2022/04/04

Educação: Boletim Informativo do Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa

(Capa da publicação periódica Educação: Boletim Informativo do Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa )

A publicação periódica Educação: Boletim Informativo do Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa apresenta uma periodicidade irregular (2 a 4 números por ano). Esta publicação, em texto policopiado, teve curta duração:  começou a sua publicação em outubro de 1969 e veio a terminar em fevereiro de 1972.

No que diz respeito à menção de responsabilidade editor, o Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa (GEPAE)[1], inserido no Ministério da Educação Nacional, responde, como editor literário, pelos conteúdos descritos. Efetivamente, o GEPAE tem como objetivo investigar, de forma permanente, os problemas relacionados com a educação e, consequentemente, propor, soluções às necessidades do país.

A missão deste Gabinete, passa, sobretudo, por estudos comparativos de didáticas internacionais/nacionais; compilação de legislação; análise bibliográficas e elaboração de recensões. Este modus operandi, deve-se, sobretudo, ao empenho reformador do Ministro da Educação Nacional - Doutor Veiga Simão[2]. Na década de 70 assumiu o cargo de Ministro da Educação Nacional, no governo de Marcelo Caetano, até abril de 1974. Como último Ministro da Educação antes da Revolução dos Cravos, defendeu a democratização do ensino, lançando as bases as bases do desenvolvimento do ensino, estabelecendo o direito à educação, a igualdade de oportunidade e o acesso pelo mérito.


(Imagem da publicação periódica Educação: Boletim Informativo do Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa , volume 1 - n.º 1 - Outubro de 1969, p. 4)


No Programa de trabalhos para 1969, afirma-se ser intensão da Direcção do Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa acompanhar a atividade a desenvolver por este Organismo de uma intensa ação informativa e de esclarecimento, de modo a conseguir uma ativa participação dos diversos sectores interessados nos problemas de planeamento educacional. Decidiu-se, assim, retomar a publicação Folhas de Informação do GEPAE, sob nova forma, reunindo num só volume as três séries anteriormente editadas, dando, no entanto, maior relevo às Séries A (noticiário) e C (documentação) e adotando um critério mais seletivo para a serie B (bibliografias).

Constituiu-se, assim, um Boletim informativo único, embrião de uma futura revista. Espera-se que venha a contribuir para uma melhor compreensão dos problemas que preocupam o Gabinete de Estudos, mantendo os sectores informados do muito que hoje se faz pelo mundo em matéria de educação e do que muito que, por ela, se procura fazer em Portugal (ver: vol. 1, n.º 1, out. 1969, p. 4).

Este Boletim, dependente do Ministério da Educação Nacional, aparece num momento de mudança no sistema educativo português. Como verifica Manique (Silva, 2010:106) “este periódico viabiliza a passagem de uma publicação interna para as diversas revistas de vulgarização didático-pedagógica e de apoio à formação de docentes. Deste modo, veicula a necessidade de uma alteração reformadora do sistema, das instituições e das práticas educativas, constituindo um documento essencial para o estudo da génese da ‘Reforma Veiga Simão’ e do papel que o Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa desempenhou nesse processo. “

O Boletim, apesar de ter características comuns às publicações de circulação interna da época, apresenta uma estrutura estável:  A. Sumário; B. Trabalhos e publicações do GEPAE; C. Noticias do GEPAE; D. Noticiário; E. Legislação; F. Bibliografia e G. Informação estatística.

Os Sumário (alínea A) são dedicados a grandes discursos de entidades influentes no acto de educação, nesta época de transição. Nas secções Noticiário, trabalhos e publicações do GEPAE (alíneas B e C) são apresentados indicadores de aproveitamento escolar; execução do III Plano de Fomento; controlo de custos da construção escolar; experiencias psicopedagógicas e relatórios; controlo dos custa da educação; mesas-redondas; colóquio e conferencias sobre educação, entre outros. Em Noticiário (alínea D), são explanados projectos de reforma; inovação pedagógogica , educação infantil; intercambios universitários; ensino à distância; didácticas de educação  no mundo; teatro e literatura infantil; ensino para crianças deficientes; educação permanente. Quase todos os números, no seu final, apresentam uma análise de legislação sobre os assuntos tratados (alínea E).

