2023/03/20

Educação e Monarquia: D. João I (1357 - 1433)

 

D. João I (1357 - 1433), "O de Boa Memória" era filho bastardo de D. Pedro I e de Teresa Lourenço e foi o fundador da dinastia de Avis. Foi educado na Ordem de Cristo e nomeado Mestre da Ordem de Avis e Cavaleiro com apenas 6 anos.

Durante o reinado de D. Fernando, o seu meio-irmão, desempenhou alguns cargos políticos. Após a morte do rei em 1383 o país entrou num período de crise de sucessão: D. Beatriz, a herdeira do trono estava casada com o rei de Castela e D. João assume a chefia de um movimento nacionalista para evitar que Portugal ficasse nas mãos de um monarca estrangeiro. Até 1385 têm lugar vários conflitos, com invasões de Castela e o cerco de Lisboa.

Em abril de 1385 reúnem-se Cortes em Coimbra e, através da intervenção de D. João das Regras, o Mestre de Avis é aclamado rei. A situação prolonga-se até 1411, apesar da vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota em agosto de 1385.

D. João I casou com D. Filipa de Lencastre em 1387, na sequência da assinatura do Tratado de Windsor.

Após o período de lutas com Castela e recuperada a estabilidade, D. João tentou impor uma política de centralização do poder real, reduzindo privilégios da nobreza e do clero e convocando Cortes com frequência. Uma das figuras mais poderosas deste reino será D. Nuno Alvares Pereira que recebeu inúmeras recompensas.


(Imagem de D. João I retirada da Internet)

Com D. João I inicia-se a conquista do Norte de África. Em 1415 ocorre a conquista da Ceuta e são armados cavaleiros os filhos do monarca, D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. Apesar de se ter tornado uma empreitada extremamente dispendiosa, o rei decidiu manter a cidade, uma vez que isso lhe trazia prestígio internacional. Para fazer face às despesas, foram aplicados vários impostos, como as sisas. A partir de 1412, D. Duarte foi associado ao governo do reino.

Após o regresso de Ceuta, o infante D. Henrique dá inicio aos Descobrimentos: Porto Santo (1418), madeira (1419), Açores (1427), expedições às ilhas canárias e exploração da costa africana.

D. João I era um rei bastante culto, dado a sua formação na Ordem de Avis. Mandou redigir a Crónica Breve do Arquivo Nacional e traduzir o Novo Testamento e as vidas dos santos. Foi autor do Livro da Montaria, um manual de caça em 3 livros com 70 capítulos provavelmente redigidos entre 1415 e 1433.

Este gosto pela cultura foi transmitido aos seus filhos que ficaram conhecidos como a Ínclita Geração: D. Duarte foi poeta e escritor; D. Pedro foi um dos príncipes mais viajados e cultos do seu tempo; D. Henrique investiu na investigação relacionada com a navegação, a náutica e a cartografia; D. Isabel casou com o Duque da Borgonha e manteve uma corte erudita e refinada.

No que respeita ao ensino das artes, chegam artistas estrangeiros a Portugal, contribuindo para a atualização dos artistas nacionais. D. João I chamou os mais reputados arquitetos para a construção do Mosteiro da Batalha.


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2023/03/16

Peça do mês de março/2023

 


Cavaquinho

 

Instrumento musical utilizado em contexto das práticas pedagógicas de Música. Trata-se de um cavaquinho, um cordofone de pequenas dimensões, não excedendo os 50 a 55 cm, de grande popularidade em Portugal. Tem uma caixa de duplo bojo, com quatro cordas presas a cravelhas de madeira dorsais. Pensa-se que é originário do Minho, com carácter lúdico e festivo, embora existam vários tipos de cavaquinhos.

Está inventariado com o número ME/401122/12 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária Carlos Amarante.


