2020/04/07

Nasceu a Rede Independente de Livrarias


(Imagem onde se pode ver uma habitação e a seguinte frase: "Fique em casa. Mas não fique sem livros")


Com o propósito procurar uma solução para um setor que se encontra praticamente parado, cerca de cinquenta livreiros de todo o país decidiram unir esforços e criaram uma rede de cooperação que visa permitir ajudar a salvar as livrarias mais pequenas. Esta associação que irá ser lançada nesta próxima quinta-feira – e cujo site já se pode visitar – pretende mitigar os efeitos de uma situação que já vem de trás mas que muito se acentuou nestes tempos de pandemia e de incerteza. O peso dos encargos (rendas, salários, etc.), que bate agora constantemente à porta de tantos setores e indústrias afetou todo o setor livreiro (grande distribuição), mas em especial as pequenas livrarias independentes, muitas delas com parcos recursos financeiros para fazer frente a uma queda de vendas, tão inesperada quanto abrupta.

Através deste projeto e desta união de esforços, o objetivo passa por delinear estratégias e ações comuns que permitam fazer face a esta situação inédita e lançar as bases de uma rede de livrarias especializadas e de proximidade. A elas também se deve um papel ativo e interventor na difusão de novos autores, do livro e da leitura.

O site da RELI (https://www.reli.pt/) possui uma listagem das livrarias que integram a rede (moradas e contactos) e proporciona, para já, duas iniciativas inéditas para ajudar o comércio dos livros: a “Livraria às Cegas” e a campanha “Fique em Casa mas Não Fique Sem Livros”. Urge, pois – na medida das possibilidades de cada um – procurar ajudar a salvar os livros, amigos fiéis dos longos dias de espera que nos estão reservados, refúgio e evasão para os nossos medos e angústias.

JMG

2020/04/05

Oliveira Martins (1845 - 1894): patrono da Escola Comercial OIiveira Martins



A Escola Elementar e Comercial Portuense, criada em 1895, vê alterada a sua designação em 1915 para Escola Comercial Oliveira Martins. Vinte anos após, esta escola comercial adota, o historiador e político, Joaquim Pedro de Oliveira Martins como patrono.

Oliveira Martins era filho de Francisco Cândido Gonçalves Martins, oficial da Junta do Credito Publico, e de sua mulher, D. Maria Henriqueta Morais de Oliveira; neto paterno do desembargador Joaquim Pedro Gomes de Oliveira, que foi por duas vezes ministro do rei D. João VI, e membro do governo supremo do Reino em 1820 até à constituição das cortes, em 26 de janeiro de 1821.

Cursou as aulas do Liceu Nacional de Lisboa, chegando a fazer alguns exames. Seus pais desejavam que seguisse a carreira militar estudando engenharia, mas por infelicidade ficou órfão aos doze anos de idade, porque seu pai faleceu em 1857, vítima da febre-amarela, que nesse ano assaltou a capital, deixando viúva e seis filhos em más circunstâncias. Faltando-lhe recursos, teve de interromper os estudos, dedicando-se à vida comercial para angariar meios de subsistência, exercendo desde então no comércio ou na indústria diversos empregos.

Através duma vida difícil, mas guiado pelo amor de sua mãe, foi completando a sua educação literária, até que em 1870 se empregou nas minas de Santa Eufémia, de Córdova, e partindo nesse ano para Espanha, ali se conservou até 1874, ano em que veio para o Porto, onde fixou residência, conseguindo o lugar de diretor da exploração do caminho de ferro do Porto à Povoa do Varzim e Vila Nova de Famalicão. Em 1878 apresentou-se no concurso aberto pela Academia Real das Ciências de Lisboa, com a memória relativa à Circulação fiduciária, que lhe valeu o prémio da medalha de ouro da mesma academia, e o título de sócio correspondente.

Em 1880 foi eleito presidente da Sociedade de Geografia Comercial do Porto, de que se demitiu dois anos depois, em 1882, sendo-lhe então conferido o título de presidente honorário. Nesse mesmo ano a Real Academia, de Espanha lhe conferiu o diploma de sócio correspondente. Oliveira Martins também era sócio do Instituto de Coimbra, e de diversas sociedades científicas nacionais e estrangeiras.

