D.
Manuel I, "o Venturoso" (1469 – 1521) era filho do infante D. Fernando
e de D. Brites, cunhado do anterior monarca. Casou com D. Isabel de Castela
(1497), D. Maria de Castela (1500), mãe do futuro D. João III e com D. Leonor
(1518).
Subiu
ao trono em 1495 e continuou a política de centralização do poder real, mas de
forma menos violenta que o seu antecessor. Realizaram-se Cortes em
Montemor-o-Novo no início do seu reinado, onde se ordenaram Confirmações de
doações e reformas dos tribunais superiores. Foram reunidas Cortes mais três
vezes, em 1498, 1499 e 1502.
Em
1496, D. Manuel obrigou todos os judeus e mouros a serem batizados sob pena de
serem forçados a deixar o país, vendo os seus bens confiscados ou arriscar uma
pena de morte. Criou-se forma a distinção entre cristãos-velhos e
cristãos-novos.
Entre
1512 e 1531 foram publicadas as Ordenações Manuelinas com o objetivo de
substituírem as Ordenações Afonsinas, entretanto desatualizadas. Foram feitas
reformas nos forais, na sisa e nos direitos alfandegários.
A
política ultramarina segue a linha traçada por D. João II. D. Manuel deu
continuidade à viagem à Índia preparada pelo seu antecessor: a armada chefiada
por vasco da Gama saiu de Lisboa em 1497 e chegou à Índia em 1498. Em 1500,
Pedro Álvares Cabral faz a descoberta oficial do Brasil.
Todos
os anos era enviada uma armada à Índia com o objetivo de consolidar o domínio
português. Em 1505 D. Francisco de Almeida foi nomeado o primeiro Vice-Rei,
controlando o monopólio da navegação e do comércio naquela região. Seguiu-se
Afonso de Albuquerque que conquistou Goa.
Foram
feitas variadas viagens a destinos diversos como Timor, Gronelândia e Labrador.
No Norte de África conquistou-se Safim e Azamor.
No que
respeita à política externa, D. Manuel optou por uma postura de neutralidade e
diplomacia.
Ao
nível cultural foi uma época de grande desenvolvimento, integrando-se no
contexto europeu do Renascimento. As descobertas portuguesas e a nova visão do
mundo, em muito contribuíram para o questionamento e do desafio artístico,
científico e filosófico. Foi um período de grande renovação e criação
artística, bem como de desenvolvimento científico, com a vinda de vários
mestres para Portugal. Surgiu o estilo manuelino, inspirado nas viagens de
além-mar e destacam-se vários nomes de grande relevo.
Ao
nível artístico, a escultura não se desenvolveu como uma arte independente em
virtude do contexto político e religioso. A pintura manteve-se no ensino
particular e individual, sem a existência de escolas para o efeito.
No contexto
educativo, até 1513, a Universidade dispersou a sua atenção nos estudos de
Teologia, Direito Canónico, Direito Civil e Medicina. No entanto, com os
Descobrimentos, D. Manuel criou novos planos de estudo, nomeadamente a Cátedra
de Astrologia. A Matemática foi nunca teve uma grande implementação nos Estudos
Gerais. Foram concedidas várias bolsas de estudo.
A
partir do século XVI iniciou-se uma nova fase no ensino em Portugal com o
surgimento de instituições vocacionadas para crianças e jovens, divididos por
idade, grupo e espaço. Pela primeira vez começaram a surgir preocupações
pedagógicas relativamente ao sucesso na aprendizagem.
A
educação da criança torna-se extremamente relevante, na medida em que é
encarada como uma tábua rasa, ou seja, apta para receber todo o tipo de conhecimentos.
Como tal, a idade em que começa este processo deve ser o mais precoce possível
para que comecem a interiorizar a disciplina e as regras.
MJS
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