2021/09/23

Biblioteca do Convento de Cristo, Tomar

 


O Convento de Cristo em Tomar é um dos mais importantes conjuntos monumentais em Portugal, Património Mundial classificado pela UNESCO desde 1983.

O seu núcleo documental foi iniciado em 1985 com obras ligadas ao estudo de temáticas relacionadas com o Convento. Inclui cerca de 1.200 obras, entre monografias, publicações periódicas e teses nas áreas da Arquitetura, História, Filosofia, Conservação e Restauro, Património, entre outras.

Será importante referir que durante os séculos XIX e XX o Convento passou por momentos extremamente conturbados que condicionaram o estado do seu acervo original. A ocupação francesa em 1811 e a extinção das ordens religiosas em 1834 levou a que o seu interior recheio fosse roubado, tendo-se perdido inúmeras peças de arte e livros.

Adquirido por vários particulares, só em 1939 a propriedade passará novamente para as mãos do Estado que o transforma num espaço histórico e cultural.

 

 

MJS

 

2021/09/20

Biblioteca da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves


A Biblioteca da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves (CMAG) abriu ao público em 1980, após ter sido legada ao Estado Português 15 anos antes por vontade do seu proprietário. Também designada Casa Malhoa, localiza-se em Lisboa na freguesia de S. Sebastião da Pedreira.

O edifício foi projetado pelo arquiteto Norte Júnior e construído por Frederico Ribeiro, entre 1904-1905 com a finalidade de se tornar o atelier do pintor José Malhoa. Devido à sua extraordinária beleza arquitetural recebeu o Prémio Valmor em 1905.

É um edifício de gaveto com dois pisos, isolado e com uma planta irregular, incluindo jardins à sua volta. Apesar disso, enquadrava-se de forma harmoniosa no tecido urbano envolvente. A fachada, de inspiração neorromânica, é constituída por três corpos distintos, destacando-se uma janela enorme que correspondia à área do atelier. A decoração exterior tem um predomínio do azul e branco, com azulejos, registos figurativos e florais e a utilização do ferro forjado, típico da Arte Nova. À esquerda tem um alpendre sobre uma escada que dá acesso ao edifício. O lado direito engloba a sala de jantar, onde se encontra um vitral de origem francesa.

Após a edificação da Casa, José Malhoa esteve ausente durante vários meses, viajando pela Europa para a promoção das suas obras. Com a morte do irmão em 1917 e da mulher, em 1919, José Malhoa vende a casa, mudando o atelier para a Rua do Rosário. O edifício foi adquirido por Dionísio Vasques e mais tarde, em 1932, por Anastácio Gonçalves, médico oftalmologista que aí residiu até 1965, data da sua morte. O médico era um colecionador de arte e utilizou a casa quer como residência quer como arquivo da sua coleção.

Em 1980 o edifício abre ao público como museu e teve algumas alterações estruturais em 1996 sob a responsabilidade de Frederico e Pedro George.

Quanto às coleções que alberga, podem destacar-se as obras de Tomás da Anunciação, Vieira Portuense, Miguel Ângelo Lupo, Alfredo Keil, José Rodrigues, Marques de Oliveira, Silva Porto, José Malhoa, Domingos Sequeira e Columbano. Inclui ainda porcelanas, mobiliário, ourivesaria, escultura, têxteis, medalhística, entre outros.

No que respeita à biblioteca podem referir-se dois fundos, um público e outro particular. As obras, monografias, periódicos e catálogos, estão relacionadas com pintura, história e história da arte, cerâmica, artes decorativas, mobiliário, escultura, desenho, gravura, aguarela, pastel, ourivesaria, em consonância com o espólio museológico.

 

MJS