2021/05/31

O Arquipélago dos Açores e a Dorsal Médio-Atlântica


A Dorsal Médio-Atlântica faz parte da lista de candidatos a Património Mundial da Unesco. Trata-se de uma cordilheira submarina situada sob o Oceano Atlântico e o Oceano Ártico em que, os seus pontos mais altos, emergem e formam ilhas. 

Fazendo parte do sistema global de dorsais oceânicas, pensa-se que a sua formação se deve a um limite divergente entre as placas norte-americana e euroasiática (Atlântico Norte) e as placas sul-americana e africana (Atlântico Sul). 

Foi descoberta por Bruce Heezen e Marie Tharp na década de 50, conduzindo à formulação da teoria de Alfred Wegener da deriva continental e da expansão do fundo oceânico. 

Esta dorsal entende-se por cerca de 11.300 km, quase todos submersos, à exceção da Islândia, Ilha de Ascensão e Açores, situando-se o seu ponto mais elevado na Ilha do Pico. 

No caso particular dos Açores, as ilhas das Flores e Corvo encontram-se na placa norte americana e as outras ilhas, na fronteira entre a placa euroasiática e africana, resultado da ação da atividade vulcânica desta zona. A área combina falhas tectónicas, com geração de sismos e fenómenos de vulcanismo. O fundo oceânico é menos profundo pois a crosta oceânica é extremamente elevada. 


A Ilha de Santa Maria foi a primeira a formar-se, há cerca de 6 milhões de anos e a Ilha da Pico, a última, com 186 mil anos. As movimentações, o vulcanismo e a variação do nível do mar conjugam-se aqui, sendo responsáveis pelo processo de formação e desaparecimento de múltiplas ilhas. De acordo com estudos recentes, há uma enorme probabilidade de todas as ilhas se afundarem, não só devido ao seu peso, mas também devido aos movimentos verticais. 

Contrariando esta tendência de afundamento, a ilha de Santa Maria e a ilha das Flores têm experienciado um processo de elevação com redução de atividade vulcânica. 

Para além das nove ilhas que se conhecem neste arquipélago, existem manifestações de outras pequenas ilhas que aparecem e desaparecem: o banco D. João de Castro, a ilha Sabrina e o vulcão da Serreta. 

Em 1720 formou-se uma ilha no banco D. João de Castro (entre São Miguel e Terceira) devido a uma erupção vulcânica. Apesar disso, a ilha desapareceu em julho de 1721 devido à erosão marinha. 

Em junho de 1811 houve algumas erupções na ilha de São Miguel que conduziram ao aparecimento da ilha Sabrina. Era uma espécie de cone com 100 metros de altura e 300 de diâmetro. Desapareceu passados três meses e nunca voltou a surgir, encontrando-se atualmente a 28 metros de profundidade.

Em dezembro de 1998, entre a Terceira e S. Jorge, ocorreu uma erupção vulcânica no Atlântico. Tratava-se do vulcão submarino da Serreta que cessou a sua atividade em agosto de 2001. 

 

MJS

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