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2023/03/13

Exposição Virtual: "O calorímetro no Museu Virtual da Educação"

 

O calorímetro é um instrumento científico, isolado termicamente do meio ambiente, utilizado para estudar a quantidade de calor transferida entre dois corpos com diferentes temperaturas. O calor é a energia transferida espontaneamente de um corpo para outro, devido à diferença de temperatura entre ambos. Verifica-se, então, que numa situação em que dois objetos a diferentes temperaturas são colocados em contato, atingem a mesma temperatura passado algum tempo – é o chamado equilíbrio térmico. Para que se possam estudar as trocas de calor será necessário possuir um recipiente adequado que permita medir o valor dessas trocas. Este recipiente tem o nome de calorímetro e facilita o contato térmico entre os corpos. Teoricamente qualquer recipiente que esteja termicamente isolado do exterior poderá funcionar como um calorímetro. Geralmente a medição do calor específico de uma substância faz-se por comparação com a água. Nesta exposição incluem-se alguns modelos específicos, como o calorímetro de Brix, de Joule, de Dewar ou de Weinhold. O objetivo é sempre o mesmo – medir a transferência de calor – através de diferentes métodos. Também se apresenta um calorímetro simples e um conjunto de calorímetro, estufa e acessórios.


Calorímetro de Brix

ME/400002/105

Escola Secundária Alves Martins

Instrumento utilizado para medir o calor latente de vaporização. Consta de uma retorta de vidro, de pequena capacidade e de um vaso calorimétrico, com agitador.


Calorímetro de Joule

ME/ESDJC/121

Escola Secundária D. João de Castro

Calorímetro de Joule utilizado nas aulas de Física com fins pedagógicos. O calorímetro de Joule é um instrumento que permite determinar a capacidade térmica específica de materiais sólidos e líquidos, assim como permite medir o equivalente termoelétrico. O calorímetro de Joule é composto por dois copos de alumínio isolados um do outro e uma tampa perfurada para o termómetro, o misturador e a espiral aquecedora.


Calorímetro de Dewar

ME/404652/346

Escola Secundária de Pedro Nunes

Calorímetro de Dewar, composto por vários elementos. Tem um vaso interior de latão polido exteriormente, de 500 ml de capacidade e um vaso exterior de metal polido interiormente, forrado exteriormente de cortiça, com base de madeira. Diâmetro de base: 13,2 cm; altura: 14,3 cm. No interior estão coladas três rolhas para nelas assentar o vaso de latão. A tampa é elaborada em material isolador com dois orifícios na periferia onde se enfiam dois espigões salientes do bordo do vaso exterior, para melhor vedação. A tampa tem mais três ofícios: um central, tapado com rolha, de 2,5 cm de diâmetro, para introdução do corpo em estudo; outro (d = 1,5 cm) com rolha de borracha furada para colocação do termómetro; e outro para enfiar a haste do agitador. Possui um agitador de latão, com haste de 19 cm e anel inferior circular para agitar. A estufa é um vaso cilíndrico de cobre, de 5 cm de diâmetro e 14 cm de comprimento, forrado exteriormente de cortiça, com dois pequenos tubos laterais, diametralmente opostos, cada um junto da sua base. Destinam-se à colocação de tubos de borracha, sendo um para a entrada do vapor que vem da caldeira e outro para a saída do mesmo. O vaso termina em 2 bocas mais estreitas, uma em cada base, para colocação de rolhas. A rolha que ficar colocada a nível mais elevado é furada para a introdução de um termómetro. Do meio do vaso cilíndrico sai uma haste de latão com anel e parafuso para se fixar na haste de um suporte. A caldeira tem um vaso de cobre, cilíndrico, de 6,7 cm de base e 13 cm de altura, prolongado ao centro de uma das bases por um tubo de cobre, de 2,5 cm de diâmetro e 9 cm de comprimento, tapado com uma rolha. Perto da extremidade deste tubo há um tubo de borracha que dirigirá o vapor da água aquecida para a estufa em que se aquece o corpo cujo estudo se está a efetuar no dispositivo calorimétrico. O vaso de cobre tem um tubo de vidro que serve de indicador do nível. Do mesmo vaso sai uma haste de latão com anel e parafuso para fixar na haste de um suporte. São 3 exemplares, com os números D.7.64, D.7.65 e D.7.66 do inventário anterior.