Em 1881 fez parte da comissão distrital do Porto, no inquérito industrial, e redigiu o relatório da mesma comissão. Este relatório foi impresso em separado no Porto; e depois incorporado na edição oficial de Lisboa.

Em 1884 foi nomeado membro da direção do Museu Industrial e Comercial do Porto, e vogal da comissão encarregada de propor ao governo algumas providências tendentes a melhorar a situação das classes operarias, com respeito ao trabalho; aos salários, ás crises industriais, e a outros assuntos de interesse publico. As suas ideias avançadas o afastaram algum tempo dos partidos monárquicos, mas depois, mudando de orientação, passou ás fileiras da monarquia, fundando em 1885 o jornal A Província.


“No ideário político de Oliveira Martins, a evolução de um federalismo republicano e descentralizador (de inspiração proudhoniana) para uma apologia a um socialismo de Estado e do reforço do poder central (base do projeto político cesarista) pode ser atribuída ‘à sua vivência na Andaluzia durante a I República Espanhola e ao modo crítico como considerou esta experiência política’. Oliveira Martins, ao perceber que o sistema federativo e de caráter liberal da Primeira República Espanhola serviu para aumentar e perpetuar o poder dos grandes proprietários de terra e de capitais às custas da exploração das camadas sociais menos abastadas (como observou no caso dos trabalhadores das minas), compreendeu que o fundamental seria a modernização do país no sentido de um Estado Social.” (Botton, 2016, p. 26)


Em 1883 foi deputado pela primeira vez, eleito por Viana do Castelo, e em 1887 o elegeu o círculo do Porto, sendo reeleito ainda em outras legislaturas. No ano de 1887 apresentou ao parlamento o seu projeto de lei sobre fomento rural. Dirigiu a Régie antes do atual monopólio do tabaco. Em 1888, a Associação dos Tipógrafos do Porto ofereceu-lhe uma estatueta simbolizando o trabalho, em tributo de reconhecimento pela proteção dispensada à classe.

Colaborou nos principais jornais literários e científicos de Portugal, corno: O Arquivo Pitoresco, Ocidente, Dois Mundos, publicado em Paris; Revista Ocidental, Revista Científica, Revista de Portugal, Revista de Educação e Ensino; além dos jornais políticos: A Província, O Tempo, Jornal do Comércio, O Repórter, Protesto, e em outros jornais socialistas; no Cruzeiro, do Rio de Janeiro, e outros jornais do Brasil, para onde escrevia correspondências.


“Em Oliveira Martins, o caráter dramático da história esteia a educação crítica dos indivíduos a partir da realidade, o que bem se exemplifica na carga pedagógica que atribuiu à crise financeira de 1890-91, lida na última Advertência ao Portugal Contemporâneo. Para ele, coroava-se então um momento de reflexão, experimentado em duas outras crises da nação: a do último terço do século XVII (a época de lutas que findam na Restauração de 1640) e a da primeira metade do século XIX (os anos de conflito que vão de 1820 ao governo da Regeneração em 1851)” (Bastos, 2007, p. 7).

No ano de 1903, uma comissão de amigos dedicados de Oliveira Martins mandou erigir no cemitério dos Prazeres um jazigo monumento à sua memória, para onde foram trasladados no dia 21 de novembro desse ano os seus restos mortais, que se conservavam depositados no jazigo de sua família. Conjuntamente foram recolhidos no novo jazigo os restos mortais de sua mãe, D., Maria Henriqueta Morais de Oliveira, sendo os ofícios fúnebres celebrados na capela do cemitério.


 P.M. 



