2022/03/17

Peça do mês de março




Aparelho de Telex

O Telex foi um sistema internacional de comunicações escritas que prevaleceu até ao final do século XX. Consistia numa rede mundial com um plano de endereçamento numérico, com terminais únicos que poderia enviar uma mensagem escrita para qualquer outro terminal. Os terminais pareciam e funcionavam como máquinas de escrever ligadas a uma rede igual à telefónica. Uma das particularidades deste sistema de comunicações escritas, era a garantia de entrega imediata com autenticação dos terminais.

Está inventariado com o número ME/401092/149 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária Campos Melo.


MJS

2022/03/14

Mulheres na ciência: Florence Nightingale (1820-1910)

 

(Imagem de Florence Nightingale retirada da internet)

Florence Nightingale (1820-1910) nasceu em Florença numa família abastada britânica, filha de William Edward Nightingale e Frances Smith. É considerada a fundadora da enfermagem moderna.

Em 1821 a família regressa a Inglaterra, onde Florence e suas irmãs estudaram história, matemática, literatura, italiano, filosofia, entre outras. Frequentaram o King´s College.

O seu desejo de dedicar a vida aos outros e tornar-se enfermeira resultou de algumas experiências em Embley Park, onde sentiu a chamada de Deus. Apesar da oposição da família e do desafio às convenções estabelecidas, iniciou os seus estudos em 1844.

Em 1847 conheceu Sidney Herbert e a sua esposa, de quem se tornou muito amiga. Ele desempenhou um papel fundamental no trabalho de Florence durante a Guerra da Crimeia.

Em 1850 Nightingale visitou uma comunidade luterana em Dusseldorf, uma experiência que lhe permitiu observar o tratamento de doentes e inspirou a publicação do seu primeiro trabalho em 1851, The Institution of Kaiserswerth on the Hhine, for the Pratical Training of Deaconesses, etc.

De volta a Londres, entre 1853 e 1854, foi nomeada superintendente do Instituto para o Cuidado de Mulheres Doentes.

Quando se inicia a Guerra da Crimeia (1853-1856) chegam ao Reino Unido vários relatos sobre as condições em que se encontravam os feridos de guerra. Este conflito teve lugar na Península da Crimeia e envolveu o Império Russo, a Aliança (formada pelo Reino Unido, França e Sardenha) e o Império Otomano. Com a ajuda de Sidney Herbert, Florence, uma equipa de 38 enfermeiras e 15 freiras católicas, são enviadas para a base britânica na Turquia nos campos de Scutari.

Chegam em novembro de 1854 e constatam que os feridos não recebiam tratamento adequado, havia falta de material e as condições de higiene eram péssimas: sobrelotação, drenagem, limpeza e ventilação insuficientes.

Nightingale atribuiu a enorme mortalidade que se fez sentir no local à má nutrição, falta de medicamentos e de médicos. No entanto, após o seu regresso a Londres, começou a reunir provas de que a falta de condições sanitárias hospitalares era a principal causa de propagação de doenças e morte. Apresentou os seus estudos estatísticos, constatando que morriam mais soldados em virtude das doenças e infeções contraídas do que dos ferimentos em batalha.

Em 1855, é criado e atribuído a Florence umfFundo para a formação de enfermeiras. Como tal, em 1860, inaugura a Nightingale Training School no Hospital de Saint Thomas.

A grande base para a educação das enfermeiras foi o livro de Nightingale, Notes on Nursing, publicado em 1859. Florence introduz o conceito de enfermeiras treinadas para cuidar de doentes, que está na base do Serviço Nacional de Saúde britânico. Foi na sua escola que se formou Linda Richards, considerada a pioneira da enfermagem nos Estados Unidos da América em 1870.

Durante os últimos anos de vida, Florence esteve doente e pouco escreveu. No entanto, fez vários planos para uma reforma social e planeamento hospitalar. Acabou por morrer em agosto de 1910 na sua casa em Londres.

