2025/11/27

Muitos Anos de Escolas – Volume III – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário da Escola Piloto à Área Aberta. Casos Especiais – Capítulo I – Portugal e as Organizações Internacionais – 2. A Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos


(Imagem da Escola Protótipo de Cheshunt)

 


I – Portugal e as Organizações Internacionais

2 - A Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos

 

Em 1961 foi ratificada a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE, antiga OECE) que tinha como objetivo, entre outros, a expansão económica, o emprego e a qualidade de vida dos países membros, onde se incluía Portugal.

Apesar de não ter existido uma cooperação significativa ao nível das políticas educativas, alguns países, como foi o caso de Inglaterra, estudaram e ampliaram os seus programas de construções escolares. Devido à destruição da maior parte das escolas durante a Segunda Guerra, desenvolveu-se uma experiência inovadora no condado de Hertfordshire em que o County Council definiu um prazo de 5 anos para a construção de 50 escolas.

Através de uma equipa multidisciplinar liderada pelo Arquiteto Charles Aslin, impuseram-se 3 princípios que rejeitavam os sistemas de pré-fabricação: a consciência de que cada escola é um caso específico; a noção de que os sistemas de construção têm de ser estudados para planear diferentes espaços consoante as necessidades do ensino; e a necessidade dos elementos da construção (paredes, estrutura, etc.) se combinarem entre si de forma flexível. Também se deu especial atenção à técnica de análise e planeamento de custos que permitiram a construção de escolas com muita qualidade. O primeiro edifício protótipo foi feito em 1946 em Cheshunt.

Portugal continuava à margem deste tipo de inovações e em 1950 a taxa de analfabetismo voltou a subir. Nos finais dos anos 50, o Ministro da Educação, Francisco Leite Pinto encarregou o Centro de Estudos de Estatística do Instituto de Alta de Cultura de realizar um relatório que contivesse a análise quantitativa da população escolar nos últimos 10 anos; as perspetivas de extrapolação e as futuras necessidades de edifícios, materiais e pessoal docente; a previsão dos custos, bem como as estimativas de financiamento global e hipóteses de auxílio estrangeiro para formação de mão de obra especializada; e ainda a formação de professores .

Portugal foi incluído no Projeto Regional do Mediterrâneo da OECE e a sua participação seria financiada através de verbas concedidas ao Centro de Estudos de Estatística Económica. Foi iniciado o estudo de normas de espaço, habitabilidade e conforto por parte do Grupo de Trabalho sobre Construções Escolares, que se viria a concretizar na Escola Piloto de Mem Martins.

 

 MJS

 

Fonte: BEJA, Filomena, et al. Muitos Anos de Escolas – Volume III – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário da Escola Piloto à Área Aberta. Casos Especiais. Lisboa, Secretaria Geral do Ministério da Educação, 1997.

  

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