2023/04/13

Exposição Virtual "Imanes no Museu Virtual da Educação"

 

Um íman é um tipo de material que cria à sua volta um campo magnético. Um campo magnético é criado por ação de correntes elétricas que variam em intensidade e direção.

São essencialmente de dois tipos: ímanes naturais, que são constituídos pelo mineral designado por magnetite; ou artificiais, constituídos por materiais ferromagnéticos como o ferro, o níquel ou o cobalto. Estes últimos podem ser magnetizados através da corrente elétrica. Existem ainda ímanes permanentes, em aço magnetizado, que perdem as suas propriedades quando aquecidos e os ímanes temporais que são temporariamente magnetizados por ondas eletromagnéticas.

Existem alguns ímanes que são chamados de corretores e que se destinam a neutralizar o campo magnético terrestre. Utilizam-se em instrumentos de medida que necessitam nesta neutralização de efeitos perturbadores.

Os ímanes têm dois polos magnéticos, norte e sul, que os levam a orientar-se na direção sul-norte. No centro do íman estabelece-se uma linha em que as forças de atração são iguais e se anulam. O campo magnético de um íman é manifestado através da atração do ferro e de materiais que o contenham.

Uma das características dos ímanes é a inseparabilidade dos polos, ou seja, quando se divide um íman em partes menores, estas terão sempre um polo norte e um polo sul.

Existe uma interação entre ímanes, o que faz com que reajam de forma diferente: dois polos magnéticos diferentes, quando aproximados, serão atraídos; dois polos magnéticos iguais, despertarão uma repulsa entre os dois. Isto acontece devido à existência do campo magnético.

A sua forma é variável, podendo apresentar-se como uma barra, uma ferradura ou um círculo. O conjunto de ímanes apresentados nesta exposição, destinam-se a experiências no âmbito da Física.


Íman

ME/400610/42

Escola Secundária de José Afonso

Íman em forma de U, utilizado no Laboratório de Física para diversos fins. Um íman é um objeto feito de um material ferromagnético que é capaz de gerar um campo magnético à sua volta. Esse magnetismo é causado pelo spin dos eletrões que se encontram no interior da matéria.

 

Íman

ME/401250/377

Escola Secundária D. Dinis

Íman utilizado no Laboratório de Física para diversos fins. Um íman é um objeto feito de um material ferromagnético que é capaz de gerar um campo magnético à sua volta. Esse magnetismo é causado pelo spin dos eletrões que se encontram no interior da matéria.


Íman

ME/401109/574

Escola Secundária de Camões

Conjunto de dois imanes compridos e uma barra, utilizados no Laboratório de Física para diversos fins. Um íman é um objeto feito de um material ferromagnético que é capaz de gerar um campo magnético à sua volta. Esse magnetismo é causado pelo spin dos eletrões que se encontram no interior da matéria.


Íman

ME/805548/408

Escola Secundária João de Deus

Íman em forma de U fechado, com 5 lâminas, utilizado no Laboratório de Física para diversos fins. Um íman é um objeto feito de um material ferromagnético que é capaz de gerar um campo magnético à sua volta. Esse magnetismo é causado pelo spin dos eletrões que se encontram no interior da matéria.


Íman

ME/805548/409

Escola Secundária João de Deus

Íman em forma de U fechado, com 20 lâminas, utilizado no Laboratório de Física para diversos fins. Um íman é um objeto feito de um material ferromagnético que é capaz de gerar um campo magnético à sua volta. Esse magnetismo é causado pelo spin dos eletrões que se encontram no interior da matéria.


Íman

ME/ESAD/187

Escola Secundária Afonso Domingues

Instrumento utilizado nas aulas de Física para as práticas pedagógicas. Trata-se de um conjunto de dois ímanes, um verde e um vermelho, que se encontram num suporte de base circular, em material não condutor. Um íman é um objeto feito de um material ferromagnético que é capaz de gerar um campo magnético à sua volta. Através deste instrumento é possível efetuar demonstrações de eletromagnetismo.