Imagem parietal de atividades humanas

ME/402436/32

ME/Escola Secundária de Passos Manuel

O quadro apresenta duas faces, sendo que nesta se encontra a enfermaria de um hospital. Em primeiro plano um carro de apoio com material de enfermagem, ao fundo um bloco operatório. Várias enfermeiras e um médico cuidam dos doentes.


MJS

2022/03/10

Mulheres na ciência: Ada Lovelace (1815-1852)

(Retrato de Ada Lovelace retirado da internet)

Ada Lovelace (1815-1852) nasceu Augusta Ada Byron, em Londres, filha do poeta George Gordon Byron e Anne Isabella Milbanke, notabilizando-se como matemática e escritora. 

No primeiro mês de vida de Ada, a sua mãe mudou-se para casa dos seus avós maternos, em Kirkby Mallory. Em 1816, os seus pais separaram-se legalmente e Byron abandonou Inglaterra. Nunca teve qualquer relacionamento com a filha até à data da sua morte em 1824.

A relação entre mãe e filha era distante e Ada cresceu aos cuidados da sua avó, Judith Hon. Em 1829, Ada contraiu sarampo tendo sequelas graves, como a sua capacidade de andar que ficou seriamente comprometida.

A tutora de Lovelace, Mary Somerville, abriu-lhe oportunidades no meio científico e apresentou-a a Charles Babbage em 1833. Somerville foi tradutora dos trabalhos de Laplace e a primeira mulher a entrar na Royal Society of Astronomy.

Ada travou conhecimento com muitos intelectuais e cientistas, como Andrew Crosse, Sir David Brewster, Charles Wheatstone, Michael Faraday ou Charles Dickens.

Em 1834 passou a frequentar a corte e participou em vários eventos. Em 1835 casou-se com William King e passou a utilizar o título de Lady King. Como Ada era ainda descendente dos Barões de Lovelace, o seu marido adotou o título e tornou-se Condessa de Lovelace. Deste casamento nasceram três filhos: Byron (1836), Anne Isabella (1837) e Ralph Gordon (1839). Foi um casamento tumultuoso, com relações extraconjugais por parte de Ada e com a dependência do jogo.

Em 1842, Charles Babbage deu uma palestra na Universidade de Turim sobre a sua máquina analítica. Esta palestra foi publicada em francês e Babbage pediu a Ada que fizesse a tradução para inglês. Ada juntou as suas notas à tradução e numa delas descreve o algoritmo para a computação da Sequência de Bernoulli – uma sequência finita ou infinita de variáveis aleatórias binárias, assumindo dois valores, 0 ou 1. Este é considerado o primeiro algoritmo criado para ser implementado num computador. Por este motivo, Lovelace é considerada a primeira programadora de software.

Faleceu aos 36 anos e foi enterrada ao lado do seu pai em Nottinghamshire.

A máquina de Babbage nunca chegou a ser construída durante a sua vida. Só em 1985 se realizou esta experiência e a máquina ficou conhecida como o primeiro modelo de computador.

Computador

ME/401869/24

Escola Secundária de Gondomar

Computador marca Zenith Data Systems, do modelo Z-89 com teclado e ecrã incorporado. Originalmente vinha com 16 KB de memória nas versões mais recentes, e podia chegar até aos 48 KB na placa principal CPU (em grupos de chips de 1 KB). O computador Zenith usou discos rígidos setorizados.


MJS

  

2022/03/07

Mulheres na ciência: Mary Anning (1799-1847)

(Retrato de Mary Anning retirado da internet)

Mary Anning (1799 - 1847) nasceu em Lyme Regis e foi uma famosa paleontóloga, negociadora e coletora de fósseis. Fico mundialmente conhecida pelas descobertas de fósseis efetuadas nos recifes do canal inglês.

Era filha de Richard Anning, um carpinteiro que se dedicava à escavação de fósseis nos recifes como forma de aumentar os seus rendimentos e de Mary Moore. Tal como a maior parte das mulheres, o seu acesso à educação foi escasso, tendo frequentado a escola da sua Igreja onde aprendeu a ler e escrever.