(Imagem da publicação periódica Educação: Boletim Informativo do Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa , volume 2 - n.º 4 - Abril de 1970, p. 166)

Destaca-se, pelo seu rigor biblioteconómico, uma secção permanente de recompilação bibliográfica, desce a criação desta publicação Nesta secção são descritas bibliografias exaustivas e comentadas; recensões sobre educação; sumários de publicações periódicas e, ainda, listagens de obras entradas na biblioteca (alínea F), veja-se, por exemplo,  vol. 2, n.º 4, abril de 1970, p. 156-202. O Boletim termina sempre com quadros estatísticos sobre diversos assuntos em foco (alínea G).

Em cada número analisado encontramos uma série de curta de notícias, embora o essencial sejam os documentos e estudos de dezenas de páginas efetuados no âmbito das atividades do GEPAE. Grande parte dos textos não se encontra assinado e, por vezes, resultam de comunicações internas que a publicação se limita a descrever.

Alguns trabalhos são da responsabilidade de grupos de trabalho do gabinete de estudos e outros, porém, são sínteses de discursos solenes de individualidades e ministros. Os assinados pertencem a: Adelino da Silva Amaro da Costa (1943-1980); Amaro da Costa (1943-1980); António Oliveira (s.d.); Fernando Vaz da Costa (s.d.); Fraústo da Silva (1933-); Frederico Perry Vidal (1932-2007); José Hermano Saraiva (1919-2012); Maria de Lurdes Mira Feio (s.d.); Maria Margarida Gonçalves Pereira (s.d.); Mário Gomes Ribeiro (s.d.); Mário Murteira (1922-2013); Paulo Bárcia (s.d.); Pedro Loff (1932-); Roberto Carneiro (1947-); Sérgio Macias Marques (1928-2016); Veiga Simão (1929-1014), etc.

 

P.M.  


BIBLIOGRAFIA:

 

DIVISÃO DE SERVIÇOS DE DOCUMENTAÇÃO E DE ARQUIVO (2010). Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa [em linha]. Lisboa: Secretaria-Geral da Educação e Ciência [Consulta 10 de janeiro de 2022]. Disponivel: http://arquivo-ec.sec-geral.mec.pt/details?id=60268

 

FREITAS, Carolina (2015). “Uma biografia de Veiga Simão” [em linha]. JL (5 de março de 2015). [Consulta 10 de janeiro de 2022]. Disponivel: https://visao.sapo.pt/jornaldeletras/letras/2015-03-05-uma-biografia-de-veiga-simaof812280/

 

FERREIRA, Nicolau; CAMPOS, Alexandra (2014). “Morreu Veiga Simão, o homem que aprendeu com o granito a não dobrar” [em linha]. Público (3 de maio de 2014). [Consulta 10 de janeiro de 2022]. Disponível: https://www.publico.pt/2014/05/03/politica/noticia/morreu-veiga-simao-antigo-ministro-da-educacao-1634481

 

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NACIONAL (1969). “Apresentação” in: Educação: Boletim Informativo do Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa; Vol. 1, n.º 1 (out. 1969), p. 4

 

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NACIONAL (1970). “Sumário de algumas publicações periódicas entradas no C. D. P.” in: Educação: Boletim Informativo do Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa; vol. 2, n.º 4 (abril. 1970), p. 156-202

 

SILVA, Carlos Manique da (2010). Publicações Periódicas do Ministério da Educação. Repertório Analítico (1861-2009). Porto: Universidade do Porto, Faculdade de Letras



[1] A 16 de janeiro de 1965, pelo Decreto-Lei n.º 46 156, é criado no Ministério da Educação Nacional, na dependência direta do ministro, por sua vez, o Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa, que tem por função estudar, de forma permanente, os problemas relacionados com a educação e propor as correspondentes soluções, de acordo com as necessidades do país (Art.º 1.º). No n.º 3, do preâmbulo, do mesmo diploma lê-se: o Gabinete fica, na verdade, a possuir uma orgânica muito dúctil, muito flexível, como exige a complexidade e diversidade das tarefas a que tem de se consagrar - desde a recolha de dados estatísticos, realização de inquéritos, obtenção e ordenação da documentação necessária, estudo de problemas demográficos e económicos, levantamento de cartas, análise de técnicas pedagógicas, exames comparativos de sistemas escolares, até à preparação, em resultado de todo esse esforço, de planos e reformas. O Gabinete, embora mantendo estreito contacto com outros serviços do Ministério e outras entidades educacionais, possuía autonomia administrativa e financeira e era composto por uma estrutura interna representada por uma direção, por um conselho consultivo, por serviços e por um centro de documentação.
 