MJS

2023/04/10

Educação e Monarquia: D Manuel I (1469 - 1521)

D. Manuel I, "o Venturoso" (1469 – 1521) era filho do infante D. Fernando e de D. Brites, cunhado do anterior monarca. Casou com D. Isabel de Castela (1497), D. Maria de Castela (1500), mãe do futuro D. João III e com D. Leonor (1518).

Subiu ao trono em 1495 e continuou a política de centralização do poder real, mas de forma menos violenta que o seu antecessor. Realizaram-se Cortes em Montemor-o-Novo no início do seu reinado, onde se ordenaram Confirmações de doações e reformas dos tribunais superiores. Foram reunidas Cortes mais três vezes, em 1498, 1499 e 1502.

Em 1496, D. Manuel obrigou todos os judeus e mouros a serem batizados sob pena de serem forçados a deixar o país, vendo os seus bens confiscados ou arriscar uma pena de morte. Criou-se forma a distinção entre cristãos-velhos e cristãos-novos.

Entre 1512 e 1531 foram publicadas as Ordenações Manuelinas com o objetivo de substituírem as Ordenações Afonsinas, entretanto desatualizadas. Foram feitas reformas nos forais, na sisa e nos direitos alfandegários.


(Imagem de D. Manuel I retirada da Internet)

A política ultramarina segue a linha traçada por D. João II. D. Manuel deu continuidade à viagem à Índia preparada pelo seu antecessor: a armada chefiada por vasco da Gama saiu de Lisboa em 1497 e chegou à Índia em 1498. Em 1500, Pedro Álvares Cabral faz a descoberta oficial do Brasil.

Todos os anos era enviada uma armada à Índia com o objetivo de consolidar o domínio português. Em 1505 D. Francisco de Almeida foi nomeado o primeiro Vice-Rei, controlando o monopólio da navegação e do comércio naquela região. Seguiu-se Afonso de Albuquerque que conquistou Goa.

Foram feitas variadas viagens a destinos diversos como Timor, Gronelândia e Labrador. No Norte de África conquistou-se Safim e Azamor.

No que respeita à política externa, D. Manuel optou por uma postura de neutralidade e diplomacia.

Ao nível cultural foi uma época de grande desenvolvimento, integrando-se no contexto europeu do Renascimento. As descobertas portuguesas e a nova visão do mundo, em muito contribuíram para o questionamento e do desafio artístico, científico e filosófico. Foi um período de grande renovação e criação artística, bem como de desenvolvimento científico, com a vinda de vários mestres para Portugal. Surgiu o estilo manuelino, inspirado nas viagens de além-mar e destacam-se vários nomes de grande relevo.

Ao nível artístico, a escultura não se desenvolveu como uma arte independente em virtude do contexto político e religioso. A pintura manteve-se no ensino particular e individual, sem a existência de escolas para o efeito.

No contexto educativo, até 1513, a Universidade dispersou a sua atenção nos estudos de Teologia, Direito Canónico, Direito Civil e Medicina. No entanto, com os Descobrimentos, D. Manuel criou novos planos de estudo, nomeadamente a Cátedra de Astrologia. A Matemática foi nunca teve uma grande implementação nos Estudos Gerais. Foram concedidas várias bolsas de estudo.

A partir do século XVI iniciou-se uma nova fase no ensino em Portugal com o surgimento de instituições vocacionadas para crianças e jovens, divididos por idade, grupo e espaço. Pela primeira vez começaram a surgir preocupações pedagógicas relativamente ao sucesso na aprendizagem.

A educação da criança torna-se extremamente relevante, na medida em que é encarada como uma tábua rasa, ou seja, apta para receber todo o tipo de conhecimentos. Como tal, a idade em que começa este processo deve ser o mais precoce possível para que comecem a interiorizar a disciplina e as regras.


MJS

2023/04/06

Recursos Bibliográficos usados na Elaboração do Analítico Liceu Diogo de Gouveia, Beja de Manuel Henrique Figueira (Parte 2)


(Imagem da fachada do Liceu Diogo de Gouveia, Beja retirada da internet)


Manuel Henrique Figueira no seu analítico Liceu Diogo de Gouveia (Beja), em Liceus de Portugal, descreve, sucintamente, 11 publicações periódicas publicadas pelo referido liceu, desde a sua criação até aos anos 60. Estas publicações tinham uma existência efémera e apenas serviam para moldar condutas e delinear conteúdos temáticos.


