2022/05/30

Mulheres na ciência: Gertrude Elion (1918 - 1999)

 


Gertrude Belle Elion, nasceu em Nova Iorque em 1918, filha de Robert Elion, cirurgião dentista e Bertha Cohen, emigrantes judeus. O seu pai era originário da Lituânia e a sua mãe fugiu da perseguição antissemita na Polónia. Foi uma importante bioquímica e farmacologista que se dedicou ao estudo de doenças virais, agraciada com o Nobel da Medicina.

Em 1924 a sua família mudou-se para o Bronx. Gertrude era uma criança que gostava de ciências e admirava cientistas como Louis Pasteur e Marie Curie. Em 1929, a sua família foi atingida pela Grande Depressão que levou à falência do seu pai e ao endividamento. No entanto, o evento que marcará a vida de Gertrude será a morte do avô de cancro no estômago. Ela decide enveredar por uma carreira que lhe permita desenvolver uma cura para esta doença.

Em 1933, após a conclusão dos estudos do ensino básico, ingressa no Hunter College, onde obteve o bacharelato em 1937 na área de química. Em 1939 entra para o curso de mestrado na Universidade de Nova Iorque, concluído em 1944.

Aceita um emprego como assistente de George Hitchings num laboratório farmacêutico conhecido como Burroughs Wellcome, mais tarde, Glaxo Welcome. Gertrude realizou pesquisas em imunologia, virologia e metabolismo de ácidos nucleicos.

Elion e Hitchings estabelecem uma parceria para investigar e entender as diferenças entre células normais e patológicas, vírus e bactérias, bem como a relação de causa e efeito em várias doenças. As suas pesquisas vão revolucionar a medicina com a descoberta de novos medicamentos que recorriam às informações estruturais de proteínas e que não se baseavam exclusivamente na extração de substâncias naturais.

Durante a década de 50 criam medicamentos para a gota, infeções urinárias, malária, herpes viral e outras doenças autoimunes. Em 1950 desenvolveram dois novos tratamentos para o cancro que permitiram a remissão da leucemia. Em 1957 sintetizam a azatioprina, eficaz para prevenir a produção de anticorpos durante o transplante de órgãos.

Em 1960, Gertrude sintetizou o Alopurinol para o tratamento do cancro, da gota, da leshmaniose e da insuficiência renal.

George Hitchings aposentou-se em 1967 e Gertrude abriu o seu próprio laboratório na Duke University, chefiando o Departamento de Pesquisa Médica e Farmacêutica, até se aposentar em 1983.

Em 1978, após 7 anos de pesquisa, Gertrude e a sua equipa produzem o Aciclovir, um antiviral para o tratamento do vírus do herpes, comercializado como Zovirax.

Em 1983, já reformada e como professora emérita, liderou uma equipa de pesquisadores que iriam desenvolver o primeiro medicamento para o tratamento da infeção por HIV.

Ao longo da sua vida desenvolveu 45 patentes em seu nome, recebeu 25 doutoramentos honorários e vários prémios, nomeadamente o Nobel da Medicina em 1988, em conjunto com George Hitchings e James Black.

Faleceu com 81 anos em fevereiro de 1999.

Imagem parietal de bactéria

ME/401857/1218

Escola Secundária de Gil Vicente

O quadro parietal servia para apoio visual das aulas de Ciências Naturais. Representa, de forma naturalista, sobre fundo preto, várias espécies de bactérias de acordo com a forma da célula e com o grau de agregação. As imagens estão muito ampliadas.

 

MJS


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