[2] Natural da Guarda, José António Veiga Simão licenciou-se em ciências físico-químicas pela Universidade de Coimbra e doutorou-se em física nuclear pela Universidade de Cambridge. Foi professor e político português, Veiga Simão cedo iniciou o seu trajeto académico e político. Aos 32 anos era já professor catedrático na Universidade de Coimbra e aos 34 Reitor da Universidade de Lourenço de Marques, em Moçambique. Na década de 70, e já em Portugal, assumiu o cargo de Ministro da Educação Nacional no governo de Marcelo Caetano até abril de 1974. Entre 1974 e 1975 foi embaixador de Portugal nas Nações Unidas, tendo sido também Visiting fellow da Universidade de Yale, onde orientou colóquios sobre Sistemas de Educação no Mundo. Foi consultor do National Assessment and Dissemination Center, desempenhando ainda o cargo de diretor da Portuguese Heritage Foundation (USA). Em 1983 aceitou o cargo de Ministro da Indústria e Energia no governo de Mário Soares e em 1997 o de Ministro da Defesa Nacional no governo de António Guterres. Veiga Simão recebeu várias distinções, entre as quais a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro, em 1988.

2022/03/31

Mulheres na ciência: Marie Curie (1867 - 1934)

 

(Imagem de perfil de Marie Curie retirada da internet)

Marie Sklodowska-Curie nasceu em Varsóvia, na Polónia, a 7 de novembro de 1867, com o nome de Maria Salomea Sklodowska. Foi física e química, tendo feito uma autêntica revolução no mundo da ciência.

Aos 8 anos, Marie perdeu a sua irmã mais velha, com tifo e aos 10, a sua mãe, vítima de tuberculose. Foi encorajada pelo seu pai, professor de matemática e física, a seguir o seu interesse pela ciência, tendo frequentado a Universidade.

Em 1891 seguiu para Paris, onde já se encontrava a sua irmã, para completar os estudos em matemática, física e química na Universidade de Paris. Foram anos difíceis porque Marie tinha falta de recursos financeiros, optando por estudar de dia e dar aulas particulares à noite.

Em1893 licenciou-se em física e começou a trabalhar no laboratório do professor Gabriel Lippmann. Em 1894 terminou a sua segunda licenciatura com a ajuda de uma bolsa.

As primeiras pesquisas que efetuou foram sobre as propriedades magnéticas do aço. Foi igualmente nesta altura que conheceu Pierre Curie, instrutor na Escola Superior de Física e Química Industriais de Paris. Pierre pediu Marie em casamento, mas ela não aceitou pois tinha a esperança de voltar a Varsóvia para continuar a trabalhar na sua área. A Universidade recusou o seu pedido porque era uma mulher.

Marie voltou a Paris para realizar um doutoramento e casou-se com Pierre Curie em 1895. Passaram a trabalhar juntos num laboratório comum, sem grandes condições de ventilação e Marie envolve-se num projeto relacionado com os raios de urânio que emitiam uma radiação espontânea.

Em 1897 nasceu a sua filha, Irène, e Marie começou a dar aulas na Escola Normal Superior de Paris. Recebeu alguns patrocínios de empresas e fez estudos cada vez mais profundos sobre radiação.

Após algumas pesquisas profundas, Pierre e Marie publicaram um documento, em 1989, em que revelam a descoberta de dois novos elementos químicos: o polónio e o rádio. Estava aberto um novo caminho na ciência na área da radioatividade. Entra 1898 e 1902, o casal publicou vários artigos, sendo que um deles alertava para o facto de, quando as células tumorais eram expostas ao rádio, eram destruídas mais rapidamente.

