2024/04/25

Inauguração da exposição "25 de abril em 12 acordes"

 

As portas do Teatro Thalia abriram-se para a apresentação da exposição conjunta “25 de Abril em 12 acordes”, união das doze Secretarias-Gerais da Administração Pública em homenagem ao aniversário dos 50 da Revolução dos Cravos.



A exposição propõe aos visitantes uma narrativa progressista e progressiva sobre as alterações sociais e culturais que moldaram a sociedade portuguesa na viragem para a democracia. O projeto inspirado nas palavras do refrão – Paz, Pão, Habitação, Saúde e Educação, da música “Liberdade” de Sérgio Godinho, reflete o contributo de cada área governativa na melhoria das condições de vida e direitos conquistados ao longo dos últimos 50 anos.



A exposição inclui depoimentos da época, instalações artísticas, fotografias históricas e poderosos documentos à guarda das Secretarias-Gerais, que testemunharam um tempo em transição.







A Secretaria-Geral da Educação e Ciência debruçou-se sobre “Os Movimentos Estudantis”, “Reforma do Ensino”, “Programas e Manuais Escolares” e ainda uma apresentação interativa sobre “Objetos da Educação”.






“25 de Abril em 12 acordes” convida o cidadão a ressignificar o legado da Revolução dos Cravos, nas nossas vidas, reafirmando a necessidade de valorizar a liberdade, a justiça social e a dignidade humana. Poderá visitar a exposição até ao dia 14 de maio.

Para aceder ao catálogo, utilize o QRCode



MJS

2024/04/22

Exposição "25 de abril em 12 acordes"


No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de abril, a Rede para a Gestão da Informação e Conhecimento das Secretarias Gerais (Rede GIC) organiza a exposição “25 de abril em 12 acordes”.

A exposição estará patente ao público de 24 de abril a 14 de maio, no Teatro Thalia (Estrada das Laranjeiras, 205, 1600-139 Lisboa) entre as 10.00 e as 17.00.

 

MJS


2024/04/18

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Escolas Comerciais e Artísticas: Escola Industrial e Comercial de Santarém

 

- Escola Industrial e Comercial de Santarém -

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - a Escola Industrial e Comercial de Santarém.

 


Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre 1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.


P. M. 



2024/04/15

Peça do mês de abril/2024

 



Mimeógrafo

 

Trata-se de uma máquina de reprodução de documentos. A matriz obtém-se a partir de químico hectográfico e papel couché, mediante a utilização de álcool etílico.

O mimeógrafo teve larga utilização como meio barato de reprodução de cópias de textos, sobretudo nas escolas. Estas máquinas, inventadas no início do século XX, funcionavam inicialmente pela força motriz manual, passando, posteriormente, a funcionar a eletricidade.

Está inventariado com o número ME/401092/139 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária de Campos Melo.


 MJS

2024/04/11

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Escolas Comerciais e Artísticas: Escola Industrial e Comercial da Guarda

- Escola Industrial e Comercial da Guarda -

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - a Escola Industrial e Comercial da Guarda.

  


Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre 1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.


P. M. 



2024/04/08

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Escolas Comerciais e Artísticas: Escola Industrial e Comercial de Gouveia

 

-  Escola Industrial e Comercial de Gouveia -

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - a Escola Industrial e Comercial de Gouveia.



Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre 1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.


P. M. 


2024/04/04

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Escolas Comerciais e Artísticas: Escola Industrial e Comercial de Évora

 

- Escola Industrial e Comercial de Évora -

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - a Escola Industrial e Comercial de Évora.


Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre 1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.


P. M. 


2024/04/01

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Escolas Comerciais e Artísticas: Escola Industrial e Comercial de Espinho

 

- Escola Industrial e Comercial de Espinho -

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - a Escola Industrial e Comercial de Espinho.


Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre 1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.


P. M. 


2024/03/28

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Escolas Comerciais e Artísticas: Escola de Artes Decorativas de António Arroio, Lisboa


- Escola de Artes Decorativas de António Arroio -

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - a Escola de Artes Decorativas de António Arroio, Lisboa.


Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre 1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.


P. M. 



2024/03/25

Instituto Histórico da Educação - objetivos e ações

 

Tendo em conta o Decreto-lei 206/98, de 13 de junho (Diário da República n.º 159/1998, Série I-A de 1998-07-13), desde há muito que se fazia sentir a necessidade de uma entidade vocacionada para a salvaguarda e divulgação da memória da educação. Justificou-se, assim, a criação do Instituto Histórico da Educação, com o objetivo de:

a) Salvaguardar e valorizar, de forma sistemática e integrada, o património gerado pelas diversas entidades do Ministério da Educação, bem como por outras entidades do sistema educativo, entendendo-se por património não só o de natureza arquivística e bibliográfica, mas também o de carácter museológico e arquitetónico;

b) promover e ampliar a exploração do património arquivístico pelas respetivas entidades produtoras, para além de uma utilização para fins primários ou administrativos, no sentido de apoiar a definição de políticas, o planeamento e controlo das atividades técnicas, a ação pedagógica, a investigação científica e a divulgação cultural.

O Instituto Histórico da Educação nasceu com a tripla função de conservar, investigar e divulgar os testemunhos da memória educativa. A esta inovação, de concatenar práticas culturais e científicas, por norma assumidas por diferentes entidades, corresponde também a agregação de materiais que é usual verem-se pulverizados em organismos culturais clássicos, tais como os arquivos, as bibliotecas, os museus e as universidades.

Esta vocação integradora não tem subjacente nenhuma perspetiva centralizadora, sendo necessário respeitar a esfera de competência própria de cada uma das instâncias educativas. O Instituto Histórico da Educação assumir-se-á como uma entidade de apoio a iniciativas e projetos locais, com origens e responsabilidades diferenciadas, procurando ir além do espaço institucional e projetando a sua ação junto do conjunto dos atores com intervenção educativa.

A ação do Instituto Histórico da Educação esteve diretamente relacionada com o trabalho de investigação. Não se tratou de reproduzir uma lógica de investigação académica, mas antes de criar as dinâmicas necessárias ao tratamento, à divulgação e à utilização dos fundos documentais e museológicos.






P. M. 

 


2024/03/21

Colégio de Campolide - Parte II


A história escrita de colégios regidos por instituições religiosas, era, obrigatoriamente, enviada para Roma, onde se exponha resumidamente em que tempo, por que ocasião e de que modo tiveram início (cf. Grainha, 1913, p. 1). No que diz respeito ao Colégio de Campolide, o Padre Rademáker[1] ficou incumbido de escrever a sua história mas, ao que parece, preocupava-se pouco com a exatidão dos fatos. Foram vários os relatores incumbidos de registarem os acontecimentos factuais, dando origem a relatos com noticias fragmentadas. Efetivamente, Rademáker, enquanto presbítero secular, dedicava-se mais ao ensino religioso dos estudantes de vários colégios.


O referido Colégio fomentava a criação de "academias científicas”, indo ao encontro das disposições da Ratio Studiorum [2]. Estas academias, constituídas pelos melhores alunos de diversos anos, ofereciam aulas especiais aos seus membros, onde se discutiam assuntos atuais e de importância. Por vezes, estas academias organizavam sessões solenes e eram apresentadas várias comunicações científicas para todos os alunos do colégio e suas famílias. Privilegiava-se nestas sessões uma abordagem experimental dos assuntos, em detrimento de um estudo meramente teórico. Por exemplo, a primeira sessão científica em Campolide deu-se em 1873 e foram escolhidos 4 alunos para apresentar algumas experiências sobre as propriedades da luz.

