2024/11/18

As Bibliotecas e a História - A Biblioteca de Pérgamo - A grande rival de Alexandria (Parte II)

 

A Biblioteca de Pérgamo.
Fonte: https://www.worldhistory.org/

 

«Antes da invenção da imprensa, cada livro era único. Para que existisse um novo exemplar, alguém devia reproduzi-lo letra a letra, palavra por palavra, num exercício paciente e esgotante. Havia poucas cópias da maioria das obras e a possibilidade de que um determinado texto se extinguisse totalmente era uma ameaça muito real. Na Antiguidade, em qualquer momento, o último exemplar de um livro podia estar a desaparecer numa prateleira, devorado pelas térmitas ou destruído pela humidade. E, enquanto a água ou as mandíbulas do inseto atuavam, uma voz era silenciada para sempre».

                                                                    (Irene Vallejo, p. 74, 2020)

 

Segundo narra Plínio, o Velho, em inícios do século II a.C., Alexandria não queria ser superada por outra biblioteca, uma vez que as bibliotecas eram, não só, reflexo de cultura, mas, também, de poder. Assim, terá proibido a venda de papiro para a biblioteca de Pérgamo, para que esta não mais pudesse copiar ou produzir nenhum novo livro. O rei Eumenes II, como resposta, terá ordenado que fosse encontrado um novo material que pudesse ser utilizado na confeção dos manuscritos, o que levou a uma exponencial produção de pergaminho, feito a partir da pele de ovelha ou de cabra. O próprio vocábulo “pergaminho” parece derivar do topónimo “Pérgamo”. Este material revelou-se mais resistente, durável, podia ser utilizado de ambos os lados e ser rasurável. A descoberta foi tão importante que a própria Alexandria passou a adotar o pergaminho, em lugar do frágil papiro. Contudo, há que notar que o pergaminho já vinha sendo usado noutros lugares, como a Anatólia, antes de Pérgamo. Certo é que o uso do pergaminho, em lugar do papiro, veio também facilitar a disseminação do conhecimento por toda a Europa e Ásia, para além de ampliar a importância da biblioteca de Pérgamo no Mundo Antigo.

Segundo a investigadora e escritora Irene Vallejo:

«A medida (o contra-ataque de Ptolomeu a Eumenes), poderia ter sido demolidora, mas – para frustração do vingativo rei – o embargo impulsionou um grande avanço que, para além do mais, imortalizaria o nome do inimigo. Em Pérgamo reagiram aperfeiçoando a antiga técnica oriental de escrever sobre couro, uma prática cujo uso tinha sido secundário e local até então. Em memória da cidade que o universalizou, o produto melhorado chamou-se “pergaminho”. Cerca de quatro séculos mais tarde, essa descoberta mudaria a fisionomia e o futuro dos livros».

 (Irene Vallejo, p. 77, 2020)


Ruínas de Pérgamo, na atualidade.
Fonte: https://www.archetravel.com 

A cidade de Pérgamo haveria de cair nas mãos dos romanos no ano de 133 a.C., sendo a biblioteca negligenciada. Mais tarde, no ano de 1300, a cidade de Pérgamo é conquistada pelo Império Otomano. A biblioteca manteve a sua existência até à era cristã, embora não tenha sido muito mencionada por historiadores, dando a entender que a sua coleção não era mais significativa. Muito mais tarde, nas décadas de 1860 e 1870, do século XIX, surge a curiosidade e o interesse em descobrir e reconstituir a história da grandeza de Pérgamo e da sua magnífica e lendária biblioteca, por parte dos governos alemão e otomano. Em 2014, o local onde se encontram ainda muitas das ruínas, foi declarado património mundial, pela UNESCO.


 JMG

 

REFERÊNCIAS E SUGESTÕES DE LEITURA:

(BIBLIOGRAFIA, WEBGRAFIA e ILUSTRAÇÕES)

 

BARBIER, Frédéric (2018). De Alexandria às bibliotecas virtuais. São Paulo: EDUSP.

