2019/12/20

Paula Vicente - Patrona da Escola Técnica Elementar

Paula Vicente (1519-1576)

A Escola Técnica Elementar Paula Vicente, em Lisboa, iniciou atividade no ano letivo 1948/1949 e, com escola feminina, desde início adoptou como patrono Paula Vicente. Esta artista portuguesa, nascida em 1519 e falecida em 1576, filha do segundo casamento de Gil Vicente, notabilizou-se pelos seus dotes artísticos e de erudição. Viveu uma vida de corte, onde lhe foi reconhecido artístico, sendo considerada na época como uma das damas mais próximas e dedicadas da infanta D. Maria, fazendo parte de um grupo de notáveis:


“Paula Vicente foi herdeira dos talentos de seu pai, pois não só representava nas peças que ele compunha e passava pela melhor atriz do seu tempo, mas é também fama que o ajudava em suas composições. Essa distinta poetisa compôs um livro de comédias que se reputa perdido, e foi, pelo seu talento e crédito de seu pai, dama da infanta D. Maria, filha de el rei Manuel e da rainha D. Leonor. Gozou de estima da infanta, assim como Luísa Sigea e outras damas instruídas do seu tempo, que formavam no paço uma espécie de academia feminina” (Reis, 2018).

Alto-relevo de Paula Vicente na entrada do Piso 0 da EB 2+3 de Paula Vicente (Santiago, 2014, p. 23).
Após enviuvar, Gil Vicente voltou a casar. Da segunda esposa, Melícia Rodrigues, teve três filhos: Paula Vicente, Luís Vicente e Valéria Borges. Paula Vicente destacou-se na Corte portuguesa e junto da infanta Maria (1521-1577), a filha de Manuel I e Leonor de Habsburgo. Com o apoio de Paula Vicente, junto da rainha Catarina de Habsburgo (regente do reino), Luís Vicente preparou a publicação das obras de seu pai em 1561, um quarto de século após a morte do autor, e terá acompanhado a impressão da Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente de 1562.

“Pretendo, unicamente, chamar a atenção para um paratexto da edição, a que normalmente se não dá muita atenção, que é o alvará como ‘privilégio’ concedido por D. Catarina, então regente do reino, no sentido de, durante dez anos, ficar proibido que outros que não Luis Vicente e a irmã Paula vicente fizessem imprimir as obras do pai” (Osório, 2002, p. 213).

Também há escritos donde são ressaltados dons da prática de escrita de Paula Vicente, é-lhe atribuída a obra intitulada: Arte da língua inglesa e holandesa, para instrução dos seus naturais. Destacou-se, ainda, na representação impressão das peças de seu pai, Gil Vivente. Dedicou-se à música, tocava vários instrumentos, desempenhando as funções de tangedora na câmara da rainha D. Catarina, mulher de D. João III.


P. M. 


BIBLIOGRAFIA:


INFOPEDIA (s.d.). Paula Vicente [em linha]. Porto: Porto Editora [Consult. 5 de junho de 2019]. Disponível: https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$paula-vicente.

MARTINS, João Pedro Leclercq Macedo (2012). Perceção, reprodução e expressão de valores cromáticos: educação visual, 7.º ano de escolaridade [em linha]. Mestrado em Ensino de Artes Visuais, apresentado à Universidade de Lisboa. [Consult. 4 de junho de 2019]. Disponível: http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/8355/1/ulfpie043336_tm.pdf


INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA (2012). Avaliação externa das escolas: Relatório Agrupamento de Escolas Belém – Restelo, Lisboa [em linha]. Lisboa: Ministério da Educação e Ciência [Consult. 4 de junho de 2019]. Disponível:http://www.ige.min-edu.pt/upload/AEE_2012_Lisboa/AEE_2012_Ag_Belem_Restelo_R.pdf


REIS, Francisco Soteiro dos (ed. lit.) (2018). Curso de literatura portuguesa e brasileira: autores portugueses. São Paulo: Paco Editores.


OSÓRIO, Jorge A. (2002). A compilação de 1562 e a “fase” manuelina de Gil Vicente. in: Revista da Faculdade de Letras “Línguas e Literatura”, N.º 19, (2002), p. 211-234.

