2025/05/22

Muitos Anos de Escolas – Volume I – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário até 1941 – Capítulo X - Os Projetos-Tipo Regionalizados – Escolas Raúl Lino e Rogério de Azevedo (Parte I)

 

 

X – Os Projetos-Tipo Regionalizados – Escolas Raúl Lino e Rogério de Azevedo–Parte I

 

Em 1933 Guilherme Rebello de Andrade redigiu a Memória do Anteprojeto do Plano Geral de Tipos-Regionais de Escolas Primárias Oficiais a Construir em Série. Foram definidas 3 regras para a execução das plantas: a planta deveria facilitar ampliações futuras; deveria aproveitar todos os terrenos seja qual for a exposição ao Norte; e, igualmente, estandardizar os modelos de construção das escolas por grupos. Os projetos a apresentar deveriam ter em consideração as características da arquitetura regional, os materiais e as variações climáticas. As regiões climáticas em que o país se dividia eram:

A – Algarve;

B- Alentejo;

C – Estremadura;

D – Beira Litoral;

E – Beira Baixa, do Sul;

F – Beira Baixa, do Norte, Beira Alta e Minho;

G – Trás os Montes.

Em 1937 a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais aprovou projetos para 44 edifícios de escolas primárias. Em Lisboa seriam executados por Raúl Lino (3 tipos regionais e 12 soluções) e no Porto, por Rogério de Azevedo (6 tipos regionais, 1 tipo rural e 32 soluções).

Raúl Lino foi responsável pelos projetos de Faro, Beja, Évora, Portalegre, Setúbal, Lisboa, Santarém e Leiria. Os aspetos de arquitetura regional agruparam-se em 3 tipos diferentes:

Algarve – soluções para 1, 2, 3 e 4 salas;


(Imagem de alçado e planta do Tipo de Escola Primária para o Algarve - 1 sala)

(Imagem de alçado do Tipo de Escola Primária para o Algarve - 2 salas)


(Imagem de alçado e planta do Tipo de Escola Primária para o Algarve - 2 salas)


Estremadura (cantaria) – as mesmas soluções;


(Imagem de alçado do Tipo de Escola Primária para Estremadura - Cantaria - 1 sala)


Alentejo e Ribatejo (tijolo) – as mesmas soluções.

 

(Imagem do alçado principal do Tipo de Escola Primária para o Alentejo e Ribatejo - Tijolo - 1 sala)


 

Fonte: BEJA, Filomena, et al. Muitos Anos de Escolas – Volume I – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário até 1941. Lisboa, Ministério da Educação – Direção-Geral da Administração Escolar, 1990.


MJS


2025/05/19

Muitos Anos de Escolas – Volume I – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário até 1941 – Capítulo IX - A Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais

 

(Imagem da fachada da Escola Central Infante D. Henrique em Angra do Heroísmo, Açores. Escola projetada pelo Arquiteto Jorge Segurado em 1933)


 

IX – A Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais

 

Criada a 30 de maio de 1929, a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais incluía a Repartição Central, a Direção dos Edifícios Nacionais do Norte, a Direção dos Edifícios Nacionais do Sul e a Direção dos Monumentos Nacionais.


(Imagem dos desenhos da planta e do alçado lateral de uma carteira para dois alunos)


Estes serviços levaram a cabo a construção das Escolas Dr. Alfredo Magalhães (Ministro da Instrução), no distrito de Viana do Castelo, com um número variável de salas e traça dos edifícios. Estas escolas foram equipadas com mobiliário, mediante o subsídio do Fundo do Desemprego em 1936/37, cedido a várias Câmaras Municipais. Os desenhos das peças foram aprovados pela Direção dos Edifícios Nacionais do Norte.


(Imagem do desenho dos alçados da Escola de Proença-a-Nova, Projeto N.º 94 da autoria do Arquiteto Francisco dos Santos em 1932)


Em 1932 regulamentou-se a nova orientação dos Melhoramentos Urbanos com articulação entre o Ministério das Obras Públicas e o da Instrução. Entre 1930 e 1935 foram aprovados diversos projetos para escolas primárias (de vários autores e em diferentes correntes arquitetónicas), que nem sempre se concretizaram: Arquiteto Jorge Segurado (Liceu de Lamego, Escola Normal de Coimbra, Edifícios escolares em Estremoz, Pombal, Cascais, Escola Central de Angra do Heroísmo; Escolas do Bairro Social do Arco do Cego, Lisboa); Arquiteto Henriques Costa (Projeto para a escola de Vila Nova de Baronia – Alvito); Arquiteto Francisco dos Santos (Escola de Proença-a-Nova); Arquiteto Rebello de Andrade (Escola de Brejos de Azeitão, Setúbal).


(Imagem do desenho do alçado posterior do edifício da Escola-Cantina "José Rufino" em Alijó)


O investimento do governo foi insuficiente para a carência do país. Assim sendo, algumas famílias com recursos económicos mandavam construir escolas e outros fizeram doações, sob a égide do direito à educação. Neste último caso poderá referir-se a Escola-Cantina “José Rufino” em Alijó, inaugurada em 1934 com um projeto da autoria dos arquitetos Baltazar de Castro e Rogério de Azevedo.

 

 

Fonte: BEJA, Filomena, et al. Muitos Anos de Escolas – Volume I – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário até 1941. Lisboa, Ministério da Educação – Direção-Geral da Administração Escolar, 1990.


MJS