 


Para além destes exercícios estritamente académicos, ressalta-se, pois, a formação e conhecimento da doutrina cristã e sacramento da confissão. Para facilitar tais disposições éticas, impunha-se a construção de uma biblioteca de livros variados e bons de cuja leitura os alunos tiravam dividendos:

 

“Não passavam ociosamente o tempo principalmente os domingos e eram levados ao amor da piedade e dos bons costumes por este caminho tão suave. Estabelecendo também vários jogos acomodados à idade das crianças, satisfazendo-lhes o natural desejo de brincar e divertir-se sem perigo de ofender a Deus” (Grainha, 1913, p. 5-6).

 

Para além deste processo doutrinal, entre 1858 e 1910, os Jesuítas portugueses dedicaram-se ao ensino da física, da zoologia e da botânica como forma de incentivar os seus alunos a interessarem-se pelo estudo da epistemologia. As expedições, as academias científicas e a execução de experiências laboratoriais foram uma prioridade para os professores do Colégio Jesuíta. Este investimento no ensino e na investigação científicas foi uma resposta direta às acusações de obscurantismo de que os Jesuítas eram alvo desde os tempos do Conde de Oeiras e permitiu-lhe alcançar uma grande notabilidade científica entre os seus pares, de que são exemplo a fundação da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais e o acolhimento da Revista Brotéria[3] pela comunidade científica portuguesa e internacional.

 


Este colégio teve um grande impacto na cultura portuguesa, a partir de meados do século XIX, particularmente por ter sido a instituição de ensino pré-universitário responsável pela educação dos jovens pertencentes às camadas mais altas da sociedade portuguesa. Para os seus opositores, era, por isso, essencial que se encerrassem os colégios dirigidos pelos Jesuítas e que fossem expulsas as ordens religiosas dos territórios portugueses.

 

Só desta forma é que foi possível, na visão de Manuel Borges Grainha (1826 - 1925), um dos principais adversários da Companhia de Jesus no início do século XX, impedir que os Jesuítas continuassem a exercer a sua influência na educação da nobreza lisboeta. Com a implantação da República Portuguesa o Colégio de Campolide foi encerrado, na sequência do bombardeio por militares e populares, na noite de 4 de outubro, sendo grande parte das suas coleções, manuscritos e instrumentos científicos destruídos.

 

Mais recentemente a Universidade Nova de Lisboa ocupou o espaço, tendo-se estabelecido no local a prestigiada Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. Em 2017 esta Faculdade mudou de instalações, para Carcavelos, sendo que o Colégio, agora denominado Almada Negreiros, foi ocupado por outras unidades orgânicas da Universidade Nova de Lisboa.

 

P. M. 

 

 

BIBLIOGRAFIA:

 

DIREÇÃO-GERAL DO PATIMÓNIO CULTURAL (2002). Colégio de Maria Santíssima Imaculada de Campolide. Colégio de Campolide. Quartel do Batalhão de Caçadores N.º 5. Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa [em linha]. Sacavém: Sistema de Informação para o Património Arquitectónico [Consult.  7 de fevereiro de 2024]. Disponivel: www. monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3138.

 

GRAINHA, M. Borges (1913). História do Colégio da Companhia de Jesus: escrita em latim pelos padres do mesmo Colégio onde foi encontrado o manuscrito. Coimbra: Imprensa da Universidade.

 

SANTOS, Maria Alcina (2011). Elites salazaristas transmontanas no estado novo o caso de Artur Águedo de Oliveira (1894-1978) [em linha]. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [Consulta 7 de fevereiro de 2024]. Disponível: https://hdl.handle.net/10316/18281.

 

 


[1] Carlos João Rademáker (Lisboa, 1 de agosto de 1828 – Lisboa, 6 de junho de 1885) foi um sacerdote católico português, impulsionador da reintrodução em Portugal da Companhia de Jesus, decorrido quase um século após o seu banimento em 1759 por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal (não obstante uma efémera presença entre 1829 e 1833 a convite de D. Miguel I). Depois de uma campanha de décadas, com avanços e recuos vários, Rademáker conseguiu a 25 de julho de 1880 a restauração da Província Portuguesa, já então com 120 membros e três Colégios.