SANTIAGO, Catarina Freire Luís (2014). Uma aproximação à arte contemporânea no 9.º ano do ensino básico [em linha]. Relatório de prática de ensino supervisionada, Mestrado em Ensino das Artes Visuais no 3.º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário [apresent.] à Universidade de Lisboa [Consult. 5 de junho de 2019]. Disponível: http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/10798/1/ulfpie046495_tm.pdf



2019/12/19

Escola Técnica Elementar Paula Vicente


A ESCOLA TÉCNICA ELEMENTAR PAULA VICENTE

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A ESCOLA EB2/3 PAULA VICENTE


A Escola EB 2+3 de Paula Vicente teve a origem no ano letivo de 1948/1949, no antigo edifício da Escola Industrial Marquês de Pombal, na Rua dos Lusíadas, onde se encontra instalada, atualmente, a Escola Secundária Fonseca Benevides.

Na etapa inicial, a escola denominava-se Escola Técnica Elementar e funcionava em parceria com a Escola Francisco Arruda. No ano letivo de 1952/1953 transitou para a Rua da Junqueira onde se manteve até ser inaugurado o edifício atual na Rua Gonçalves Zarco. As novas instalações, inauguradas em 1961, contava com a frequência de 1000 alunas (escola feminina). A escola ganhou estatuto de Escola Preparatória e deixou de ser exclusivamente feminina no ano de 1973.

A conclusão das obras demoram exatamente dois anos, de 11 de maio de 1959 a 11 de maio de 1961. A Escola situa-se na zona de Belém, no Restelo, o cuja ligação e proximidade com o Rio Tejo data de há séculos atrás.



Atualmente, a Escola tem a designação de E.B. 2/3, ou seja, é uma escola básica que leciona segundo e terceiro ciclos (do quinto ao nono ano de escolaridade). A sua localização oferece um acesso fácil e rápido a diferentes espaços culturais e de lazer, como o Centro Cultural de Belém, Museu de Arqueologia, Mosteiro dos Jerónimos, etc. Esta riqueza de recursos à sua volta é marcada, contudo, por vários bairros, alguns sociais, dos quais muitos alunos provêm.

Segundo Santiago (2014), ainda que o edifício atual tenha recebido obras de requalificação em 2008, existem zonas ainda por concluir, com os espaços exteriores algo degradados e a necessitarem de manutenção. É contudo uma escola muito marcada por espaços verdes, criando um ambiente agradável para além do cimento do edifício e chão, apesar de se notar também na vegetação alguma falta de cuidado.

O edifício é constituído por 3 andares sendo o piso 0 mais usado pelos órgãos da escola e os dois superiores para as aulas especificamente, dispondo de 32 salas para o desenvolvimento das atividades dos alunos.

No ano lectivo 2003-2004, a Escola E.B. 2/3 Paula Vicente faz parte integrante do Agrupamento de Escolas Belém e, simultaneamente, é escola-sede. Fazendo parte deste agrupamento o jardim de infância (JI) de Pedrouços e as escolas básicas Alto da Ajuda, Bairro do Restelo, Caselas e Moinhos do Restelo (todas elas com JI).

No âmbito da reorganização da rede escolar, e nos termos do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 75/2008, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 137/2012 de 2 de Julho, o Ministério da Educação procedeu à agregação da Escola Secundária do Restelo e do Agrupamento de Escolas do Restelo:

      Escola Secundária do Restelo (escola sede) – R. Antão Gonçalves;
Escola Básica EB 2,3 de Paula Vicente – R. Gonçalves Zarco;
Jardim de Infância de Belém (em substituição do Jardim de Infância de Pedrouços)  - Largo das Escolas, 3/4 – Belém;
Escola EB Professor Manuel Sérgio;
EB Moinhos do Restelo – R. Capitão-Mor Pedro Teixeira;
Escola EB de Caselas – R. Padre Luís Fróis;
Escola EB do Bairro do Restelo – Praça de Goa.

 P. M. 


BIBLIOGRAFIA:

INFOPEDIA (s.d.). Paula Vicente [em linha]. Porto: Porto Editora [Consult. 5 de junho de 2019]. Dísponivel: https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$paula-vicente.

MARTINS, João Pedro Leclercq Macedo (2012). Perceção, reprodução e expressão de valores cromáticos: educação visual, 7.º ano de escolaridade [em linha]. Mestrado em Ensino de Artes Visuais, apresentado à Universidade de Lisboa. [Consult. 4 de junho de 2019]. Disponível: http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/8355/1/ulfpie043336_tm.pdf.


INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA (2012). Avaliação externa das escolas: Relatório Agrupamento de Escolas Belém – Restelo, Lisboa [em linha]. Lisboa: Ministério da Educação e Ciência [Consult. 4 de junho de 2019]. .