BIBLIOGRAFIA:


BASTOS, Ana Luiza Marques (2007). “O realismo histórico de Oliveira Martins” [em linha]. Revista Intellectus, Ano 6, Vol. 2 (2007). [Consult. 6 de março de 2020]. Disponível:
BOTTON, Rafael Reigada (2016). Decadência de Portugal e o Cesarismo: um estudo sobre a historiografia de J. P. de Oliveira Martins [em linha]. Rio Grande do Sul: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. [Consult. 6 de março de 2020]. Disponível: http://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/6649/2/DIS_RAFAEL_REIGADA_BOTTON_COMPLETO.pdf


MATOS, Sérgio Campos (2019). Oliveira Martins [em linha]. Lisboa: Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, Portugal. [Consult. 6 de março 2020]. Disponível: http://cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xix/oliveira-martins.html#.XNKKSE1Ybcs


SERRÃO, Joel (s.d.]. Joaquim Pedro de Oliveira Martins [em linha].  Lisboa: Iniciativas Editoriais. [Consult. 8 de maio de 2019]. Disponível:

2020/04/02

Dia Internacional do Livro Infantil - 2 de abril


(Cartaz alusivo ao Dia Internacional do Livro/2020)

Hoje, 2 de Abril, assinala-se o Dia Mundial do Livro Infantil. Por iniciativa do Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens (IBBY), desde 1967 que se celebra anualmente nesta data, a leitura e a literatura para crianças e jovens. Em Portugal, aquela organização é representada pela Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil (APPLIJ). O IBBY criou o Dia Internacional do Livro Infantil com o intuito de homenagear o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, (autor de algumas das histórias para crianças mais lidas em todo o mundo), cujo aniversário do nascimento é, precisamente, assinalado neste dia.
O livro (infantil) será, porventura, dos objectos mais adquiridos, oferecidos e partilhados, desde a nossa mais tenra idade; das primeiras coisas que nos mostram, e oferecem, quando começamos a prestar atenção ao mundo que nos rodeia. O livro – nomeadamente o livro infantil – é um importante veículo de iniciação ao desejo de conhecimento e à vontade de aprender. Viajando pelas suas páginas – tão frequentemente ilustradas e coloridas – aprendemos a conhecer o mundo, os outros e a natureza que nos rodeia. Proporciona-nos narrativas e imagens que nos acompanharão o resto das nossas vidas.
Hans Christian Andersen, escritor dinamarquês cuja infância foi marcada pela pobreza, foi, de igual modo, marcado desde cedo pelas histórias contadas pelo seu pai, fomentando-lhe assim a imaginação e a criatividade. É um dos escritores mais conhecidos e publicados da literatura para a infância, autor de clássicos como: “O Patinho Feio”, “O Soldadinho de Chumbo”, ou “A Pequena Sereia”. O escritor dá ainda hoje o nome a um dos mais importantes prémios literários considerado o Nobel na área da escrita e ilustração para crianças. De referir, ainda, que todos os anos é divulgada pela IBBY uma mensagem de incentivo à leitura, da autoria de um escritor de nacionalidade diferente que é depois traduzida e divulgada nos países que integram a IBBY.
NOTA: O IBBY é uma organização sem fins lucrativos fundada em 1953, na Suíça, que se dedica à promoção da leitura e da literatura para a infância e juventude e tem actualmente secções em mais de 70 países.

JMG

2020/04/01

Escola Comercial Oliveira Martins



   
(Imagem da Escola Comercial Oliveira Martins)



A Escola Oliveira Martins foi criada em 28 de setembro de 1895, por decreto ministerial, como Escola Elementar e Comercial Portuense, iniciando atividade em janeiro de 1896.

Em 1915 a sua denominação para a ser Escola Comercial Oliveira Martins, um ano mais tarde, em 1916, as instalações eram exíguas, ainda assim, a mudança só se veio a concretizar-se em 1928, após as obras realizadas no Palacete dos Vilar de Perdizes. Em 1941, a escola muda novamente de instalações, desta vez, para o antigo Solar do Conde de Samodães (rua do sol, n.º 28).