Calorímetro de Weinhold

ME/404652/325

Escola Secundária de Pedro Nunes

Consta normalmente de uma tina calorimétrica de parede dupla, que neste caso não existe, de uma estufa também de parede dupla (a = 16,5 cm; d = 9,5 cm) com tubuladura lateral e de um peso de 500 g. São 2 exemplares (números D.4.8 e D.4.9 no inventário anterior), cada um com os respetivos pesos de 500 g (números D.4.10 e D.4.11 no inventário anterior).


Calorímetro

ME/402140/52

ME/Escola Secundária Maria Lamas

Instrumento utilizado em contexto das práticas pedagógicas nas aulas de Mecânica/ Física. O calorímetro permite medir as quantidades de calor fornecidas ou recebidas por um corpo através da utilização de um termómetro aplicado a um recipiente isolador. Para medir a quantidade de calor, os corpos são mergulhados em água (que se encontra dentro deste recipiente). Com o termómetro, podemos determinar a variação da temperatura da água e, através de um cálculo simples, avalia-se a temperatura recebida ou cedida pelo corpo, sendo o seu valor o simétrico do determinado para a água.


Conjunto de calorímetro, estufa e acessórios

ME/401857/234

ME/Escola Secundária de Gil Vicente

Tripé de ferro com um veio vertical, no qual estão presas duas caldeiras em cobre. Uma das caldeiras tem a forma cilíndrica e no topo apresenta um termómetro graduado de 0 a 300, a outra caldeira apresenta a forma de garrafa com pega e rolha de cortiça. Estas caldeiras encontram-se ligadas por um tubo maleável.


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2023/03/09

Educação e Monarquia: D. Fernando (1345 - 1383)

D. Fernando (1345 - 1383), “o Formoso”, era o filho de D. Pedro I e de D. Constança. Subiu ao trono em 1367 numa época em que se travava em Espanha uma disputa pelo trono entre D. Pedro, filho legítimo de D. Afonso XI e D. Henrique, filho ilegítimo. D. Fernando tentou manter-se neutral, mas o assassinato de D. Pedro levou-o a intervir.

A paz foi assinada em 1371. D. Fernando comprometeu-se a casar com a infanta D. Leonor, filha de Henrique II. No entanto, não o fez e em 1372 casou com Leonor Teles. O monarca espanhol aceitou a situação. No entanto, o Duque de Lencastre, filho do monarca inglês apresentou-se com pretensões ao trono espanhol. O apoio de D. Fernando ao Duque de Lencastre levou o rei espanhol a invadir Portugal, chegando a Lisboa em 1373. A paz foi assinada em Santarém em março de 1373.

Depois da conclusão deste processo, a política de D. Fernando orientou-se para a administração do reino. Foram reparados vários castelos e construíram-se novas muralhas em Lisboa e no Porto.

Em 1375 foi promulgada a Lei das Sesmarias que tinha como objetivo impedir o pousio nas terras aráveis e aumentar o número de camponeses.


(Imagem de D. Fernando retirada da Internet)

Também o comércio se desenvolveu, alargando-se as relações mercantis com o estrangeiro. Como tal, o investimento na marinha portuguesa foi bastante apoiado com diversas medidas, nomeadamente com a criação da Companhia das Naus. Aqui deviam ser registados rodos os navios que pagavam uma percentagem dos lucros adquiridos em viagem. Esse montante servia para pagar eventuais prejuízos em navios que naufragassem ou avariassem.

Ao nível da educação, D. Fernando impulsionou a Universidade que em 1337 foi transferida para Lisboa. O Papa Gregório XI concedeu uma bula à Universidade que lhe permitia dar o grau de doutor, licenciado e bacharel nas faculdades autorizadas.

O final do reinado de D. Fernando foi marcado por várias guerras com Castela que terminaram em 1381 com negociações de paz. Em resultado destas, D. Beatriz, filha do monarca ficou obrigada a casar com o filho de D. João I de Castela. A situação alterou-se e a infanta acabou por casar com o próprio D, João que tinha enviuvado.