[2] O Ratio atque Institutio Studiorum Societatis Iesu (em português: Plano e Organização de Estudos da Companhia de Jesus), normalmente abreviada como Ratio Studiorum, é uma espécie de coletânea, fundamentada em experiências vivenciadas no Colégio Romano, a que foram adicionadas observações pedagógicas de diversos outros colégios, cujo objetivo era instruir rapidamente todo o jesuíta docente sobre a natureza, a extensão e as obrigações do seu cargo. O Ratio surgiu com a necessidade de unificar o procedimento pedagógico dos jesuítas diante da explosão do número de colégios confiados à Companhia de Jesus como base de uma expansão em sua totalidade missionária. Constituiu-se numa sistematização da pedagogia jesuítica contendo 467 regras cobrindo todas as atividades dos agentes diretamente ligados ao ensino e recomendava que o professor nunca se afastasse do estilo filosófico de Aristóteles, e da teologia de Santo Tomás de Aquino.

[3] A Revista Brotéria, foi publicada mensalmente desde 1902 pelos jesuítas portugueses de inspiração cristã. Há 120 anos, três professores de um colégio na Beira Baixa fundaram a Brotéria: Revista de Sciencias Naturaes. Na altura publicavam-se artigos de botânica, zoologia e genética, em muitos dos quais foram classificadas novas espécies de animais e plantas. Pouco tempo depois, passaram também a surgir artigos sobre química, física, medicina, biologia e agricultura. Em 1955, nasceu mais um ramo da Brotéria, que continuou a crescer até hoje — a revista de Cristianismo e Cultura. 120 anos depois, a Brotéria já não é só uma revista. Hoje faz parte do projeto multidisciplinar do centro cultural no Bairro Alto e de uma forma redonda de ver aquilo que nos rodeia: oferecendo uma reflexão escrita serena e rigorosa sobre o mundo e contribuindo para a discussão dos principais temas de hoje na literatura, política, arte, história, filosofia, religião e bioética.

 

2024/03/18

Colégio de Campolide - Parte I

 


O Colégio de Campolide foi um estabelecimento de ensino administrado pelos padres da Companhia de Jesus que funcionou durante a segunda metade do século XIX no bairro de Campolide, em Lisboa.

 

“O fundador do colégio de Campolide foi o P.e Carlos João Rademáker, cujo apelido lhe veio do seu bisavô paterno de origem holandesa. Nasceu em Lisboa a 1 de junho de 1828, […] decidido a consagrar-se ao estado eclesiástico, tratou de estudar teologia, vindo a ordenar-se a 20 de outubro de 1851, cantando a primeira missa a 29 do mesmo mês.” (Grainha, 1913, p. XII, ss).

 

Em 1853, Padre Rademáker tomou conta de alunos pobres, acolhendo-os numa casa no Largo da Páscoa. Em 1857 transferiu-os para a Rua de Buenos Aires, em 1858, finalmente, para o Colégio de Campolide:

 

“[…] As Instalações do Colégio: tendo começado por uma modesta casa na Quinta da Torre, em Campolide, comprada pelo seu fundador, o padre Carlos João Rademáker, em breve se transformou numa imponente construção que em 1908 tinha 160 m de comprimento. Actualmente, estas instalações reformuladas, pela sua extensão e capacidade, são usufruídas pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa” (Santos, 2011, p. 157).

Na publicação Historia do Colégio de Campolide da Companhia de Jesus[1] (p. 42 ss.), é descrito o engrandecimento material do Colégio de Campolide com o dinheiro das beatas, dos amigos e dos alunos. O Padre Rademáker comprou na Quinta da Torre, em Campolide, uma pequena casa com 34 metros de comprimento - transformando-a numa construção enorme de 160 metros de comprimento, cuja grandeza comparada com a da primitiva se poderá avaliar pelos desenhos feitos por ocasião do quinquagésimo aniversário do Colégio, onde este aparece nas suas duas fases, de 1858 e 1908:

 


Segundo a Direcção-Geral do Património (2002), foi em 21 de julho de 1858 que foi fundado o Colégio da Companhia de Jesus de Nossa Senhora da Conceição de Campolide pelo padre Carlos Rademaker, na Quinta da Torre, adquirida ao poeta João de Lemos (1818-1890) pela quantia de quatro contos de réis, funcionando aí o Instituto de Caridade. Em 1860 assistiu-se à transferência do Instituto de Caridade para a Casa do Barro, em Torres Vedras.