REIS, Francisco Soteiro dos (ed. lit.) (2018). Curso de literatura portuguesa e brasileira: autores portugueses. São Paulo: Paco Editores.


SANTIAGO, Catarina Freire Luís (2014). Uma aproximação à arte contemporânea no 9.º ano do ensino básico [em linha]. Relatório de prática de ensino supervisionada, Mestrado em Ensino das Artes Visuais no 3.º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário [apresent.] à Universidade de Lisboa [Consult. 5 de junho de 2019]. Disponível: http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/10798/1/ulfpie046495_tm.pdf


2019/12/16

Peça do mês de dezembro

Travessa
Travessa oval com covo acentuado, em faiança branca decorada a verde, na aba. Nesta, ao centro, observam-se três filetes, sendo o do meio mais largo. A decoração termina com o escudo da Mocidade Portuguesa, ladeado por uma roda denteada, sobreposto em duas cobras com as cabaças afrontadas e encimadas pelo capacete de Mercúrio. Na parte superior desta decoração observam-se as siglas MP (Mocidade Portuguesa), uma de cada lado e sob o capacete de Mercúrio, definindo os quatro cantos de um quadrado estão as siglas CEN.º5, provavelmente (Centro Escolar N.º 5).
Está inventariado com o número ME/401626/6 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária Emídio Navarro.

2019/12/10

Exposição: "Presépios no Museu Virtual da Educação""

O Presépio é uma referência cristã que remete para o nascimento de Jesus Cristo. Trata-se de uma representação escultórica que terá sido feita pela primeira vez por S. Francisco de Assis, em argila, em 1223, em Itália. Este hábito espalhou-se pela Europa e, a partir do século XVIII tornou-se uma referência nas casas cristãs pelo mundo.

No Museu Virtual da Educação existem alguns exemplares de presépios, desde o mais simples ao mais completo, passando pelo presépio tradicional português.


ME/400348/70
ME/Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho

Grupo escultórico não aglomerado constituído por três esculturas de vulto em barro policromado, representando Nossa Senhora, São José e o Menino Jesus, ou seja o Presépio. Nossa Senhora está representada sentada, sobre as pernas. O rosto está levemente inclinado para a direita e voltado para baixo. Braços descaídos, antebraços apoiados sobre as coxas e mãos abertas, ligeiramente levantadas. Enverga vestido castanho-tijolo e manto azul-cinza, com reflexos dourados, fechado e com um capuz que deixa ver cabelo castanho descaído até aos ombros. Sobre a cabeça e fixo na parte posterior do manto, ostenta auréola dourada representada em forma de círculo compacto. São José está representado apoiado sobre o joelho esquerdo e com a perna direita flectida. O rosto apresenta-se inclinado para a frente. Tem cabelo castanho, curto à frente descaindo sobre o pescoço, atrás. Tem barba e bigode. As mãos apresentam-se sobrepostas (a direita sobre a esquerda). Enverga túnica verde com reflexos dourados que cai até aos pés, deixando a descoberto os dedos do pé direito. Sobre a túnica, há um manto castanho, com reflexos dourados, preso no decote. Fixa sobre a parte posterior, ostenta uma auréola dourada, em forma de círculo compacto. O Menino Jesus está representado deitado, com as pernas flectidas e as mãos sobrepostas (esquerda sobre a direita) sobre o peito. Tem os olhos fechados e a cabeça levemente inclinada para a direita. O cabelo é castanho e curto. Apresenta, ainda, fixa na parte posterior da cabeça, uma auréola em forma de círculo compacto. O corpo está envolto numa faixa, disposta em diagonal, deixando a descoberto os braços e uma das pernas.


ME/400968/18
ME/Escola Secundária Aurélia de Sousa

Trabalho escolar realizado no âmbito do curso de Formação Feminina e solicitado para exposições noutras escolas. Trata-se da representação de um presépio de inspiração Bizantina executado sobre tecido de lã e decorado com fios de lã com os pontos pé de flor, cadeia, cheio, areia e fantasia.