Com a morte de D. Fernando e não havendo um filho varão, Portugal estava em sério risco de perder a independência, tendo sido iniciada uma crise dinástica no período de 1383-85.


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2023/03/06

Educação e Monarquia: D. Pedro I (1320 - 1367)

 

D. Pedro I (1320 - 1367), o “Justiceiro”, era o quarto filho de D. Afonso IV e de D. Beatriz. Casou por procuração em 1336 com D. Constança Manuel, originária de Castela. Com a vinda da futura rainha para Portugal, em 1340, chegaram ao reino vários nobres castelhanos e um séquito que a acompanhava, onde se encontrava D. Inês de Castro. O relacionamento de D. Pedro com D. Inês e o seu assassinato provocou conflitos com D. Afonso IV até à resolução em 1335.

A partir de então, o monarca delegou grande parte dos seus poderes no infante D. Pedro, nomeadamente o poder judicial. Ainda príncipe, D. Pedro promulgou o Beneplácito Régio que proibia a divulgação de documentos pontifícios sem a autorização do rei. O clero reagiu e nas Cortes de Elvas em 1361 pediu a revogação do decreto. D. Pedro não acedeu para marcar a posição do Estado.


(Imagem de D. Pedro I retirada da Internet)

Subiu ao trono em 1357 e em 1360 anunciou o seu casamento com Inês de castro, realizado em segredo antes da sua morte.

O seu reinado foi marcado por uma rigorosa administração da justiça, independentemente da classe social e pela defesa do país contra a influencia do Papa. Segundo a documentação da época, foi um monarca que defendeu as camadas mais desfavorecidas, aplicando a justiça de forma brutal, a qualquer ordem social.

Não se preocupou com o crescente poder da nobreza, nem com a centralização do poder real. Deu início à “nacionalização” das Ordens Militares, entregando a Ordem de Avis ao seu filho D. João, futuro rei de Portugal.

Foi um reinado marcado pela ausência de guerras e por uma relativa prosperidade financeira. No que respeita a medidas educativas, não se conhecem medidas relevantes.

 

MJS

2023/03/02

Educação e Monarquia: D. Afonso IV (1291 - 1357)


D. Afonso IV (1291 - 1357), "o Bravo", era filho de D. Dinis e de D. Isabel de Aragão. A sua relação com o pai foi sempre bastante conflituosa, tendo incitado à guerra civil diversas vezes. A causa deve-se à preferência de D. Dinis pelo filho ilegítimo, D, Afonso Sanches, e pelo receio de perder o trono.

Em 1309 casou com D. Beatriz, filha de Sancho IV de Castela. Subiu ao trono em 1325 e convocou Cortes em Évora, onde foi tomada a decisão de desterrar Afonso Sanches e de lhe retirar todos os bens. Durante o seu reinado houve alguns conflitos com o seu meio-irmão e com D. Afonso XI de Castela.

A ameaça muçulmana sanou estes conflitos e D. Afonso obteve uma enorme vitória na Batalha do Salado em 1340.

As viagens marítimas também foram uma prioridade do seu governo, realizando-se as primeiras viagens às Canárias em 1336. O monarca desenvolveu a marinha portuguesa, subsidiando a construção de uma frota mercante e financiando viagens de exploração.


(Imagem de D. Afonso IV retirada da Internet)

Ao nível interno reforçou a administração pública e a centralização do poder real com a criação dos juízes de fora: os magistrados passaram a ser eram nomeados pelo rei e não pelos membros dos concelhos. A nobreza foi proibida de exercer justiça e vinganças privadas, numa tentativa de reprimir os abusos senhoriais.

No que respeita ao ensino, reorganizou a universidade que foi transferida para Lisboa.

O final do reinado foi marcado por diversos problemas: maus anos agrícolas que causaram falta de cereais, um sismo em Coimbra em 1347 que causou enormes danos materiais e em 1348, a chegada da peste negra que dizimou grande parte da população.

