2022/04/28

Mulheres na ciência: Karen Horney (1885 - 1952)

 

(Imagem de Karen Horney retirada da internet)

Karen Danielsen, posteriormente Karen Horney, nasceu na Alemanha em 1885, filha de Berndt Wackels Danielsen, capitão de um barco e extremamente religioso e de Clotilde van Ronzelen. Foi uma importante psicanalista que questionou a visão tradicional freudiana e fundou a psicanálise feminista.

A sua mãe, Clotilde, tinha um espírito bastante mais aberto do que o seu pai. Karen encarava-o como uma figura disciplinadora, sem afeto e com uma clara preferência pelo seu irmão. Desta forma, ficou sempre muito ligada à mãe, que acabou por deixar o pai, levando consigo os filhos. Ainda bastante jovem, Karen teve os primeiros episódios depressivos que a iriam acompanha toda a vida.

Em 1906 entrou no curso de medicina contra a vontade dos seus pais na Universidade de Freiburg. Em 1908 foi transferida para a Universidade de Göttingen e posteriormente para Berlim. Concluiu a licenciatura em 1913. Foi durante a época de estudante que conheceu o seu futuro marido, Oskar Horney, com quem casou em 1909. Em 1920, Karen começou a lecionar no Instituto de Psicanálise de Berlim.

Em 1923, a empresa do seu marido entrou em insolvência. Oskar contraiu meningite, o que lhe alterou profundamente o temperamento. Para além disso, neste ano morreu o irmão de Karen. Tudo isto contribuiu para um agravamento do seu estado mental.

Em 1926, saiu de casa com as suas três filhas e quatro anos mais tarde mudou-se para Brooklyn nos Estados Unidos. Aqui existia uma forte comunidade intelectual judaica, onde Karen conheceu vários académicos de renome.

O primeiro cargo que assumiu foi como Diretora do Instituto de Psicanálise de Chicago. Durante esta época desenvolveu as suas teorias acerca da neurose e da personalidade, publicadas em 1937 na obra The Neurotic Personality of Our Time.

Em 1941 passou a trabalhar no American Institute of Psychoanalysis. No entanto, o seu desvio da psicologia Freudiana fez com que abandonasse o cargo, começando a lecionar na Universidade de Nova Iorque, onde ficaria até à sua morte.

Horney decidiu fundar a sua própria organização, uma vez que considerava a comunidade de psicanálise bastante austera e conservadora: The Association for the Advancement of Psychoanalysis. Foi igualmente responsável pela publicação do The American Journal of Psychoanalysis.

(Imagem de Karen Horney retirada da internet)

A perspetiva de Horney sobre a neurose era diferente da de outros psicanalistas da época que acreditavam que a neurose era uma disfunção mental em resposta a estímulos externos ou experiências negativas durante a infância e adolescência.

Para ela, a neurose era um processo continuo que ocorria ao longo de vida de um indivíduo. Acreditava que a ênfase devia ser colocada na relação parental e na perspetiva infantil dos eventos. Horney estabeleceu as dez necessidades neuróticas: 1. A necessidade de afeto e aprovação; 2. A necessidade de um parceiro; 3. A necessidade de poder; 4. A necessidade de manipulação; 5. A necessidade de reconhecimento social; 6. A necessidade de valorização; 7. A necessidade de realizações pessoais; 8. A necessidade de autossuficiência e independência; 9. A necessidade de perfeição; 10. A necessidade de ter uma vida discreta.

A teoria do narcisismo também foi objeto de reflexão por parte de Horney. Para ela é um tipo de autoestima que não se baseia em realizações genuínas.

Em conjunto com Alfred Adler, Karen fundou a escola Neo-Freudiana. Apesar de reconhecerem o trabalho de Freud, defendiam que as maiores influências na personalidade do indivíduo são as ocorrências sociais na infância e não os desejos sexuais reprimidos. Ao contrário de Freud, Horney pensava que as mulheres tinham apenas “inveja” do poder masculino no mundo. Os homens, por sua vez, “invejavam” a maternidade, o poder de gerar um ser vivo. O complexo de Édipo também foi reformulado por ele. No final da sua vida, Horney sintetizou as suas ideias na obra Neurosis and the Human Growth. The Struggle Toward Self-Realization (1950).