ME/401857/1017
ME/Escola Secundária de Gil Vicente

A peça é uma distinção honorífica concedida ao Liceu, em 1968, quando esta instituição ganhou o 1º prémio do concurso de presépios , promovido pela Mocidade Portuguesa. Trata-se de uma placa rectangular de madeira escura, sobre a qual está colocada uma espessa placa rectangular de alumínio fundido, de menores dimensões , deixando à vista uma esquadria de madeira. A placa é cinzenta, em alto relevo, e representa, com as vestes usuais, a Sagrada Família: Virgem Maria, São José e Menino Jesus. À esquerda, encontra-se a Virgem Maria; à direita, São José , com um cajado e, no meio, de pé, de braços abertos e mostrando as palmas das mãos, encontra-se o menino Jesus. Por baixo, a placa apresenta-se lisa e contém as seguintes inscrições: Concurso de Presépios - 1º - D.D. Lisboa M.P. - 1968.


ME/402163/192
ME/Escola Secundária Marquês de Pombal

Painel de azulejos (9 x 8), policromado, com campo e cercadura. Representa o presépio: a Sagrada Família à entrada de uma gruta com os três Reis Magos em adoração e fazendo as suas oferendas, vários personagens em redor, cavalos e dois camelos ao fundo. É da autoria de Leopoldo Battistini. 


ME/402163/97
ME/Escola Secundária Marquês de Pombal

Representação da Adoração dos Pastores. Sobre um fundo de paisagem, surge em primeiro plano do lado esquerdo, o interior do estábulo com a representação da Sagrada Família. O menino Jesus está ao colo da Virgem abrindo os braços em direcção aos pastores. Dois dos pastores estão ajoelhados e têm oferendas nas mãos. Outro pastor, está de pé e toca gaita-de-foles. Em segundo plano surge a manjedoura com uma vaca e um burro. É da autoria de Leopoldo Battistini. 


ME/402412/47
ME/Escola Secundária do Padrão da Légua

Presépio constituído por várias figuras e elementos escultóricos modelados em barro cozido, dispostos em vários planos. Ao centro, em baixo, representa-se a Natividade ladeada, do lado esquerdo e direito, de várias figuras em cenas do quotidiano. No plano superior, surgem várias figuras e grupos de personagens por entre um casario. Este presépio foi construído por alunos dos antigos cursos de formação profissional, nomeadamente de Serralharia Mecânica e Electrotecnia.




2019/12/04

Ação de Formação: "Introdução à Paleografia"

A BAD promove a ação de formação "Introdução à Paleografia" de 18 a 20 de dezembro de 2019. Com esta ação poderá ter uma primeira abordagem à paleografia, praticar a leitura de textos dos séculos XVII a XIX e ter algumas noções teóricas. Para mais informações consulte o programa online.

2019/11/27

Formação: "Preservação e Conservação de Acervos Audiovisuais"

A BAD organiza uma ação de formação sobre "Preservação e Conservação de Acervos Audiovisuais", nos dias 4 e 5 de dezembro. Através desta formação pretende-se identificar os diversos formatos audiovisuais, identificar os suportes mais utilizados, boas práticas de conservação e restauro, entre outros. Consulte o programa on -line.

2019/11/20

Formação: "Recuperação e Difusão da Informação"

A BAD irá realizar a ação de formação "Recuperação e Difusão da Informação", nos dias 12 e 13 de dezembro em Lisboa. O objetivo é dominar estratégias de recuperação, selecão e validação da informação em diferentes contextos. A inscrição deve ser feita on line até 4 de dezembro.

2019/11/13

Peça do mês de novembro


Imagem Parietal do Período Jurássico
Paisagem do período Jurássico, com representação da fauna previsivelmente existente à época. À esquerda, legenda principal; na parte de baixo, caracterização dos fósseis; à direita, cortes das camadas do solo e respetiva classificação.
Está inventariado com o número ME/40157/128 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária Gil Vicente.
O Jurássico foi o segundo período da Era Mesozóica e trouxe mudanças bastante significativas, quer a nível climático e de vegetação, quer ao nível da variedade da fauna. A hegemonia dos répteis em todos os ambientes marcou esta fase que também assistiu ao aparecimento das primeiras aves e mamíferos.

