2011/05/30

Peça do mês de maio/2011






Traje de cena

 

Traje de cena, criado por alunos e professores, utilizado na peça de teatro "Pedro e Inês".

O traje pertence à Escola Secundária Quinta do Marquês, com o número de inventário ME/ 402606/88

O traje de cena é o tipo de indumentária utilizada nas artes cénicas, dança, mímica, circo, entre outros. O exemplo apresentado, constituído por um vestido longo de cor vermelha e um toucado, integra um núcleo notável, variado e rico de trajes de cena, que tentam reproduzir com exactidão os trajes da época da personagem a que se destinam

As representações teatrais promovidas por alunos e professores têm sido uma presença constante nesta escola, como forma de aprofundar e interiorizar os conhecimentos adquiridos nas aulas. Os temas são variados, consoante os conteúdos programáticos.

Este tipo de trajes tem como base o figurino, um desenho a cores ou a preto e branco, que constitui o modelo da indumentária e que caracteriza a personagem a que se destina. O traje de cena, “a verdadeira pele do actor”, contém em si mesmo um pouco da história da arte dramática. Até ao início do século XX era utilizado como um simples disfarce, com elementos que permitiam identificar as personagens. A partir de então assume uma verdadeira função cénica e dinamizadora da peça teatral, influenciado pela moda e pelo design.

Um dos nomes importantes no traje de cena em Portugal é António Francisco, criador deste tipo de vestes em finais do século XVIII. Cerca de 1850, com o impulso criativo de Almeida Garrett, figuras como Manuel Bordalo Pinheiro e Braz Martins destacam-se no panorama teatral português. Em 1880, a cenografia e o guarda-roupa ganham um novo fôlego com a criação da Companhia Rosas & Brasão. Carlos Cohen, Manuel Castelo Branco e Augusto Pina introduzem uma corrente “naturalista” em que se pretende reproduzir os ambientes de época de forma tão rigorosa e fiel quanto possível.

 


MJS



2011/05/20

Exposição virtual " O dia Internacional da diversidade biológica visto através de imagens parietais - 22 de maio"

O Dia Internacional da Diversidade Biológica foi criado em 1993 pelas Nações Unidas, numa tentativa de alertar para a conservação da biodiversidade. Nesta altura, o dia escolhido foi 29 de Dezembro, data em que se celebra a entrada em vigor da Convenção sobre a Diversidade Biológica. No entanto, e devido à proximidade com outras datas festivas, em 2000 a Assembleia Geral das Nações Unidas alterou esta celebração para 22 de Maio, data da aprovação do texto da Convenção.

 

Em 2011 celebra-se o Ano Internacional da Floresta e o dia 22 de Maio acompanha estas festividades sob o tema da Biodiversidade da Floresta. “Florestas para todos” alerta a comunidade para a necessidade de uma gestão sustentável e conservação dos recursos naturais relacionados.

 

As florestas são essenciais para a sobrevivência da humanidade através do papel que desempenham na manutenção do equilíbrio do clima à escala global, da conservação da biodiversidade, do abastecimento de água, da produção de oxigénio e da proteção do solo contra as erosões. Para além disso, constituem autênticas reservas de alimentos, de matérias-primas e de componentes para medicação.

 

O Centro do Património Mundial da UNESCO tem mais de 100 locais com zonas de florestas classificados como património mundial que constituem o principal refúgio para animais e espécies de plantas ameaçadas no mundo inteiro. Associando-se a esta data, A Secretaria-Geral do Ministério da Educação assinala o dia internacional da diversidade biológica através de uma exposição de imagens parietais de Ciências Naturais. São imagens que ilustram diferentes tipos de florestas de todo o mundo, desde a floresta tropical, à floresta tipicamente europeia, passando pela selva equatorial. Para além disso, estão representadas diversas espécies animais, parte integrante deste tipo de habitats, do mais comum ao mais exótico: mamíferos, aves, insetos. Utilizadas como material didático, para estudo e observação de diferentes temáticas da área de Biologia, as imagens parietais, de grande riqueza estética e rigor científico, constituem um testemunho da importância dada a esta temática.