Publicações escolares:


    - Alma académica. Beja: Liceu Diogo de Gouveia, 1937

    - A Arcádia. Beja: Liceu Nacional de Fialho de Almeida, 1923

    - Capa e batina. Beja: Liceu Nacional Central de Fialho de Almeida, 1927

    - Capas negras. Beja: Liceu Nacional de Diogo Gouveia, 1938

    - Eco dos estudantes. Beja: Liceu Nacional de Diogo Gouveia, 1946

    - Minerva. Beja: Liceu Nacional Central de Fialho de Almeida, 1926

    - O Mocho. Beja: Liceu Nacional Central de Fialho de Almeida, 1920

    - Mocidade. Beja: Liceu Nacional de Fialho de Almeida, 1935

    - Novos. Beja: Liceu Nacional de Fialho de Almeida, 1934

    - Novos e velhos. Beja: Liceu Nacional de Beja, 1960-1966

    - Tentativa. Beja: Liceu Nacional de Diogo Gouveia, 1946-1960

 


Bibliografia utilizada na elaboração do analítico:

 

ARQUIVO DA E. S. DIOGO GOUVEIA. “Cadernos com o resultado dos exames”. In: Arquivo da E.S. Diogo Gouveia (Beja), 1953.

 

ARQUIVO DA E. S. DIOGO GOUVEIA.Livro de receita e da despesa do Liceu”. In: Beja: Arquivo da E.S. Diogo Gouveia (Beja), 1853.

 

ARQUIVO DA E. S. DIOGO GOUVEIA. “Livro de actas”. In: Arquivo da E. S. Diogo Gouveia (Beja), 1855.

 

ARQUIVO DA E. S. DIOGO GOUVEIA. “Livro de matriculas”. In: Arquivo da E. S. Diogo Gouveia (Beja), 1852.

 

ARQUIVO DA E.S. DIOGO GOUVEIA. “Livro de exames”. In: Arquivo da E. S. Diogo Gouveia (Beja), 1852.

 

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DO LICEU DE BEJA. Estatutos.  Beja: Associação dos Antigos Alunos do Liceu de Beja, 1971.

 

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DO LICEU DE BEJA. Novos e velhos. Beja: Jornal Comemorativo da II Festa de Confraternização dos Antigos Alunos do Liceu de Beja, 1960.

 

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DO LICEU DE BEJA. Novos e velhos. Beja: Jornal comemorativo da III festa de confraternização dos Antigos Alunos do Liceu de Beja, 1966.

 

BOLETIM DA DIRECÇÃO-GERAL DA INSTRUCÇÃO PÚBLICA.  “Estatística do ensino secundário (1895-1903)”. In: Boletim da Direcção-Geral da Instrucção Pública, Supl. ao fasc.7-9 (1904).

 

GARRIDO, Manuel de Melo (1960). “Uma sugestão.” in: Novos e velhos (Jornal comemorativo da 2 festa de confraternização dos Antigos Alunos do Liceu de Beja), p. 9 (1960).

 

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA. Estatísticas da educação. Lisboa: INE, as. 1904-1964.

 

LABOR : revista trimestral de educação e ensino e extensão cultural. Aveiro: Liceu Vasco da Gama, n.º 75 (out. 1936).

 

LICEU NACIONAL DE BEJA. Anuário do Liceu Nacional de Beja. Beja: LNB, as. 1908/1909 - 1914/15.

 

LICEU NACIONAL DE BEJA. Relatório do Liceu Nacional de Beja. Beja: LNB, as. 937/38-1938/39 ; 1941/42-1942/43 ; 1946/47 ; 1959/60.

 

LICEU NACIONAL DE FIALHO DE ALMEIDA. Relatório do Liceu Nacional de Fialho de Almeida. Beja: LNFA, as. 1896/97-1897/98; 1935/36.

 

MESTRE, Joaquim Figueira (1991). Olhares sobre a cidade. Beja: Edições da Câmara Municipal de Beja.

