O Alto Douro Vinhateiro faz parte do património mundial classificado pela UNESCO desde 2001.
Esta região do Douro inclui 24
600 hectares e distribui-se por 13 concelhos: Mesão Frio, Peso da Régua, Santa
Marta de Penaguião, Vila Real, Alijó, Sabrosa, Murça, Carrazeda de Ansiães,
Torre de Moncorvo, Lamego, Armamar, Tabuaço, S. João da Pesqueira e Vila Nova
de Foz Côa.
A zona em questão é
representativa da paisagem da Região Demarcada do Douro que constitui a mais
antiga região vinícola regulamentada do mundo. Com uma paisagem de encostas ingremes,
solos pobres e bastante acidentados que se erguem a partir do Rio Douro,
reflete a ação contínua do homem que adaptou o local às suas necessidades
agrícolas. Existe, portanto, uma relação privilegiada entre o homem e a
natureza observando-se um ecossistema único com a construção de socalcos que
preserva o solo e permite o cultivo da vinha.
A região de montanha
proporciona um microclima, protegendo o solo do Oceano Atlântico, o que permite
criar as condições para a produção do famoso Vinho do Porto. A zona, habitada
desde a época romana, iniciou a produção deste tipo de vinho durante a segunda
metade do século XVII, quando o Vinho do Porto começou a ser exportado para
Inglaterra. Apesar de haver produção de vinho há 2000 anos, esta foi a primeira
produção devidamente “regulamentada”.
Os lucros obtidos com este
comércio eram elevados, acabando por gerar situações de fraude. Em 1756 é
criada a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Douro, com o objetivo de
regulamentação da produção vinícola. Foram implantados 201 marcos de granito
para demarcar o espaço físico da região. Em 1761 foram colocados mais 134
marcos. Mais tarde, em 1907, João Franco torna a delimitar a zona, que se
entende para o Douro Superior.
Atualmente a Região demarcada
inclui o Baixo-Corgo que ocupa 51% da área (margem direita do Rio Douro);
Cima-Corgo, 36% da região; Douro Superior com cerca de 13%.
Vários são os tipos de vinho
produzidos nesta zona, podendo referir-se distinguir-se o vinho branco (Lágrima
– vinho seco ou doce) e os vinhos produzidos a partir de castas tintas que
seguem um processo de envelhecimento em cascas de madeira (Ruby, Tawny, Vintage
ou Crusted) ou em garrafa (Late Bottled Vintage e Vintage.
Em suma, o Douro Vinhateiro
combina os recursos naturais com o investimento humano na paisagem, tornando-se
um polo dinamizador que combina tecnologia e tradição.
MJS