Imagem parietal de papagaio

ME/402436/482

Escola Secundária de Passos Manuel

Na imagem podem observar-se dois papagaios de penas coloridas



Imagem parietal de pássaro

ME/402436/602

Escola Secundária de Passos Manuel

Na imagem podem observar-se várias espécies de corujas num ramo de árvore



Imagem parietal de morcego

ME/402436/793

Escola Secundária de Passos Manuel

Na imagem podem observar-se vários morcegos ao por do sol



Imagem parietal de tigre

ME/402436/640

Escola Secundária de Passos Manuel

Na imagem pode um tigre, dando um salto



Imagem parietal de marta

ME/400257/124

Escola Secundária Infanta D. Maria

Na imagem pode observar-se uma marta em posição de observação, num galho de árvore



Imagem parietal de garça

ME/402436/357

Escola Secundária de Passos Manuel

Na imagem podem observar-se várias garças brancas no seu ambiente natural. Outras encontram-se em voo



MJS



2011/05/18

Seminários do Património Científico Português, no Museu da Ciência


(Imagem do Projeto do Museu Virtual do Ministério da Educação)




No dia 19 de Maio, pelas 17h00, no Museu da Ciência na Rua da Escola Politécnica, 56, em Lisboa, realizou-se um Seminário sobre "O Projecto do Museu Virtual do Ministério da Educação" apresentado pela Dra. Paula Telo, do Ministério da Educação.
 

Dia Internacional dos Museus


(Imagem de várias silhuetas observando quadros num museu. Retirado do site amusearte)

No início do corrente mês de maio tiveram lugar, em Lisboa, dois eventos importantes para a gestão do património cultural. Assinalando-se hoje, 18 de maio, o Dia Internacional dos Museus, e realizando-se, amanhã, uma apresentação do projeto do Museu Virtual da Educação, justifica-se trazer a este espaço uma síntese das tendências atuais ao nível da gestão do património cultural que as diversas intervenções nesses dois eventos revelaram.

No dia 2 de maio, teve lugar no Cinema S. Jorge, um seminário sobre ‘Políticas de Património Cultural’, uma organização conjunta do ICOM e do ICOMOS cujos diretores, Luís Raposo e José Aguiar, moderaram as duas mesas de oradores. O objetivo era promover um debate sobre as recentes políticas na área do património, ouvindo um leque bastante vasto de personalidades como, por exemplo, Luís Campos e Cunha, Luís Calado, Nuno Vassalo e Silva, Raquel Henriques da Silva, Fernando António Baptista Pereira, ou Walter Rossa. Foi pedido a cada interveniente uma breve opinião sobre os pontos mais críticos das atuais políticas culturais e a apresentação de sugestões para o ciclo político que se avizinha.

Entre as muitas questões levantadas na sessão foram especialmente ressaltadas as seguintes preocupações:

• A questão da viabilidade financeira dos projetos culturais e a necessidade de dar visibilidade aos seus resultados. Para qualquer projeto na área do património cultural, é cada vez menos admissível ignorar a ponderação da sua sustentabilidade económica e aferir os seus benefícios e resultados. Os investimentos na cultura têm de ser justificados em função dos seus produtos e dos efeitos educativos que estes produzem sobre os públicos a que se destinam.

• A necessidade de repensar as instituições museológicas, não apenas ao nível da rede e distribuição dos equipamentos, mas a sua estrutura e modos de funcionamento. Foram salientadas as vantagens das estruturas museológicas ‘leves’, que não assumam como principal missão a concentração de avolumadas reservas patrimoniais, mas privilegiem, sobretudo, o seu papel educativo e de divulgação.

• A importância do conhecimento dos públicos e da orientação dos projetos culturais em função dos seus interesses, necessidades e enriquecimento cultural. Os museus e as suas atividades não devem ser pensados a partir dos espólios que possuem, mas em função dos seus visitantes. Há que inventar novas narrativas expositivas que tenham eco junto daqueles a quem se destinam.

• A ponderação da existência de um número crescente de cidadãos anónimos empenhados na defesa de um património que sentem como seu. A voz da ‘opinião pública’ tem cada vez mais peso e impacto, até porque existem, hoje em dia, inúmeros instrumentos (internet, blogues, petições...) que permitem exprimir opiniões, contestar opções e pressionar as instituições na tomada das suas decisões.

Dois dias depois, a 4 de maio, teve lugar no Museu Nacional de Arte Antiga uma sessão de apresentação do Plano Nacional de Conservação e Restauro.

A cerimónia foi aberta pelo diretor do IMC, João Brigola, mas foi a António Candeias, Diretor do Laboratório de Conservação e Restauro José de Figueiredo, que coube a explicitação detalhada do Plano. O Secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, encerrou a sessão.