 

NEVES, Alberto Vaz de Almeida (1949). “Subsídio para a história do Liceu de Beja”. In. Relatório dos serviços do Liceu Nacional de Beja, a. 1949/1950, pp. 192-304.

 

NÓVOA, António ; BARROSO, João (1999). “Ensino liceal”. In: Dicionário de história de Portugal. Lisboa: Livraria Figueirinhas, vol. 7, pp. 632-634.

 

PEREIRA, Nuno Teotónio (1996) “Arquitectura”. In: Dicionário de história do Estado Novo, vol. 1, pp. 61-64.

 

RAPOSO, Sebastião José (1945). “O liceu de Diogo de Gouveia” in: Liceu de Portugal, n. 41, pp. 392-398.

 

SARAIVA, António José ; LOPES, Óscar (1955). História de literatura portuguesa. Porto: Porto Editora.

 

[S. n.] (1938). “Liceu Nacional de Jacinto de Matos, ex-Liceu Nacional Fialho de Almeida”. In: Revista Oficial do Sindicato Nacional de Arquitectos, n.º 1 (1983), pp. 5-11.


P. M.

 

 

FIGUEIRA, Manuel Henrique (2003). Liceu Diogo de Gouveia (Beja). In: Liceus de Portugal: histórias, arquivos, memórias. Lisboa: Edições Asa, pp. 114-117.

 

2023/04/03

Resumo do Artigo Liceu Diogo de Gouveia, Beja de Manuel Henrique Figueira (Parte 1)


(Imagem da fachada do Liceu Diogo de Gouveia, Beja retirada da internet)


Manuel Henrique de Figueiredo, em Liceus de Portugal, menciona várias datas referentes ao antigo Liceu Diogo de Gouveia (Beja), nomeadamente as da sua criação e início de funcionamento: 1836 (Decreto-lei de 17 de novembro); 1844 (Decreto-lei de 20 de setembro). O inicio de funcionamento foi no ano letivo de 1852-1853.


Designações desta entidade escolar:

    - Nome de origem: Liceu Nacional de Beja;

    - A partir de 1915: Liceu Nacional de Fialho de Almeida;

    - A partir de 1919: Liceu Nacional Central de Fialho de Almeida;

    - A partir de 1924: Liceu Nacional de Fialho de Almeida;

    - A partir de 1925: Liceu Nacional Central de Fialho de Almeida;

    - A partir de 1928: Liceu Nacional de Fialho de Almeida;

    - A partir de 1937: Liceu Nacional de Diogo Gouveia;

    - A partir de 1947: Liceu Nacional de Beja.


Na sua origem o liceu teve uma frequência masculina, só em 1880 teve as primeiras alunas a frequentá-lo. A partir do final do sec. XIX o liceu teve, definitivamente, frequência mista.

A sua localização foi, primeiramente, em instalações provisórias, a partir de 1852 foi instalado em casa particular e em algumas salas do Antigo Paço Episcopal (conhecido por Edifício do Colégio). Mais tarde, em 1863, passa a ocupar o andar superior e o quintal de um Palacete no Terreiro de S. Tiago. Em 1870 foi, outra vez, instalado num Palacete na Rua do Esquível (conhecido por Casa da Porta de Ferro). A partir de 1905 ocupa um prédio arrendado na Praça D. Manuel (atual Praça da Republica), finalmente, em 1937 foi realojado num edifício implantado no Campo das Freiras.

 

Reitores do Liceu:

    - José Pedro Carvalho e Sousa - 1852-1863;

    - Francisco Luís de Castro Soares da Cunha Rego - 1863-1864;

    - José Ferreira Lima - 1864-1888;

    - Francisco Xavier de Meneses (Reitor-interino) - 1888;

    - Joaquim Augusto de Sousa Macedo - 1888-1896;

    - Francisco Inácio de Mira - 1896-1897;

    - José Virgolino Caeiro - 1897-1899;

    - Joaquim Augusto de Sousa Macedo (Reitor-interino) - 1899;

    - Henrique José Pereira - 1899-1900;

    - Diogo Francisco Pereira de Castro e Brito - 1900-1901;

