2023/02/02

Educação e Monarquia: D. Afonso Henriques (1109?/1111? - 1185)


Educação é entendida como um processo contínuo que procura o desenvolvimento intelectual, físico ou moral de um indivíduo, com incidência no período da infância ou juventude. Pode igualmente entender-se como um conjunto de princípios ou valores que procuram a inserção do individuo em sociedade.

Este processo requer aquisição de conhecimentos que são transmitidos por alguém, ou seja, o ato de ensinar: a transmissão de conhecimentos e competências.

A educação é fundamental para a difusão do conhecimento e de aptidões essenciais para a formação do ser humano. Atualmente trata-se de um direito fundamental que tem por objetivo desenvolver a capacidade intelectual da população, bem como a sua formação nas diversas áreas: escolar, social, etc.

O ensino em Portugal seguiu desde cedo as tendências europeias, com algumas exceções. O presente conjunto de artigos pretende dar a conhecer o processo educativo ao longo dos vários reinados, iniciando-se com D. Afonso Henriques e terminando com D. Manuel II. Alguns destes reinados não denotam alterações em relação a períodos anteriores ou simplesmente não existem dados suficientes para se estabelecer uma linha educativa concreta.

Afonso Henriques (1109/1111 ? – 1185), “o Conquistador”, foi o primeiro rei de Portugal, reconhecido através da Bula Manifestis Probatum em 1179. Filho de D. Henrique, Conde de Portucale e de D. Teresa de Leão, Afonso Henriques tomou desde cedo a posição política de defesa da independência do Condado Portucalense, após a morte do seu pai.

(Imagem retirada da Internet)

Numa tentativa de se afastar da influência da nobreza mais ligada a Castela, o monarca deslocou a corte para Coimbra, financiando a fundação do Mosteiro de Santa Cruz. Nesta instituição recrutou vários intelectuais que considerou fundamentais para o seu governo como São Teotónio ou João Peculiar, Arcebispo de Braga.

Foi um estadista notável, com uma política de expansão territorial muito marcada. Rodeou-se de intelectuais, reconhecendo a importância da educação para o fortalecimento da nacionalidade e do governo do reino.

No que respeita à evolução do ensino em Portugal, pouco se sabe até ao século XI, havendo apenas referências à Sé de Braga e a um colégio/seminário junto da Sé de Coimbra. No início do século XII, existiam duas escolas, uma junto da Sé do Porto e outra no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Eram escolas episcopais, organizadas pela Igreja e que estavam orientadas para a formação do clero. O ensino aqui ministrado alargou-se progressivamente a estudantes que não pretendiam seguir a vida eclesiástica.

Na época medieval, mais concretamente durante a primeira dinastia, a instrução era apenas ministrada aos que pretendiam seguir uma carreira eclesiástica. Apesar de instrumentos que facilitaram a difusão do saber, como o pergaminho por exemplo, a população mantinha-se analfabeta.

Nas escolas monásticas, lecionava-se em latim a Gramática, Retórica, Dialética (trivium), Aritmética, Música, Geometria e Astronomia (quadrivium), que preparavam a aprendizagem da Teologia.

O currículo das escolas episcopais era distinto visto que se inicialmente se procedia à aprendizagem da leitura e da escrita, a partir do Saltério e posteriormente se efetuava a aprendizagem da Gramática e de algumas noções elementares de Lógica, Retórica, Música e Aritmética. Apesar da existência de um ensino relativamente organizado em Portugal, o atraso em relação a outros países foi sempre bastante acentuado, situação atestada quer pela constante saída de estudantes, com o intuito de frequentar universidades estrangeiras, nomeadamente as de Salamanca, Paris, Montpellier, Pádua e Bolonha, quer ainda pela entrada de sacerdotes, com o intuito de impulsionarem as escolas portuguesas.


MJS

2023/01/30

Exposição Virtual : "Álbuns de fotografias no Museu Virtual da Educação"

Um álbum de fotografias é uma coleção de fotografias, tradicionalmente um caderno ou livro com páginas em branco. Uma fotografia é considerada um documento, logo, os álbuns são em si mesmos um arquivo.