Horney foi igualmente pioneira na área da psiquiatria feminista, uma vez que o comportamento feminino tinha sido negligenciado ao longo do tempo. Na obra The Problem of Feminine Masochism, afirma que a mulher era socialmente incentivada a depender do homem para obter amor, prestígio, riqueza ou proteção. A mulher não buscava a sua autorrealização, mas sim o desejo de agradar, sendo valorizada pelo seu papel na família.

Karen Horney faleceu a 4 de dezembro de 1952 em nova Iorque.

 

MJS

2022/04/25

Mulheres na ciência: Emmy Noether (1882 - 1935)

(Desenho de Emmy Noether junto de algumas das suas equações matemáticas retirado da internet)

Amalie Emmy Noether nasceu em Erlangen, na Alemanha em 1882, no seio de uma família judia, filha de Max Noether, matemático e de Ida Amalie Kaufmann. Foi uma importante matemática, tendo contribuído para um enorme desenvolvimento ao nível da física teórica e da álgebra abstrata. Criou o Teorema de Noether que explica a conexão entre a simetria e as leis de conservação.

Viveu uma infância tranquila, demonstrando ser uma criança bastante inteligente e perspicaz. Sendo a filha mais velha, teve três irmãos: Alfred, doutorado em química; Fritz que fez carreira na área da matemática aplicada; e Gustav Robert que faleceu bastante jovem.

Emmy era fluente em inglês e francês, mas optou por frequentar a Universidade de Erlangen onde era uma das duas alunas do sexo feminino. Apesar das dificuldades, como a necessidade de pedir autorização para participar em algumas aulas, licenciou-se em 1903. Entre 1903 e 1904 estudou na Universidade de Göttingen, onde teve como professores algumas importantes personalidades científicas da época.

(Imagem de Emmy Noether retirada da internet)

Retornou a Erlangen onde escreveu a sua tese, sob a orientação da Paul Gordan, Sistemas Completos de Invariantes para Formas Biquadráticas Ternárias, em 1907.

Entre 1908 e 1915 lecionou na Universidade de Erlangen, sem qualquer tipo de remuneração, substituindo ocasionalmente o seu pai que se encontrava doente. Entre 1910 e 1911, Emmy publicou uma extensão da sua tese. O seu orientador, Paul Gordan, faleceu em 1912, tendo sido sucedido no cargo por Ernst Fischer.

Ernst Fischer seria uma grande influência para Emmy, sobretudo quando lhe deu a conhecer a obra de David Hilbert. De 1913 a 1916, Noether publicou diversos artigos que ampliaram os métodos de Hilbert em objetos matemáticos. Este é o inicio da sua atividade no campo da álgebra abstrata.

Em 1915 David Hilbert e Felix Klein convidaram Emmy para lecionar em Göttingen, o que causou grande polémico pelo facto de ser mulher. Acabou por impor a sua presença, apesar de, nos primeiros anos, não ter tido qualquer salário nem posição oficial. Demonstrou a sua capacidade de provar o Teorema de Noether, que explica como a lei de conservação de energia está associada com a simetria de um sistema físico.

Após o final da Primeira Guerra Mundial, houve uma mudança social significativa que se refletiu num aumento dos direitos das mulheres. Em 1919 a universidade permitiu o ingresso de Emmy e em 1922 recebia o título de Professora, apesar de continuar a não ser remunerada.

Em 1920 Noether, em colaboração com W. Schmeidler, publicou um artigo sobre anéis. No ano seguinte, surge outro artigo sobre a mesma temática, dando origem ao termo anel Noetheriano.

Entre 1924 e 1930, vários matemáticos de todo o mundo chegam à Universidade de Göttingen, entre os quais Bartel Leendert van der Waerden e Pavel Alexandrov, que reconhecem o trabalho verdadeiramente inovador de Emmy.