2019/11/06

Ação de formação: "Questionários em bibliotecas: elaboração, análise e apresentação de conclusões"


A BAD organiza a ação de formação "Questionários em bibliotecas: elaboração, análise e apresentação de conclusões", em Lisboa, nos dias 25 e 26 de novembro. A inscrição deverá ser feita online através do preenchimento de um formulário. Esta ação destina-se a serviços em que seja importante aferir análise a opinião do público, resultando num documento final com dados e conclusões. Para mais informações, consulte o programa


2019/10/30

Nun' Àlvares - Patrono da Escola Secundária de Nuno Álvares




NUN'ÁLVARES (1360 - 1431)

A cidade de Castelo Branco[1], em 1852, já dispunha de uma escola, ainda que sem estatuto de liceu, leccionando gramática latina, filosofia e retórica. Mais tarde, em 1911, por circunstância várias, as instalações foram transferidas para o palacete do Paço Episcopal da cidade, e poucos anos mais tarde, em 1918, passou, definitivamente, a denominar-se Liceu Nacional Central de Nuno Álvares: a 24 de junho de 1918 é aprontada, em reunião do Conselho Escolar, a figura de Nuno Álvares como patrono da escola.

Atualmente, a agregação da Escola Secundária Nuno Álvares com os Agrupamentos de Escolas Cidade de Castelo Branco e Professor Doutor António Sena Faria de Vasconcelos deu lugar a uma vasta e diversificada entidade orgânica na área da educação.

Nuno Álvares Pereira nasceu em 1360, nos Paços de Cernache de Bonjardim, concelho da Sertã, na região do Pinhal Interior, filho de um dos mais ilustres senhores do reino, D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior da Ordem Militar dos Hospitalares. D. Nuno Álvares teve uma educação militar, típica dos nobres.

Foi canonizado no dia (26 de abril de 2009), no Vaticano pelo Papa Bento XVI, depois de ter sido beatificado, há 90 anos atrás (em 1918), curiosamente pelo Papa que adoptou o nome Bento XV. O seu processo de canonização tinha sido reaberto no dia 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, com uma sessão solene presidida por D. José Policarpo.

Após a morte da esposa, D. Nuno Álvares tornou-se Carmelita - escolhe o nome de Irmão Nuno de Santa Maria, recolhendo esmola para os pobres. Permanece no Convento do Carmo, de 1423 até à data da sua morte, em 1431. Enquanto militar, evidenciou elevadas qualidades de coragem e determinação, desempenhando um papel fundamental na crise de 1383-85, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela, apoiando o partido do Mestre de Avis.

Sabe-se que antes da Batalha de Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385, o novo rei estava renitente sobre a melhor decisão a tomar, mas a atitude audaz de D. Nuno foi a pedra de toque para a Batalha em que a táctica do quadrado e a escolha do local da batalha se mostraram determinantes para a vitória das tropas nacionais. É o patrono da Escola Secundária de Castelo, Branco, do Exército Português, dos Escuteiros Portugueses e de algumas paróquias de Portugal.

P. M. 



BIBLIOGRAFIA:

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS NUNO ÁLVARES (2018). Regulamento interno [em linha]. Castelo Branco: A.E.N.A. [consult. 26 de set. de 2019]. Disponível: https://drive.google.com/file/d/1A9_cbYy9_q8awXL-IqiznTMJEKoY9V1Z/view.>.


DIREÇÃO-GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL (s.d.). Liceu Nuno Álvares de Castelo Branco [em linha]. Lisboa: D.G.P.C. [Consult. 24 de jun. de 2019]. Disponível: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/16899766
.


LOUSADA, Abílio Pires (s.d.). “Nuno Álvares Pereira.
Guerreiro, senhor feudal e santo: os três rostos do condestável, João Gouveia Monteiro” [em linha]. Revista militar; N.º 2568 (maio 2018). [consult. 30 de set. de 2019]. Disponível: 
https://www.revistamilitar.pt/artigo/1324


TERENO, Paula (2015). Liceu Nacional de Castelo Branco, Liceu Nuno Álvares, Escola Secundária Nuno Álvares [em linha]. Forte de Sacavém: Sistema de Informação para o Património Arquitetónico [Consult. 24 de jun. de 2019]. Disponível: http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=9216


UNIÃO DE FREGUESIA DE CERNACHE DO BONJARDIM, NESPERAL E PALHAIS (s.d.). D. Nuno Álvares Pereira [em linha]. Cernache do Bonjardim: U. F. C. B. N. P. [Consult. 30 de set. de 2019]. Disponível: http://www.jf-cernachebonjardim.pt/turismo-lazer-e-cultura/vultos-ilustres/d-nuno-alvares-pereira/











[1] Situada na Beira Baixa, a cidade de Castelo Branco é sede de distrito e de um dos maiores concelhos do País, no centro de uma vasta região planáltica, entre as bacias dos rios Pônsul e Ocresa. Castelo Branco deve o seu nome à existência de um castro luso-romano, Castra Leuca, no cimo da Colina da Cardosa, de onde se desenrolou o povoamento desta localidade, então apelidada albi Castrum. A cidade foi conquistada aos Mouros no século XII, e posteriormente alguns domínios foram ofertados à Ordem do Templo, encarregando-os do seu povoamento e defesa, para o que construíram o Castelo da localidade.