    - João de Sousa Tavares - 1901-1903;

    - João de Penha Salema Coutinho - 1903-1905;

    - José Vicente Madeira (Reitor-interino) - 1905;

    - Henrique José Pereira - 1899-1900;

    - Diogo Francisco Pereira de Castro e Brito - 1900-1901;

    - João de Sousa Tavares - 1901-1903;

    - João de Penha Salema Coutinho - 1903-1905;

    - José Vicente Madeira (Reitor-interino) - 1905;

    - Henrique José Pereira - 1905-1906;

    - Manuel Tomaz Soeiro da Silveira - 1906-1908;

    - José Vicente Madeira - 1908-1910;

    - José Joaquim Nunes - 1910-1911;

    - Manuel Tomás Soeiro da Silveira - 1911;

    - Raul Lupi Nogueira - 1911-1912;

    - Manuel Tomás Soeiro da Silveira - 1912;

    - José Joaquim Ferreira - 1912;

    - Domingos António Vaz Madeira - 1912-1913;

    - Manuel Tomás Soeiro da Silveira - 1913-1914;

    - Domingos António Vaz Madeira - 1914-1916;

    - João Manuel Ribeiro Queiroz - 1916-1917;

    - Sebastião José Raposo - 1917-1919;

    - Manuel Tomás Soeiro da Silveira (Reitor-interino) -  1919;

    - Diogo Rosa Machado (Reitor-interino) - 1919;

    - Francisco Romano Newton de Macedo (Reitor) - 1919;

    - Manuel Tomás Soeiro da Silveira - 1912;

    - José Joaquim ferreira - 1912;

    - Domingos António Vaz Madeira - 1912-1913;

    - Manuel Tomás Soeiro da Silveira - 1913-1914;

    - Domingos António Vaz Silveira - 1914-1916;

    - João Manuel Ribeiro Queiróz - 1916-1917;

    - Sebastião José raposo - 1917-1919;

    - Manuel Tomás Soeiro da Silveira (Reitor-interino) - 1919;

    - Diogo Rosa Machado - 1919;

    - Francisco Romano Newton de Macedo (Reitor) - 1919;

    - Manuel Tomás Soeiro da Silveira - 1919-1924;

    - José Maria Mendes Gameiro - 1924-1926;

    - Eduardo Hermano Pereira Ferraz - 1926-1938;

    - Sebastião José Raposo - 1938-1946;

    - Alberto Vaz de Almeida Neves - 1946-1957;

    - José Joaquim Galante de Carvalho - 1957-1961;

    - Manuel Caldeira de Sousa -  1961-1970;

    - José Barros Ferreira - 1970-1972;

    - Manuel de Brito Camacho Duarte Colaço - 1972-1974.


Como verificamos anteriormente, Henrique de Figueiredo apresenta-nos uma listagem dos reitores que fizeram parte da escola até 1974, por sua vez, a Divisão de Serviços da Documentação e de Arquivo da Secretaria-Geral da Educação e Ciência apresenta-nos um fundo arquivístico de alguns desses mesmos reitores; cuja organização das séries documentais inventariadas segue a estrutura adotada pela Portaria de Gestão de Documentos n.º 1310/2005, de 21 de dezembro.

Esta documentação[1] é, em si mesmo, um repertório de extrema importância para a avaliação pedagógica e inventariação de modos de ensino. Notamos que, grosso modo, esta documentação cujo cota e âmbito cronológicos apesentamos no quadro seguinte, são estruturas essenciais para reconstruir a história da escola e das politicas educativas adotadas:

 

Âmbito Cronológico:

 

Cota:

1937-[s.m.]-[s.d.] / 1938-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0003/00013

1938-[s.m.]-[s.d.] / 1939-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0009/00061

1956-[s.m.]-[s.d.] / 1957-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0053/00467

1950-[s.m.]-[s.d.] / 1951-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0037/00279

1948-[s.m.]-[s.d.] / 1949-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0033/00220

1949-[s.m.]-[s.d.] / 1950-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0035/00249

1958-[s.m.]-[s.d.] / 1959-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0056/00512

1951-[s.m.]-[s.d.] / 1952-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0039/00308