BATTLES, Matthew (2003). A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Planeta do Brasil.

CASSON, Lionel (2001). Libraries in the ancient world. New Haven and London: Yale University Press.

CURIOSIDADES EDAD ANTIGUA (2022). GUADALUPO, Irene. La biblioteca de Pérgamo. [em linha]. [Consult. 16.09.2024]. Disponível: https://labibliotecadepergamo.com/historia/edad-antigua/la-biblioteca-de-pergamo/

OIKONOMOPOULOU, Katerina; WOOLF, Greg (2013). Ancient libraries. St. Andrews: Cambridge University Press.

VALLEJO, Irene (2020). O infinito num junco. Lisboa: Bertrand Editora.

WIKIPEDIA (2024). Pergamon altar. [em linha]. [Consult. 17.09.2024]. Disponível: https://en.wikipedia.org/wiki/Pergamon_Altar

WORLD HISTORY ENCYCLOPEDIA (2022). MARK, Joshua J.. Library of Pergamon. [em linha]. [Consult. 18.09.2024]. Disponível: https://www.worldhistory.org/Library_of_Pergamon/


2024/11/14

Peça do mês de novembro/2024

 

(Imagem de um modelo de protonema retirada do Museu Virtual da Educação)



Protonema

 

Modelo de anatomia vegetal em estafe (material de construção obtido por moldagem de gesso cozido sobre fibra de cânhamo ou sisal), colorido, representando o protonema filamentoso verde (clorofilino, portanto, com vida independente), ramificado, de um musgo, resultante da germinação de um esporo (este, também visível, com cor amarelo-acastanhada) em condições favoráveis.

No protonema observa-se um pequeno gomo (ou gema), verde, com felídeos em roseta, que é o gametófito jovem e cujo desenvolvimento originará os gametângios femininos e masculinos. O modelo, com 6 cm de altura, está fixado numa base circular (diâmetro = 18 cm e espessura = 2 cm) de madeira pintada (preto). Modelo aumentado cerca de 1500 vezes.

A peça está inventariada com o número ME/404652/715 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária de Pedro Nunes.


MJS


2024/11/11

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: António Manaças (1889 - 1920)

 

(Imagem do autor retirada da internet)

António Henrique da Silva de Sousa Manaças nasceu a 10 de julho de 1889 em Lisboa, filho de André de Sousa Manaças e de Maria Luísa da Silva Manaças. Concluiu o curso liceal em 1909, ingressando de seguida na Escola Politécnica.

A partir de 1910 iniciou as suas funções de docente na Escola Guimarães e posteriormente na Escola N.º 68 na Penha de França. Durante a sua vida dedicou-se à causa associativa da docência.

Em 1915, juntamente com outros professores, lançou o Boletim Pedagógico (Órgão do professorado primário oficial). Para ele, a classe docente deveria ser vista como um conjunto de indivíduos com a mesma profissão e, consequentemente, as mesmas necessidades, numa plena unidade sociológica. O associativismo era a mais inteligente forma de luta para a obtenção do respeito da classe.

Manaças desempenhou um papel fundamental no associativismo dos professores através do Grémio do Professorado Oficial. Foi também representante do ensino primário geral no Conselho Superior de Instrução Pública.

Publicou em diversos órgãos da classe e reivindicou um reconhecimento do estatuto socioprofissional do professor primário. Fez parte do grupo anarquista Nova Crença, participou no Protesto e Terra Livre e no diário A Greve. Aquando da sua morte precoce, tinha acabado de deixar o cargo de secretário geral da União do Professorado Português e era diretor do jornal O Professor Primário.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003. 