Em 1900, Marie Curie tornou-se a primeira mulher a lecionar na Escola Superior Normal. Em 1903, foram ambos à Royal Institution, em Londres, para discursar sobre as suas descobertas. Marie foi proibida de falar por ser mulher. Neste ano, Pierre e Marie Curie recebem o Prémio Nobel da Física pelos seus trabalhos na área da radiação. Marie foi a primeira mulher a receber um Prémio Nobel.

Em 1904 nasce a segunda filha do casal, Ève. Infelizmente, em 1906, Pierre morre, vítima de um acidente de viação. O departamento de física ofereceu a Marie a cadeira lecionada pelo seu marido: foi a primeira mulher a dar aulas na Universidade de Paris. Em 1910, Curie consegue isolar o rádio e definir um padrão para as emissões radioativas.

Apesar dos inúmeros sucessos científicos, Marie foi alvo de uma atitude xenófoba por parte dos franceses, uma vez que era de origem polaca, foi acusada de ser judia, ateia e de ter um caso com um ex-aluno de Pierre. No entanto, a comunidade científica reconheceu o seu trabalho e em 1911 recebeu o Prémio Nobel da Química. Foi a única vencedora de dois prémios Nobel. Marie não patenteou o processo de isolamento do rádio para permitir que toda a comunidade científica o pudesse utilizar em proveito da humanidade.

Marie chefiou o Instituto do Rádio construído em 1914, atual Instituto Curie, criado em parceria com a Universidade de Paris e o Instituto Pasteur. Com a Primeira Guerra Mundial, as atividades cessaram e só foram retomadas em 1919.

Durante o período da guerra, Marie instalou centros radiológicos perto dos campos de batalha como meio auxiliar de diagnóstico dos cirurgiões. Foram desenvolvidas unidades móveis de radiografia equipadas com os aparelhos necessários.

Marie foi diretora do Serviço de Radiologia da Cruz Vermelha e criou o primeiro centro militar de radiologia em França que começou a funcionar no final de 1914. A sua filha Irène auxiliou em todo este projeto.

Em 1915, Curie inventou agulhas ocas que continham rádon, utilizado na esterilização de tecidos infetados. Mais de um milhão de soldados foram tratados com esta técnica. A cientista contribuiu de forma decisiva no esforço de guerra, tendo publicado um livro sobre o assunto em 1919, Radiologia na Guerra.

Em 1921 visitou os Estados Unidos da América com o objetivo de conseguir fundos para as suas pesquisas. Em 1922 tornou-se membro da Academia Francesa de Medicina e do Comité Internacional de Cooperação Intelectual da Liga das Nações. Em 1923 publicou a biografia de Pierre Curie. Em 1930 foi eleita para o Comité Internacional dos Pesos Atómicos.

Marie Curie morreu a 4 de julho de 1934 devido à exposição prolongada à radiação. Os seus restos mortais estão no Panteão de Paris, tendo sido a primeira mulher a receber essa homenagem.

Irène Joliot-Curie continuou os trabalhos da sua mãe, ao nível da estrutura do átomo e da física nuclear. Recebeu o Prémio Nobel da Química um ano depois da morte da mãe.

Marie Curie revolucionou a física e a química com as suas descobertas, mas também mudou a sociedade, superando as barreiras que se lhe colocaram por ser mulher. Extremamente altruísta, esta cientista nunca hesitou em ajudar a tornar o mundo um lugar melhor, partilhando os seus conhecimentos e a sua sabedoria.

Radiografia

ME/401109/173

Radiografia utilizado em contexto das práticas pedagógicas no Laboratório de Física. Uma radiografia é efetuada através da emissão de um feixe de raios-X, que atravessa uma zona (geralmente no corpo) que se pretende observar e que proporciona uma imagem que permite distinguir estruturas e tecidos. Neste caso trata-se de uma radiografia ao pulso e parte dos dedos da mão, que se encontra devidamente emoldurada.