2019/10/23

Exposição "Caricatura e retrato no Museu Virtual da Educação"

Um retrato é uma representação de um indivíduo, seja em desenho ou noutro tipo de meio, como a fotografia, por exemplo. A caricatura é um desenho exagerado, de forma humorística, de uma pessoa da vida real. Apesar de não constituírem um espólio numeroso no Museu Virtual da Educação, destacamos algumas caricaturas e retratos elaborados em contexto escolar.


ME/402163/67
ME/Escola Secundária Marquês de Pombal

Caricatura onde se pode observar, saindo do canto superior, um braço identificado com Mestre Battistini, segurando uma coroa de louro, que coloca sobre uma cabeça de figura feminina (possivelmente Maria de Portugal). Esta abraça um ramo de flores saindo de uma jarra de faiança (identificando a Fábrica Constância). No canto inferior esquerdo aparece uma caricatura que faz lembrar o "Zé-povinho" de Rafael Bordalo Pinheiro, levando flores para o Mestre.


ME/402436/2453
ME/Escola Secundária de Passos Manuel

Fotografia de formato rectangular representando vários desenhos, supostamente feitos por um aluno, a giz, no quadro negro. Do lado esquerdo encontra-se um estudante a dormir, com a legenda "Não se apaga - O Sonho dum colega". Do lado direito, estão várias caricaturas de professores (?). Cor: Monocromática; Polaridade: Positivo; Tipo: Opaca; Orientação: Horizontal.


ME/402436/2454
ME/Escola Secundária de Passos Manuel

Fotografia de formato rectangular representando vários desenhos, supostamente feitos por um aluno, a giz, no quadro negro. São várias caricaturas de professores ou alunos. Cor: Monocromática; Polaridade: Positivo; Tipo: Opaca; Orientação: Horizontal.


ME/402618/7
ME/Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro

Fotocópia emoldurada de uma "Caricatura do Corpo Docente da Escola Industrial e Comercial Rafael Bordalo Pinheiro " feita " pelo Professor David de Sousa (o terceiro da última fila, em baixo)". No verso está colado um papel manuscrito, que diz: "Caricatura feita em 1951. Ao alto, da esquerda para a direita: Dália Santos, Professora de Português. Dr. Sotto Mayor (Director da Escola). Prof. Abílio M. Barreto. De pé, perto do relógio: contínuos, José Rodrigues e Francelino. De cima para baixo, à esquerda: D. Vitória Simão do Couto, Prof. de T. Manuais; D. Mª Carlota Gonçalves, D. Alice Neves Cardoso (mestra de Costura e Bordados). Dr. António de Andrade Rebelo. Dr. Martins. Prof. de Matemática: Padre Paiva. À direita: Escultor Macário Mendes Dinis. Dr. Varela Pinto. Mestre Mamede e Mestre Rainho. Prof. David Sousa (o caricaturista). Em baixo, ao meio: Prof. Manuel José António." Existe uma fotografia do original no álbum de fotografias inventariado com o nº ME/402618/5.


ME/402163/53
ME/Escola Secundária Marquês de Pombal

Retrato de Maria de Portugal, da autoria de Leopoldo Battistini, centrado na parte superior da folha e voltado a três quartos para o lado direito. Rosto comprido, cabelo curto grisalho, ligeiramente ondulado, cortado a nível das orelhas, olhando o observador. A iluminação é feita a partir do lado esquerdo.


ME/402916/60
ME/Escola Secundária de Tomaz Pelayo

Auto-retrato de Tomaz Pelayo (1898 - 1968), patrono da escola com o seu nome. Foi realizado a carvão sobre papel e está montado numa base de madeira.


ME/404240/13
ME/Escola de Música do Conservatório Nacional

Retrato a carvão de uma figura masculina, visível apenas do torso para cima, que representa António Fragoso, compositor, musicólogo, e pianista português (1897-1918).