MJS


2024/11/07

As Bibliotecas e a História - A Biblioteca de Pérgamo - A grande rival de Alexandria (Parte I)

 

Vista da Acrópole
Fonte: https://labibliotecadepergamo.com 

Pérgamo foi uma cidade da Grécia antiga, localizada na Anatólia, onde hoje se encontra a cidade de Bergama, na região do Egeu, na Turquia. Conhecida pela sua produção de algodão, ouro e tapetes, a cidade foi, durante a Antiguidade, o importante centro cultural greco-romano de Pérgamo, cujas ruínas continuam, ainda hoje, a induzir significativo interesse e curiosidade em turistas e investigadores. A famosa biblioteca encontrava-se na acrópole de Pérgamo, no recinto sagrado de Atena, e no seu apogeu apenas conheceu uma rival: a biblioteca de Alexandria.

A cidade teve grande importância como centro administrativo, constituindo uma aliança com Roma e cortando a aliança com os gregos. Após estabelecer uma política de paz com Roma, já no século III, desenvolveu um clima favorável à cultura, especialmente sob o reinado do Rei Átalo I, o qual, juntamente com seu filho Eumenes, congregou na sua corte eruditos e artistas, com o desejo explícito de converter a cidade de Pérgamo como um grande centro de conhecimento, através do fomento da cultura e da arte, capaz de rivalizar com Alexandria e tornar-se “a nova Atenas de Péricles”. O próprio Átalo I destacou-se, ele próprio, enquanto escritor. Em boa verdade, os monarcas de Pérgamo eram grandes colecionadores de arte e acima de tudo bibliófilos, demonstrando uma grande preocupação com a cultura, à semelhança da dinastia dos Ptolemeus do Antigo Egito. Os faraós desta dinastia tinham sido responsáveis por várias construções de vulto, entre as quais se destacam a cidade de Alexandria (com o seu farol e biblioteca), o templo de Hórus, em Edfu, e o templo de Ísis, em Filas. Convém, também, sublinhar que as bibliotecas na antiguidade não eram apenas lugares onde se armazenavam e copiavam documentos; funcionavam, igualmente, como centros da vida intelectual, onde os eruditos trabalhavam e ensinavam, sob o alto patrocínio dos monarcas reinantes; daí que, para estes últimos, as bibliotecas representassem motivo de grande orgulho.

Sendo sucedido pelo seu filho, o rei Eumenes II (governou entre 197 e 159 a.C.), Pérgamo tornou-se uma metrópole rica e desenvolvida, ao ponto de ser comparada com as grandes cidades de Alexandria e Antioquia. Muitas obras de escultura e de arquitetura foram produzidas nessa época, incluindo o altar de Pérgamo. Nos seus tempos áureos, Pérgamo chegou a albergar 60 000 habitantes. Contava com o maior teatro alguma vez erigido, com capacidade para cerca de 10 000 espectadores. Após a queda de Constantinopla (atual, Istambul), Pérgamo tornou-se parte do Império Otomano.


Edifício do Altar de Pérgamo
Fonte: https://en.wikipedia.org/

De qualquer modo, a biblioteca de Pérgamo tornou-se uma referência dentre as mais importantes bibliotecas da antiguidade. Relatos históricos mencionam a existência de quatro grandes salas, sendo que a maior funcionava como sala de leitura, repleta de prateleiras, onde se encontrava uma estátua representando a deusa da sabedoria, Atena. Acredita-se que esta biblioteca tenha guardado alguns dos mais importantes manuscritos de Aristóteles, entre os cerca de 200 000 volumes do seu acervo, segundo os escritos de Plutarco. Infelizmente, não sobreviveu nenhuma espécie de catálogo ou relação que permita conhecer com detalhe a verdadeira dimensão e constituição desta coleção. Sabemos, no entanto, que os manuscritos eram registados em suporte de pergaminho, enrolados e armazenados em nichos e prateleiras. Há a teoria que atribui a origem do pergaminho à cidade de Pérgamo, no entanto, o mais certo e correto será talvez falar dela como o local de maior produção e uso desse tipo de suporte.

