2024/09/09

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: António Augusto Martins (1887 – 1929)

 

(Imagem do autor retirada de Dicionário de educadores portugueses)


António Augusto Martins nasceu a 25 de dezembro de 1887 em Murça, filho de Filipe José Alves Martins, professor primário e de Mariana Jesus Camacho. Durante os primeiros anos de instrução foi aluno do seu pai, tendo transitado em para a Escola Normal do Porto, onde concluiu o curso em 1908.

Em 1909 iniciou funções docentes em Avidagos, Mirandela, tendo casado com Isabel Maria Vaz P. Madureira Lobo Martins. Em 1912 tornou-se professor efetivo em Gaia, onde promoveu a criação de uma escola móvel. Posteriormente lecionou na Escola de Santa Marinha. Sugeriu à instituição a mudança de nome para Escola Ferreira de Macedo e tornou-se Diretor da mesma.

A partir de 1913 iniciou a sua colaboração jornalística com A Pátria Nova, periódico republicano dirigido por Alfredo Moreira. Fundou também o Grémio dos Professores Primários Oficiais de Gaia. Foi militante do Partido Socialista durante alguns anos e aderiu à maçonaria, fazendo parte do Grémio Progredior do qual foi Presidente.

Em 1919 a gestão dos serviços do ensino primário passou das Câmaras Municipais para as Juntas Escolares, o que favoreceu uma certa autonomia dos professores. António Augusto Martins foi eleito secretário da Junta Escolar de Gaia, lutando pela autonomia administrativa dos docentes. O autor defendeu as Escolas Normais e os conhecimentos aí veiculados como o centro de uma cultura profissional. Não foi só adepto da formação de professores, mas também da construção de infraestruturas.

Em 1921 passou a colaborar com A Federação Escolar, tornando-se secretário da redação em 1922 e diretor em 1925. Com Justino Teixeira da Mota partilhou a Livraria Escolar Progredior. editora de manuais escolares e de outro tipo de obras.

Os seus editoriais neste periódico versaram temas relacionados com a classe docente, nomeadamente o aumento dos salários, o associativismo ou a redução de prerrogativas das Juntas de Educação.

Em 1927, as suas reivindicações fizeram-se sentir, reclamando com o aumento de vencimentos dos funcionários superiores do Ministério da Instrução, garantido através do pagamento de emolumentos. Como consequência A Federação Escolar foi suspensa e Augusto Martins teve cortes no vencimento. Voltou a tentar publicar mais um editorial contrário ao governo e teve um ano de suspensão com o salário reduzido para metade. Foi o momento em que se afastou do ensino, passando a viver com severas dificuldades financeiras.

Na casa onde residia abriu um internato escolar e começou a produzir manuais escolares para as Edições A.A. Martins, após a sua saída da Livraria Escolar Progredior. Não desistindo da ideia de manter um jornal, publicou A Federação Escolar, entretanto suspensa, e depois A Tribuna Escolar a que se seguiu A Tribuna da Federação. Foi formalmente impedido de dirigir qualquer tipo de publicação.

No final de 1927 foram proibidas as atividades da União do Professorado Primário, apreendidos os seus bens e detidos vários docentes. Augusto Martins foi também perseguido pela polícia, mas conseguiu fugir.

Em 1928 a União foi extinta e o educador foi acusado de ter ligações às organizações soviéticas. Acabou por se entregar às autoridades e a acusação ficou sem efeito.

Em 1929 foi levantada a proibição sobre a publicação A Federação Escolar. Augusto Martins retomou a direção, mas foi preso alguns dias depois. Libertado e preso novamente, a sua saúde e a sua situação financeira encontravam-se bastante debilitadas. Faleceu a 16 de outubro de 1929, tendo deixado um enorme contributo para a construção da consciência de classe dos professores primários.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


 MJS


2024/09/05

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Escolas do Ciclo Primário: Escola Preparatória de Dr. Oliveira Salazar, Viseu

 

- Escola Preparatória de Dr. Oliveira Salazar -

 

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - a Escola Preparatória de Dr. Oliveira Salazar, Viseu.