Nos anos de 1928 e 1929, Noether continuou a sua pesquisa na Universidade de Moscovo, a convite de Pavel Alexandrov.

Em 1932 Emmy Noether e Emil Artin recebem o Prémio memorial Ackermann-Teubner devido às suas contribuições para a matemática.

Em janeiro de 1933 Adolf Hitler tornou-se chanceler da Alemanha e rapidamente se iniciaram as perseguições a judeus. Como tal, Emmy foi despedida da Universidade. Tentou regressar a Moscovo, embora nunca se tenha concretizado, acabando por ser contratada por duas instituições de renome: o Bryn-Mawr College nos Estados Unidos e o Somerville College, em Inglaterra.

Emmy, após várias negociações, optou pelo Bryn-Maer College, onde iniciou os seus trabalhos ainda em 1933. Nesta instituição vai conhecer Anna Wheeler de quem se torna bastante amiga.

Em 1934, começou a lecionar no Instituto de Estudos Avançados, em Princeton. Em abril de 1935, Noether foi submetida a uma cirurgia, tendo falecido em consequência da mesma.

 

MJS 

2022/04/21

Mulheres na ciência: Carolina Beatriz Ângelo (1878 - 1911)

 

(Imagem de Carolina Beatriz Ângelo retirada da internet)

Carolina Beatriz Ângelo nasceu na Guarda em 1878, filha de Viriato António Ângelo, jornalista e de Emília Clementina de Castro Barreto. Foi a primeira mulher cirurgiã em Portugal e a primeira mulher a votar.

Beatriz viveu a sua infância num ambiente liberal, sendo o seu pai apoiante do Partido Progressista. Frequentou o Liceu da Guarda onde concluiu os estudos primários e secundários.

Com a mudança da família para Lisboa, prosseguiu o seu percurso académico na Escola Politécnica e na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Aqui concluiu o curso de Medicina em 1902, tendo sido a única mulher na sua turma.

(Imagem de Carolina Beatriz Ângelo acompanhada da sua turma na Faculdade de Medicina retirada da internet)

Beatriz casou a 3 de dezembro de 1902 com Januário Gonçalves Barreto Duarte (1877-1910), médico e ativista republicano, do qual teve uma filja, Maria Emília Ângelo Barreto (1903-1981).

Em 1903 apresentou a sua dissertação Prolapsos Genitaes (Apontamentos) e tornou-se a primeira mulher a operar no Hospital de São José. Trabalhou no Hospital Psiquiátrico de Rilhafoles, com a orientação de Miguel Bombarda e acabou por estabelecer o seu próprio consultório particular onde exerceu a especialidade de ginecologia.

A par da carreira profissional, Carolina envolveu-se nos vários movimentos feministas que despontavam pela Europa. Em 1906 ingressou no comité português da organização La Paix et le Désarmement par les Femmes, bem como na Maçonaria. Em 1909 integrou a comissão fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas que defendia o sufrágio feminino, o direito ao divórcio, a educação das crianças e igualdade de direitos e deveres entre ambos os sexos.

O seu marido vem a falecer em 1910, antes da implantação da República. Com o 5 de outubro, Beatriz envolveu-se na fundação da Associação de Propaganda Feminista que pretendia fundar uma escola de enfermeiras e promover a emancipação das mulheres.

Em 1911, com as primeiras eleições da república, Beatriz Ângelo viu na lei eleitoral uma oportunidade de a reverter a seu favor. De acordo com a mesma, podiam votar “cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família”. Considerando preencher todos os requisitos fez um requerimento ao Presidente da Comissão Recenseadora para ser incluída no recenseamento. O pedido foi recusado e carolina apresentou recurso em tribunal que lhe veio a dar razão. Desta forma, tornou-se a primeira mulher portuguesa a exercer o direito de voto.

Faleceu a 3 de outubro de 1911 vítima de uma síncope cardíaca.

