2012/08/16

Peça do mês de Agosto


Máquina de Wimshurst

Aparelho científico utilizado em contexto das práticas pedagógicas de Física. A peça pertence à Escola Secundária Latino Coelho, com o número de inventário ME/402047/21.

O Liceu de Lamego foi criado em 1880, tendo sido instalado num antigo palacete do século XVIII. Estas instalações, a par da falta de material e equipamento escolar adequado, rapidamente se mostraram inadequadas para o funcionamento da instituição. Em 1919, a escola passou a designar-se Liceu Nacional de Latino Coelho. De 1926 a 1936 seria designado de Liceu Central de Latino Coelho e em 1936 Liceu Provincial de Latino Coelho. Em 1937 inaugurou-se o novo edifício da escola, projetado por Cottineli Telmo, em terreno cedido pela câmara e com capacidade para 365 alunos. Entre 1939 a 1950 foram efetuadas obras de ampliação e beneficiação. Em 1947 volta novamente a ser designado de Liceu Nacional de Latino Coelho.

A Escola Secundária de Latino Coelho é atualmente possuidora de um vasto espólio museológico, do qual destacamos a máquina de Wimshurst, utilizada no laboratório de física para a realização de experiências na área da eletrostática. Construída cerca de 1882 por James Wimshurst, é constituída por dois discos de vidro ligeiramente afastados, que rodam em torno de um mesmo eixo horizontal, em sentidos opostos. Os discos estão montados em duas pernas que giram livremente sobre um eixo fixo. O eixo está preso nas extremidades, a dois suportes verticais fixados à base da máquina. Nas pernas existem duas pequenas polias, montadas sobre outro eixo abaixo dos discos, que são acionadas por outras polias maiores que, por sua vez, são também acionadas por uma manivela. As polias (grandes e pequenas) estão ligadas por cordões em couro. Um dos cordões é montado cruzado, para que os discos girem em sentidos opostos. Colados às faces exteriores dos discos, há séries de sectores metálicos construídos com folhas de alumínio não muito finas -, formando um padrão simétrico. Estes sectores possuem bordas arredondadas para minimizar perdas de carga, e são mais largos nas bordas que no interior, de modo a manterem distâncias constantes entre as suas bordas laterais. Duas barras metálicas neutralizadoras estão dispostas uma em frente a cada disco cruzadas uma em relação à outra, num ângulo de aproximadamente 60 graus com a horizontal. Estas barras estão fixas em anéis metálicos montados no mesmo eixo dos discos, e são ajustadas em diversos ângulos de inclinação, e fixas pela pressão de parafusos nos anéis. Nas pontas das barras neutralizadoras, estão montadas escovas de finos fios metálicos, que tocam levemente os sectores metálicos nos discos. Os coletores de carga são duas peças metálicas em formato de U que circundam os discos nas laterais da máquina. Estas peças possuem pontas voltadas na direção dos discos, que terminam numa esfera metálica a uma pequena distância destes, mas sem nunca os tocar. Os coletores são suportados por uma barra transversal, em ebonite, presa ao centro dos discos. No mesmo suporte estão também fixados os terminais do "faiscador", que devem poder girar, movimentados pelos longos cabos isolantes. O faiscador termina em esferas metálicas que possuem, por sua vez, bolas menores montadas sobre elas. Estas bolas menores permitem a geração de faíscas maiores que o normal se uma bola menor estiver no polo positivo, com os terminais inclinados na direção do polo negativo.

 

Bibliografia e informação adicional:

 

Para consultar a história da Escola Secundária Latino Coelho, Lamego:

http://www.esec-latino-coelho.rcts.pt/historia.htm

 

Para consultar informações sobre a peça:

http://mfisica.nonio.uminho.pt/patrimonio/alfa/pat_alf_m.html

http://physics.kenyon.edu/EarlyApparatus/

http://museudaciencia.inwebonline.net/

http://baudafisica.web.ua.pt/Default.aspx

 

 

MJS

 

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