(No topo, à direita e em baixo podem observar-se duas imagens da fachada da escola)


(No topo, a imagem de uma sala de aula/ biblioteca. Em baixo, a ficha técnica com a identificação da escola, a dimensão da área coberta, a dimensão da superfície de pavimentos, o custo total das instalações, a data de conclusão da obra, a população escolar e a discriminação das dependências)


Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre

 1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.



P. M. 


2024/09/02

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: António Augusto Riley da Mota (1893 – 1967)

 

(Imagem do autor retirada da internet)


António Augusto Riley da Mota nasceu a 26 de janeiro de 1893 em Ponta Delgada, filho de Diniz Moreira da Mota e de Margarida Botelho Riley da Mota. Frequentou o Liceu de Ponta Delgada entre 1905 e 1910.

Em 1917 concluiu o curso de Físico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Foi professor no Liceu de Angra do Heroísmo e posteriormente no Liceu de Ponta Delgada, onde chegou a Reitor em 1936.

Em 1938 passou a residir em Lisboa, pois foi convidado para o cargo de Chefe de Gabinete do Ministro da Educação Nacional, na altura Carneiro Pacheco. Em 1940 foi nomeado para Diretor-Geral do Ensino Liceal, tendo exercido o cargo até 1946. No discurso de tomada de posse estabeleceu os objetivos do seu projeto governativo:

- contribuir para a formação espiritual dos jovens adolescentes, ainda permeáveis aos valores transmitidos;

- colaborar na formação dos futuros líderes da sociedade;

- orientar os jovens para o bem geral, procurando que cada um servisse o seu país e não os seus interesses;

- ajudar a estabelecer hábitos de ordem, verdade, disciplina e moral.

No decorrer das suas funções, efetivou a decisão do Ministro da Educação no que respeitava à obrigatoriedade de colocação de cruxifixos nos Liceus como forma de introduzir o ensino da moral cristã.

Em 1944 foi nomeada uma Comissão de Reforma do Ensino Liceal, liderada por Riley da Mota que acreditava nos benefícios da existência de turmas mistas. Nesse sentido, segundo Rómulo de Carvalho, Riley da Mota teria efetuado um inquérito junto dos professores para averiguar as vantagens e desvantagens da coeducação, sem autorização do Ministro. Este episódio teria conduzido ao seu afastamento em 1946.

As suas ideias como educador foram expostas em diversos artigos de revistas como a Escola Açoreana e a Labor. Para ele, qualquer grau de ensino era particularmente importante, fosse o elementar, o médio ou o superior, por se encontrarem intimamente ligados. A formação dos professores primários e o seu estatuto era igualmente uma prioridade, através da reforma dos cursos superiores e da frequência de universidades no estrangeiro.

Debateu a questão dos exames como instrumento avaliador, sendo a favor da existência de provas escritas. No entanto, a existência dos mesmos poderia ter consequências negativas, como o facto de conduzirem muitos professores a lecionar para apenas para o exame.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


MJS


 

2024/08/29

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Escolas do Ciclo Primário: Escola Preparatória de José Luciano de Castro, Anadia

 

- Escola Preparatória de José Luciano de Castro -

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - a Escola Preparatória de José Luciano de Castro, Anadia.


(Podem observar-se duas imagens do acesso aos pavilhões de salas de aula)


(No topo, pode ver-se um pátio interior com algumas zonas cobertas. Em baixo, à esquerda, um pormenor dos pavilhões. À esquerda, a ficha técnica com a identificação da escola, a dimensão da área coberta, a dimensão da superfície de pavimentos, o custo total das instalações, a data de conclusão da obra, a população escolar e a discriminação das dependências)


Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre

 1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.



P. M. 


2024/08/26

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Augusto Alves dos Santos (1866 – 1924)

 

(Imagem do autor retirada da internet)


Augusto Joaquim Alves dos Santos nasceu a 14 de outubro de 1866 em Ponte de Lima, filho de Manuel Joaquim Rodrigues dos Santos e de Ana Maria Alves Soares. Ingressou no Seminário de Braga, tendo recebido a ordenação como sacerdote em 1891.