(Escola Comercial Oliveira Martins
  Rua do Sol, Antigo Solar do Conde de Samodães)


Devido à insuficiência de espaço com que esta Escola sempre lutou, impõe-se a construção de um novo edifício; este foi inaugurado a 9 de maio de 1970, com pompa e circunstância, pelo Senhor Presidente da República, Contra-almirante Américo Deus Rodrigues Thomaz, Ministro das Obras Públicas, Eng. Rui Alves da Silva Sanches, Ministro da Educação Nacional e do Professor Doutor José Veiga Simão.

A nova escola ficou dotada de amplos recreios cobertos e descobertos, de campo de jogos, ginásio e balneários, refeitório, cozinha, copa, aulas normais, laboratórios, aulas excecionais e atividades circum-escolares, tudo conjugado de comércio para os 2000 alunos do sexo masculino, que é a sua lotação em dois turnos. Ao todo a escola possuía as seguintes dependências:

  • 19 aulas normais;
  • 2 Aulas de caligrafia;
  • 2 Aulas de contabilidade;
  • 2 aulas de datilografia;
  • 1 Aula para escritório comercial;
  • 1 Museu-laboratório de mercadorias com anfiteatro;
  • 1 Laboratório de física com anfiteatro;
  • 1 Laboratório de química com anfiteatro.

A Escola Comercial Oliveira Martins foi o 72.º edifício destinado ao Ensino Técnico Profissional, constituído pelo Ministério das Obras Públicas e o 115.º edifício escolar entregue ao Ministério da Educação Nacional. As obras de construção civil foram iniciadas em 24 de fevereiro de 1967, e concluídas em 24 de setembro de 1969.

O custo total das obras foi de 12.352.000$00, cabendo à parte de construção civil a importancia de 9.879.000$00 e o restante a mobiliário, equipamento, instalações eléctrica, etc. O terreno tem a área total de 10.000 m² sendo a superfície coberta de 2600 m² e a de pavimentos de 6.000 m².

(Imagem da Escola Comercial Oliveira Martins)


O projeto da Escola Comercial Oliveira Martins foi elaborado pelos Serviços Técnicos da Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário, em 1966, pelos técnicos foram: Arq.º António José Pedroso e Eng.º Sílvio Paulo Pestana de Freitas.

A empreitada de construção civil foi entregue ao empreiteiro Eng. José Pereira Zagallo e o mobiliário, equipamento e instalação eléctrica e várias firmas, todas elas tendo colaborado com satisfação.


(Imagens de várias salas de aula e outras zonas da Escola Comercial Oliveira Martins)

Após a Revolução, a escola recebe a denominação de Escola Secundária Oliveira Martins. Esta é extinta em 2006 e após obras até 2008, pela Parque Escolar, E.P.E, passa a Escola Artística de Soares dos Reis ­ o projeto de modernização da Escola Artística Soares dos Reis decorreu da transferência das instalações para a antiga Escola Secundária Oliveira Martins, localizada na freguesia do Bonfim[1].

“A Escola Artística de Soares dos Reis, criada em 1884 com escola de desenho industrial, está, actualmente, vocacionada para o ensino não superior das artes visuais e audiovisuais e localizada-se na zona oriental da cidade do Porto. Desde setembro de 2008 que a Escola está a funcionar em novas instalações, resultantes da readaptação e ampliação da extinta Escola Secundária de Oliveira Martins. As referidas instalações dividem-se em cinco áreas diferenciadas ligadas entre si por uma galeria interior e foram construídas a pensar nos cursos leccionados […]” (IGEC, 2013).

Este edifício, projetado em 1966 na Junta das Construções Escolares para o Ensino Técnico e Secundário do Ministério das Obras Públicas, encontrava-se organizado em dois corpos independentes – um corpo principal destinado a aulas e a serviços administrativos e um segundo corpo destinado a refeitório e ginásio/salão de festas – articulados por uma galeria exterior coberta, que servia de recreio complementar aos espaços exteriores.

A Escola Artística de Soares dos Reis, criada em 1884 com escola de desenho industrial, está, actualmente, vocacionada para o ensino não superior das artes visuais e audiovisuais e localiza-se na zona oriental da cidade do Porto. Desde setembro de 2008 que a Escola está a funcionar em novas instalações, resultantes da readaptação e ampliação da extinta Escola Secundária de Oliveira Martins. As referidas instalações dividem-se em cinco áreas diferenciadas ligadas entre si por uma galeria interior e foram construídas a pensar nos cursos leccionados (DRE, 2009).