MJS



2022/03/28

Mulheres na ciência: Nettie Stevens (1861-1912)

(Imagem de Nettie Stevens retirada da internet)


Nettie Stevens (1861-1912) nasceu em Cavendish, nos Estados Unidos da América, filha de Ephraim Stevens, carpinteiro, e Julia Adams. Foi a bióloga e geneticista, atribuindo-se-lhe a descoberta dos cromossomas sexuais X e Y.

A sua mãe faleceu em 1863 e o seu pai voltou a casar, mudando-se com a família para Westford, Massachusetts. Nettie teve uma educação de qualidade e licenciou-se na Westford Academy, que frequentou entre 1872 e 1883.

Tornou-se professora numa escola de New Hampshire e três anos depois retomou os estudos para fazer uma pós-graduação na Westfield State University. Numa busca incessante de especialização, ingressou na Universidade de Stanford. A sua área de interesse era a histologia.

No Bryn Mawr College fez um doutoramento em regeneração celular, estrutura de organismos unicelulares e células germinativas, entre outros, que concluiu em 1903. Estagiou em jardins zoológicos em Itália e na Alemanha. O seu orientador foi Thomas Hunt Morgan.

Permaneceu como pesquisadora associada na Bryn Mawr College e posteriormente como professora assistente na área da morfologia experimental. Tendo recebido a bolsa de estudo do Instituto Carnegie, Nettie dedicou-se aos estudos sobre hereditariedade e determinação do sexo dos indivíduos, baseando-se nos trabalhos de Mendel. Este estudo deu origem a um artigo premiado A Study of the Germ Cells of Aphis rosae and Aphis oenotherae.

Nettie publicou cerca de 40 artigos ao longo da vida em áreas novas, como é o caso da hereditariedade e dos cromossomas. Os seus estudos permitiram concluir que os cromossomas determinam o sexo do indivíduo durante o seu desenvolvimento fetal.

Durante a observação de insetos, Nettie concluiu igualmente que existia uma ligação entre cromossomas e diferenças no fenótipo. Este estudo foi publicado em 1905. Foi identificado um cromossoma X (feminino) e um cromossoma Y (masculino).

Apesar dos avanços absolutamente fundamentais para a ciência, Nettie não teve os devidos créditos pelo seu trabalho e foi Thomas Hunt Morgan que foi agraciado com o Prémio Nobel em 1933 pelas suas descobertas.

Nettie faleceu em 1912, após uma vida em que lhe foram negados o reconhecimento e a possibilidade de participar em discussões científicas.

 

Imagem parietal de hereditariedade

ME/401109/693

Escola Secundária de Camões

Quadro parietal utilizado em contexto das práticas pedagógicas nas aulas de Biologia. São apresentadas imagens das leis de Mendel, representando o cruzamento de duas variedades da espécie Mirabilis jalapa, uma de flores vermelhas e outra de flores brancas, de modo a observar uma situação de dominância incompleta, pois todos os descendentes da primeira geração apresentam fenótipo intermédio, flores cor-de-rosa. Na segunda geração manifestam-se os três fenótipos possíveis, vermelho, branco e rosa.


Imagem parietal de hereditariedade

ME/401470/112

Escola Secundária com 3.º Ciclo Dr. Joaquim de Carvalho

O quadro é impresso litograficamente sobre fundo claro com grande qualidade na cor e detalhes e é complementado com desenhos esquemáticos. Servia de apoio visual às aulas de Zoologia evidenciando a origem genética e a hereditariedade nas abelhas. Em cima, estão representadas duas abelhas com os marcadores genéticos, ao centro, mais duas, fruto da reprodução, em baixo estão quatro com todas as possibilidades de reprodução. No canto superior esquerdo encontra-se o título «Drosophila sex-linked I».


MJS

2022/03/24

Mulheres na ciência: Elizabeth Blackwell (1821-1910)

 

(Imagem de Elizabeth Blackwell retirada da internet)

Elizabeth Blackwell (1821-1910) nasceu em Bristol, filha de Samuel Blackwell, um refinador de açúcar e de Hannah Blackwell. Foi a primeira mulher a tirar uma licenciatura em medicina e a exercer a sua profissão.