A localidade de Lyme Regis tornou-se uma estância balnear bastante popular nos finais do século XVIII, onde ocorreram vários turistas endinheirados. Os habitantes da região vendiam fósseis a estes visitantes, aos quais eram atribuídas propriedades místicas ou medicinais. O pai de Mary levava-a nas expedições para encontrar fósseis. Faleceu em 1810 deixando a família cheia de dividas e sem qualquer forma de sustento, pelo que a opção foi continuar a vender fósseis.

A primeira grande descoberta de Mary ocorreu em 1811. O seu irmão descobriu um crânio de ictiossauro e alguns meses depois Mary achou o restante esqueleto. Este fóssil foi vendido a um colecionador e acabou no Museu Britânico em 1819.

Anning continuou a sua atividade, mas nunca conseguiu participar na comunidade científica, apesar do seu nome ser bastante conceituado. Descobriu ainda outro esqueleto de plesiossauro, um esqueleto de pterossauro e vários peixes.

As suas observações foram vitais para a descoberta da importância dos coprólitos. A sua análise dos fósseis de belemnites permitiu descobrir que possuíam sacos de tinta, à semelhança dos cefalópodes.

Apesar desta prolífica atividade, o seu único artigo publicado foi um excerto de uma carta na Magazine of Natural History, em 1839.

Mary foi diagnosticada com cancro em 1846 e veio a falecer em março de1847 tendo construído uma carreira com o respeito da comunidade geológica e científica. Em 2010 a Royal Society incluiu o seu nome numa lista das 10 mulheres britânicas que mais influenciaram a história da ciência. As suas descobertas mudaram para sempre o conhecimento sobre a vida pré-histórica.

Atualmente as descobertas de Mary Anning encontram-se no Museu de História Natural de Londres.

Amonite

ME/401018/440

Escola Secundária de Bocage

Amonite utilizada no ensino das matérias de Geologia. Este animal vivia dentro de uma concha enrolada em espiral, de natureza carbonatada, semelhante à dos Nautilus actuais. Os septos dividiam internamente, a concha, em câmaras. Eram animais marinhos, carnívoros e com dimensões muito variáveis, podendo atingir 2 metros de diâmetro. As amonites são excelentes fósseis de idade. Processo de fossilização - moldagem - molde interno. Classificação científica: Reino - Animalia, Filo - Mollusca, Classe - Cephalopoda, Ordem - Ammonitida.


MJS

2022/03/03

Exposição Virtual - "3 de março - Dia Mundial da Vida Selvagem"

(Logotipo do Dia Mundial da Vida Selvagem retirado da internet)

O Dia Mundial da Vida Selvagem celebra-se a 3 de março e foi criado em 2013 pela Organização das Nações Unidas com o objetivo de celebrar a fauna e a flora e alertar para o perigo do tráfico de animais, bem como das espécies ameaçadas de extinção. As celebrações para 2022 serão online e pretendem aproximar as várias organizações internacionais, bem como a sociedade civil. O tema será “Recuperação de espécies-chave para a restauração do ecossistema” e pretende alertar para a quantidade de espécies que se encontram em risco extremo de extinção e para todos os esforços de conservação que devem ser adotados para reverter esta situação. De acordo com as estatísticas, mais de 8.400 espécies vegetais e animais encontram-se severamente ameaçadas e mais de 30.000 estão numa situação vulnerável. A degradação dos habitats e dos ecossistemas, bem como a perda de espécies ameaçam a humanidade cujos recursos se baseiam na biodiversidade para satisfazer as necessidades alimentares, medicamentos, combustíveis, entre outros. Há que implementar novas soluções, adotar melhores práticas e tentar atingir uma sociedade sustentável. Nesta exposição, apresentamos várias imagens parietais de animais selvagens que se encontram em vias de extinção. São imagens de enorme beleza e realismo, utilizadas em contexto de práticas pedagógicas de Ciências da Natureza para estudo e observação.