A intervenção levada a cabo pela Parque Escolar implicou uma readaptação do edifício existente, demolições parciais e a sua ampliação. Dado o grande afastamento entre os corpos existentes, optou-se por construir dois novos corpos articulados por uma galeria de distribuição, que estabelece a ligação entre todo o conjunto edificado.


P.M.



BIBLIOGRAFIA:


ATLAS SCHOOL ARCHITECTURE IN PORTUGAL: EDUCATION, HERITAGE AND CHALLENGES (s.d.).  Escola Comercial Oliveira Martins [em linha]. Lisboa: Instituto Superior Técnico [Consult. 6 de março de 2020]. Disponível:

ESCOLA ARTÍSTICA DE SOARES DOS REIS (2009). Escola Artística de Soares dos Reis: 125 anos de ensino artístico [em linha]. Porto: Escola Artística de Soares dos Reis [Consult. 6 de março de 2020]. Disponível:

Inspeção-Geral da Educação e Ciência (2013). Avaliação externa das escolas: Relatório
Escola Artística de Soares dos Reis [em linha]. Porto: Escola Artística de Soares dos Reis [Consult. 6 de março de 2020]. Disponível: https://www.igec.mec.pt/upload/AEE_2014_Norte/AEE_2014_EA-SoaresReis_R.pdf


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA (1961). Relatório da Escola Comercial Oliveira Martins do Porto [em linha]. Lisboa: Secretaria da Educação e Ciência [Consult. 5 de março de 2020]. Disponível: http://arquivo-ec.sec-geral.mec.pt/details?id=43753

OLIVEIRA, Camilo M. de (1941). Origem e progresso da Escola Comercial de Oliveira Martins: com um preâmbulo sobre a história da nossa civilização e comércio até à época do marquês de Pombal. Porto: Imprensa Moderna.

PARQUE ESCOLAR (2019). Escola Artística Soares dos Reis [em linha]. Lisboa: Parque Escolar, EPE. [Consult. 5 março de 2019]. Disponível:  https://www.parque-escolar.pt/pt/escola/001








[1]Entre 1917 e 1927 a Escola Artística de Soares dos Reis também ocupou as antigas instalações do Liceu Alexandre Herculano, na Rua de Santo Ildefonso. Em 1927 foi transferida para as antigas instalações de uma fábrica de chapéus na Rua da Firmeza, 49 onde permaneceu por oito décadas.


2020/03/30

Fernando Pessoa em sua casa

(Pintura de Fernando Pessoa por Almada Negreiros)



Para os apreciadores de Fernando Pessoa e da sua obra, estão disponíveis on-line 17 obras do escritor português. Para fazer download ou ler diretamente em casa basta aceder aqui. Boas leituras!


2020/03/26

Exposição Virtual: "Modelos Anatómicos de Plantas no Museu Virtual da Educação"


Os modelos anatómicos desmontáveis foram, e ainda são, muito utilizados no contexto das práticas pedagógicas de Ciências Naturais, permitindo a observação de plantas, animais ou do próprio corpo humano, de uma forma permanente, funcional e precisa.
Nos finais do século XIX o desenvolvimento de diversas técnicas e a diversificação de especialistas fizeram emergir uma panóplia de criadores de modelos científicos, especialmente produzidos para uso educativo.
Robert Brendel (ca. 1860-1898) e o seu filho Reinhold Brendel (c. 1861-1927) foram os grandes produtores de modelos de botânica e zoologia. Estes modelos, muito aumentados e desmontáveis, eram geralmente elaborados em papier-maché, e utilizavam outro tipo de materiais para conferir algum realismo e textura como madeira, algodão, rattan, contas de vidro, penas ou gelatina, mais usada para os modelos transparentes. Ao nível científico, os Brendel contaram com alguns colaboradores e especialistas, como é o caso dos professores Cohn, Eduard Eidam, Alexander Tschirch (1856–1939), Leopold Kny (1841-1916), Carl Müller (1855-1907) ou Emerich Ratháy (1845-1900). Também a casa de Émile Deyrolle, em Paris, se tornou amplamente conhecida pelo fabrico deste tipo de modelos, bem como Louis Auzoux.
Foram, assim, produzidos modelos de flores e outras espécies vegetais de grande beleza, perfeição e rigor científico. Estes modelos não têm uma função meramente educativa, sendo verdadeiras obras de arte, muito ao estilo do conceito de ciência e de arte do século XIX, refletindo o entusiasmo pelo conhecimento e o apelo da perfeição artística.