1957-[s.m.]-[s.d.] / 1958-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0055/00502

1944-[s.m.]-[s.d.] / 1945-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0023/00146

1959-[s.m.]-[s.d.] / 1960-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0059/00545

1954-[s.m.]-[s.d.] / 1955-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0049/00408

1946-[s.m.]-[s.d.] / 1947-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0028/00177

1955-[s.m.]-[s.d.] / 1956-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0052/00453

1953-[s.m.]-[s.d.] / 1954-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0045/00373

1941-[s.m.]-[s.d.] / 1942-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0014/00092

1936-[s.m.]-[s.d.] / 1937-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0063/00567

1942-[s.m.]-[s.d.] / 1943-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0014/00084

1952-[s.m.]-[s.d.] / 1953-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0044/00369

1947-[s.m.]-[s.d.] / 1948-[s.m.]-[s.d.]

PT/MESG/AAC/IEL/002/0030/00187

 

 

 

 

O edifício construído de raiz para o Liceu foi inaugurado a 20 de junho de 1936, projetado para 385 alunos (11 turmas), projetado pelo arquiteto Cristiano Silva. O edifício sofreu obras de ampliação e beneficiação em 1948, 1958 e nos anos 70. O novo edifício foi, certamente, uma afirmação publica da imagem educacional de Beja. No inicio do século XX, há, pois, uma grande viragem na história do Liceu, os anos trinta são, efetivamente, a consolidação plena do Liceu, afirma Henrique Figueira (2003: 199 ss.).

 

Destacam-se algumas associações ligadas ao Liceu, tais como:

    - Associação Académica de Beja (criada no inicio do século);

    - Associação dos alunos do Liceu Fialho de Almeida (existia em 1953-1936);

    - Associação Escolar (1937/38 - 1941/42 data em que foi incorporada na M.P);

    - Tuna Académica (criada no fim do século XIX, há referências frequentes à sua existência na década de 1910);

    - Orfeão (encontra-se referências à sua existência entre 1937 e 1951);

    - Associação dos Antigos Alunos do Liceu de Beja (1960, estatutos publicados em 1971).


P. M. 

 

FIGUEIRA, Manuel Henrique (2003). Liceu Diogo de Gouveia (Beja). In: Liceus de Portugal: histórias, arquivos, memórias. Lisboa: Edições Asa, pp. 96-113.

 


[1] Os relatórios de reitor, grosso modo, são uma apreciação das condições pedagógicas das instalações e do material de ensino; emissão de pareceres didáticos; estudo do rendimento do ensino em cada liceu e sua correlação com os professores; elaboração de estatísticas; classificação do serviço dos professores; realização de inquéritos e sindicâncias; instrução de processos movidos a professores, etc.

2023/03/30

Educação e Monarquia: D. João II (1455 - 1495)

 

D. João II "o Príncipe Perfeito" (1455 - 1495) era o filho mais novo de D. Afonso V e de D. Isabel. Casou com D. Leonor, sua prima.

Como era hábito, participou na governação do reino durante a vida do seu pai, tendo estado presente na conquista de Arzila (1471) onde foi armado cavaleiro. Entre 1475 e 1476 o seu pai delegou-lhe a regência do reino enquanto se ausentou nas lutas com Castela e com diligências diplomáticas.

O foco do seu reinado foram as descobertas e a luta contra a concorrência castelhana no que respeitava aos territórios conquistados e à exclusividade de navegação da costa africana. Esta política de mare clausum, levou à assinatura do Tratado de Toledo com Espanha em 1480, dividindo o Atlântico pelo paralelo das Ilhas Canárias.

D. Afonso V morreu em 1481 e D. João II teve uma enorme preocupação com a centralização do poder real e com o aumento de poder da nobreza, sobretudo a Casa de Bragança. O monarca reprimiu com violência algumas conspirações, o que fez com que muitos nobres se refugiassem no estrangeiro. Foram reunidas Cortes em 1482, 1483 e 1490.


(Imagem de D. João II retirada da Internet)

No plano da expansão, toda a costa ocidental africana é explorada, incluindo a travessia do cabo das Tormentas por Bartolomeu Dias em 1488. A partir de então, o monarca preparou uma viagem até à India, enviando emissários por terra para obterem o máximo de informações: Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva.