Imagem parietal de espécie animal/Águia

ME/401857/939/1

Escola Secundária de Gil Vicente

O quadro servia de apoio para exemplificações nas aulas de Ciências Naturais. Apresenta uma esquadria de tela branca a toda a volta e uma cercadura retilínea de cor negra. Representa uma paisagem de montanha. À esquerda, encontra-se uma escarpa rochosa onde se equilibram dois cervídeos (mãe e cria). Na base da escarpa, há uma floresta de coníferas. Ao fundo, no horizonte, avistam-se montanhas cobertas de neve. Em primeiro plano, ocupando o centro e a parte superior do quadro, está representado um uráteo (espécie de águia) em voo e em posição de ataque, com olhar penetrante e bico aberto. As garras estão abertas, prontas a agarrar a presa. Tenta caçar a pequena cria que está a ser protegida pela mãe, contra a escarpa abrupta. O animal é de grande porte, tem uma grande envergadura. Os tons predominantes são claros: verdes, azulados, beges, branco. Destaca-se a plumagem do Uráteo que é de cor escura, exceto nas zonas do pescoço, ventre e patas. Uráteo (Águia) Classificação científica: Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Aves Ordem: Falconiformes Família: Accipitridae.


 

Imagem parietal de espécie animal/Macaco

ME/401857/911

Escola Secundária de Gil Vicente

O quadro servia de apoio para exemplificações nas aulas de Ciências Naturais. Apresenta uma esquadria de tela branca a toda a volta. Representa uma jaula num espaço de jardim zoológico. Em primeiro plano estão três espécimes destacando-se à esquerda o mandril, em plano médio, mais afastados, estão três macacos de várias famílias tendo como poleiro troncos de árvores. Na pelagem predomina os tons amarelados, castanhos e avermelhados. O mandril tem a pelagem verde-oliva face e nádegas multicoloridas. Não existe número de inventário anterior.


Imagem parietal de espécie animal/Lobo

ME/400257/146

Escola Secundária Infanta D. Maria

O quadro servia de apoio para exemplificações nas aulas de Ciências Naturais. Trata-se de uma representação de pendor naturalista, em que os animais e os seus habitats são representados com muito pormenor. Podemos observar uma paisagem gelada e, em primeiro plano, um lobo a correr. Ao fundo, vislumbra-se uma alcateia perseguindo um trenó puxado por cavalos.


Imagem parietal de espécie animal/Tartaruga

ME/401857/1334

Escola Secundária de Gil Vicente

O quadro parietal era destinado a visualização coletiva nas aulas de Biologia. O quadro apresenta fundo claro e cercadura negra. Ao fundo, à direita, apresenta o nome do autor - A.W. que não foi por nós identificado. Representa, de forma naturalista, quatro tartarugas numa praia tropical com palmeiras. Em primeiro plano, ocupando quase todo o quadro, está uma tartaruga em tons de amarelo e castanho, a dirigir-se para dentro de água. Ao fundo, vêem-se três tartarugas a nadar e a dirigirem-se para a margem. Também se vêm algumas palmeiras. Os tons predominantes são os amarelos, os castanhos e os azuis. No canto inferior direito tem a seguinte informação:25 e no canto inferior esquerdo tem a seguinte informação:12271,5.


Imagem parietal de espécie animal/Tigre

ME/400257/143

Escola Secundária Infanta D. Maria

O quadro servia de apoio para exemplificações nas aulas de Ciências Naturais. Trata-se de uma representação de pendor naturalista, em que os animais e os seus habitats são representados com muito pormenor. Podemos observar um fundo de floresta asiática, de onde salta um tigre.

MJS

2022/02/28

Mulheres na ciência: Wang Zhenyi (1768-1797)

 

(Desenho representando Wang Zhenyi retirado da internet)

Wang Zhenyi (1768 - 1797) nasceu na China e foi cientista, astrónoma, matemática e poetisa. Nesta época, dominada pela dinastia Qing, vivia-se um período feudal em que a educação era um apanágio dos mais ricos e vedada às mulheres. A família de Wang possuía vantajosas condições financeiras e ela cresceu rodeada de estudiosos, como o seu avô, Wang Zhefu, o seu primeiro professor de astronomia.