 

 

MJS

2022/04/18

Mulheres na ciência: Maria Montessori (1870 - 1952)

(Imagem de Maria Montessori retirada da internet)


Maria Tecla Artemisia Montessori nasceu em Itália em 1870, filha de Alessandro Montessori, oficial do Ministério das Finanças e de Renilde Stoppani. Foi educadora, médica e pedagoga, tendo desenvolvido um novo método educativo. 

Desde muito jovem mostrou interesse pela matemática e pela biologia, contrariando os seus pais que queriam que seguisse uma carreira de professora. Como tal, inscreveu-se na Faculdade de medicina da Universidade de Roma, tendo sido uma das primeiras mulheres a concluir o curso em 1986.

Maria não pode exercer a sua profissão, uma vez que que os condicionalismos sociais da época não o permitiam. Desta forma, iniciou um projeto com crianças com necessidades especiais na clínica da universidade. Baseou-se na obra de Édouard Séguin, educador francês para criar materiais e fundamentar o seu sistema de ensino.

Decidiu dedicar a sua vida à educação e começou a lecionar na Escola de Pedagogia da Universidade de Roma, onde permaneceu até 1908. Em 1907 criou a Casa dei Bambini, um espaço educacional para crianças menos favorecidas, onde aplicou pela primeira vez o seu método.

O chamado Método Montessori foi descrito na obra Método da Pedagogia Científica Aplicado à Educação, publicado em 1909. Em traços gerais, Montessori pretende conjugar o desenvolvimento biológico com o desenvolvimento mental da criança, respeitando a sua individualidade e as suas necessidades. Um dos princípios fundamentais era a liberdade com responsabilidade e a compreensão e respeito.

Maria Montessori adaptou o princípio da autoeducação, ou seja, a mínima interferência do professor pois a aprendizagem seria feita com base no espaço escolar e no material didático. As salas de aula tradicionais são excluídas do método montessoriano: as crianças espalham-se pela sala, com os professores, não existindo recreio pois não há diferença ente os momentos lúdicos e os momentos de lazer. Como tal, não existem livros ou manuais escolares.

Para Montessori, a educação sensorial era a base da educação intelectual. A ausência de materiais de estímulo era uma das causas para um desenvolvimento intelectual inadequado. É através do movimento e do toque que as crianças exploram o mundo, através de uma observação direta. Maria Montessori criou vários objetos didáticos, simples, mas criados para desenvolver o raciocínio.

Entre os diversos objetos encontramos o Material Dourado, um conjunto de cubos, barras ou placas que auxiliavam o ensino do sistema de numeração decimal e nos algoritmos.

Jogo didático

ME/IAACF/170

ME/Instituto António Aurélio da Costa Ferreira

Jogo didático utilizado para o desenvolvimento do raciocínio matemático. Trata-se de um conjunto de dois cubos subdivididos em 1000 pequenos cubos.


(Imagem de um conjunto de encaixes retirada da internet)

O conjunto de encaixes sólidos que se compõe por 10 cilindros de tamanhos diferentes que se encaixam em diferentes blocos- O objetivo é a dimensão dos cilindros que preparam o aluno para o estudo da matemática e da geometria:

Bloco A - Os cilindros crescem em diâmetro e altura;

Bloco B - Os cilindros crescem em diâmetro sem mudança de altura;

Bloco C - Os cilindros crescem em altura sem mudança de diâmetro;

Bloco D - Os cilindros crescem em diâmetro, enquanto diminuem em altura.


(Imagem de um conjunto de barras com encaixes retirada da internet)

O sistema de barras e comprimentos compõe-se de 10 hastes de madeira, de base quadrada e diferentes comprimentos. Permite preparar o aluno para a matemática e para o sistema métrico de medições.

(Imagem de uma escada castanha com 10 degraus retirada da internet)

A escada castanha é um conjunto de 10 prismas retangulares de 20 centímetros de comprimento e de altura e profundidade variáveis. O objetivo é ordenar os prismas adquirindo a perceção da perspetiva e preparando o aluno para a matemática e geometria.

Entre as suas obras mais relevantes podem referir-se O segredo da Infância (1936), Mente absorvente (1949), Formação do Homem (1949), Em Família (1951).