2019/10/16

Peça do mês de outubro

Hidra
Modelo de hidra utilizado para permitir a visualização da sua morfologia em contexto das práticas pedagógicas das aulas de Ciências Naturais. Trata-se de uma placa com dois modelos, um de uma hidra completa, e outro de um fragmento. O animal apresenta o corpo em forma de saco, ou pólipo, longo e estreito. Possui um único orifício, a boca, rodeada de tentáculos com células urticantes, e vive fixo ao substrato, por uma base adesiva. A parede do corpo é dupla, constituída por duas camadas de células, a ectoderme e a endoderme, separadas por uma substância gelatinosa, a mesogleia, e delimita uma cavidade interna, na qual se realizam as funções essenciais, a cavidade gastrovascular. Este filo é caracterizado pela presença de células urticantes, os cnidoblastos, que libertam substâncias tóxicas em caso de perigo ou de captura de alimento. Estes hidrozoários podem reproduzir-se por gemiparidade. Classificação científica: Reino – Animalia; Filo – Cnidaria; Classe – Hidrozoa; Ordem – Anthromedusae; Família – Hydridae; Género – Hydra.
Está inventariado com o número ME/400956/124 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária Augusto Gomes.
Trata-se de um animal que vive em águas doces e limpas, em climas temperados ou tropicais. A sua cor é verde ou acinzentada. Medem cerca de 2 a 3 cm de comprimento e alimentam-se de plâncton, crustáceos, ovos de peixe ou larvas.


MJS

2019/10/09

Escola Secundária Nuno Álvares, Castelo Branco


ESCOLA SECUNDÁRIA NUNO ÁLVARES,
CASTELO BRANCO


A rede nacional de liceus foi criada em 1852, determinando que todas as capitais de distrito fossem contempladas com um estabelecimento semelhante. À data, Castelo Branco já possuía uma escola sem estatuto de liceu, lecionando gramática latina, filosofia e retórica. Em 1911, as instalações da escola foram transferidas para o palacete do Paço Episcopal da cidade, e poucos anos mais tarde, em 1918, passou a denominar-se Liceu Nacional Central de Nuno Álvares.

Em 1941 teve início a construção de um edifício projectado de raiz para receber a instituição de ensino albicastrense, concluído em 1944 e inaugurado no ano lectivo seguinte. Logo após, em 1947, foi nomeado o corpo docente para o Liceu de Castelo Branco: António José de Sousa professor das cadeiras de história e de oratória, José Joaquim Magro, enquanto regente de gramática latina e de latinidade, e, por último José Marques Leite, para lecionar filosofia e aritmética.

Em 1852 o liceu funcionou em duas salas do primeiro andar da ala nascente do edifício do antigo hospital da Misericórdia de Castelo Branco. No topo da mesma ala estava instalada a Escola de Ensino Mútuo, cuja sala, por ser maior, era por vezes ocupada para a realização de exames. A 16 de junho de 1863 a precariedade das instalações anteriores, agravadas por um desmoronamento ocorrido em 1859, conduziram à obtenção de uma autorização do Ministério do Reino para se proceder ao aluguer de uma casa senhorial no Largo da Sé.



Entre 1864-1865 as novas instalações permitem lecionar novas disciplinas introduzidas no currículo escolar: línguas (francês e inglês) e artes, aritmética e geometria.

No ano lectivo de 1883/1884 são inscritas as primeiras alunas externas. Em 1910, após a reforma do ensino de 1894-1895, protagonizada por Jaime Moniz, o liceu ganha prestígio. À data da implantação da República tinha já 212 alunos inscritos, no ano seguinte, com a extinção do Colégio de São Fiel.

Em 1911 o liceu é, definitivamente, instalado no antigo Paço Episcopal. Em 1914/1915, após a realização de obras de adaptação, o liceu passa a dispor de 11 salas de aula, uma sala de desenho, um museu de história natural, laboratório de físico-química, biblioteca, reitoria, secretaria, salas para pessoal docente e discente, arrecadações, salas de apoio aos laboratórios.



Em 1938 é aprovado o programa de construção, ampliação e melhoramentos dos edifícios liceais e respetivos encargos (Decreto-lei n.º 28604/1938, DG, 1.ª série, n.º 91). No referido plano é prevista a construção de raiz, em terreno a negociar com a Câmara Municipal de Castelo Branco, de um liceu misto com capacidade para 16 turmas, destinando-se para o efeito a quantia de 4.300.000$00.