Segundo os oradores, o Plano então apresentado justifica-se pela necessidade de regular a atividade da Conservação e Restauro e de tornar operacional a aplicação da Lei do Património (lei 140 /2009). Para atingir tais objetivos, várias ações concretas foram enunciadas:

• A criação de um «Conselho Regulador» desta atividade, que reunirá representantes do IMC, do IGESPAR, da BN, da DGARQ, das Direções Regionais de Cultura e das associações profissionais;

• A reestruturação interna dos serviços do Instituto José de Figueiredo, através da fusão do «Departamento de Conservação e Restauro» com o «Laboratório de Conservação e Restauro» numa estrutura única, um «Centro de Conservação e Restauro José de Figueiredo»;

• Um conjunto diversificado de parcerias e protocolos com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) na área da Conservação e Restauro;

• A apresentação de candidaturas aos mecanismos internacionais de financiamento, designadamente o EEA Grants, no âmbito do qual Portugal apresentou o Projeto SAPPHIRE - Saphegard Actions for de Preservation of Portuguese Heritage: Inovation, Reabilitation and Education.

No quadro das ações concretas, mereceu especial destaque o anúncio de criação da RENACOR - Rede Nacional de Conservação e Restauro (RENACOR), que reunirá vários departamentos do IMC, e IGESPAR, Direções Regionais de Cultura, e outras instituições.

Esta rede terá como funções, entre outras, a promoção de sessões de sensibilização sobre prevenção e restauro, a organização de cursos de atualização para profissionais no ativo; a realização de Intervenções ao nível da gestão de risco e da prevenção; o apoio à atividade desenvolvida no terreno, designadamente na regulação de concursos e adjudicação de empreitadas ou na monitorização e acompanhamento de intervenções em curso por meio de inspeções de equipas técnicas.

Do conjunto destas duas iniciativas sobressai, como tendência comum, a necessidade de tornar a gestão do património mais eficaz e, simultaneamente, mais transparente, dando visibilidade aos produtos e aos resultados das iniciativas culturais. Naturalmente, os efeitos dos projetos culturais não podem ser medidos através de uma contabilidade estreita, mas avaliando o retorno que produzem ao nível do enriquecimento educativo dos públicos a que se destinam. Não se pode subjugar a cultura às lógicas da gestão financeira, mas deve pensar-se a cultura como um território de criação de valor, com efeitos indiretos, mas expressivos, sobre o perfil económico do país. Em época de crise, mais que nunca, há que ter presente o poder de atração de investimentos e de visitantes que o prestígio cultural exerce, e ser capaz de reconhecer os benefícios que advêm da imagem de Portugal enquanto país culturalmente interessante.


Exposição virtual alusiva ao Dia Internacional dos Museus: "Património Museológico da Educação - Tipologias de objetos"

Associando-se à celebração do Dia Internacional dos Museus – 2011, a Secretaria-Geral do ME apresenta algumas peças significativas do património museológico da educação. Através de diferentes tipologias de objetos, pretende-se divulgar a riqueza e variedade do espólio relacionado com o contexto pedagógico e educativo. 

Na área de funcionamento geral da escola são apresentados objetos que fazem parte do seu quotidiano: é caso da máquina de escrever, da carteira escolar, da louça utilizada nos refeitórios e cantinas e mesmo algum material de enfermagem que se encontrava nos postos médicos. 

No âmbito das práticas letivas de Ciências foram escolhidos alguns objetos mais significativos: em Ciência Naturais, um modelo de torso para estudo da anatomia humana e uma imagem parietal relacionada com a botânica; ao nível da Física, uma prensa hidráulica e um disco de Newton, utilizados para experiências e demonstrações em laboratório; em Química, a balança e o alambique; em Matemática, o ábaco, instrumento fundamental na base do ensino desta ciência, e um conjunto de sólidos geométricos. 

De salientar a existência de um vasto espólio fotográfico, através do qual se podem reconstituir salas de aula e práticas pedagógicas. A Geografia e Geologia estão representadas através de duas peças incontornáveis: o globo terrestre e o mineral. As imagens parietais e mapas utilizados em ciências humanas e no ensino das línguas desempenharam ao longo do tempo uma função de grande importância, permitindo associar a imagem: é o caso do mapa das cruzadas, em História, da imagem parietal de arquitetura barroca, em História da Arte, e de um quadro representando atividades humanas, em línguas estrangeiras. Ao nível da religião e moral, obrigatória durante muitas décadas, pode destacar-se um missal, utilizado em cerimónias religiosas. 