 

JMG


2024/11/04

Exposição virtual: “O Dia Mundial do Cinema no Museu Virtual da Educação – 5 de novembro”


No dia 5 de novembro celebra-se o Dia Mundial do Cinema. A palavra cinema deriva da junção do termo "cine", ou seja, “movimento” em grego, com o sufixo "ágrafo" que significa “gravar”. É igualmente designado por “Sétima Arte, atribuída por Ricciotto Canudo no Manifesto das Sete Artes, em 1912. O cinema é a técnica de fixar e reproduzir imagens, com o objetivo de as projetar num ecrã. A obra cinematográfica é produzida através de uma série de imagens – fotogramas - impressas num determinado suporte e alinhadas em sequência. Quando projetadas de forma rápida dão ao espetador a sensação de movimento.

O cinema resultou de uma série de avanços na área da fotografia, associados a Daguerre, Sellers e Marey. Ao longo do século XIX surgiram vários aparelhos criados com o objetivo de captar imagens em movimento: o Fenacistoscópio (1832), de Joseph-Antoine Plateau; o Praxinoscópio de Charles Émile Reynau criou o Praxinoscópio; e o Cinetoscópio (1891) de Thomas Edison. A partir do Cinetoscópio, Louis e Auguste Lumiére criaram o Cinematógrafo em 1895, considerado o primeiro aparelho de cinema. Concentrava várias funções: máquina de filmar, revelação de película e projeção. Foi dado a conhecer ao público a 28 de dezembro de 1895 no Salão Grand Café onde foi feita a apresentação pública do filme L’ Arrivée d’ un Train à la Ciotat.

Os Irmãos Lumière realizaram alguns documentários de curta metragem. O primeiro “Sortie de L’usine Lumière à Lyon” tinha 45 segundos de duração e é tido como o primeiro audiovisual da história. Georges Méliès, ilusionista, tentou comprar o cinematógrafo, mas os irmãos recusaram. Desta forma, Méliès adquiriu um outro dispositivo e montou um estúdio de cinema, trazendo para esta arte vários sistemas mecânicos que são os primeiros “efeitos especiais”. A sua obra de maior destaque é Le voyage dans la Lune em 1902.

A partir de 1903 o cinema tornou-se cada vez mais popular e os Estados Unidos iniciam, após a Primeira Guerra Mundial, uma indústria cultural, com o nascimento de Hollywood e dos grandes estúdios como Universal Studios, Paramount, Fox, Metro-Goldwyn-Mayer, entre muitos outros.

Os desenvolvimentos técnicos sucederam-se rapidamente e a sincronização da imagem com o som foi uma das maiores viragens do cinema. A Warner Brothers desenvolveu um sistema a que deu o nome de Vitaphone e em 1927 apresentou o primeiro filme sonoro: The Jazz Singer, um musical que tinha diálogos e canções conjugadas com partes mudas.

Em 1928 The Lights of New York é o primeiro filme com som totalmente sincronizado da história do cinema. Em 1929 foi criado o Óscar, um prémio de reconhecimento aos melhores do cinema.

A introdução da cor, de formatos mais longos e o surgimento de efeitos especiais, mais tarde, foram progressos que levaram a mudanças radicais nas produções. A década de 30 é bastante importante pois o cinema torna-se um dos mais importantes divertimentos. Há cada vez mais espetadores, mais salas, preços mais baixos e uma grande escolha a nível de filmes. A empresa Technicolor surge nesta época e permitia filmar em 3 cores, dando um maior realismo.

Após a depressão, a industria cinematográfica recupera e surgem os grandes clássicos de 1939, como O Feiticeiro de Oz e o aclamado E tudo o Vento Levou. Durante este período foi produzido o primeiro filme de animação colorido, Branca de Neve e os Sete Anões.

Com a Segunda Guerra Mundial, as mudanças no cinema também se fizeram sentir. Inglaterra e os Estados Unidos produziram vários filmes de propaganda de guerra e comédias musicais. Orson Welles lançou o filme Citizen Kane com inovações como ângulos de filmagem e narrativa não linear. Em 1946, Frank Capra (1897-1991) lançou o filme It’s a wonderful life. Os anos de ouro dos musicais de Hollywood são a década de 50.