Em 1893 matriculou-se no Curso de Teologia da Universidade de Coimbra que concluiu em 1899. Em 1900 obteve o grau de Doutor em Teologia. Passou de imediato a lecionar na Faculdade (Teologia Dogmática, Ética Cristã Geral e Teologia Moral), acumulando estas funções com as de Inspetor do Ensino. Em 1906 publicou o resultado do seu trabalho na Estatística geral da circunscrição escolar de Coimbra relativa ao ano de 1903-1904.

Em 1908 fundou o Colégio Nacional de Coimbra e em 1910 publicou A nossa escola primária – O que tem sido, o que deve ser. Foi também Diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra até ao final da sua vida.

Em 1911, após a instauração da república tornou-se militante do Partido Republicano Evolucionista e do Partido Republicano Nacionalista. Com a extinção da Faculdade de Teologia, passou a lecionar na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Acabou por abandonar o sacerdócio e casou-se com D. Maria Adélia de Oliveira.

Em 1912 fez viagens à Bélgica e à Suíça, na qualidade de professor, para efetuar alguns estudos na área de Psicologia. Como resultado destes estudos, em 1912/1913 fundou o primeiro Laboratório de Psicologia Experimental, em Coimbra. O trabalho desenvolvido neste Laboratório constava de lições, observações, experiências e mensurações.

Esteve ligado à criação das Escolas Normais Superiores de Lisboa e Coimbra, tendo lecionado nesta última as cadeiras de Pedagogia (1915-1919), Psicologia Infantil (1915-1919), Moral e Instrução Cívica Superior (1917-1921). Em 1916 tornou-se Doutor em Letras.

Entre 1918 e 1922 desempenhou vários cargos: Vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, Deputado, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra e Ministro do Trabalho.

A grande importância deste educador consistiu, entre outros aspetos, no desenvolvimento da pedologia e na construção de uma teoria pedagógica sobre a criança. Para Alves dos Santos, as crianças apresentavam diferenças fisiológicas entre si, baseadas na idade e no sexo, mas também diferenças sociais e hereditárias. Desta forma, estabeleceu seis fases no desenvolvimento infantil: Recém-nascença (do nascimento ao primeiro mês), Infância (do primeiro mês aos 3 anos); Puerícia (3 aos 7 anos); Adolescência (7 aos 12/14 anos nos rapazes e 7 aos 11/13 anos nas raparigas); Puberdade (final da adolescência aos 16 anos nos rapazes e aos 15 anos para as raparigas); e Nubilidade (15/16 aos 20 anos).

No seu propósito de construir uma pedagogia portuguesa, Alves dos Santos distinguiu duas áreas: a Biopedologia, que estudava as leis do crescimento da criança, e a Psicopedologia, que versava o desenvolvimento da mentalidade da criança, baseando-se na hereditariedade e no meio físico e social.

Quanto ao seu pensamento pedagógico, este estudioso defendeu a importância dos fatores hereditários e da educação. Para que a transmissão de conhecimentos tivesse sucesso, a criança só deveria iniciar a escolaridade a partir dos 6 ou 7 anos de idade. A partir dos 7 e até aos 14 anos, a criança estava predisposta à aprendizagem da educação moral. A educação cívica, praticamente inexistente, tornou-se igualmente um dos aspetos que defendeu.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


MJS


 

2024/08/22

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Escolas do Ciclo Primário: Escola Preparatória de Luís António Verney, Lisboa

 

- Escola Preparatória de Luís António Verney -

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - a Escola Preparatória de Luís António Verney, Lisboa.


(No canto superior direito pode observar-se uma oficina de serralharia com várias bancadas. Em baixo, a fachada da escola).

(No topo, pode ver-se um pátio interior com algumas zonas cobertas. Em baixo, à direita, um pequeno auditório com várias cadeiras. À esquerda, a ficha técnica com a identificação da escola, a dimensão da área coberta, a dimensão da superfície de pavimentos, o custo total das instalações, a data de conclusão da obra, a população escolar e a discriminação das dependências)


Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre

 1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.



P. M. 


2024/08/19

Peça do mês de agosto/2024

 


Pulseiras

 

Conjunto de três pulseiras metálicas em latão, com diâmetros diferentes, gravação geométrica e flores. Fazem parte de uma coleção de artesanato angolano existente na Escola.

Está inventariado com o número ME/401857/64 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária de Gil Vicente.

 

MJS