Cresceu numa família bastante liberal juntamente com mais 8 irmãos. O seu pai tinha ideias bastante específicas em relação à educação dos seus filhos, uma vez que todos deveriam ter os mesmos conhecimentos e oportunidades.

Em 1831, a família emigrou para os Estados Unidos da América, mais concretamente para Cincinnati. Devido à degradação da situação financeira, Elizabeth e duas das suas irmãs abriram a escola The Cincinnati English and French Academy for Young Ladies. Apesar de não ter conteúdos inovadores, constituía uma fonte de rendimento. A conversão de Elizabeth à Igreja Unitarista gerou algum preconceito entre os pais das crianças que frequentavam a escola e as irmãs passaram a dar aulas particulares.

Em 1847, após a morte do seu pai, Elizabeth iniciou o curso de medicina, na Geneva Medical College, tornando-se a primeira licenciada do sexo feminino. No entanto, começar a sua vida profissional foi um desafio, uma vez que não tinha a confiança dos pacientes. Viajou até Paris onde trabalhou numa maternidade e posteriormente para Inglaterra onde conheceu Florence Nightingale. A sua especialidade foi ginecologia e obstetrícia.

De regresso aos Estados Unidos, em 1857 fundou a New York Infermery for Indigent Women and Children, tendo como público-alvo os pacientes mais carenciados. O seu objetivo era igualmente criar emprego para as mulheres médicas.

Em 1868 fundou a Women’s Medical College. Em 1869 lecionou ginecologia na Escola de Medicina de Londres para Mulheres até à sua aposentação em 1907.

Em 1895 publicou uma autobiografia, Pioneer Work in Opening the Medical Profession to Women. Elizabeth morreu a 31 de maio de 1910 em Sussex.

 

Imagem parietal do corpo humano/Sistema reprodutor

ME/402758/112

Escola Secundária Sebastião da Gama

Quadro parietal a cores, legendado, com a representação do sistema reprodutor feminino (corte de um ovário, corte longitudinal da pélvis, corte longitudinal com gravidez na fase inicial (2 meses), corte longitudinal com gravidez na fase terminal e vista posterior do útero com o lado direito dissecado). 


MJS

2022/03/21

Exposição virtual: "21 de março - Dia Internacional das Florestas"

A 21 de março, o primeiro dia de primavera no hemisfério Norte, celebra-se o Dia Internacional das Florestas, criado em 1971 pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). O objetivo é divulgar a importância dos ecossistemas florestais.

Cerca de um terço da área terrestre do planeta está coberta por florestas que desempenham funções vitais quer como habitat para espécies animais e vegetais, quer como forma de combater a mudança climática e os impactos ambientais. Da floresta retira-se matéria prima essencial para várias indústrias transformadores, alimentação e água, apesar da contínua desflorestação que se verifica. São destruídos aproximadamente 12 milhões de hectares por ano, o que a par com o uso da terra para a agricultura, contribuem para um aumento de 25% do efeito de estufa e emissão de gases.

O Programa das Nações Unidas para o Ambiente visa alcançar um futuro sustentável através da conservação florestal. A redução do aumento da temperatura média mundial, cerca de 1.5º, será impossível sem a existência de florestas que reduzem as emissões de calor e captam o dióxido de carbono na atmosfera. Como tal, um programa de reflorestação é essencial para o futuro sustentável do planeta, focado em três áreas: conhecimento acerca do valor socioeconómico dos ecossistemas, condições para implantar novas políticas ecológicas e financiamento de empresas.

Uma das iniciativas globais da ONU é o Green Gigaton Challenge que pretende reduzir a emissão de gases, a deflorestação e a degradação florestas, prestando auxílio financeiro às empresas para reduzir a sua pegada ecológica, através da cooperação de parceiros públicos ou privados.

Para esta exposição foram escolhidas imagens parietais que apresentam diferentes tipos de florestas, com toda a exuberância e diversidade vegetal e animal. São ilustrações de extremo realismo e grande beleza, que representam desde a paisagem australiana, passando pela floresta tropical e mesmo pela típica floresta europeia.