As contribuições de Zhenyi para a ciência foram inúmeras: percebeu que a terra era redonda através da construção de um modelo com espelhos, lâmpadas e um globo.

Na obra Disputa da procissão dos equinócios, demonstra o funcionamento dos equinócios e a forma de calcular os movimentos deste fenómeno. Dedicou-se igualmente ao estudo de eclipses solares e lunares e aos movimentos de rotação dos vários planetas, compilando este conhecimento nas obras Disputa de Longitude e Estrelas e A Explicação de um Eclipse Lunar.

Destacou-se igualmente na matemática ao nível da trigonometria e do Teorema de Pitágoras, tendo escritos sobre esse tema: A Explicação do Teorema de Pitágoras e a Trigonometria.

Dedicou-se igualmente à poesia revelando conhecimento dos autores clássicos, exaltando as virtudes das mulheres sofredoras de inúmeras injustiças, nomeadamente a falta de oportunidade de acesso à educação.

Wang Zhenyi morreu com vinte e nove anos e ofereceu as suas obras e manuscritos a uma amiga, Kuai (1763-1827), que depois as deixou ao seu sobrinho, Qian Yiji (1783-1850). Este último compilou os estudos de Zhenyi na obra Princípios Simples de Cálculo.


Modelo para estuda da trigonometria

ME/400956/340

ME/Escola Secundária Augusto Gomes

Modelo didático para estudos de trigonometria no âmbito das Artes Visuais. Trata-se de um modelo constituído por dois sólidos suspensos, com a representação dos ângulos na base.

 

Aparelho para simular o movimento orbital do Sol, Terra e Lua

ME/400427/53

Escola Secundária de Santa Maria Maior

Aparelho didático utilizado para demonstrar os movimentos de translação e rotação da Terra. Apresenta um braço horizontal metálico, com globo terrestre na extremidade, que assenta sobre uma caixa de madeira com manivela para acionar o mecanismo. Na parte superior da caixa de madeira, encontra-se a indicação das estações e meses do ano, pontos cardeais, e signos e uma bússola magnética no canto inferior direito. A sustentar o braço horizontal encontra-se um eixo vertical com suporte para colocação de uma vela e unido a este, um disco de metal polido cuja função consiste em refletir a luz da vela, simulando desta forma o Sol. O braço que suporta o globo apresenta uma engrenagem que ao ser rodado simula o movimento de rotação e translação da Terra. Esta conjugação de movimentos permite estudar fenómenos como as fases da Lua e os eclipses. 

 

MJS

2022/02/24

Mulheres na ciência: Hildegarda de Bingen (1098-1179)

 

(Desenho representativo de Hildegarda de Bingen retirado da internet)

Hildegarda de Bingen (1098 – 1179) foi uma monja beneditina, Santa e Doutora da Igreja Católica. Destacou-se como mística, teóloga, compositora, naturalista, médica, poetisa, dramaturga e escritora. Nasceu no seio de uma família da baixa nobreza de Bermershiem, sendo a décima filha de Hildebert e Mechtild.

Aos oito anos foi entregue aos cuidados de uma mestra de um grupo de monjas beneditinas do Mosteiro de Disibodenberg, onde aprendeu as primeiras letras e música. Em 1114 ingressou na Ordem, mas pouco se sabe desses primeiros anos que foram vividos em clausura. Após a morte da sua mestra, em 1136, Hildegarda foi a escolhida para dirigir os destinos do mosteiro.

Cerca de 1141 teve uma visão que lhe alargou o conhecimento dos textos das Escrituras. O papa incentivou-a a assumir esse dom profético, utilizando-o para a evangelização. Em 1148, devido a outra visão, deixou o mosteiro e foi para o Mosteiro de Rupersberg, arruinado e num local ermo, a fim de o revitalizar.

Continuou os seus escritos, datando de 1151 a sua primeira obra Liber scivias Domini (Livro do conhecimento dos caminhos do Senhor). As suas primeiras composições musicais e poéticas, bem como as observações científicas da natureza e da medicina iniciaram-se aqui.