 

As obras para ampliar o edifício originário começaram logo em 1861, com uma casa para poente, anexa à primitiva, de uns 17 metros de comprido, onde estabeleceram um dormitório em forma de galeria tendo uns camarins em baixo do pavimento e outros tantos por cima destes, num total de 30.

 

Em 1865 construiu-se um novo lanço para nascente, onde, até 1890, no rés-do-chão funcionavam as aulas e no primeiro andar esteve um dormitório, sendo tudo demolido nesse ano para dar lugar á parte central da atual frontaria. De 1867 até 1880, as construções foram feitas do lado da quinta: em 1867, a parte pegada com a nova igreja, cujo primeiro andar se dividiu em 10 quartos para os padres; de 1871 a 1872, as três alas ocupadas pelas salas de estudo, refeitório dos alunos e cozinha; em 1877, mais duas alas parta poente das anteriores, para serviços dos padres, com cave e dois andares, a que em 1902 se acrescentou um terceiro. Em 1879 lançou-se a primeira pedra para a nova igreja, que se concluiu em abril de 1884.

 

Em 1185 começou-se a edificação da nova fachada - o primeiro lanço a nascente, com 25 metros de comprimento, que pôde ser habitado em 1890; o outro lanço até à igreja começou-se em 1891, estando a parte central terminada em 1895 e, por sua vez, a última em 1900.

 

O edifício tinha duas torres elevadas, a mais alta das quais, no extremo ocidental, com 40 metros de altura, abrangendo-se do cimo dela um dos mais extensos panoramas de Lisboa e seus arredores.


P. M. 

 

 

BIBLIOGRAFIA:

 

DIREÇÃO-GERAL DO PATIMÓNIO CULTURAL (2002). Colégio de Maria Santíssima Imaculada de Campolide. Colégio de Campolide. Quartel do Batalhão de Caçadores N.º 5. Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa [em linha]. Sacavém: Sistema de Informação para o Património Arquitectónico [Consult.  7 de fevereiro de 2024]. Disponivel: www. monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3138.

 

GRAINHA, M. Borges (1913). História do Colégio da Companhia de Jesus: escrita em latim pelos padres do mesmo Colégio onde foi encontrado o manuscrito. Coimbra: Imprensa da Universidade.

 

SANTOS, Maria Alcina (2011). Elites salazaristas transmontanas no estado novo o caso de Artur Águedo de Oliveira (1894-1978) [em linha]. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra [Consulta 7 de fevereiro de 2024]. Disponível: https://hdl.handle.net/10316/18281.

 



[1] GRAINHA, M. Borges (1913). “Engrandecimento material do Colégio da Campolide com o dinheiro das beatas, dos amigos e dos alunos” in: História do Colégio da Companhia de Jesus: escrita em latim pelos padres do mesmo Colégio onde foi encontrado o manuscrito. Coimbra: Imprensa da Universidade, p. 42-48.

2024/03/14

Peça do mês de março/ 2024

 




Pote para tingimento

 

Pote para tingimento utilizado no sector de Tinturaria dos antigos cursos de têxteis. Tem a função de preparar os corantes para tingir os tecidos. É constituído por uma base em cobre, na qual se encaixam 2 potes em porcelana e um outro em aço inoxidável, com pegas em madeira e aço respetivamente. A base constitui um recipiente que, sujeito a uma fonte de calor, permite o aquecimento dos potes que contêm os corantes.

Está inventariado com o número ME/401092/29 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária Campos Melo.