A educadora viajou pelo mundo, divulgando as suas teorias através de palestras. Em 1922 foi nomeada Inspetora do governa nas Escolas de Itália, mas o regime de Mussolini fechou grande parte dessas escolas. Em 1934 Montessori saiu de Itália e passou a lecionar em Espanha, que também abandonou aquando da Guerra Civil. Passando posteriormente pelos Países Baixos, decidiu que a Índia seria o seu destino a partir de 1939. Aí permaneceu durante 7 anos.

Em 1946 regressa a Itália e em 1949 foi nomeada para o prémio Nobel da Paz.

Maria faleceu nos Países Baixos a 6 de maio de 1952, deixando o seu legado ao seu filho Mário Montessori.

 

MJS


* Imagens retiradas da internet

 

  

2022/04/14

Peça do mês de abril

 


Bastidor

Armação de madeira na qual se fixa o tecido que se pretende bordar. É formado por uma circunferência presa na vertical a uma base retangular. Utiliza-se para prender o tecido de forma ajustada para que se possa posteriormente bordar à mão. Este bastidor de bordados era utilizado no âmbito dos Cursos de Formação Feminina (Curso de Bordados e Costura).

Está inventariado com o número ME/400774/32 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária Alfredo da Silva.


MJS

2022/04/11

Exposição virtual: "A abelha no Museu Virtual da Educação"

 

As abelhas vivem em colmeias, tendo no seu interior uma rainha, 1500 abelhas obreiras e 1500 zangões, bem como larvas. A sua média de vida é bastante curta, entre 28 a 48 dias, à exceção da rainha que pode viver 5 anos. A sua existência é fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas terrestres na medida em que polinizam diversas plantas e plantações de frutas e legumes. Cerca de 80% das espécies vegetais reproduzem-se desta forma. A grande questão é que, sem abelhas, a vida na Terra desaparecia: sem abelhas não há polinização, as espécies vegetais não se reproduzem, os animais não têm alimentos e, como consequência, os seres humanos não conseguem sobreviver. Dois terços dos alimentos que consumimos são produzidos através da polinização.

Vários são os fatores que colocam em risco a existência das abelhas. O uso excessivo de pesticidas e químicos tem provocado a morte destes insetos, colocando em risco a polinização. O aumento de apicultores não tem resolvido a situação, uma vez que muitas vezes não são cumpridas as regras de distanciamento de 800 metros entre apiários. As abelhas entram em competição e muitas morrem devido à má nutrição. A par disto, surgem espécies invasoras, como é o caso da vespa asiática, que podem destruir toda a colmeia.

Como resultado, cerca de 50% a 90% da população de abelhas desapareceu na Europa e na América do Norte. É necessário um investimento avultado para reverter esta situação, nomeadamente através da agricultura biológica e do controlo de doenças. Em Portugal a instituição responsável por este setor é a Federação Nacional de Apicultores (FNAP).

Nesta exposição estão presentes algumas imagens parietais da abelha, onde se podem observar as suas caraterísticas físicas e o seu desenvolvimento. Os modelos anatómicos em corte são igualmente importantes pois permitem ter uma noção mais concreta da fisionomia deste inseto. Por fim, podem observar-se vários espécimes em diferentes estágios de desenvolvimento.


Imagem parietal de espécie animal/Abelha

ME/152481/18

Escola Básica e Secundária de Canelas

Quadro parietal ilustrado, representativo da abelha, utilizado para ilustrar matérias nas aulas de Biologia. O parietal organiza-se em duas faixas horizontais, e retrata de forma naturalista, aspetos do habitat, anatomia e reprodução da abelha. Na faixa superior, sobre fundo azul, estão duas abelhas junto de uma flor, e uma delas está a sugar o pólen da flor. Na parte inferior, sobre fundo de cor negra, estão sete ilustrações, representando ao centro, uma secção do favo com uma abelha-mestra e fases do desenvolvimento desde o ovo, a larva e a crisálida. À esquerda e à direita surgem, muito ampliados, pormenores da anatomia interna da abelha. Não tem legenda.