Modelo anatómico da papoila
ME/341526/209
ME/Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Francisco de Arruda

Modelo de anatomia comparável da flor de papoila (papaver rheas), usado para o estudo morfológico e descrição sumária bem como na interpretação ecológica dos caracteres observados que, com graus de aprofundamento diferentes, se fazia nas disciplinas de Ciências Naturais. Pertence à colecção «Anatomie Végétale» da Casa Deyrolle. Segundo informação contida nas etiquetas das peças, o conjunto de modelos que formam a coleção foi fornecido pelo Ministério da Educação em 1953.



Modelo anatómico da ervilheira
ME/342129/46
ME/Escola Secundária Marquesa de Alorna

Modelo da ervilheira utilizado para ilustrar os órgãos reprodutores das plantas nas aulas de Ciências Naturais. Apresenta uma base redonda que suporta os elementos.



Modelo anatómico do gladíolo
ME/400178/10
ME/Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes Lopes

Modelo da flor de gladíolo, utilizado para permitir a visualização da sua morfologia em contexto das práticas pedagógicas das aulas de Ciências Naturais. Trata-se de uma ampliação onde são apresentados os estames, o carpelo e a corola, formada pelas pétalas. Assenta num suporte vertical preso a uma base e é desmontável.



Modelo anatómico do goiveiro
ME/400439/15
ME/Escola Secundária Sebastião e Silva

Modelo de anatomia comparável de um goiveiro (cheiranthus sp.), ramo floral com uma flor completa vermelha e cinco botões (três fechados e dois semiabertos) e um fruto cm sementes. Usado para o estudo morfológico e descrição sumária bem como na interpretação ecológica dos caracteres observados que, com graus de aprofundamento diferentes, se fazia nas disciplinas de Ciências Naturais. Segundo informação contida nas etiquetas, foi fornecido pelo Ministério da Educação em 1953.



Modelo anatómico do lírio
ME/400439/30
ME/Escola Secundária Sebastião e Silva

Modelo de anatomia comparável flor de lírio (íris germunica), usado para o estudo morfológico e descrição sumária bem como na interpretação ecológica dos caracteres observados que, com graus de aprofundamento diferentes, se fazia nas disciplinas de Ciências Naturais. Constituído por cinco peças, desmontáveis, que permite visualizar a sua morfologia interna. Pertence à coleção «Anatomie Végétale» da Casa Deyrolle. Segundo informação contida nas etiquetas das peças, o conjunto de modelos que formam a coleção foi fornecido pelo Ministério da Educação em 1953.



Modelo anatómico da flor de cerejeira
ME/400993/20
ME/Escola Secundária Dr. Bernardino Machado


 Modelo da flor de cerejeira utilizado para ilustrar os órgãos reprodutores das plantas nas aulas de Ciências Naturais. Apresenta uma base que suporta os elementos, nomeadamente uma cereja com corte transversal.


MJS

2020/03/23

Visite Museus em todo o mundo... sem sair de casa

(Imagem de várias mãos sobre um computador portátil. Retirada da internet)


Tendo em conta a pandemia e a situação especial que vivemos, o Google uniu-se a vários museus em todo o mundo para proporcionar uma visita virtual. Aproveite, sem bilhete ou fila, para conhecer alguns dos principais locais de cultura, à distância de um clique