MJS


2024/03/11

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Agostinho da Silva (1906 - 1994)

(Imagem retirada da internet)

George Agostinho Baptista da Silva nasceu a 13 de fevereiro de 1906 no Porto, filho de Francisco José Agostinho da Silva e de Georgina do Carmo Baptista e Silva. Viveu em Figueira de Castelo Rodrigo até aos 6 anos, regressando ao Porto em 1912 para iniciar os seus estudos na Escola Primária de São Nicolau e posteriormente, em 1914, na Escola Industrial Mouzinho da Silveira. Concluiu os seus estudos secundários no Liceu Rodrigues Freitas em 1924.

Entre 1924 e 1928 concluiu a licenciatura em Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade do Porto com 20 valores. Em 1930 fez o Doutoramento também na Universidade do Porto com a dissertação O Sentido Histórico das Civilizações Clássicas. Iniciou igualmente uma colaboração com a revista Seara Nova, que se manteve até 1938.

Em 1931 deslocou-se a Paris para efetuar estudos na Sorbonne e no Collège de France. Regressou a Portugal em 1933 onde lecionou no ensino secundário em Aveiro até 1935. Nesta data foi demitido do ensino por não assinar a Lei Cabral: obrigatoriedade de todos os funcionários públicos a declarem que não participavam em organizações secretas.

Em 1935 conseguiu uma bolsa de estudos para Espanha no Centro de Estudos Históricos de Madrid. A iminência da Guerra Civil fez com que regressasse a Portugal em 1936.

Em 1939 fundou o Núcleo Pedagógico Antero de Quental. Entre 1940 e 1945 publicou os Cadernos Iniciação e entre 1941 e 1946, os Cadernos Antologia. Tendo sido preso pela polícia política em 1943, abandonou o país no ano seguinte e rumou à América do Sul.

Em 1947 passou a viver no Brasil, onde residiu até 1969. Durante estes anos trabalhou no Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro; lecionou na Faculdade Fluminense de Filosofia; exerceu funções docentes na Universidade Federal de Paraíba e em Pernambuco; em 1954, juntamente com Jaime Cortesão, organizou a Exposição do Quarto Centenário da Cidade de São Paulo, entre muitas outras atividades. Em 1958 obteve nacionalidade brasileira, perdendo direito à nacionalidade portuguesa.

O regresso a Portugal, após a morte de Salazar, foi marcado pelo ensino e pela produção literária. Dirigiu o Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Lisboa e foi consultor no Instituto de Cultura e Língua Portuguesa. Em 1987 recebeu a Grã-cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. Em 1990, numa colaboração com a RTP concedeu 13 entrevistas que com o título Conversas Vadias.

Em 1992 readquiriu a nacionalidade portuguesa e veia a falecer a 3 de abril de 1994.

No que respeita à sua linha de pensamento, podemos distinguir duas fases, uma anterior à ida para o Brasil e outra, posterior a essa data. Na primeira fase, Agostinho da Silva, foi influenciado pela pedagogia moderna, defendendo o papel da escola na formação de cidadãos preparando-os para a vida ativa. Na obra Sanderson e a Escola de Oundle (1941) Agostinho referiu que no estado atual, a educação tradicional conduzia ao individualismo, dominado pela posse e pela rivalidade. A “nova escola” deveria privilegiar o instinto criador e a descoberta através de uma nova organização da sala de aula que promoveria o trabalho em grupo, sem castigos ou prémios.

Na segunda fase, marcada pela sua deslocação ao interior do Brasil em 1952, o educador encontrou uma realidade social caracterizada pela entreajuda e pelo espírito comunitário, ou seja, uma realidade semelhante à de Portugal durante a I Dinastia.