Em 1158 iniciou o Liber vitae meritorum (Livro dos méritos da vida) onde analisa vícios e virtudes do homem, concluído em 1163. A partir de 1160 fez várias viagens na Alemanha e em França com o objetivo de pregar. As pregações de Hildegarda ficaram conhecidas pela crítica aos vícios do clero e pela condenação de heresias, como os Cátaros.

Em 1163 iniciou a sua obra teológica mais conhecida, só concluída em 1174, Liber divinorum operum (Livro das obras divinas), onde faz comentários sobre o Evangelho de São João e o sobre o Livro do Génesis.

A fundação de um novo mosteiro em Eibingen passaram a ocupar o seu tempo a partir de 1165. Hildegarda faleceu em 1179, sendo considerada atualmente uma das figuras mais relevantes do século XII. Ultrapassou vários preconceitos relativamente à mulher, sendo o seu objetivo revelar os mistérios da religião, do homem, da natureza e do universo.

Ao nível científico fez várias observações da natureza, sobretudo sobre plantas medicinais, cuja compilação e estudo permitiram novos tratamentos ao nível da medicina.

Mística, teóloga, música, escritora e investigadora, Hildegarda interliga várias correntes de pensamento, sendo essencial a visão holística da realidade. Focamo-nos nas suas obras sobre ciência, nomeadamente o Liber subtilitatum dicersarum naturaram creaturararum (Livro das propriedades – ou subtilezas – das várias criaturas da natureza), dividido em duas partes: Física e Causas e curas. Este foi o primeiro livro de Ciências Naturais escrito na época do Sacro Império Romano Germânico.

A forma como Hildegarda atingiu este tipo de conhecimentos é-nos desconhecida, uma vez que a frequência universitária estava vedada às mulheres, mas pensa-se que terá tido formação no convento. Estava familiarizada com a medicina de Galeno, Hipócrates, Plínio, o velho ou Isidoro de Sevilha, mas introduziu muitas terapias novas e o conceito de medicina holística.

Na primeira parte da sua obra, a Física, são descritas propriedades dos elementos naturais e a sua utilização medicinal nas práticas terapêuticas. A segunda parte, Causa e Cura, seria provavelmente um manual prático para o seu uso pessoal, com estudos sobre o corpo humano, a sua anatomia e fisiologia.

A sua terapêutica assentava em 5 pilares fundamentais: nutrir a alma; nutrir o corpo; viver de forma saudável quer ao nível físico, quer ao nível familiar; reforçar a imunidade; e fazer uma desintoxicação regularmente através do jejum ou da ingestão de líquidos. O excesso de alimentação, segundo ela, era prejudicial ao organismo. Embora atribua a causa de muitas doenças à religião, Hildegarda foi sem dúvida uma mulher à frente do seu tempo.

Camomila

ME/400439/29

ME/Escola Secundária Sebastião e Silva

Modelo de anatomia comparável de inflorescência de camomila (anthemis cotula), usado para o estudo morfológico e descrição sumária bem como na interpretação ecológica dos caracteres observados que, com graus de aprofundamento diferentes, se fazia nas disciplinas de Ciências Naturais.


Imagem parietal de espécie vegetal/Valeriana

ME/401857/283

Escola Secundária de Gil Vicente

O quadro representa a planta da valeriana em 7 imagens. À esquerda, ocupando todo o quadro a planta com raiz, caule, folhas e flor (a). À direita, em cima, a flor em corte longitudinal (c), ao lado a flor (b); por baixo, ao centro o fruto (e) e ainda por baixo, um corte transversal do fruto (f). Na parte inferior do quadro, à direita, o fruto em corte longitudinal (g) e o fruto (d). Ao fundo do quadro existe à esquerda, o nome da planta representada, em espanhol e em latim. Ao centro, estão impressas legendas em espanhol, referindo os elementos muito aumentados. Ainda ao fundo do quadro, do lado esquerdo, está a seguinte inscrição: Tablas de Engleder: Botánica - nº13; à direita, está a inscrição: Libreria de J.F. Schreiber, Esslingen (Alemania).


MJS