2021/09/30

Exposição Virtual: "Artesanato de Castelo Branco"

Castelo Branco é um distrito português pertencente à província da Beira Baixa, tendo como zonas adjacentes a Guarda, Espanha, Portalegre, Santarém, Leiria e Coimbra. Ao nível do artesanato, esta cidade é conhecida pela beleza e originalidade dos seus bordados, o Bordado de Castelo Branco ou Bordado a Frouxo. Este tipo de trabalho desenvolveu-se nesta zona pois tinha uma cultura tradicional do linho e da criação do bicho-da-seda. Pensa-se que o período áureo desta arte tenha sido o século XVIII, tendo ressurgido posteriormente no primeiro quartel do século XX, pela mão de Maria da Piedade Mendes. O bordado é utilizado em colchas de linho, panos ou vestuário, sobre linho cru. Recriam-se, assim, os antigos motivos singulares e diversificados da flora e fauna: o cravo (símbolo da virilidade); a peónia, o lótus, o crisântemo e o botão da ameixieira (associados às estações do ano); a túlipa (símbolo de riqueza e ostentação); a árvore da vida, ladeada por um homem e uma mulher ou com pássaros e frutos diversos (simboliza a renovação da vida); a albarrada, ou vaso com duas asas, muitas vezes com um ramo de flores (símbolo da fertilidade); frutos, como a romã (vida abundante); a ave de duas cabeças, de influência indo-portuguesa (simboliza a autoridade, a soberania e a ressurreição); figuras humanas; o coração, motivo favorito que se associa ao amor, à amizade, à retidão; a concha ou o laço. Todos estes motivos têm uma intensidade de cores e luz, dada pelos fios de seda, que tornam dotam este bordado de uma estática visual muito própria. Estes bordados são aplicados aos trajes tradicionais da Beira Baixa, nomeadamente nas camisas de linho, nas saias, lenços, entre outros.


Bordado

ME/400361/72

Escola Secundária de Monserrate

Peça quadrangular com bordado de Viana do Castelo a fios de cor vermelha, azul e branco. Bordado com inspiração nos motivos característicos do traje tradicional, designadamente as flores e os corações executado com os pontos pé de flor, crivo, ilhoses, lançado e de formiga. Trabalho individual realizado pela aluna Cristina L. Fontes, n.º 1, turma 22 do 3.º ano, em G. no âmbito da disciplina de Oficinas do Curso de Formação Feminina.


Figura humana

ME/400361/109

Escola Secundária de Monserrate

Boneca articulada, executada em madeira, assente numa base circular. A boneca enverga o tradicional traje de Viana do Castelo, com blusa de linho branco bordada na gola, punhos e abertura da frente com ponto de recorte e colete vermelho, com recorte pronunciado que aperta na frente com fita preta. Na cinta bastante delgada, cinto de veludo preto com fitas de algodão. A saia bastante rodada é branca, de linho grosso, tecida com riscas verticais, pretas e aplicação, no fundo de uma barra com outro tecido com motivo de quadriculado, cinzento e branco. Enverga ainda o vistoso e característico avental, vermelho com diferentes riscas verticais pretas e aplicação a meia altura, de berloques vermelhos e pretos. As suas feições são bastante marcadas e, na mão esquerda segura cajado. Trabalho de âmbito interdisciplinar, sendo a boneca realizada sob a orientação do entalhador Mestre Manuel Xavier Carvalho e o traje sob a orientação da Mestre Laura Serra Marinho. Segundo informação da Mestre Laura Serra Marinho, este trabalho foi realizado para uma exposição que se realizou em Lisboa, no início da década de 60, com uma seleção de trabalhos dos alunos do ensino técnico.


Bordado

ME/400361/125

Escola Secundária de Monserrate

Painel quadrangular de linho de cor pérola rosado, com bordado policromático de Castelo Branco. A decoração que preenche toda a peça é composta por diversos motivos florais e ao centro duas aves com um brasão. O bordado de rigorosa execução é executado com pontos lançados fixos por outros pequenos pontos que permitem diferentes efeitos decorativos, ponto de espinha, pé de flor e cordãozinho. O painel bordado está emoldurado em caixilho simples, de madeira. Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Oficinas do Curso de Formação Feminina.