Não se pode deixar de referir um dos factos que mais marcou este governo: o assassinato de Inês de Castro que provocou a rebelião do príncipe D. Pedro. Esta situação deveu-se à presença de grande número de nobres castelhanos em Portugal. Ao assumir o seu relacionamento com Inês de Castro, de origem castelhana, D. Pedro abriu espaço para o aumento de privilégios da nobreza espanhola. Preocupado com a ascensão ao trono de um dos filhos ilegítimos de D. Pedro em vez do seu filho legítimo D. Fernando, o rei D. Afonso tentou por todos os meios terminar o relacionamento do filho. A situação culminou com o assassinato de Inês de Castro.


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2023/02/27

Educação e Monarquia: D. Dinis (1261 - 1325)

 

D. Dinis (1261 - 1325), “o Lavrador”, era filho de D. Afonso III e de D. Beatriz. Em 1282 casou com D. Isabel de Aragão, uma figura incontornável da história nacional pelas suas ações de caridade e pela sua atuação na política interna e externa.

D. Dinis não teve preocupações com a expansão territorial e dedicou-se à administração do reino e à centralização do poder real. Iniciou o processo de Inquirições em 1284 e manteve-as ao longo do seu reinado.

Em relação à Igreja, proibiu que as ordens e os clérigos adquirissem bens de raiz, mas defendeu os seus direitos devido aos problemas criados pelo sistema do padroado. Apoiou a Ordem de Santiago e transformou a Ordem dos Templários na Ordem de Cristo.

Em 1295 iniciou uma guerra com Castela que terminou com a assinatura do Tratado de Alcanises em 1297 e com a estabilização de fronteiras na Beira e no Alentejo.

Incrementou as feiras francas através da concessão de privilégios a diversas povoações. As exportações para a Flandres, Inglaterra e França foram apoiadas.

A agricultura foi outra das suas preocupações, procurando que a população explorasse as terras e facilitando a distribuição das mesmas.


(Imagem de D. Dinis retirada da Internet)

Ao nível da cultura, D. Dinis deu um enorme impulso a esta área, sendo ele próprio autor de vários poemas. Ordenou o uso da língua portuguesa nos documentos oficiais e a sua corte tornou-se um dos maiores centros culturais da Europa.

Logo após a fundação da escola de Alcobaça, foi criada a primeira universidade em Portugal com a participação de representantes do mosteiro de Alcobaça, do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e do mosteiro de São Vicente Fora em Lisboa. D. Dinis apoiou o projeto e em 1290 fundou-se o Estudo Geral Português, a primeira Universidade da nação. O Papa Nicolau IV aprovou esta fundação.

D. Dinis concedeu inúmeros privilégios e apoio financeiro aos estudantes e à universidade. A Igreja também contribuiu financeiramente para o sucesso deste projeto de forma a pagar aos professores e a garantir menos custos para os alunos.

O modelo para a organização do estudo foi a Universidade de Bolonha e de Salamanca. Em Portugal eram ministrados cursos de Arte, Direito Canónico, Direito Civil e Medicina. O ensino da Teologia estava reservado aos franciscanos e dominicanos.

Os graus atingidos pelos estudantes dependiam do número de anos que estudavam: 3 anos – bacharel; 4 anos – licenciado; 5 anos – mestre.

A universidade ficou em Lisboa até ao ano de 1309 quando transitou para Coimbra. Ao longo do século XIV alternou a sua sede entre Lisboa e Coimbra.

No que respeita à produção artística, entre os finais do século XIII e inícios do século XIV, os documentos mostram que se identificam individualmente os nomes dos arquitetos envolvidos nas obras. Individualiza-se o artista e a aprendizagem torna-se cada vez mais laica.

O ensino das artes ao nível conventual, em que os monges aprendiam as artes nos conventos e depois transmitiam esses conhecimentos, começou um declínio a favor do ensino oficial. Este ensino baseava-se no sigilo, para salvaguardar os interesses materiais.

O ensino oficinal também vai ganhando importância, desenvolvendo-se paralelamente com a afirmação da burguesia. A vinda de artistas estrangeiros para Portugal contribuiu igualmente para a atualização dos artistas e do ensino das artes.


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