2019/09/11

Escola Secundária Alexandre Herculano



ESCOLA SECUNDÁRIA ALEXANDRE HERCULANO

LICEU ALEXANDRE HERCULANO
LICEU CENTRAL DE ALEXANDRE HERCULANO
LICEU NACIONAL ALEXANDRE HERCULANO





Com o aumento demográfico verificado em finais de oitocentos e, acima de tudo, devido às exigências sociais republicanas, impunha-se a construção de novos estabelecimentos liceais no país. Neste panorama político, a cidade do Porto seria dividida em duas grandes zonas pedagógicas, instalando-se em cada uma delas um liceu central, por Decreto de 4 de janeiro de 1906.

A criação de um liceu no porto foi imediata em instalações provisórias e inapropriadas - num velho e feio pardeiro, ali à rua do Sol, com um pavilhão anexo apenas coberto por telhados de zinco[1]-, passados dois anos, em 1908, o referido liceu já ostentando a denominação de Liceu Central de Alexandre Herculano e, desta feita, procedeu-se à sua transferência para a Rua de Sto. Ildefonso.

Depois de ter sido lançada a primeira pedra da construção do Liceu, em 1916, em cerimónia oficial testemunhada pelo presidente da República Bernardino Machado (1851-1944), a conclusão do projecto verificou-se apenas em 1934, da autoria do conhecido arquitecto José Marques da Silva (1869-1947), que viveu em Paris, entre 1889 e 1896, depois de ter cursado na Academia de Belas-artes do Porto, e antes de ter obtido vários prémios de reconhecimento internacional, designadamente no âmbito das Exposições Universais de Paris (1900) e do Rio de Janeiro (1908).



Um longo período pautado por diversas adversidades, não apenas económicas, como, sobretudo, políticas, ditadas, quer pelo envolvimento do país na I Grande Guerra, quer pelos sucessivos tumultos registados entre finais da segunda década, inícios da terceira, culminando no estabelecimento da Ditadura Militar e do Estado Novo, no início do qual seria finalizado, ainda que já fosse frequentado desde o ano lectivo de 1921-1922.

  
Contemplando de início 28 salas de aula, com áreas específicas destinadas ao ensino de física, química, geografia, desenho e música, a par de uma biblioteca, anfiteatro para apresentação de teatros e, já num segundo momento, de cinema, cinco pátios de recreio, um de desporto, três ginásios, piscina, cozinha e refeitórios, sanitários, gabinetes médicos, sala de professores, gabinete do médico escolar e três cómodos para o reitor, o projecto denunciava um conhecimento assaz profundo das mais recentes teorias e práticas pedagógicas, designadamente das implementadas além-fronteiras, assim como, certamente, uma colaboração estreita e verdadeiramente exemplar entre arquitecto e pedagogos. 


As alterações verificadas, desde então, resumiram-se à construção de 8 novas salas de aula e de uma capela, já nos anos sessenta, perante o aumento do número de alunos entretanto registado, amplamente frequentado por destacados membros da sociedade portuense, nomeadamente das suas Artes e Letras. 


O Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano (AEAH) foi criado em junho de 2012, sendo então frequentado por cerca de 2800 alunos. Atualmente, o agrupamento conta com uma população discente composta por cerca de 15521 alunos, sendo constituído por todos os anos de escolaridade/níveis de ensino (da Educação Pré-escolar ao Ensino Secundário).


O AEAH compreende nove estabelecimentos de ensino (seis escolas básicas com educação pré-escolar e 1.º ciclo, duas escolas básicas com 2.º e 3.º ciclos e uma escola secundária) situados na zona central e oriental do concelho do Porto, a saber: na Freguesia do Bonfim, situam-se as Escolas Básicas da Alegria, do Campo 24 de agosto, da Lomba, Dr. Augusto César Pires de Lima e a Escola Secundária Alexandre Herculano, sede do agrupamento onde se prevê, a curto prazo, a realização de obras de requalificação; na Freguesia de Campanhã, estão localizadas as Escolas Básicas das Flores, Ramalho Ortigão e de Noeda; na União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, está situada a Escola Básica do Sol.

As unidades educativas enunciadas, construídas há largos anos, são geograficamente pouco dispersas e estão inseridas num meio urbano com grande diversidade étnico-cultural, circunstanciado pelo forte decréscimo da população estudantil que se tem vindo a verificar, desde os anos 80, como reflexo da deslocação demográfica de grandes massas populacionais para a periferia do Porto.


O AEAH tem vindo a promover a inclusão e a sensibilização para a diferença, integrando:

  •   Uma Escola de Referência para a Educação Bilingue de Alunos Surdos (EREBAS), a funcionar na escola sede;
  •   Uma Unidade de Apoio Especializado para a Educação de Alunos com Multideficiência, também a funcionar na escola sede;
  •   Uma Unidade de Ensino Estruturado para Alunos com Perturbações no Espetro do Autismo, a funcionar na escola básica do Campo 24 de Agosto.

Atualmente, e no âmbito do novo enquadramento legal, o DL 54/2018, de 6 de julho, estas valências integram o Centro de Apoio à Aprendizagem. Para além disso, apresenta a oferta, em regime presencial, do Ensino Recorrente e dos Cursos PFOL (Português Para Falantes de Outras Línguas).



P. M. 


  

BIBLIOGRAFIA:




AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ALEXANDRE HERCULANO (2017). +Projeto educativo 2017/21 [em linha]. Porto: A.E.A.H. [Consult. 5 de maio de 2019]. Disponível: http://www.aealexandreherculano.pt/2018-19/documentos/projeducativo.pdf


AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ALEXANDRE HERCULANO (2013). Regulamento interno [em linha]. Porto: A.E.A.H. [Consult. 5 de maio de 2019]. Disponível: http://www.aealexandreherculano.pt/2013-14/Reg_Interno_AEAH.pdf


COENTRÃO, Abel (2019). Reabilitação do liceu Alexandre Herculano não teve concorrentes [em linha]. Lisboa: Jornal Públio [Consult. 5 maio de 2019]. Disponível: https://www.publico.pt/2019/01/03/local/noticia/reabilitacao-liceu-alexandre-herculano-nao-concorrentes-1856566


DICIONÁRIO HISTÓRICO (s.d.). Carvalho e Araújo (Alexandre Herculano de). [em linha]. [Consult. 5 de maio de 2019]. Disponível: http://www.arqnet.pt/dicionario/herculanoalex.html


DIREÇÂO-GERAL DO PATRIMONIO CULTURAL (2003). Liceu Alexandre Herculano [em linha]. [Consult. 5 de maio]. Disponível: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/6853117/


NÓVOA, António (coord.) (2003). Liceus de Portugal: histórias arquivos memórias. Lisboa: ASA.













[1] NÓVOA, António (2003). Liceus de Portugal: histórias arquivos memórias, p. 596.