IV – A
Necessidade de Novos Edifícios e de uma Nova Rede Escolar
1 - O
Plano de Educação Popular
2 - Os
Novos Edifícios: Tipo Urbano e Tipo Rural
Em
1950 o índice de analfabetismo era muito elevado em Portugal. Para fazer face a
esse e outros problemas estruturais que atrasavam o país em relação à Europa e
ao mundo foi criado o I Plano de Fomento (1953 – 1958) na tentativa de melhorar
a produtividade e o nível de vida, diminuindo o desemprego.
No
final de 1952 o governo tinha publicado o Plano de Educação Popular que visava
abranger todos os cidadãos no sentido de completar o ensino primário. Todas as
crianças eram obrigadas a frequentar a escola primária até à aprovação no exame
do ensino elementar e, caso os encarregados de educação não cumprissem este
dever, eram aplicadas multas e retirava-se o abono de família.
No que
respeitava aos jovens e adultos, o estado providenciou cursos noturnos de
preparação para os referidos exames. Foi criada a Campanha Nacional da Educação
de Adultos para que as medidas pudessem ser implantadas. Esta frequência
obrigatória do ensino evidenciou a insuficiência da rede escolar de 1941 e a
necessidade de rever o Plano dos Centenários.
Em janeiro de 1956 foi apresentado o primeiro estudo para os novos edifícios escolares com 1 sala de aula e bastante simplificados pelo Arquiteto Fernando Peres.
Nesse estudo foram enumerados os seguintes pontos, a ter em consideração:
- escolas
do tipo urbano com 2 soluções (localidades com algum grau de desenvolvimento
económico) e do tipo rural com duas soluções (localidades menos desenvolvidas e
rurais);
- uniformização
das dimensões de salas de aula, vestíbulos, alpendres, vãos e blocos
sanitários;
- simplificação
das coberturas;
- eliminação
de fogões de sala;
- redução
das cantarias e da espessura das paredes.
O Tipo
Urbano manteve os espaços das escolas do Planos dos Centenários com sala de
aula de 8 x 6 m, vestíbulo, recreio coberto, bloco sanitário e uma pequena
arrecadação. O Tipo Rural tinha a sala de aula igual ao Tipo Urbano, um anexo
com 2 compartimentos sanitários e um pequeno abrigo coberto na zona da entrada.
Estes
projetos tiveram desde logo uma melhoria substancial: a eletrificação dos
edifícios. Quer o Tipo Urbano, quer o Tipo Rural rapidamente sofreram
alterações, sendo aumentado o número de salas consoante as necessidades
sentidas nas localidades.
Fonte: BEJA, Filomena, et al.
Muitos Anos de Escolas – Volume II –
Edifícios para o Ensino Infantil e Primário – Anos 40 – Anos 70. Lisboa,
Ministério da Educação – Departamento de Gestão de Recursos Educativos, 1996.
MJS
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