancial: a eletrificação dos edifícios. Quer o Tipo Urbano, quer o Tipo Rural rapidamente sofreram alterações, sendo aumentado o número de salas consoante as necessidades sentidas nas localidades.

 

 

Fonte: BEJA, Filomena, et al. Muitos Anos de Escolas – Volume II – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário – Anos 40 – Anos 70. Lisboa, Ministério da Educação – Departamento de Gestão de Recursos Educativos, 1996.


MJS


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