Bolsa

ME/400361/61

Escola Secundária de Monserrate

Bolsa de linho com bordado de Viana do Castelo de fio de algodão bege dourado em dois tons e franja. Bordado inspirado nos motivos característicos dos trajes das lavadeiras - coração, flor, folhas, enrolamentos em cornucópia e pauzinhos. Ponto de pé de flor, lançado ou cheio, crivo de Viana no centro da flor e do coração e ponto de formiga. Esta peça faz conjunto com as peças com número de inventário ME/ 400361/60 - saia e ME/400361/62 - socas. Trabalho coletivo de rigorosa execução realizado no âmbito da disciplina de Oficinas do Curso Formação Feminina sob a orientação da Mestre Laura Serra Marinho.




Saia

ME/400361/63

Escola Secundária de Monserrate

Saia de traje tradicional de Viana do Castelo. Saia de linho grosso / estopa com bordado de Viana do Castelo de fio de algodão amarelo, azul e salmão. Bordado da barra inferior inspirado nos motivos característicos dos trajes das lavadeiras - corações e cruzes. Próximo do cós, bordado de quatro linhas paralelas policromas, de cores e pontos diferentes - ponto de galo, ponto de espinha, ponto de recorte e ponto de formiga, de motivos geométricos. Na barra da saia, decoração de motivos curvilíneos de onde pendem pontualmente círculos com cruz no interior e motivos de coração vianense, bordados com pontos de pé de flor, lançado ou cheio, ponto de espinha, de recorte, de galo e ponto de formiga. Trabalho coletivo de rigorosa execução realizado no âmbito da Disciplina de Oficinas do Curso Formação Feminina.


Bordado

ME/400361/107

Escola Secundária de Monserrate

Colete feminino, de traje tradicional de lavradeira, com bordado característico de Viana do Castelo, com fios de lã policromos, lantejoulas e cordãozinho de fio metálico. Colete, bastante justo, que prende na frente com laço. Este pende da fita de debrum esverdeada que contorna a gola e os ombros / mangas. O colete é executado em tecido liso de cor azulão e barra inferior de veludo liso, preto. Na frente é liso e nas costas profusamente bordado. A decoração de cariz floral, lembra os bordados dos trajes de Viana do Castelo, executada a fios de lã de tons esbatidos verde, azul, amarelo e rosa. Aplicação de lantejoulas e cordãozinho a contornar alguns motivos. Pontos lançado, de formiga e de espinha. Trabalho provavelmente coletivo realizado no âmbito da disciplina de Oficinas do Curso de Formação Feminina.


MJS

2021/09/27

Biblioteca do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça

 

O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça faz parte do património mundial classificado pela UNESCO desde 1989 e foi a primeira fundação cisterciense em Portugal, iniciando o estilo gótico.

Foi fundado por D. Afonso Henriques em 1153 e concedido à Ordem de Cister, numa clara tentativa de reconhecimento da independência de Portugal, através da influente figura de Bernardo de Claraval.

Durante vários séculos, o Mosteiro foi sendo alterado, ampliado e modificado. Pode salientar-se a construção de uma Livraria durante o reinado de D. Manuel I. Esta instituição era detentora de uma das bibliotecas mais importantes do país. O terramoto de 1755 e as invasões francesas, a par da extinção das Ordens Religiosas tiveram um impacto extremamente negativo no acervo existente e na conservação das obras aqui produzidas.

O que resta da biblioteca encontra-se no Fundo Alcobacense da Biblioteca Nacional. Trata-se de uma coleção constituída por 461 códices, integrados após a extinção das Ordens Religiosas. Estão datados entre os séculos XII e XVIII.

Existem dois catálogos deste fundo da autoria de Arnaldo Faria de Ataíde e Melo elaborado entre 1930 e 1978, e de Thomas L. Amos, efetuado entre 1988 e 1990

Durante o reinado de D. Manuel I, o mosteiro tinha na sua posse cerca de 500 obras, sendo a sua biblioteca frequentada por homens de letras. O primeiro inventário do mosteiro foi feito em 1775, tendo sido enumerados 476 exemplares. A prática de empréstimo de livros a variados mosteiros nacionais e estrangeiros terá certamente contribuído para a perda de alguns originais.

De acordo com a informação da Direção-Geral do Património Cultural, o núcleo bibliográfico do mosteiro encontra-se disponível apenas para consulta interna. A DGPC tem como objetivo a criação de um núcleo dedicado aos estudos cistercienses para disponibilização ao público.

 

MJS