O autor fez uma análise da história de Portugal, uma vez que pensava ser necessário uma revisão ou correção da sua leitura, destacando alguns momentos. O primeiro foi a fundação de Portugal, que opôs Afonso Henriques à sua mãe. Foi um momento negativo que influenciou para sempre o percurso da nação. O segundo momento, positivo, foi a expansão para o sul através do combate aos muçulmanos, que imbuiu os portugueses do espírito de sacrifício e de despojamento, semelhante ao dos Templários. O outro momento positivo foi a introdução do culto joaquimita da Idade do Espírito Santo pela Rainha Santa Isabel. Por último, Agostinho referiu a organização da população em concelhos autónomos durante a I Dinastia o que contribuiu positivamente para o desenvolvimento de um espirito de partilha comunitária. O foco foi totalmente afastado da época dos Descobrimentos.

Na sua obra Educação de Portugal, escrita em 1970 e apenas publicada em 1989, Agostinho fez uma síntese do seu pensamento educativo: a escola era uma instituição bloqueada que reproduzia os defeitos morais da sociedade. Retomando a teoria do bom selvagem, reconheceu que o problema não estava no indivíduo, mas sim na civilização e na escola que perpetuava as desigualdades sociais. Quando a civilização atual se esgotasse seria a altura do aparecimento de uma nova escola.

 


Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


MJS

 

2024/03/07

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Adolfo Lima (1874 - 1943)

(Imagem retirada de Dicionário de educadores portugueses)


Adolfo Ernesto Godfroy de Abreu e Lima nasceu em Lisboa a 25 de maio de 1874, filho de Artur Jorge Rubim de Abreu e Lima e de Palmira Olímpia Godfroy de Abreu, uma família abastada de origem nobre. A sua mãe faleceu quando tinha 12 anos de idade.

Frequentou o Colégio Nacional, onde organizou um grupo cénico e um jornal, O Luso. Em Coimbra continuou os estudos universitários licenciando-se em Direito em 1900 e tendo exercido advocacia entre 1902 e 1910.

Desiludido com o meio jurídico, dedicou-se à cultura, à educação e ao teatro. O seu pensamento sobre a educação baseou-se nos ideais da Escola Nova, contrária ao pensamento da massificação escolar. Adolfo Lima defende uma escola flexível, com respeito pela diferença.

Umas das principais críticas de Adolfo Lima ao sistema de ensino vigente era a diferenciação entre a educação profissional, para pobres e a educação clássica, para ricos, que, na sua opinião, reforçava a existência de uma sociedade dividida em classes sociais. Este tipo de pensamento teve por trás uma forte convicção anarquista que acompanhou o pensador durante toda a sua vida. A educação era, assim, uma forma de domínio dos grupos políticos e sociais.

A alternativa passava por uma escola única com um programa que juntasse os aspetos manuais e intelectuais, ou seja, uma educação completa e alargada. A ideia da democratização da sociedade através da escola era um dos pilares do seu pensamento, promovendo o pleno desenvolvimento do aluno.

Como tal, Adolfo Lima centrou-se em dois aspetos fundamentais: a liberdade na educação e o seu caráter integral como forma de desenvolver plenamente o ser humano, contribuindo para combate à desigualdade social.

Tentou por em prática estes princípios na Escola Oficina n.º 1 criada em 1905 e em funcionamento até 1926 em Lisboa, fazendo da instituição uma referência para a pedagogia. Assim alguns dos princípios adotados foram:

-  a existência de trabalhos manuais;

- a proibição de punições físicas;

-  a existência de uma associação de alunos criada em 1910 conhecida como a Solidária que organizava festas, refeições, eventos desportivos, etc.;

- a introdução da dança, do teatro e da música;

- a inexistência de um livro único;

- as aulas eminentemente práticas;

- a abertura da escola a raparigas em 1913, sem disciplinas diferenciadas.

O desenvolvimento estético foi uma das preocupações de Adolfo Lima, sobretudo no que dizia respeito à arte dramática. Em 1914, com a publicação da obra O Teatro na Escola, dá-se pela primeira vez importância a esta vertente disciplinar.

O pensador lecionou no Liceu Pedro Nunes entre 1911 e 1923 e foi nomeado diretor da Escola Normal de Benfica ente 1918 e 1921. Manteve-se como docente até 1933, quando passou a dirigir a Biblioteca-Museu do Ensino Primário.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


 MJS