O cinema desenvolve-se um pouco por todo o mundo: o realizador Akira Kurosawa torna o cinema japonês mundialmente conhecido; em França, surge um movimento novo, a Nouvelle Vague, com nomes como Claude Chabrol, Jean-Luc Godard e François Truffaut; na Suécia, o realizador Ingmar Bergman faz grande sucesso com as suas obras; Alfred Hitchcock lança o filme Vertigo. Ficou conhecido como o mestre do suspense, tendo realizado 53 filmes.

O cinema teve um enorme impacto na sociedade como meio de comunicação através do registo de factos e da criação de histórias. Se é verdade que o cinema é um espelho da sociedade, também a influenciou de forma notável transmitindo novas formas de pensar.

Esta “revolução audiovisual” também chegou ao ensino e tornou-se uma ferramenta de trabalho bastante utilizada para lecionar diversas matérias e tornar a aprendizagem mais dinâmica. Nesta exposição estão patentes vários projetores de película cinematográfica, bem como máquinas de filmar e pequenos projetores.



Projetor de película cinematográfica

ME/401109/872

Escola Secundária de Camões

Aparelho utilizado em contexto das práticas pedagógicas de várias disciplinas. Trata-se de um projetor de película cinematográfica, permitindo a projeção de imagens de grande formato sobre um écran. No átrio de entrada encontra-se uma placa onde se pode ler: "Aos 16 de Março de 1935 foi inaugurada nesta sala uma/ instalação de cinema escolar sendo reitor do liceu/ Manuel Christiano de Sousa e tendo para ela contribuído/ o Governador Civil de Lisboa Ten. Coronel João Luiz de Moura".


Projetor de película cinematográfica

ME/400841/57

Escola Secundária com 3.º ciclo de Anadia

Projetor de pelicula cinematográfica, aparelho utilizado como auxiliar didático audiovisual em várias disciplinas.



Máquina de projeção

ME/402709/5

Escola Secundária Rodrigues de Freitas

Máquina de projeção de filmes mudos de 35 mm. Trata-se de um conjunto mecânico concebido para arrastar uma película de filme fotográfico, transmitindo a sensação de movimento ao espectador na projeção luminosa sobre uma tela. Era utilizada para projetar filmes de 35 mm, usualmente utilizados em salas de espetáculo para fins culturais, lazer ou diversão. O conjunto encontra-se montado em torre com dois tambores que continham a película. Tem um sistema ótico composto por dois conjuntos de lentes: um condensador ótico e a objetiva. Destaca-se o condensador ótico (conjunto de lentes usado em instrumentos óticos que servem para concentrar a luz divergente proveniente de uma fonte luminosa) e objetiva (lente ou conjunto de lentes que se encontra mais próximo do objeto que está a ser examinado através de um instrumento ótico). Os roletes dentados são coincidentes com a perfuração do filme e permitem um movimento sincopado para a imobilização da película. Possui um motor elétrico para o transporte da película, cuja rotação é controlada por um potenciómetro de lâminas (conjunto de resistores associados em série que pode ser ligado em um ou mais pontos para obter uma fração conhecida de tensão total, ao longo do resistor). O porta- bobines é fechado para evitar a combustão da película. O obturador centrífugo tem quatro lâminas. Sistema de alimentação elétrico (110V); Sistema de projeção por lâmpada tubular de filamento com uma potência provável de 600 watts obrigando a ter chaminé envolvente com rede protetora para a dissipação do calor. Pertenceu ao Cinema Carlos Alberto.


Máquina de filmar

ME/404445/142

Escola Secundária Alexandre Herculano

Máquina de filmar de 16 mm, (modelo103) fabricada pela Revere Camera Company, empresa fundada em Chicago em 1929. Este aparelho é utilizado como auxiliar didático audiovisual em várias disciplinas.

