2019/10/30

Nun' Àlvares - Patrono da Escola Secundária de Nuno Álvares




NUN'ÁLVARES (1360 - 1431)

A cidade de Castelo Branco[1], em 1852, já dispunha de uma escola, ainda que sem estatuto de liceu, leccionando gramática latina, filosofia e retórica. Mais tarde, em 1911, por circunstância várias, as instalações foram transferidas para o palacete do Paço Episcopal da cidade, e poucos anos mais tarde, em 1918, passou, definitivamente, a denominar-se Liceu Nacional Central de Nuno Álvares: a 24 de junho de 1918 é aprontada, em reunião do Conselho Escolar, a figura de Nuno Álvares como patrono da escola.

Atualmente, a agregação da Escola Secundária Nuno Álvares com os Agrupamentos de Escolas Cidade de Castelo Branco e Professor Doutor António Sena Faria de Vasconcelos deu lugar a uma vasta e diversificada entidade orgânica na área da educação.

Nuno Álvares Pereira nasceu em 1360, nos Paços de Cernache de Bonjardim, concelho da Sertã, na região do Pinhal Interior, filho de um dos mais ilustres senhores do reino, D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior da Ordem Militar dos Hospitalares. D. Nuno Álvares teve uma educação militar, típica dos nobres.

Foi canonizado no dia (26 de abril de 2009), no Vaticano pelo Papa Bento XVI, depois de ter sido beatificado, há 90 anos atrás (em 1918), curiosamente pelo Papa que adoptou o nome Bento XV. O seu processo de canonização tinha sido reaberto no dia 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, com uma sessão solene presidida por D. José Policarpo.

Após a morte da esposa, D. Nuno Álvares tornou-se Carmelita - escolhe o nome de Irmão Nuno de Santa Maria, recolhendo esmola para os pobres. Permanece no Convento do Carmo, de 1423 até à data da sua morte, em 1431. Enquanto militar, evidenciou elevadas qualidades de coragem e determinação, desempenhando um papel fundamental na crise de 1383-85, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela, apoiando o partido do Mestre de Avis.

Sabe-se que antes da Batalha de Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385, o novo rei estava renitente sobre a melhor decisão a tomar, mas a atitude audaz de D. Nuno foi a pedra de toque para a Batalha em que a táctica do quadrado e a escolha do local da batalha se mostraram determinantes para a vitória das tropas nacionais. É o patrono da Escola Secundária de Castelo, Branco, do Exército Português, dos Escuteiros Portugueses e de algumas paróquias de Portugal.

P. M. 



BIBLIOGRAFIA:

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS NUNO ÁLVARES (2018). Regulamento interno [em linha]. Castelo Branco: A.E.N.A. [consult. 26 de set. de 2019]. Disponível: https://drive.google.com/file/d/1A9_cbYy9_q8awXL-IqiznTMJEKoY9V1Z/view.>.


DIREÇÃO-GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL (s.d.). Liceu Nuno Álvares de Castelo Branco [em linha]. Lisboa: D.G.P.C. [Consult. 24 de jun. de 2019]. Disponível: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/16899766
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LOUSADA, Abílio Pires (s.d.). “Nuno Álvares Pereira.
Guerreiro, senhor feudal e santo: os três rostos do condestável, João Gouveia Monteiro” [em linha]. Revista militar; N.º 2568 (maio 2018). [consult. 30 de set. de 2019]. Disponível: 
https://www.revistamilitar.pt/artigo/1324


TERENO, Paula (2015). Liceu Nacional de Castelo Branco, Liceu Nuno Álvares, Escola Secundária Nuno Álvares [em linha]. Forte de Sacavém: Sistema de Informação para o Património Arquitetónico [Consult. 24 de jun. de 2019]. Disponível: http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=9216


UNIÃO DE FREGUESIA DE CERNACHE DO BONJARDIM, NESPERAL E PALHAIS (s.d.). D. Nuno Álvares Pereira [em linha]. Cernache do Bonjardim: U. F. C. B. N. P. [Consult. 30 de set. de 2019]. Disponível: http://www.jf-cernachebonjardim.pt/turismo-lazer-e-cultura/vultos-ilustres/d-nuno-alvares-pereira/











[1] Situada na Beira Baixa, a cidade de Castelo Branco é sede de distrito e de um dos maiores concelhos do País, no centro de uma vasta região planáltica, entre as bacias dos rios Pônsul e Ocresa. Castelo Branco deve o seu nome à existência de um castro luso-romano, Castra Leuca, no cimo da Colina da Cardosa, de onde se desenrolou o povoamento desta localidade, então apelidada albi Castrum. A cidade foi conquistada aos Mouros no século XII, e posteriormente alguns domínios foram ofertados à Ordem do Templo, encarregando-os do seu povoamento e defesa, para o que construíram o Castelo da localidade.


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