Imagem parietal de habitat terrestre

ME/401857/1014

Escola Secundária de Gil Vicente

O quadro servia para apoio e ilustração das aulas de Geografia/Biologia. A imagem representa uma vista da floresta australiana, com alguns espécimes animais e vegetais típicos da região. As árvores são altas e esguias e há pequenas palmeiras com tufos de folhas. Sobre as árvores, estão poisados papagaios verdes e amarelos e outras aves de pequeno porte. Em primeiro plano, ao centro, estão três cangurus (um deles uma cria) e, à esquerda, está um outro pequeno mamífero; à direita, destaca-se uma termiteira avermelhada. No plano médio, à esquerda, aparece um lago com dois cisnes pretos. Os tons predominantes do quadro são os verdes, beges, amarelados e castanhos. Ao fundo, à direita, impresso na tela, está o nº 33.


Imagem parietal de habitat terrestre

ME/401857/1013

Escola Secundária de Gil Vicente

O quadro servia para apoio e ilustração das aulas de Geografia/Biologia. A imagem representa uma vista da floresta. Em primeiro plano, vê-se um charco onde estão algumas aves pernaltas, patos que levantam voo e um jacaré; mais ao longe, avista-se um rinoceronte. Vêem-se palmeiras, bambus e vegetação rasteira no meio da qual se vislumbra um tigre. Os tons predominantes do quadro são os verdes, beges, castanhos e amarelos. Ao fundo, à direita, impresso na tela, está o nº 19.


Imagem parietal de habitat terrestre

ME/401857/999

Escola Secundária de Gil Vicente

O quadro servia para apoio e ilustração das aulas de Geografia/Biologia. A imagem representa uma paisagem de floresta tropical. Em primeiro plano, vê-se uma árvore em cujo ramo está um urso e noutros ramos encontram-se macacos a saltar de ramo em ramo. No solo encontram-se um réptil e vários tipos de aves. Ao centro, na clareira estão dois veados. À direita nos ramos de uma árvore estão dois faisões. Os tons predominantes do quadro são os verdes, beges, brancos e castanhos. Ao fundo, à direita, impresso na tela, está o nº 15.


Imagem parietal de habitat terrestre

ME/401857/996

Escola Secundária de Gil Vicente

O quadro servia para apoio e ilustração das aulas de Geografia/Biologia. A imagem representa uma paisagem de floresta com coníferas e fauna local. À esquerda são visíveis vários tipos de coníferas. No vale vêem-se vários animais: um castor, um lince, um alce, um urso e algumas aves pernaltas junto de um riacho. Ao fundo encontram-se umas montanhas estando uma coberta de gelo. Os tons predominantes do quadro são os verdes acinzentados, beges e castanhos. Ao fundo, à direita, impresso na tela, está o n.º 10.


Imagem parietal de habitat terrestre

ME/400798/74

Escola Secundária Almeida Garrett

Imagem parietal utilizada para apoio e ilustração das aulas de Geografia ou Biologia. A imagem representa uma paisagem da floresta amazónica densa, com diversas espécies de árvores. Os tons predominantes do quadro são os verdes acinzentados, beges e castanhos. O quadro apresenta uma cercadura branca.


Imagem parietal de habitat terrestre

ME/401109/310

Escola Secundária de Camões

Imagem parietal utilizada para apoio e ilustração das aulas de Geografia ou Biologia. A imagem representa uma paisagem da floresta austral. Há vegetação rasteira, sobretudo catos e várias árvores de grande porte dispersas na paisagem. Há palmeiras altas e esguias e outras árvores que apresentam um tronco com uma forma bizarra: estreitos em baixo e em cima e muito volumosos no centro. São troncos desproporcionados em relação à ramagem, que é muito escassa. No solo, avistam-se várias espécies de animais: gazelas, um papa-formigas, pequenos mamíferos roedores e algumas aves. Ao centro do quadro, em primeiro plano, encontra-se uma termiteira. Os tons predominantes do quadro são os verdes acinzentados, beges e castanhos. O quadro apresenta uma cercadura branca.