Abelha

ME/400117/42

Escola Secundária D. Pedro V

Modelo utilizado como material de apoio às aulas de Biologia. O espécime encontra-se num suporte de metal, colocado numa base de madeira. É composto por várias peças e permite visualizar os órgãos internos, dado que o modelo representa a abelha em corte longitudinal. Legendado em italiano.


Imagem parietal de espécie animal/Abelha

ME/402436/335

Escola Secundária de Passos Manuel

Quadros de pendor naturalista de cores muito suaves, de grande rigor e pormenor, sobre animais no seu habitat natural, dos mais vulgares aos mais exóticos, dos domesticados aos selvagens. Esta coleção é designada por Retângulo Negro por ser essa a marca identificativa mais comum entre os quadros: à volta da imagem existe uma cercadura retangular, marcada por uma linha negra ou azul escura.


Abelha

ME/402436/1637

Escola Secundária de Passos Manuel

Material didático utilizado em Ciências Naturais para o estudo do desenvolvimento da abelha. Conservados em formol num cilindro de vidro, são apresentados vários espécimes em quatro estágios de desenvolvimento da abelha, desde larva até adulto. Abelha é a denominação comum de vários insetos pertencentes à ordem Hymenoptera. A abelha adulta alimenta-se geralmente de néctar e é um importante agente de polinização. Vive em colmeias, num sistema de extraordinária organização, produzindo mel. Classificação científica: Reino: Animalia; Filo: Arthropoda; Classe: Insecta; Ordem: Hymenoptera.


Imagem parietal de espécie animal/Abelha

ME/401857/570

Escola Secundária de Gil Vicente

O quadro, de grandes dimensões, é impresso litograficamente sobre fundo claro com grande qualidade e rigor naturalista na cor e detalhes e é complementado com desenhos esquemáticos simplificados e indicação de escalas de ampliação. Servia de apoio visual às aulas de biologia. O quadro, com o n.º Tab.30, representa, em três ilustrações, a abelha. Em cima a toda a largura do quadro, está representada uma abelha, em vista lateral (n.º 3); por baixo, à esquerda, encontra-se uma larva muito ampliada (n.º 1); à direita, em baixo, aspeto externo de uma ninfa, muito ampliado (n.º 2). No canto inferior esquerdo, impressos na tela, encontram-se a assinatura e a identificação da coleção em três línguas: alemão, inglês e francês. No canto inferior direito, impressos na tela, indicação da casa impressora (Martinus Nijhoff 's Gravenhage) e o logótipo quadrangular contornado pelas palavras: Alles - Komt - Terect- W.N.


Abelha

ME/401109/452

Escola Secundária de Camões

Modelo de abelha utilizado para permitir a visualização da sua morfologia em contexto das práticas pedagógicas de Ciências Naturais. Trata-se de um modelo de uma obreira de abelha doméstica, Apis mellifica, L., sobre uma placa retangular, com esquemas e legenda em inglês. Os esquemas mostram parte da colmeia, com alvéolos, e os elementos desta sociedade de himenópteros. O corpo da abelha, constituído por cabeça, tórax e abdómen, está seccionado longitudinalmente, de modo a que se possa observar a anatomia interna. Na cabeça, um par de antenas, um par de olhos compostos, polifacetados e três olhos simples. O aparelho bucal é do tipo tromba libadora-sugadora. Ligadas ao tórax, vêem-se três pares de patas locomotoras e dois pares de asas membranosas. Na extremidade do abdómen possui um ferrão venenoso. No interior do modelo são evidentes as anatomias dos sistemas respiratório, circulatório, digestivo, excretor, nervoso e reprodutor.


MJS


2022/04/07

Mulheres na ciência: Adelaide Cabete (1867-1935)

 

(Imagem de Adelaide Cabete retirada da internet)

Adelaide de Jesus Damas Brazão Cabete (1867-1935) nasceu Elvas em 1867, filha de Ezequiel Duarte Brazão e Balbina dos Remédios Damas, trabalhadores rurais. Foi uma das principais figuras do feminismo português, humanista, professora, autora, médica ginecologista e obstetra.