Entretanto, Cristóvão Colombo chega à América e D. João II reivindicou essas terras para a Corte Portuguesa, tendo em conta o Tratado de 1480. Castela opõe-se e seguem-se negociações entre as duas nações que culminam com a assinatura do Tratado de Tordesilhas em 1494. Ficou determinado que a linha que dividia a Terra em duas zonas de influência se localizava a 370 léguas a oeste da Ilha de Santiago em Cabo Verde. Uma vez que esta zona incluía o Brasil, supõe-se que já se conhecia o Brasil.

Ao nível da política externa, D. João II estabeleceu relações diplomáticas com vários países europeus, garantindo o sucesso da política de Descobertas.

Os últimos anos de reinado foram marcados pelo problema da sucessão: o infante D. Afonso, legítimo herdeiro, faleceu em 1491. O rei pretendia que D. Jorge, seu filho ilegítimo herdasse o trono, mas a rainha opôs-se. O sucessor designado acabou por ser D. Manuel, irmão de D. Leonor.

No que respeita à educação e ensino, o desenvolvimento do comércio e da indústria levaram a inevitáveis alterações económicas e culturais: a intensificação das trocas comerciais com o estrangeiro e o aumento de cargos públicos. Estas alterações conduziram à procura de “mestres de saber ler”, recrutados entre estudantes, bacharéis ou clérigos.

Houve uma consciencialização da necessidade de instrução dos filhos, quer ao nível económico quer ao nível social e político. A ascensão social da burguesia necessita do apoio cultural que se baseia na educação. O ensino já não se faz exclusivamente na igreja, mas também na corte e nas casas nobres e burguesas. A maior parte dos alunos era do sexo masculino, mas a instrução também se alargou ao sexo feminino, sobretudo nas classes mais elevadas. A língua nacional afirmou-se, fixando-se por escrito na literatura. Essa mudança irá ocorrer ao longo do século XVI.


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2023/03/27

Educação e Monarquia: D. Afonso V (1432 - 1481)

 

D. Afonso V, "o Africano" (1432 - 1481) era filho de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão. O seu reinado divide-se em três períodos distintos: o primeiro vai desde a morte do seu pai, quando D. Afonso tinha apenas 6 anos, até à Batalha de Alfarrobeira em 1149. A regência ficou a cargo de D. Leonor, mas grande parte da população preferia D. Pedro, irmão de D. Duarte. Aquando das Cortes de 1439, o infante D. Pedro foi nomeado regente e D. Leonor foi exilada para Castela.

A educação de D. Afonso ficou a cargo do seu tio, um homem viajado e de grande cultura, tendo uma vertente claramente humanista.

Em 1446 realizaram-se as Cortes de Lisboa e o monarca, já com a maioridade, assumiu a coroa portuguesa auxiliado por D. Pedro. Nesta no mandou publicar as Ordenações Afonsinas, uma compilação de leis que tinha sido iniciada no reinado do seu pai.


(Imagem de D. Afonso V retirada da Internet)

D. Afonso, casou com D. Isabel de Lancastre, filha de D. Pedro, em 1147. A relação entre o monarca e o tio acabaram por se deteriorar e este é afastado do poder em 1448. Este conflito culminou com a Batalha de Alfarrobeira em 1449, em que D. Pedro foi morto.

Após a morte de D. Pedro, o rei acabou por ser manipulado pela nobreza e pelo clero, havendo um recuo no processo de centralização do poder real.

As campanhas do Norte de África marcaram o segundo período de reinado: em 1458 conquistou-se Alcácer Ceguer, Tânger e Arzila e em 1471, Larache.

Na terceira fase do seu reinado, D. Afonso V orientou-se no sentido da política peninsular: Henrique IV de Espanha morre e era casado com D. Joana de Portugal, sobrinha do monarca português. O plano era casar com a sobrinha e unir os dois reinos, contra a pretensão dos futuros Reis Católicos. Após vários conflitos armados, o rei português assinou o Tratado de Alcáçovas em 1476, em que renunciou aos direitos do trono espanhol.