 

Lanterna Mágica

ME/ESMC/110

Escola Secundária Machado de Castro

Câmara escura simples com forma paralelepipédica. O interior apresenta espelho plano, inclinado de 45º e lente condensadora fixa, em aro de latão. A abertura está situada na face superior e consta de porta abrindo com sistema de dobradiças e apresentando proteções laterais em forma de quarto de círculo. Tem uma placa com a seguinte inscrição: "Nº 00 Empire Cinematograph/ Manufactured by/ W. Butcher & Sons Lda/ Camera House, Farringdon Avenue E.C./ Julio Worm/ 135 Rua da Prata 137/ Lisboa".


Película cinematográfica

ME/152171/42

Escola Secundária Infante D. Henrique

Película cinematográfica, numa bobine, que se intitula "Música do Farowest filme de ensaio M. P."


MJS


2024/10/31

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Liceus: Liceu Nacional da Figueira da Foz

 

- Liceu Nacional da Figueira da Foz -

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - o Liceu Nacional da Figueira da Foz.


(A imagem no canto superior direito mostra um corredor. Em baixo pode observar-se a fachada da escola)

 

 

(No topo, a imagem de um laboratório de Física ou Química, com várias bancadas e algumas balanças. Em baixo, à esquerda uma imagem de uma sala de convívio e a ficha técnica com a identificação da escola, a dimensão da área coberta, a dimensão da superfície de pavimentos, o custo total das instalações, a data de conclusão da obra, a população escolar e a discriminação das dependências)

 

 

Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre

1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.

 

 

P. M. 


2024/10/28

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: António Lima (1883 - 1968)

 


(Imagem do autor retirada de Dicionário de educadores portugueses)


António Godfroy de Abreu e Lima nasceu a oito de janeiro em Lisboa, filho de Artur Jorge Rubim de Abreu e Lima e de Palmira Olímpia Godfroy de Abreu e Lima, irmão do também conhecido pedagogo Adolfo Lima.

Fez os seus estudos no Colégio Nacional, no Liceu do Carmo, na Escola Industrial Marquês de Pombal e no Instituto Industrial onde concluiu o curso de Química Industrial. Iniciou a sua vida profissional como Diretor Técnico da Secção de Industrias da Casa Nunes & Nunes e da Casa Industrial Mercantil do Oeste. Foi também Chefe de Secção da Companhia Portuguesa de Higiene.

Embora a sua carreira docente tenha começado no Colégio Francês, foi em 1907 que passou a lecionar na Escola Oficina N.º 1, da qual o seu irmão Adolfo Lima era diretor pedagógico. Em 1928 colaborou com o Colégio Infante de Sagres, um outro projeto da chamada Escola Nova.

Dedicou-se às disciplinas de Trabalhos Manuais Educativos, mais concretamente à modelação em barro e papel, onde trouxe um enorme contributo pedagógico e igualmente às Ciências Físico-Químicas e Naturais. Nestas últimas recorreu a várias disciplinas para a compreensão dos diferentes fenómenos da natureza e da vida.

Para além da ação docente, publicou vários artigos de divulgação nas revistas Educação, Boletim da Escola-Oficina N.º 1 ou Educação Social e Renovação. Esses artigos focaram-se frequentemente em questões de metodologia. Em 1913 publicou um artigo com o título Material de Ensino, onde referiu o modo de funcionamento de certos aparelhos, a sua utilidade, o custo e os fornecedores. O seu grande contributo para a educação foi a forma prática com que aplicou os princípios da Escola Nova, que se tornaram uma referência para outros educadores.

Foi bastante ativo no movimento sindical da classe docente, tendo pertencido à Sociedade de Estudos Pedagógicos e à Associação de Professores de Portugal. Entre 1925 e 1927 foi vogal da Comissão Oficial da Semana da Criança organizada pela Liga de Ação Educativa. António Aurélio da Costa Ferreira indigitou-o para pertencer a uma comissão de estudo da reforma do ensino industrial e artístico. Em 1959, já reformado, foi ainda bibliotecário da Biblioteca Infantil e Juvenil da Escola Oficina N.º 1.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


MJS