O interesse pela fotografia iniciou-se na Europa na segunda metade do século XIX. A união entre a fotografia e o álbum documenta, cataloga e organiza o mundo. Progressivamente, os álbuns tornam-se espaços de construção temáticos: aniversários, casamentos, festas, escolas, retratos, etc. Sendo um espaço em branco, o álbum é dotado de total liberdade criativa, onde se contam narrativas pessoais ou históricas em imagens. São associados a memórias de acontecimentos, com uma forte componente emocional, ou seja, são fragmentos da vida pessoal/institucional de cada um ou de uma instituição.

Para além de serem uma fonte de recordação pessoal, constituem preciosos documentos históricos que nos permitem reconstituir momentos do passado e complementar informações. Os álbuns fotográficos que se encontram nas escolas secundárias recolhem informações vitais para o estudo da educação em Portugal. As capas são cuidadas, identificadas e algumas em tecido bordado. O seu conteúdo relaciona-se com atividades escolares como atuações de alunos em peças escolares, exposições, atividades artísticas ou desportivas, viagens de estudo, almoços ou convívios. Temos igualmente fotografias dos edifícios e espaços escolares: instalações, salas de aula, oficinas, vistas panorâmicas, etc. Muitas vezes observam-se junto das fotos alguns recortes de jornal ou mesmo alguns desenhos. 


Álbum de fotografias

ME/402280/50

Escola Secundária de Montemor-o-Novo

Álbum de fotografias com capa bordada, a ponto cruz, por aluna do antigo Curso de Formação Feminina. Contém, entre outras, fotografias da década de 60/70, relativas à antiga Escola Industrial e Comercial de Montemor-o-Novo, nomeadamente às instalações, salas de aula, oficinas, peças de teatro, atuações de alunos, exposições.


Álbum de fotografias

ME/402436/2383

Escola Secundária de Passos Manuel

Álbum de fotografias com inscrição na capa: "Liceu de Passos Manuel - Album de fotografias - Lisboa 1922". É constituído por uma capa de cartão com letras a dourado e folhas de papel com 41 fotografias de diferentes tamanhos. A temática diz respeito à escola e às atividades desenvolvidas: uma vista panorâmica do exterior da instituição, salas de aula, exposições, ginásio e atividades desportivas.


Álbum de fotografias

ME/402618/3

Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro

Álbum de fotografias com capa bordada por uma antiga aluna da escola. Contém, entre outras, fotografias de bordados e de peças de cerâmica. Um papel manuscrito no interior do álbum dá as seguintes indicações: "Álbum com: 1- Bordados; 2 - Peças de vestuário; 3 - Peças de adorno em pano e em barro; 4 - Bandeira da Banda Comércio e Indústria - 1947; 5 - Peças de cerâmica na continuação do estilo bordaliano; 6 - Álbuns; 7 - Encadernações (livros com trabalhos dos alunos); 8 - Fotos com as entidades oficiais que fizeram a inauguração da exposição retratada neste álbum, destacando-se Dr. Leonel Sotto Mayor - Director da Escola, Dr. Aníbal Correia."


Álbum de fotografias

ME/ESDMF/189

Escola Secundária David Mourão Ferreira/SGEC

Conjunto de fotografias das instalações da Escola Comercial Veiga Beirão no "Palácio Marquez de Tancos", com perspetivas, alçados, interiores da escola, no período compreendido entre 1919 e 1932.


Álbum de fotografias

ME/ESDMF/123

Escola Secundária David Mourão Ferreira/SGEC

Álbum de fotografias da Escola Comercial D. Maria I, relativo à tarde cultural realizada no Teatro Nacional D. Maria I, a 6 de junho de 1954. Inclui recortes de jornal e desenhos dos figurinos, bem como fotografias do evento.


Álbum de fotografias

ME/346779/68

Escola Secundária com 3º Ciclo Clara de Resende

Álbum com diversas fotografias dos momentos assinaláveis da escola: festas, teatros, demonstrações de educação física, visitas de estudo, almoços de convívio, etc. Nas últimas páginas encontram-se algumas folhas soltas de um herbário. 


MJS