MJS


2022/03/17

Peça do mês de março




Aparelho de Telex

O Telex foi um sistema internacional de comunicações escritas que prevaleceu até ao final do século XX. Consistia numa rede mundial com um plano de endereçamento numérico, com terminais únicos que poderia enviar uma mensagem escrita para qualquer outro terminal. Os terminais pareciam e funcionavam como máquinas de escrever ligadas a uma rede igual à telefónica. Uma das particularidades deste sistema de comunicações escritas, era a garantia de entrega imediata com autenticação dos terminais.

Está inventariado com o número ME/401092/149 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária Campos Melo.


MJS

2022/03/14

Mulheres na ciência: Florence Nightingale (1820-1910)

 

(Imagem de Florence Nightingale retirada da internet)

Florence Nightingale (1820-1910) nasceu em Florença numa família abastada britânica, filha de William Edward Nightingale e Frances Smith. É considerada a fundadora da enfermagem moderna.

Em 1821 a família regressa a Inglaterra, onde Florence e suas irmãs estudaram história, matemática, literatura, italiano, filosofia, entre outras. Frequentaram o King´s College.

O seu desejo de dedicar a vida aos outros e tornar-se enfermeira resultou de algumas experiências em Embley Park, onde sentiu a chamada de Deus. Apesar da oposição da família e do desafio às convenções estabelecidas, iniciou os seus estudos em 1844.

Em 1847 conheceu Sidney Herbert e a sua esposa, de quem se tornou muito amiga. Ele desempenhou um papel fundamental no trabalho de Florence durante a Guerra da Crimeia.

Em 1850 Nightingale visitou uma comunidade luterana em Dusseldorf, uma experiência que lhe permitiu observar o tratamento de doentes e inspirou a publicação do seu primeiro trabalho em 1851, The Institution of Kaiserswerth on the Hhine, for the Pratical Training of Deaconesses, etc.

De volta a Londres, entre 1853 e 1854, foi nomeada superintendente do Instituto para o Cuidado de Mulheres Doentes.

Quando se inicia a Guerra da Crimeia (1853-1856) chegam ao Reino Unido vários relatos sobre as condições em que se encontravam os feridos de guerra. Este conflito teve lugar na Península da Crimeia e envolveu o Império Russo, a Aliança (formada pelo Reino Unido, França e Sardenha) e o Império Otomano. Com a ajuda de Sidney Herbert, Florence, uma equipa de 38 enfermeiras e 15 freiras católicas, são enviadas para a base britânica na Turquia nos campos de Scutari.

Chegam em novembro de 1854 e constatam que os feridos não recebiam tratamento adequado, havia falta de material e as condições de higiene eram péssimas: sobrelotação, drenagem, limpeza e ventilação insuficientes.

Nightingale atribuiu a enorme mortalidade que se fez sentir no local à má nutrição, falta de medicamentos e de médicos. No entanto, após o seu regresso a Londres, começou a reunir provas de que a falta de condições sanitárias hospitalares era a principal causa de propagação de doenças e morte. Apresentou os seus estudos estatísticos, constatando que morriam mais soldados em virtude das doenças e infeções contraídas do que dos ferimentos em batalha.

Em 1855, é criado e atribuído a Florence umfFundo para a formação de enfermeiras. Como tal, em 1860, inaugura a Nightingale Training School no Hospital de Saint Thomas.

A grande base para a educação das enfermeiras foi o livro de Nightingale, Notes on Nursing, publicado em 1859. Florence introduz o conceito de enfermeiras treinadas para cuidar de doentes, que está na base do Serviço Nacional de Saúde britânico. Foi na sua escola que se formou Linda Richards, considerada a pioneira da enfermagem nos Estados Unidos da América em 1870.

Durante os últimos anos de vida, Florence esteve doente e pouco escreveu. No entanto, fez vários planos para uma reforma social e planeamento hospitalar. Acabou por morrer em agosto de 1910 na sua casa em Londres.

Imagem parietal de atividades humanas

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ME/Escola Secundária de Passos Manuel

O quadro apresenta duas faces, sendo que nesta se encontra a enfermaria de um hospital. Em primeiro plano um carro de apoio com material de enfermagem, ao fundo um bloco operatório. Várias enfermeiras e um médico cuidam dos doentes.


MJS