Tendo em linha de conta o Decreto-lei n.º 28604/1938, DG, I série, n.º 91, a Junta das Construções do Ensino Técnico e Secundário (JCETS) prevê a construção e raiz de um liceu misto com capacidade para 16 turmas (cerca de 560 alunos). Dois anos mais tarde, em 1949, é apresentado o projeto, de um edifício em dois pisos, tendo apenas numa pequena parte um outro piso inferior, e abrange dois pátios separados pelas instalações de educação física da autoria do arquiteto José Costa e Silva e dos engenheiros Artur Bonneville Franco e António Carvalho Lopes Monteiro, todos pertencentes ao quadro técnico da JCETS.

Em janeiro de 1941, inicia-se a obra, adjudicada 4.239.200$00, nos terrenos cedidos para o efeito pela autarquia, em zona de expansão urbana, com a fachada principal sobre a avenida que liga a estação de caminho de ferro à Praça Nova, e constitui o principal arruamento da cidade. Nos anos seguintes a obra decorre morosamente, para o que contribuem as dificuldades em garantir mão de obra, bem como a aquisição e o transporte dos materiais. Em 1946 as obras são dadas por concluídas e feita a mudança das instalações, teve por custo final 6.759.729$51, ultrapassando a dotação inicialmente atribuída para a sua construção!

No ano lectivo de 1944-1945, a frequência do liceu desce para 431 alunos, dificuldades económicas e o crescimento do ensino particular (mais reputado) são razões apontadas para o decréscimo. Desta feita, no ano lectivo de 1950-1951, ultrapassada a capacidade prevista no projeto inicial do liceu, o reitor, Joaquim Sérvulo Correia, solicita a abertura de mais oito salas conseguidas por prolongamento das alas laterais.


Em 1978 a escola passa a designar-se Escola Secundária Nun'Álvares (Decreto-lei n.º 80/78, publicado no DR, 1.ª série, n.º 97, que termina com a distinção entre liceus e escolas técnicas, uniformizando as designações do ensino secundário). A 24 de agosto de 2006 o edifício está em vias de classificação, nos termos do Regime Transitório previsto no n.º 1 do Artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 173/2006, DR, 1.ª série, n.º 16, tendo esta caducado, visto o procedimento não ter sido concluído no prazo fixado pelo Artigo 24.º da Lei n.º 107/2001, DR, 1.º série A, n.º 209 de 08 setembro 2001.

Atualmente, em 2013 foi criado o mega Agrupamento de Escolas Nuno Álvares, que congrega a até então escola não agrupada Secundária Nuno Álvares e os antigos agrupamentos Faria de Vasconcelos e Cidade de Castelo Branco, sendo assim a escola sede de um agrupamento vertical composto pelas escolas básicas do 1.º ciclo com jardim de infância da Boa Esperança, de Escalos de Baixo e Malpica do Tejo, as escolas básicas do 1.º ciclo do Cansado, da Horta Alva, da Mata e de Nossa Senhora da Piedade, Escola Básica dos 1.º e 2.º Ciclo e Jardim de Infância Faria de Vasconcelos, Escola Básica dos 1.º, 2.º e 3.º Ciclo e Jardim de Infância Cidade de Castelo Branco.


BIBLIOGRAFIA:

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ATLAS SCHOOL ARCHITECTURE IN PORTUGAL: EDUCATION, HERITAGE AND CHALLENGES (s.d.).  Gallery. [em linha] Lisboa: Instituto Superior Técnico [Consult. 26 de set. de 2019]. Disponível: http://asap-ehc.tecnico.ulisboa.pt/index.php


DIREÇÃO-GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL (s.d.). Liceu Nuno Álvares de Castelo Branco [em linha]. Lisboa: D.G.P.C. [Consult. 24 de jun. de 2019]. Disponível: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/16899766


GAZETA DO INTERIOR (16 de setembro de 2015). Escola Nuno Álvares recebe obras de requalificação [em linha]. Castelo Branco: Informarte, Informação Regional, SA [Consult. 26 de set. de 2019]. Disponível: http://www.gazetadointerior.pt/media/692744/1396.pdf


SECRETARIA-GERAL DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA (s.d.). Escola Secundária Nuno Álvares, Castelo Branco [em linha]. Lisboa: Direção de Serviços de Documentação e de Arquivo [Consult. 26 de set. de 2019]. Disponível: http://arquivo-ec.sec-geral.mec.pt/details?id=61689


TERENO, Paula (2015). Liceu Nacional de Castelo Branco, Liceu Nuno Álvares, Escola Secundária Nuno Álvares [em linha]. Forte de Sacavém: Sistema de Informação para o Património Arquitetónico [Consult. 24 de jun. de 2019]. Disponível: http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=9216


P.M.