A política de Descobrimentos foi liderada pelo infante D. Henrique até à sua morte em 1460. Em 1439 iniciou-se a povoação dos Açores. Em 1441 Nuno Tristão atinge o Cabo Branco, em 1443, a baía de Arguim e em 1444, a foz do rio Senegal. As ilhas de Cabo Verde são descobertas em 1456 e chega-se à Serra Leoa em 1460.

D. Afonso IV concedeu o comércio da Guiné a Fernão Gomes em 1469, tendo este a obrigação de descobrir todos os anos 100 léguas de costa. Em 1471 descobriu-se S. Tomé, Príncipe e Ano Bom. Em 1472, Álvaro Esteves passa o Equador e em 1474, João Vaz Corte Real chegou à Terra Nova (ilha do Canadá).

Em 1476, D. Afonso associou D. João, futuro rei ao governo do reino e veio a falecer em 1481.

Ao nível da educação, durante este período coexistiram formas de ensino distintas, consoante os grupos sociais, reproduzindo as desigualdades existentes: os níveis mais elevados contavam com a presença de um precetor, a burguesia recorreu às escolas públicas e os artesãos aprendiam os seus ofícios. No entanto, a instrução continuava a ser um monopólio da Igreja.

Na primeira metade do século XV a afluência ao Estudo Geral já era bastante elevada. Em 1443. D. Pedro decretou a criação de um novo Estudo Geral em Coimbra.


MJS

2023/03/23

Educação e Monarquia: D. Duarte (1391 - 1438)

 

D. Duarte (1391 - 1438), "o Eloquente", era o filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre. Apesar de ter subido ao trono em 1433 já estava associado ao governo desde 1412. Casou com Leonor de Aragão em 1428.

Durante o seu reinado dá continuidade à política centralizadora do seu pai. Reúne Cortes em Santarém em 1434, promulgando a Lei Mental que determinava que os bens doados pela coroa só podiam ser herdados pelo filho varão primogénito. Através desta lei, que tem este nome por andar na mente de D. João I, a coroa recupera várias terras.

Nestas cortes foi possível avaliar a existência de um número verdadeiramente exorbitante de habitantes que eram analfabetos. Foi determinado que o juiz de uma região devia saber ler e escrever, a não que que não existisse ninguém capaz de o fazer.

O monarca reuniu cortes três vezes, duas em Évora (1435 e 1436) e em Leiria (1438). Reorganizou a administração interna, procedendo à compilação de toda a legislação do reino. Este processo só seria concluído com D. Afonso V.

A política de expansão marítima também tem continuidade, sob a liderança do Infante D. Henrique: em 1434 Gil Eanes passa o Cabo Bojador; em 1435 segue-se para Angra dos Ruivos e em 1436 Afonso Baldaia atinge o Rio do Ouro.


(Imagem de D. Duarte retirada da Internet)

Quanto à expansão no Norte de África, D. Duarte é pressionado para continuar e em outubro de 1437 fez-se um ataque a Tânger que teve um resultado desastroso para os portuguesas. Os mouros colocam como condição para a rendição a devolução de Ceuta, ficando o infante D. Fernando cativo. Após a convocar as Cortes de Leiria em 1438, D. Duarte foi obrigado a sacrificar a vida do seu irmão para continuar na possa de Ceuta.

Ao nível à educação, D. Duarte era um homem culto e escreveu o Leal Conselheiro, um tratado sobre ética e moral ou melhor, um manual prático de orientação ética para a monarquia e para a nobreza.

Escreveu igualmente o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela, incompleto, mas que versa sobre hipismo e justa equestre medieval.

A partir do século XV tornou-se habitual as classes nobres recorrerem a um precetor, geralmente estrangeiro para a educação dos jovens. A preocupação com um ensino de qualidade torna-se uma das preocupações dos privilegiados.

D. Duarte morre de peste em 1438 e deixa a sua mulher como regente até que Afonso V pudesse governar, uma vez que tinha apenas 6 anos. Isto originou vários conflitos com os irmãos do rei e D. Leonor acabou por ser afastada.


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