2025/05/15

Peça do mês de maio/2025

 



Caixa de mudanças de quatro velocidades

 

Caixa de mudanças de quatro velocidades utilizada no Laboratório de Física para fins pedagógicos. A caixa de velocidades de um automóvel serve para desmultiplicar a rotação do motor para o diferencial ou diretamente para as rodas, por forma a transformar a potência do motor em força ou velocidade, dependendo da necessidade.

Está inventariado com o número ME/401250/572 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária D. Dinis.


MJS

2025/05/12

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Fernando da Silva Correia (1893– 1966)

 

(Imagem do autor retirada da internet)


 

Fernando da Silva Correia nasceu no Sabugal a 20 de maio de 1893, filho de Joaquim Manuel Correia, advogado e etnólogo e de Carlota Filomena da Silva Correia. Cresceu no seio de uma família republicana, sendo o seu pai dirigente local do Partido Republicano Português e, mais tarde, Presidente da Câmara e Administrador do concelho das Caldas da Rainha.

Frequentou a escola primária na Guarda e os Liceus de Leiria e Coimbra. Em concluiu o curso de Medicina na Universidade de Coimbra.

Em 1918 prestou serviço no Corpo Expedicionário Português como tenente-médico. Como tal, só em 1919 apresentou a sua tese sobre “A Profilaxia das febres tifoides e paratifoides de A e B pela vacina”. Neste ano abriu um consultório nas Caldas da Rainha como clínico Geral.

Em 1920 frequentou o Curso de Medicina Sanitária em Coimbra e em 1921 terminou o curso de Hidrologia em Lisboa com a publicação de um “Guia prático das águas minero-medicinais portuguesas”. Neste último ano foi nomeado Médico Municipal e Delegado de Saúde, tendo exercido os cargos até 1934.

Empenhou-se, durante este período, no combate a várias doenças, como a febre tifoide, o sarampo, a varicela e a varíola. Teve um importante papel na fundação de um Laboratório Municipal de análise e controlo de produtos alimentares, com especial atenção ao leite.

Em 1925 criou o Lactário-Creche Rainha D. Leonor e em 1930 o Dispensário de Profilaxia Social das Caldas da Rainha. Estes projetos refletiam a posição de alguns médicos da década de 30 no apoio dado à infância e no combate à mortalidade infantil. O objetivo era ensinar as mães a cuidar dos filhos, funcionando igualmente como uma creche para a população desfavorecida; apoiar a amamentação materna; distribuir leite esterilizado, promover consultas; doar vestuário; e divulgar princípios de higiene.

Silva Correia considerava que a educação sanitária e os conhecimentos de básicos de higiene eram extremamente precários em Portugal. Este foi o seu grande projeto de vida: divulgar cuidados de higiene junto de toda a população, com especial destaque para as mães, promovendo uma mudança de mentalidades. Neste sentido, e promovendo intensamente os cuidados de puericultura, publicou vários trabalhos e brochuras de divulgação: “Breviário das Mães: Conselhos de Higiene da Primeira Infância” (1927), “ABC das Mães” (1930), “Breviário de Higiene” (1931), “Breviário Moral” (1931) e “Problemas de Higiene e Puericultura” (1934).

Em 1934 iniciou funções como Inspetor da 3.ª Área da Saúde Escolar que incluía os distritos de Castelo Branco, Guarda, Setúbal, Portalegre, Évora, Beja e Faro. Aqui foi responsável pela orientação dos médicos escolares, pelas visitas aos liceus no sentido de verificar as condições sanitárias, os horários e o estado físico, moral e psicológico dos alunos. Neste sentido, Silva Correia fez várias conferências e publicou diversos artigos sobre saúde escolar com especial destaque para a análise psicológica dos discentes.

Durante este ano foi nomeado professor de Administração Sanitária do curso de Medicina Sanitária no Instituto Central de Higiene Dr. Ricardo Jorge. A partir de 1935 lecionou igualmente no Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa, presidido pela Condessa de Rilvas.

Para que estas visitas aos Liceus pudessem ser devidamente acompanhadas, Silva Correia participou nos primeiros cursos de formação para técnicas de Serviço Social, em 1939.

Em 1946 tornou-se diretor do Instituto Superior de Higiene Dr. Ricardo Jorge e a sua ação orientou-se para o desenvolvimento e ampliação do instituto. Entre 1947 e 1950 fez várias missões de estudo por diversas cidades europeias, participando em inúmeros congressos.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.

 

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