O seu pai morreu quando ainda era bastante jovem, pelo que teve de trabalhar na agricultura desde cedo e em atividades domésticas nas casas das famílias mais abastadas. Dada esta situação, não frequentou a instrução primária, mas aprendeu a ler e escrever sozinha.

Casou aos 18 anos com o sargento e militante republicano Manuel Ramos Fernandes Cabete. Defensor dos direitos das mulheres, incentivou Adelaide a prosseguir os seus estudos. Em 1894 concluiu o curso liceal e posteriormente mudou-se para Lisboa onde prosseguiu a sua instrução na área da medicina.

Em 1896 matriculou-se na Escola Médico-Cirúrgica. Concluiu o curso em 1900 com a tese Proteção às mulheres grávidas pobres como meio de promover o desenvolvimento físico das novas gerações, com o objetivo de incentivar o governo a intervir no melhoramento da situação das mulheres grávidas.

Especializou-se em Ginecologia e Obstetrícia, estabelecendo o seu próprio consultório. Procurou difundir os cuidados materno-infantis, a importância da instrução e os cuidados básicos da grávida e da criança. O seu primeiro artigo foi publicado no Jornal Elvense em 1901 com o título: Instrua-se a mulher.

Em 1908 fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas em parceria com Ana de Castro Osório e Carolina Beatriz Ângelo. Pretendiam a emancipação das mulheres e o sufrágio feminino.

Adelaide participou em vários movimentos propagandísticos republicanos, escrevendo vários artigos e discursando. Teve uma atividade relevante no 5 de outubro de 1910.

A partir de 1912 envolveu-se em inúmeras organizações que reivindicavam o voto feminino: a Liga Portuguesa Abolicionista, a Cruzada das Mulheres Portuguesas, as Ligas da Bondade e o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, onde assumiu o cargo de presidente desde 1914. Nesse ano trabalhou como médica escolar e professora de Higiene, Puericultura, Anatomia e Fisiologia no Instituto Feminino de Educação e Trabalho em Odivelas.

Em janeiro de 1916 Manuel Cabete faleceu, mas Adelaide continuou o seu trabalho como ativista e como médica.

Em 1929 partiu para Luanda, onde continuou envolvida nas causas femininas e na escrita de artigos de especialidade. Lutou pelo direito de acesso à saúde e reivindicou a construção de uma maternidade pública, o que acabou por acontecer em Lisboa em 1932 com a Maternidade Alfredo da Costa. Em 1933 foi a primeira e única mulher a votar em Luanda.

Após um acidente em 1934, regressou a Lisboa, onde acabou por falecer a 14 de setembro de 1935.

Ao longo da sua vida Adelaide Cabete participou em vários congressos como palestrante: Congresso Internacional das Ocupações Domésticas (Bélgica, 1913), Congresso Internacional Feminino (Itália, 1923), Congresso Internacional das Mulheres (Estados Unidos, 1925), I e II Congressos Feministas da Educação (Lisboa, 1921 e 1928) e os Congressos Abolicionistas (Lisboa, 1926 e 1929).

Foram vários os artigos que publicou, destacando-se sempre a preocupação médica, social e feminista: Papel que o Estudo da Puericultura, da Higiene Feminina, etc deve desempenhar no Ensino Doméstico (1913); Proteção à Mulher Grávida (1924); A Luta Anti-Alcoólica nas Escolas (1924); artigos diversos nas revistas Alma Feminina (1920-1929), Educação, Educação Social, O Globo, A Mulher e a Criança, Pensamento, O Rebate, Renovação (1925-1926).

Adelaide Cadete, para além da sua reivindicação dos direitos das mulheres, lutou para que as condições de acesso à saúde fossem alargadas, como o direito a uma licença de maternidade de um mês.


Conjunto de material de enfermagem

ME/ESAD/107

Escola Secundária Afonso Domingues

Conjunto de instrumentos e objetos médicos, utilizado para prestação de cuidados de saúde na escola. O conjunto inclui uma bandeja metálica, no interior da qual se encontravam 11 objetos.


MJS