Nas áreas práticas/ técnicas como a Eletrotecnia, a Marcenaria, a Mecanotecnia ou a Serralharia, são vários os objetos de referência: o amperímetro e o motor de explosão ou um armário e um modelo de capela realizados por alunos nas oficinas. A Educação Física surge representada através de um par de raquetes e de uma grafonola, que permitia um acompanhamento musical destas aulas. As artes visuais, musicais e lavores constituem igualmente uma parte importante do espólio museológico da educação quer no âmbito dos têxteis (teares e bordados), da escultura, do desenho ou dos instrumentos musicais.


Modelo de Capela

ME/400270/666

Escola Secundária Jácome Ratton

Modelo tridimensional de uma capela, assente sobre uma base de madeira



Balança de braços iguais

ME/402047/2

Escola Secundária Latino Coelho

Balança em metal negro com braços iguais


Disco de Newton

ME/152481/92

Escola Básica e Secundária de Canelas

Disco com sete cores, montado sobre uma base rotativa com o objetivo de demonstrações de ótica na área de física



Torso e cabeça

ME/401109/359

Escola Secundária de Camões

Modelo anatómico de torso e cabeça para estudo em ciências naturais


Imagem parietal de espécie vegetal/Flor e fruto

ME/152481/36

Escola Básica e Secundária de Canelas

Quadro parietal colorido com imagens ampliadas de flores e frutos



Máquina de escrever

ME/ESAD/343

Escola Secundária de Afonso Domingues

Máquina de escrever da marca "Royal"




MJS

 

2011/05/09

Galeria de Ministros

"A vida e a história de uma instituição pública pode ser conhecida, e dar-se a conhecer, através daqueles que, ao longo dos tempos, exercem as responsabilidades de serem o seu primeiro e principal responsável."

2011/04/29

Peça do mês de abril/2011





Pintura

Aguarela da autoria de Seomara da Costa Primo, representando um elemento de botânica, Impaticus, datado de 1977.

A pintura pertence à Escola Secundária Seomara da Costa Primo, com o número de inventário ME/402760/04.

Seomara da Costa Primo (1895 – 1986) nasceu em Lisboa, filha de Maria Luísa Buttuler e Manuel da Costa Primo.

Estudou no Liceu Passos Manuel, onde terminou o Curso Complementar de Ciências em 1913. Posteriormente ingressou na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa tendo concluído o Curso de Ciências Histórico-Naturais em 1919. Frequentou o Curso do Magistério Liceal e concluiu o Exame de Estado em 1922. No período decorrente entre 1921 e 1942 foi professora do ensino liceal, a par da docência universitária, tendo lecionado no antigo Liceu Almeida Garrett e no Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho.

A sua atividade desenvolveu-se ao nível do ensino liceal, tendo sido autora de numerosos compêndios de Ciências Naturais, ilustrados com as suas aguarelas e carvões.

Seomara da Costa Primo esteve igualmente ligada à Federação das Associações dos Professores dos Liceus Portugueses (1926), tendo feito parte dos corpos dirigentes.

A sua visão da educação foi verdadeiramente inovadora. Promoveu o cinema educativo que se estreou em 1929 no Liceu Maria Amália, a par de um artigo publicado n’”O Século”, da sua autoria, chamando a atenção para as vantagens do cinema na tarefa educativa. Para Seomara da Costa Primo a educação deve não só preparar o aluno para a vida, mas também adoptar novas metodologias mais activas. Em relação à mulher defende que a sua educação e nível cultural “é pedra de toque de um país verdadeiramente civilizado".

Em 1942 defendeu a sua tese de doutoramento, sendo a primeira mulher a obter este grau na área das Ciências. Foi autora de vários artigos de natureza científica, publicados na imprensa da especialidade, tendo efectuado diversas viagens de estudo a países europeus.
A aguarela que apresentamos faz parte do “Núcleo Seomara da Costa Primo”, existente na Escola Secundária Seomara da Costa Primo, antiga Escola Secundária da Venteira, na Amadora. Em 1989, a escola tornou-se um pólo agregador do espólio de Seomara, a partir de doações feitas por diversas entidades e particulares (Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, Museu-Escola Jardim Botânico ou pela Drª. Maria Luísa Azevedo Neves). O espólio é constituído por cerca de 600 peças, entre as quais publicações, apontamentos, fotografias, objetos pessoais e parte da sua biblioteca pessoal.


MJS