Máquina
de Wimshurst
Aparelho
científico utilizado em contexto das práticas pedagógicas de Física. A peça
pertence à Escola Secundária Latino Coelho, com o número de inventário ME/402047/21.
O Liceu de
Lamego foi criado em 1880, tendo sido instalado num antigo palacete do século
XVIII. Estas instalações, a par da falta de material e equipamento escolar
adequado, rapidamente se mostraram inadequadas para o funcionamento da
instituição. Em 1919, a escola passou a designar-se Liceu Nacional de Latino
Coelho. De 1926 a 1936 seria designado de Liceu Central de Latino Coelho e em
1936 Liceu Provincial de Latino Coelho. Em 1937 inaugurou-se o novo edifício da
escola, projetado por Cottineli Telmo, em terreno cedido pela câmara e com
capacidade para 365 alunos. Entre 1939 a 1950 foram efetuadas obras de
ampliação e beneficiação. Em 1947 volta novamente a ser designado de Liceu
Nacional de Latino Coelho.
A Escola
Secundária de Latino Coelho é atualmente possuidora de um vasto espólio
museológico, do qual destacamos a máquina de Wimshurst, utilizada no
laboratório de física para a realização de experiências na área da
eletrostática. Construída cerca de 1882 por James Wimshurst, é constituída por dois
discos de vidro ligeiramente afastados, que rodam em torno de um mesmo eixo
horizontal, em sentidos opostos. Os discos estão montados em duas pernas que
giram livremente sobre um eixo fixo. O eixo está preso nas extremidades, a dois
suportes verticais fixados à base da máquina. Nas pernas existem duas pequenas
polias, montadas sobre outro eixo abaixo dos discos, que são acionadas por
outras polias maiores que, por sua vez, são também acionadas por uma manivela.
As polias (grandes e pequenas) estão ligadas por cordões em couro. Um dos
cordões é montado cruzado, para que os discos girem em sentidos opostos.
Colados às faces exteriores dos discos, há séries de sectores metálicos
construídos com folhas de alumínio não muito finas -, formando um padrão simétrico.
Estes sectores possuem bordas arredondadas para minimizar perdas de carga, e
são mais largos nas bordas que no interior, de modo a manterem distâncias
constantes entre as suas bordas laterais. Duas barras metálicas neutralizadoras
estão dispostas uma em frente a cada disco cruzadas uma em relação à outra, num
ângulo de aproximadamente 60 graus com a horizontal. Estas barras estão fixas
em anéis metálicos montados no mesmo eixo dos discos, e são ajustadas em
diversos ângulos de inclinação, e fixas pela pressão de parafusos nos anéis.
Nas pontas das barras neutralizadoras, estão montadas escovas de finos fios
metálicos, que tocam levemente os sectores metálicos nos discos. Os coletores
de carga são duas peças metálicas em formato de U que circundam os discos nas
laterais da máquina. Estas peças possuem pontas voltadas na direção dos discos,
que terminam numa esfera metálica a uma pequena distância destes, mas sem nunca
os tocar. Os coletores são suportados por uma barra transversal, em ebonite,
presa ao centro dos discos. No mesmo suporte estão também fixados os terminais
do "faiscador", que devem poder girar, movimentados pelos longos
cabos isolantes. O faiscador termina em esferas metálicas que possuem, por sua
vez, bolas menores montadas sobre elas. Estas bolas menores permitem a geração
de faíscas maiores que o normal se uma bola menor estiver no polo positivo, com
os terminais inclinados na direção do polo negativo.
Bibliografia
e informação adicional:
Para
consultar a história da Escola Secundária Latino Coelho, Lamego:
http://www.esec-latino-coelho.rcts.pt/historia.htm
Para
consultar informações sobre a peça:
http://mfisica.nonio.uminho.pt/patrimonio/alfa/pat_alf_m.html
http://physics.kenyon.edu/EarlyApparatus/
http://museudaciencia.inwebonline.net/
http://baudafisica.web.ua.pt/Default.aspx
MJS
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